Sogno D'amore escrita por Rocker


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Segundo cap e eu já demorei >.< desculpa msm, mas minha vida anda MUITISSIMO corrida!! Mas quero agradecer a todos que comentaram e aê vai o segundo cap!!

ThaisParker, espero que este cap já ajude na sua dúvida *----*



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Capítulo 2

Voltamos para casa e eu ainda me perguntava como aquela velhinha havia desaparecido do nada. Não era possível que alguém simplesmente evaporasse sem mais nem menos! Eu posso jurar que senti algo diferente quando toquei o colar, algo que me deu calafrios. Mas também senti que não devia desistir, pois o colar parecia ter uma força magnética que me puxava para ele.

Bia, você está bem? perguntou Natalia.

Olhei em volta e percebi que o carro parara em frente a nossa casa. Abri a boca para tentar dizer alguma coisa, mas nada saiu. Então apenas assenti e sai do carro, correndo direto para a porta de casa. Senti um imenso cansaço e vontade de dormir, mas eu nunca o fazia sem antes todo um processo secreto de relaxamento, o qual mantinha em segredo, mas com parcial conhecimento da minha família.

Confuso, não?

Minha família sabe que eu mantenho um segredo em uma porta escondida do meu quarto, só não sabe exatamente o que é. E eu com certeza não pretendo dizer a eles.

Meu pai chegou à porta e a destrancou e assim que o fez eu corri escada acima, gritando rapidamente que eu não queria jantar. Qualquer coisa, mais tarde eu descia para pegar alguma coisa para comer. Mas agora eu estava mais preocupada em me fechar no quarto antes que Natalia viesse para conversar, como fazíamos todas as noites antes de deitar. Ela entendia que quando eu trancava a porta, era que eu não estava à vontade para passar horas da minha noite jogando conversa fora e falando da vida dos outros.

Tranquei a porta do quarto e me virei, analisando-o pelo que devia ser a quinquagésima nonagésima septuagésima sei lá que vez. Três paredes brancas num tom neutro e uma, onde fica a cabeceira da cama king zine, com o tom fosco de preto e uma grande caveira roxa no centro, logo acima da cabeceira. Um guarda-roupa branco simples, com detalhes em preto e uma mesinha com um notebook embaixo da janela. Uma imensa estante cheia de livros e quando digo imensa, é bem grande e com muitos livros e pôsteres colados na parede da porta. Pôsteres de bandas, como AC/DC, Linkin Park, Nickelback, Bon Jovi, Aerosmith, Nirvana, Beatles e The Pretty Reckless.

Um não muito típico quarto de uma adolescente.

Muitas pessoas em Salém esperariam algo mais como... Como o quarto de Natalia. Não com paredes rosa, mas sim com ainda bichinhos de pelúcias e a parede de cabeceira com papel de parede de flores. E todos os móveis brancos.

Joguei-me na cama, onde havia um lindo conjunto de forros pretos de caveiras brancas e relaxei o corpo, sentindo-me totalmente exausta. Depois de um tempo, levantei-me para trocar minha roupa por uma muda mais confortável. Um short curto e largo e uma blusa GG cinza, ambos manchados de tinta. Deixei o cordão ainda no meu pescoço, sem a menor vontade de retirá-lo.

Estava na hora de começar o processo secreto de relaxamento, como chamara anteriormente.

Então fui até o guarda-roupa, que sempre achava que era mais leve que o normal e o empurrei levemente alguns centímetros, o suficiente para uma menina magra como eu conseguir passar oi, modéstia! Havia um buraco na parede, do qual adentrei facilmente e rapidamente vi meu mundo secreto.

Quatro paredes com uma grande extensão, as quais estavam cheias de tinta em diversas telas imensas. Sim, eu pinto as paredes. Mas também há telas, escondidas no canto da parede de fundo, que estava desenhada com diversos arranjos de flores. Olhei à minha esquerda uma parede em branco, preparada para meu próximo trabalho e atrás de mim, onde havia uma grande tulipa vermelha, uma grande peônia branca e uma grande rosa azul.

Minhas flores favoritas.

À minha direita, uma tela em tamanho gigante de uma praia no por do sol, inacabada. Jornal espalhado pelo chão e uma paleta com tinta e pincel de silicone encostado à parede. Fui até lá e comecei meu trabalho de misturar gotas de tinta e, com toda a concentração do mundo, sem que nada me atrapalhe, pincelei os reflexos alaranjados que o sol dá no mar ao iniciar o crepúsculo.

Permaneci assim durante horas, completando o brilho solar no mar e nas nuvens à sua volta. Senti minhas pálpebras pesarem cada vez mais e parei meu trabalho, ainda longe de ser finalizado. Voltei ao meu quarto, empurrei o guarda-roupa para o lugar e peguei meu pijama para tomar um banho.

Não havia ninguém no corredor do segundo andar, e como não via luz alguma nos cômodos do primeiro andar, então constatei que deveriam ser aproximadamente meia-noite e todos já estavam dormindo. Voltei do banho e me joguei na cama sem tirar o colar, por que, por alguma razão, achei que deveria permanecer com ele sempre em contato com minha pele , adormecendo mais rapidamente do que eu imaginava ser possível.

E tive o sonho mais estranho que já tive em toda a minha vida.



Eu estava no quarto. No meu quarto. Como se eu nunca tivesse me deitado para dormir, somente fechado os olhos. As mesmas paredes brancas com uma única preta com caveira roxa. A mesma cama king zine com lençóis negros. O mesmo guarda-roupa branco e preto. Os mesmos pôsteres e o mesmo notebook. Mas havia alguma coisa diferente. Alguma coisa que não se encaixava exatamente em seu lugar.

E assim que passei os olhos pela segunda vez pelo local eu percebi o que era.

Um menino.

Um menino alto e moreno, com jeans negros e uma camisa preta, combinando com o boné também negro que cobria seus olhos que eu sentia estarem em mim com sua sombra. Ele abriu um sorriso feliz e veio até mim. Sentei em um pulo e me cobri mais com minhas cobertas, como se fosse possível me proteger com elas, fazendo-o parar instintivamente, receoso.

Sinto muito, não queria assustá-la. disse ele com uma voz rouca e grave, mas suave, numa tentativa falha de me acalmar.

Mas estava mais do que claro que eu não me acalmaria. Eu sentia que estava sonhando e até aí tudo bem. Mas simplesmente do nada um menino totalmente estranho aparece nele e fala normalmente. Estranho, mas nunca me lembro de alguém do meu sonho falar, de falar mesmo. Geralmente eu sabia o que eles diziam sem sair qualquer som.

Ele pareceu ver minha desconfiança.

Acalme-se, Beatriz, posso lhe dizer tudo o que quiser saber. franzi o cenho, ainda mais desconfiada.

Quem é você e como sabe o meu nome? perguntei, com a voz sonolenta e arrastada, mas firme e decidida, encolhendo-me mais contra mim mesma.

Ele veio até mim e se sentou ao meu lado e mesmo sem ainda conseguir ver seu rosto, percebi que sua expressão era de puro alívio. Afastei-me mais um pouco dele, afinal, não sou muito aberta com quem não conheço. Principalmente quando acho que pode estar se infiltrando na minha mente para participar do meu sonho. Aí eu fico me perguntando: quem seria o idiota que faria isso justo na minha cabeça? Só pode ser alguém que realmente não me conhece, pois de uma coisa pode saber, macumba pra cima de mim não funciona, já que minha mente não é lá a mais das inocentes. Ainda mais quando meu pijama é tão mini que bate meio palmo abaixo da minha bunda!

Ah, Bia, que isso! Esse negócio de bruxaria nem existe!

O menino abriu a boca para falar, mas de repente me senti tonta e minha visão foi se turvando e a última coisa da qual me lembro foi o menino segurando meu braço forte e pedindo, aflito, para que eu não fosse.

Mas então eu acordei.



Abri os olhos, assustada, e olhei ao redor, vendo que o menino antes sentado ao meu lado na cama, foi substituído por Natalia, que continuava a me balançar mesmo após ver meus olhos abertos.

Para, Talinha, eu já acordei! resmunguei, virando-me de lado para esconder meu rosto no travesseiro.

Mas então me lembrei de que não queria voltar a dormir. Bem... Tudo bem que o menino moreno que estava aqui era muito bonito, mas aquilo me assustou. Não era normal um menino aparecer assim em um sonho. Tudo bem que meus sonhos nunca foram dos mais normais: vacas voando, apocalipse zumbi, eu agente da CIA, uma mangueira virando cobra, Terceira Guerra Mundial...

Mas nunca um menino aparecendo no meu quarto.

Levanta logo, Bia! chamou Natalia, puxando as cobertas de cima do meu corpo.

Levantei as mãos instintivamente para cima, protegendo meus olhos dos raios que entravam pela janela, fechando os olhos fortemente.

Beatriz Carter, explique que vermelho é esse no seu braço! exigiu minha irmã, com uma voz firme e dura que eu nunca havia ouvido antes, geralmente eu era assim, enquanto ela era livre e espontânea.

Abri os olhos, amedrontada e receosa, já desconfiada do que poderia ser. Olhei para Talinha primeiramente e ela olhava firmemente para meu braço. Segui seu olhar e vi marcas dos cinco dedos em meu punho, onde o menino do sonho havia apertado para me impedir de acordar. Cinco longos dedos grossos, que com certeza nunca seriam meus e Natalia sabia disso.

Agora eu estava mais do que certa que aquilo não seria um sonho comum.


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Notas finais do capítulo

Quero opiniões, só a minha nao dá *-------* hahahahaha'