POV DANIEL

Foi tudo muito rápido, em uma hora estávamos todos felizes pela casa nova que Luce e eu havíamos ganhado, e na outra estávamos numa correria danada, Luce havia entrado em trabalho de parto.

-Ariane vai chamar o doutor Gustavo, eu vou ficar com ela. Eu disse para Ariane.

Luce gemia de dor, isso me cortava o coração, tentei acalmá-la o máximo que podia, ela apertava a minha mão e dava urros de dor.

-Daniel, i-isso dói muito. Ela disse ofegante.

-Calma meu amor, o doutor já vai chegar. Eu disse acariciando sua mão.

-Da-daniel, se alguma coisa acontecer comigo, cuide de Patrick e Cassie, por favor. Ela disse suplicante.

-Luce, não vai acontecer nada com você, eu te prometo. Eu disse apertando a sua mão.

-Mes-mo assim, prometa Daniel. Ela gritou de dor.

-Eu prometo meu amor, eu prometo. Eu disse com os olhos marejados.

Não sei porque, mas eu tinha a sensação de que alguma coisa estava para acontecer, eu só espero estar enganado.

Luce havia se acalmado um pouco, mas só um pouco mesmo, ela respirava com frequência, aonde estava Ariane com o doutor?! Porque estão demorando tanto?!

Como se para responder as minhas perguntas, Cam apareceu no quarto.

-Daniel, estamos sozinhos, Ariane me ligou e disse que não está achando o doutor em lugar nenhum, nós teremos que fazer o parto. Disse Cam aflito.

Olhei para Luce, que me olhava com olhos suplicantes.

-Tudo bem, mas como vamos fazer isso?! Eu disse.

-Eu tenho um canivete no meu quarto, acho que tem como fazer o parto aqui mesmo. Disse Cam coçando a cabeça.

-Então vai rápido. Eu disse.

Cam assentiu e saiu do quarto.

Olhei para Luce que estava com os olhos arregalados, deve ser pelo fato de que vamos ter que fazer o parto com um simples canivete...

-Luce meu amor, isso vai doer e muito, sinto muito por isso. Eu disse abaixando a cabeça.

-Da-daniel, não precisa se desculpar, eu vou ficar bem, não vai ser pelo fato de Cam cortar a minha barriga com um canivete que eu não vou estar feliz por conceber 2 filhos seus. Ela disse sorrindo.

Não pude evitar e sorri também, lhe dei um beijo, um beijo que pela intensidade seria como se fosse um beijo de despedida, mas não era...

Cam entrou no quarto e se aproximou de Luce.

-Luce, me perdoe se vou te machucar, vai ser somente um corte, prometo ser rápido. Disse Cam um pouco nervoso.

Luce agarrou sua mão e assentiu.

Cam levantou o lençol e procurou ser rápido, como havia prometido a Luce, cortou a barriga de Luce rapidamente, esta soltou um grito ensurdecedor, não aguentava ver Luce sofrer.

-Luce, preciso que você empurre eles. Pediu Cam.

Luce fez o que Cam pediu e empurrou com toda a força que lhe restava.

Foi então que ouvimos o primeiro choro, um bebê havia surgido, estava coberto de sangue, era Patrick Thomas Grigori.

Olhei para Luce que estava sorrindo.

-Vamos lá Luce, última vez. Disse Cam.

Luce repetiu o gesto e empurrou mais uma vez.

E novamente ouvimos mais um choro, mas agora um choro mais suave, que me lembrava um pouco do choro de Luce, era ela, Cassie Elizabeth Grigori, minha filha.

O que era sorriso no rosto de Luce agora se transformava em fraqueza, olhei para Cam, o mesmo estava tenso.

-Daniel, precisamos levá-la ao hospital, ela está perdendo muito sangue. Disse Cam desesperado.

Olhei para Luce que estava perdendo a cor, entrei em desespero, foi então que Steven, Francesca, Ariane, Gabbe e Molly entraram.

Ao ver a cena, Gabbe tomou em seus braços o pequeno Patrick e Ariane a pequena Cassie e saíram do quarto.

Olhei para Francesca e como se lesse meu pensamentos ela disse:

-Ela tem poucas chances de sobreviver Daniel, isso se ela receber sangue humano, mas se receber sangue...

-Sangue...?! Incentivei.

-Se ela receber sangue de anjo ela terá 90% de chance de sobreviver, e se tornaria imortal. Disse Francesca.

Olhei para Luce que continuava perdendo a cor e sem hesitar me prontifiquei:

-O que está esperando Francesca, faça logo a transfusão.

O processo foi rápido, Francesca tirou pouco sangue, disse que seria o necessário para trazer Luce de volta a vida.

Após a transfusão, limpamos tudo trocamos os a roupa de cama e trocamos a Luce, aos poucos a cor voltava no rosto de minha amada, Francesca havia me dito que o processo demoraria apenas 12 horas para ficar completo, e assim trazer minha Luce de volta a vida.

Gabbe entrou no quarto segurando dois pequenos embrulhos nos braços, na verdade esses embrulhos eram meus filhos, peguei eles no colo e me pus a observá-los, o menino era a minha réplica, já a menina, era exatamente igual a Luce, sorri ao vê-los ali, indefesos e sem saber o que estava acontecendo ao redor, acariciei seus rostinhos e sussurrei para eles:

-A mamãe vai ficar bem.