Sogno D'amore escrita por Rocker


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouquinho né?? Mas está aqui o próximo capítulo! Não esqueçam de comentar, adorei os reviews do segundo capítulo!



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Capítulo 3


– Beatriz Carter, explique que vermelho é esse no seu braço!


– Ahn... – gaguejei, procurando um jeito mais fácil de explicar que foi um garoto que sonhei que me fez isso. Ok, seria impossível de dizer de um jeito mais fácil. – E-eu não sei!

– Como assim você não sabe?! – gritou Natalia, levantando-se exasperadamente da cama. – Olha a marca de dedos no seu pulso! COMO TEM CORAGEM DE DIZER QUE NÃO SABE COMO SURGIU?! – gritou novamente, apontando para as marcas que agora estavam ficando roxas.

– Se acalma, Talinha! – pedi, sentando-me e colocando meus não tão poucos neurônios para funcionar. Precisava arranjar um modo de explicar isso para ela. O que seria extremamente difícil. – Eu posso te explicar o que eu sei, mas você precisa se acalmar!

Ela parou onde estava e se virou para mim com um olhar assassino que geralmente encontro apenas na minha expressão. Respirou fundo umas três vezes e veio se sentar novamente na cama ao meu lado. E então ficou séria, com uma expressão fria e calculista – que, com certeza, não pertencia a ela.

– Tudo bem... Diga!

Respirei fundo uma vez para tentar acalmar meu coração e comecei a contar tudo o que senti e vi desde o momento em que vi o colar na mão daquela velhinha sinistra – deixando de fora o meu momento pintora isolada da sociedade. É claro que não foi nada fácil, eu ainda estava meio assustada com o garoto. Mas eu tentei ser fiel ao que eu senti em cada momento no relatório interrogativo que Natalia me exigia. E estava difícil não rir das caretas que ela fazia.

– Pera, pera, pera! – pediu, estendendo a mão com a palma virada para mim, em um claro sinal de pare. Calei-me e foi sua vez de desatar a falar. – Está me dizendo que sonhou com um menino desconhecido, quando eu te acordei, ele fez essas marcas e isso tem algo a ver com a velhinha doida que te deu colar? – perguntou seriamente.

– Basicamente isso. – respondi, depois de alguns segundos em analisar o modo como ela colocou.

Ela se levantou com a expressão serena e foi até o meu guarda-roupa, enquanto eu a analisava atenta e curiosamente. O que aquela doida pretendia?, fiquei pensando. Com certeza não me parecia algo bom. Abriu a porta mais próxima e pegou a primeira muda de roupas pretas que havia ali – o que não era difícil, pois eu só usava roupas escuras. Natalia voltou para perto da cama e simplesmente tacou as roupas em cima de mim, bagunçando todo o meu cabelo.

Bufei e enquanto liberava minha visão daquela ausência de luz causada pela cor da blusa de caveira, flagrei-a indo em direção à porta do quarto, prestes a abri-la.

– EI, aonde você vai?! – perguntei.

– Pedir para mamãe fazer a sua ficha com aquela psicóloga amiga dela. – respondeu sem nem olhar para mim. Saiu do quarto e fechou a porta a tempo de não levar uma roupada na cara.

Bufei audivelmente e de repente me senti sozinha ao ouvir o som reverberando pelo cômodo. Como assim ela iria me mandar ter uma lavagem cerebral apenas por que contei a verdade?! Por que todo esse escândalo? Porque eu simplesmente acho que psicólogo é que deveria estar em um hospício! De jeito nenhum eu iria nessa consulta!

Levantei-me da cama, mesmo a contragosto e me vesti. Uma camiseta preta com uma grande caveira, uma calça jeans preta rasgadinha, All Star preto e vermelho cano médio. Fui até o espelho que havia no guarda-roupa e ajeitei rapidamente meus cabelos negros, curtos e cacheados. Acredite: ser diferente tem suas desvantagens. A começar pela porcaria de cabelo* que não sabe quando quer ficar quieto!

Foi quando me olhava no espelho pela segunda vez para checar se a roupa estava boa que percebi que seria quase impossível esconder aquelas marcas sem que ninguém visse ou desconfiasse. Olhei em volta do meu quarto, procurando alguma coisa que pudesse me ajudar, mas estava completamente impossível! E então me lembrei do kit de primeiros socorros que eu guardava ali em algum lugar.

O problema?

Achar esse lugar.

Devo ter ficado uns vinte minutos procurando por aquela caixinha ridícula até que me lembrei de que a coloquei debaixo da cama. Vida inútil! Podia ter me dado uma memória melhor! Enfim, peguei a caixinha e a coloquei em cima da cama, enquanto a chocalhava, procurando pela bendita faixa curativa! Assim que a encontrei, cortei dois grandes pedaços e enfaixei um em cada braço, deixando-os praticamente idênticos. Como eu não tinha aquela fita adesiva branca que eu NUNCA lembro o nome dei apenas um nó nas faixas.

Olhei-me novamente no espelho e não estranhei muito as faixas e sabia que meus colegas de classe não estranhariam, pois às vezes coloco essas faixas à toa. Mas ainda sentia que faltava alguma coisa nesse look roqueira rebelde, como dizia Talinha. Abri minha gaveta de acessórios e ali no fundo encontrei o que procurava. Um par de luvas de motoqueiros, com os dedos de fora. Sorri enquanto as colocava e me analisei uma última vez no espelho.

Ao menos melhorou um pouco minha situação, pensei, enquanto pegava minha mochila transversal de franjas e a pendurava no ombro direito, como todos os dias.

Abri a porta do quarto e antes de sair, enfiei a cabeça para fora, garantindo que meus pais e minha irmã não estavam no segundo andar. Desci as escadas silenciosamente e quando vi que a sala estava limpa, me preparei para passar correndo ao lado do portal que dava para a cozinha, a fim de sair pela porta da frente e só parar quando estivesse na minha querida escola – sentiu a ironia? Respirei fundo me lancei em direção à porta, mas como todos os meus planos infalíveis acabam em fracasso, por que esse seria diferente?

– Beatriz Carter, aonde pensa que vai sem sua irmã?!­ – exclamou meu pai da cozinha assim que estava em frente ao portal. Virei-me em sua direção e vi que ele nem mesmo levantou o olhar do jornal que lia todos os dias, como seu próprio ritual.

– Qual é, tem olhos nas costas agora?! – ironizei, indo até ele e dando-lhe um beijo em sua bochecha e repetindo o processo em minha mãe, que mexia no fogão, e em Talinha, que já estava na mesa comendo panquecas.

Logo depois me sentei ao lado de Talinha e me servi de panquecas fresquinhas que mamãe acabava de colocar sobre a mesa. Derramei manteiga derretida sobre elas e logo em seguida comi tão faminta e avidamente que me questionei porque sairia de casa para o inferno antes de provar do paraíso. Juro que as panquecas da minha velha são as melhores que existem!

– Vejo que escondeu as marcas com faixa médica. – insinuou mamãe, desviando os olhos rapidamente para meu pulso quando a olhei curiosamente.

Engoli em seco antes de responder-lhe

– Vejo que Talinha já fez meu relatório. – comentei no mesmo tom insinuador, fazendo-a me olhar com irritação no olhar. Não entendi bem o porquê, já que eu sempre fui assim.

– Sua seção está marcada para as três da tarde, na Dra. Sandy. – informou papai, desviando os olhos rapidamente de seu jornal para registrar que estava realmente falando sério.

Pensei rapidamente em uma desculpa, mas sabia que não teria como. Poderia muito bem fingir ter ido e ficar na rua até dar o horário do fim da consulta, mas sabia que não funcionaria. A Dra. Sandy era uma grande amiga da minha mãe e tenho certeza que ela ligaria perguntando por que não compareci. Aí com certeza o problema cairia nas minhas costas, por não tê-los obedecido. Aí ferra tudo para mim e isso eu com certeza não queria.

E então de repente me senti enjoada por estar comendo toda aquela comida gordurosa. Empurrei meu prato pro lado e me levantei, recolocando a mochila sobre o ombro e me levantei.

– Perdi a fome. – respondi. – Você vem agora, Natalia?

Ela assentiu, limpou a boca com o guardanapo que estava em seu colo e se levantou vindo logo atrás de mim. Enquanto passávamos pela sala, peguei sua mochila e joguei-a para ela. Saímos pela porta e fui em direção à garagem. Como não havia necessidade de sair despercebida, iríamos na minha moto mesmo. Entreguei-lhe o capacete e subi na Harley Davidson vermelha**, sentindo-a abaixar ligeiramente quando minha irmã também a montou.

– Não vai mesmo colocar capacete? – perguntou-me enquanto eu girava a embreagem e me preparava para girar o acelerador. Quando neguei, ela continuou. – Já imaginava!

Soltei a embreagem e nós aceleramos, enquanto voávamos pelas ruas desertas de Salem. Eu nunca usava capacete, pois adorava o vento batendo em meus cabelos e em meu rosto e com o capacete isso com certeza dificultaria um pouco. Claro que poderia ser prejudicial a mim, mas para compensar eu sempre andava no limite certo de velocidade. Já era o bastante para sentir o êxtase que a liberdade de uma moto me trazia.

Ao chegarmos ao estacionamento do colégio Medson High, deixei meu bebê o mais próximo possível que a seção de motocicletas deixava do portão principal do prédio principal. Nossa escola possui uns cinco prédios. Em minha opinião, mais do que deveria para uma cidade relativamente pequena. Mas considerando que era um dos únicos dois colégios da cidade, deve ser o suficiente.

Natalia pulou da moto e me devolveu o capacete. Despediu-se com um aceno de cabeça e correu para encontrar suas amigas da turma do 1º ano B. Éramos muito amigas, inclusive na escola, mas como eu era um ano mais velha, tínhamos nossa própria turminha. E foi assim que me lembrei de que deveria correr. Terminei de passar a corrente pela moto e corri para o prédio C. Precisava, urgentemente, encontrar minha louquinha gótica*** e meus gêmeos brincalhões prediletos***! Eu sabia que eles poderiam me ajudar!


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Notas finais do capítulo

*http://todaperfeita.com.br/wp-content/uploads/2011/07/cabelos-curtos-2012.jpg
>>>>imaginem somente o cabelo, mas nao o loiro, o castanho bem escuro!<**http://i1273.photobucket.com/albums/y404/Ribelle_Rocker/Moto_zps29371cd3.jpg


E pra quem quiser uma prévia dos amigos da Bia, aqui estão, mas vou colocar no próximo cap tbm!
***http://i1273.photobucket.com/albums/y404/Ribelle_Rocker/Caroline_zps86f74f3e.jpg
****http://i1273.photobucket.com/albums/y404/Ribelle_Rocker/Gecircmeos_zps6203bad2.jpg

~~
E então o que acharam do capítulo? Cm erh minha primeira fic original, nao sei se estou deixando as coisas mto claras. Tem pessoas que abrem grupos no Facebook pra soltar spoilers e responder perguntas, mas qualquer coisa, mande uma MP, que eu respondo direitinho e nos detalhes pra quem quiser!

~Rocker