Sogno D'amore escrita por Rocker


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Cara, não sei nem mais como pedir desculpas pela demora, mas é porque realmente nesses tempos não ando tendo um pingo sequer de criatividade, então resolvi ir com calma, visando uma fic de cada vez. Não sei quando volto a postar aqui, principalmente com o pouco de comentários que rende com o monte de leitores que tem, mas farei o possível!



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Capítulo 9

Abri os olhos devagar, dessa vez completamente ciente de que eu não os abria para o mundo em minha mente. E essa constatação se deu, principalmente, pelo fato de que eu era rodeada por minha família. Os primeiros que vi foram maus pais, um de cada lado da cabeceira da minha cama. Quando girei a cabeça levemente, mesmo com o pescoço estalando e doendo fortemente, à procura de um Nicholas que eu sabia que não estaria ali, encontrei Natalia tomando seu lugar.

– Beatriz! - ouvi a voz da minha mãe gritando ao meu lado.

Desviei o olhar de Natalia, que já se levantava da poltrona, e senti meu pescoço estalando novamente. Eu sentia todo o meu corpo latejando, doendo e algumas partes dormentes. Não gostei, mas percebi que eu estava ainda mais indisposta do que em meu sonho.

– Minha filha, como você está? - meu pai perguntou, acariciando meus cabelos. Eu sabia que muito provavelmente eu estava com uma disposição pior do que no sonho. Pelo menos Nicholas não me viu nesse estado mais que deplorável.

Abri a boca para dizer alguma coisa, mas nada saia. Engasguei pelo esforço, que estava sendo maior do que eu imaginava, e minha mãe correu para pegar um copo d'água na cômoda ao meu e me entregar. Bebi avidamente o líquido gelado como se minha garganta não visse água há tempos - o que não deixava de ser verdade.

– Beatriz, você nos assustou. - minha mãe disse, acariciando meus cabelos e eu até mesmo me assustei. Ela nunca foi muito carinhosa comigo, era sempre Natalia.

– Ahn... Mas agora estou melhor... - eu disse e percebi o quanto minha voz estava fraca e o ar arranhava as paredes da minha garganta para ao menos tentar sair.

– Filha, precisamos voltar para o trabalho, mas depois voltamos. - meu pai disse e eu assenti.

Ele se aproximou de mim e deu um beijo em minha testa. Mamãe me deu um beijo na bochecha e se dirigiu à porta. Antes de fechar a porta, lançou-me um sorriso triste. Assim que a porta foi fechada, porém, Natalia correu até a cama de hospital e se sentou ao meu lado.

– Bia, me diz a verdade. - ela me pediu e eu já tinha até mesmo uma noção do que ela se referia. - Aquele fogo todo foi a velha na janela, não é?

Desviei meu olhar para a cômoda ao meu lado, sem responder. Mas algo chamou minha atenção ali. Ao lado de um grande buquê de rosas brancas e amarelas, eu vi uma tulipa vermelha. Uma única tulipa vermelha.

– Acho que nem preciso da resposta. - eu ouvi a voz da minha irmã, mas me parecia algo tão em segundo plano que eu realmente não me dei ao trabalho de responder.

Peguei a tulipa com todo cuidado possível e aproximei-a de meu nariz ainda entubado. Com certa dificuldade, consegui dar uma leve fungada, sentindo o cheiro delicado invadindo meu olfato.

– Por que você cheirou essa tulipa com um sorriso idiota no rosto? - Talinha me perguntou, encarando-me como se eu estivesse louca.

O que eu não duvidava em nada.

– Talinha, você viu quem colocou essa tulipa aqui? - perguntei, mas eu sabia a resposta. O que eu realmente queria saber era como.

– Vi não, Bia. Já estava aqui quando Travis trouxe o buquê.

Eu sorri ainda mais. - Eu sei de quem é.

Ela arregalou os olhos.

– E de quem é?

– Nicholas. - respondi, no momento em que o quarto era invadido por três mamutes que não sabiam ficar de outro modo ao não ser em seu modo mais desesperado possível.

Travis, Trevor e Caroline se apressaram até minha cama, cada um com uma expressão mais preocupada que a outra.

– Nunca mais faça isso, Bia! - advertiu Carol.

– De quem é essa tulipa? - perguntou Trevor, assim que viu a flor em minha mão e o sorriso em eu rosto.

– Anh... Do Nicholas. - eu respondi, observando a expressão confusa que se formava no rosto deles.

– É o mesmo Nicholas que vem te atormentando à noite? - perguntou Travis, cruzando os braços e fechando a cara. - E como ele conseguiu isso?

– Eu não sei. - respondi sinceramente. - Ele me disse que se eu tirasse os tubos do meu nariz durante o sonho, tiraria aqui também, então provavelmente a tulipa que ele me deu apareceria aqui também.

– VOCÊ TENTOU TIRAR OS TUBOS?! - Caroline gritou e eu deixei a flor sobre a cama apenas para tapar meus ouvidos. Sério, não havia necessidade desse escândalo.

– Lolol, querida, eu não sou surda e não estou em condições de me levantar pra te dar uma surra por quase ter me deixado. - eu disse em meu tom calmo de sarcasmo.

– Como assim você tentou tirar os tubos? Não sabe que isso era a única coisa que te ajudava a respirar depois de toda a fumaça? - perguntou Trevor, ignorando-me, assim como os outros.

Revirei os olhos. - No momento, não, eu não havia percebido, até Nicholas quase me dar um baita sermão sobre isso.

Travis bufou, enquanto ia até um sofá que tinha ao lado da porta.

– Pelo menos ele tem consciência disso.

Olhei confusa para Carol, Talinha e Trevor, à procura de alguma explicação lógica para o mau-humor repentino de Travis.

– Não liga, ele ficou preocupado com você. - disse Trevor, abanando a mão como se aquilo não tivesse importância. - Agora me diga, o que mais você e o garoto conversaram?

Fechei os olhos e forçei minha mente a relembrar do sonho, o que me deixou mais exausta do que eu já me sentia. Eu realmente precisava de um descanço - um que, de preferência, me levasse até o sonho com Nicholas. Ei, não me julgue! Eu só gostei da companhia dele e prometi que voltaria rápido!

Algumas frases ditas por ele invadiram minha mente instantaneamente.

– Ainda bem que eu acertei, então.

– Ainda bem que sou o primeiro.

– Não está tão ruim.

– Você é linda. E continua linda, mesmo machucada.

– E-ele disse... - ok, definitivamente eu não podia dizer que ele me achava bonita quando eu mesma não achava. Ao menos na frente de Travis. Eu podia não gostar dele como ele gostava de mim, mas ao menos o respeitaria. Qualquer coisa se Talinha ou Caroline quisessem mais detalhes, viriam me perguntar depois de verem minhas bochechas corando como eu sabia que estavam. - Ele disse que sabia o que estava acontecendo e...

– E o que, Bia? - insistiu Talinha, me interrompendo. - Se ele sabe o que aquela velha quer com você, é melhor que ele nos diga logo, ela quase te matou!

– Calma, Talinha! - eu pedi, tentando me sentar, mas como no sonho, não consegui. Ou melhor, consegui menos ainda. Trevor logo me empurrou levemente para deitar de novo. - Ele disse que ainda não é hora.

Ela bufou, cruzando os braços, claramente irritada com a situação.

– Gente, será que posso dormir agora? - perguntei. - Eu estou muito cansada.

– Tudo bem. - disse Carol. - Depois voltamos. Se você se encontrar com o menino, tente descobrir alguma coisa. Você não tem ideia de como encontramos o prédio do colégio depois da explosão.

E aposto que não irei querer saber tão cedo, pensei.

– Ok, eu tento descobrir. - respondi.

Ela apertou minha mão levemente e saiu. Talinha me deu um abraço rápido e a seguiu, com Trevor em seu encalço, depois de acenar em despedida. Travis se levantou do sofá e se aproximou, com os olhos fixos em meu rosto.

– Tem certeza de que está bem? - ele perguntou, aparentemente preocupado. - Nos deixou muito preocupados.

– Estou sim, só um pouco cansada. - sorri-lhe fracamente.

– Então descanse. - ele disse, se inclinando e dando-me um leve beijo em minha testa.

Ele se afastou, sem olhar novamente em meus olhos, mas então eu me lembre de que deveria dizer alguma coisa. Afinal, ele deve realmente ter ficado mal ao me ver naquele estado. Eu realmente não duvidava do que ele sentia em relação a mim, mesmo que ele pudesses estar apenas confundindo amizade com amor. Mas não deixava de ser afeição e essa mesma, pela amizade que sinto em relação a ele, deve de ser retribuída.

– Travis. - chamei-o, quando ele estava prestes a fechar a porta. - Obrigada pelas flores.


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