A Intercambista escrita por Gabriela Alves


Capítulo 1
Cherry Bomb


Notas iniciais do capítulo

YOOOO NINJAS!
Pra quem já me conhece, sabe que é a minha primeira longfic cujo casal central é NejiTen. Além do mais, você sabem o quanto eu gosto de aprontar nas fics hehe
Pra quem não me conhece, digo o mesmo kkkkkk A diferença é que devo alertá-los: costumo fazer coisas inusitadas e sou meio doidinha kkkk Mas nada que uma boa dose do meu tarja preta não resolva ;P Brincadeira gente kkkkkk
Espero que curtam "A Intercambista"
Música do capítulo: Cherry Bomb - The Runaways
Boa leitura :D



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“Hello world, I’m your wild girl”

            Ele não era uma das pessoas mais pacientes do mundo. Tinha complexo de pontualidade, ou seja, não suportava atrasos. Para sua sorte, o voo da intercambista estava uma hora e meia atrasado. Ele se sentia um idiota segurando a plaquinha com o nome dela. Deu mais uma conferida no papel em suas mãos, como se ainda duvidasse do nome da garota: Mitsashi Tenten. Ele havia sido informado de que a garota era brasileira, mas por que diabos ela tinha nome e sobrenome provenientes do Japão? A resposta que recebera da reitora da Universidade fora que a moça era descendente direta de japoneses e que, inclusive, era fluente na língua – para a sorte dele.

            Correu os olhos perolados por todos os portões de desembarque internacional, mas não viu ninguém que se encaixava na descrição que recebera – cabelos e olhos castanhos, pele levemente morena e estatura mediana. Sentiu uma veia pulsar em sua testa, prova de que estava ficando cada vez mais frustrado. Conferiu o relógio novamente, os ponteiros marcavam quatro e quarenta e três da tarde. Esperou por mais cinco minutos e nada. Resolveu, então, que tomar um café seria uma boa opção.

            Assim que voltou aos portões, viu que várias pessoas saíam e algumas até reclamavam do atraso de um certo voo. “Deve ser o dela”, ele deduziu. Ergueu a plaquinha na altura do peito, deixando-a bem visível, mas não se acomodou e continuou a procurar pela jovem de cabelos cor de chocolate e pele morena. Percebeu que um par de olhos se fixou no papel em suas mãos e resolveu analisar a pessoa. Cabelos e olhos castanhos, pele morena, estatura mediana e... um estilo totalmente chamativo.

            Ele havia sido alertado de que Tenten era estudante de Artes Plásticas e que não devia esperar que ela fosse comportada e discreta. Sentiu seu estômago se revirar, mas forçou um sorriso amigável. Percebeu a garota vindo em sua direção e não teve dúvidas: era ela. Rezou para que houvessem duas Mitsashi Tenten de cabelos castanhos naquele aeroporto, mas seu pedido não foi atendido.

            - Senhor Hyuuga Neji? – Ela perguntou, em japonês.

            - Sim. – Ele estendeu a mão para cumprimentá-la. Está certo que japoneses costumam se curvar quando conhecem, mas ele tivera o cuidado de pesquisar um pouco sobre alguns costumes brasileiros. – É uma satisfação conhecê-la.

            - A recíproca é verdadeira. – Ela disse com um sorriso nos lábios.

            Neji olhou para as quatro malas – todas aterrorizantemente coloridas – no carrinho que ela estivera empurrando até então e soube que precisaria ajudá-la com aquilo. Os dois travaram uma breve batalha sobre quem empurraria o carrinho até o carro de Neji, mas Tenten acabou cedendo.

            Enquanto a guiava para o estacionamento, Neji não disse uma única palavra, apenas ficou observando-a com o canto dos olhos. As calças vermelho-sangue que ela usava estavam apavorando-o, assim como a blusa toda florida, sem contar com os sneakers dourados – dourados! –, que chamavam a atenção de todos os japoneses recatados que passavam por ali. Para completar, ela tinha uma tatuagem de dragão – aparentemente um dragão fêmea – no braço esquerdo e, ainda por cima, um piercing em cada orelha.

            - Você vai gostar de Tóquio. – Foi tudo o que ele conseguiu dizer, ainda em choque por causa do estilo de Tenten.

            - Aposto que sim. – Ela concordou enquanto pousava as mãos no peito em sinal de encanto. – Sou apaixonada pela cultura japonesa. Meu Deus! Tudo que vem daqui é tão maneiro!

            Neji se sentiu ainda mais desconfortável após ouvir o vocabulário questionável da jovem estudante, mas não fez nenhum comentário.

            Quando chegaram ao carro do professor, nada menos do que um Hyundai HB20 preto, Tenten comentou:

            - Você tem um bom gosto para carros.

            Como resposta, Neji deu um breve sorriso e colocou as quatro gigantescas malas da moça no porta-malas. Ao adentrarem no carro, Neji ligou o rádio e deliciou-se com o Gagaku, um tipo de música direcionado à corte japonesa da Era Nara. Aos ouvidos do homem, a música era solene e por si só impunha respeito. Já para a garota sentada no banco do carona, era extremamente entediante e dava muito sono.

            - Por Deus! Você não tem uma música mais animada, não? – Ela questionou.

            - E que tipo de música seria considerada animada para você? O Gagaku tem uma beleza magnífica, uma complexidade musical que me fascina. Surpreende-me que você, que se diz apaixonada pela cultura japonesa, não aprecie o Gagaku. – E deu um sorriso de escárnio.

            Ela revirou os olhos castanhos e disse:

            - Eu tenho rock correndo nas veias, Neji. Para uma pessoa como eu, que ouve quase todos os subgêneros do rock desde criança, é muito difícil suportar músicas lentas.

            Neji franziu as sobrancelhas, constatando que aquela garota lhe traria problemas. Ela era diferente demais, totalmente o oposto dele. Ao abrir a porta de sua casa para intercambistas, ele não imaginou que teria de ser responsável por uma estudante de Artes Plásticas que tinha roupas aterrorizantes, tatuagens, piercings e um gosto musical que, para ele, era duvidoso. Olhando mais uma vez para Tenten, Neji torceu para que ela fosse o tipo de moça que preferia passar o sábado à noite em casa, comendo pizza e assistindo à televisão.

            - Então, você é professor, certo? A reitora da minha Universidade no Brasil disse isso.

            - De Direito Constitucional. – Ele esclareceu.

            - Se você é formado em Direito, por que escolheu dar aulas ao invés de exercer sua profissão como advogado, juiz, promotor ou algo do tipo?

            Neji deu de ombros.

            - Digamos que alguns acontecimentos da minha vida me fizeram abandonar a carreira de advogado.

            Tenten o analizou por alguns instantes. Mal o conhecia, mas acabara de perceber que era melhor não tocar naquele assunto.

            Assim que chegaram ao pequeno prédio onde o Hyuuga morava, os dois pegaram, com muita dificuldade, as malas da garota e subiram de elevador para o quinto andar. Neji destrancou a porta, revelando um apartamento que, se não fosse pela organização impecável, pareceria um ovo, de tão pequeno que era. Tenten adentrou na sala de estar e analisou o ambiente. Paredes beges, sofás e poltronas em couro negro, móveis de madeira, uma estante com muitos livros e uma televisão suficientemente grande para um lugar tão apertadinho.

            Neji a conduziu por um corredor, levando-a até a última porta. Ele girou a maçaneta e permitiu que Tenten entrasse primeiro.

            - Esse será seu quarto durante os seis meses de intercâmbio.

            Ela não esperava que o quarto tivesse um tamanho tão adequado. Talvez, aquele fosse o maior cômodo do apartamento. Mesmo com uma cama de solteiro, escrivaninha, guarda-roupas e uma porta – que devia dar para o banheiro -, o quarto ainda parecia enorme. Havia espaço suficiente para que ela colocasse seus utensílios procedentes da faculdade que cursava, como cavaletes, caixas de pincéis e afins.

            Tenten notou, mais uma vez, que a organização reinava no apartamento do Hyuuga. Ele havia deixado o quarto no ponto para quem precisasse usá-lo. Sobre a cama, haviam dois travesseiros e um edredom, tudo branco. O chão estava limpo, assim como a mobília e o parapeito da janela. Tenten abriu a porta branca e se deparou com um banheiro que parecia brilhar, de tão limpo que estava. Sobre o balcão, uma toalha de rosto e outra de banho, ambas brancas, a esperavam. Dois sabonetes e uma caixa de creme dental estavam dispostas ao lado das toalhas.

            - Sua organização me impressiona. – Ela comentou. – Parabéns.

            Neji coçou a nuca. Ele já era um homem feito, não se intimidava com elogios. Entretanto, aquela era uma mania que, desde a adolescência, o acompanhava.

            - Fique à vontade, Tenten. Pode fazer uso da cozinha, da sala, de tudo que precisar.  Caso seja necessário, estarei no quarto ao lado.

            Tenten deu um risinho.

            - Algum problema? – Ele perguntou, erguendo uma das sobrancelhas.

            - Nenhum. – Ela mordeu o lábio inferior. – É só que o jeito que você fala é muito engraçado. Todo formal, sem deixar as regrinhas gramaticais de lado. – E riu novamente.

            Dessa vez, ele sentiu um calorzinho em suas bochechas.

            - É uma mania. Imagine um adolescente de dezesseis anos falando assim. Eu era desse jeito.

            - Tenho certeza de que a diferença entre você e os outros garotos da sua idade era exorbitante.

            Neji arregalou minimamente os olhos, cuja cor era totalmente diferente de todas as que Tenten conhecia: eram olhos perolados e sem pupila.

            - A estudante de Artes usou uma palavra elegante.

            E, após esse comentário, deixou-a sozinha com seus afazeres.

            Para Neji, aquela garota era diferente de qualquer uma que ele já havia conhecido. Mesmo com poucas horas de convivência, ele podia dizer que ela era como uma bomba – incontrolável, imponente. Por ser totalmente o oposto de Neji, Tenten era capaz de causar devastações arrebatadoras na vida daquele professor de Direito Constitucional. Ele teria que aprender a lidar com uma jovem que devia ser cerca de dez anos mais nova do que ele, se não mais. Teria que conviver com aquela garota com roupas nada discretas e um vocabulário que, para ele, era incômodo. Além do mais, ela provavelmente deixaria uma marquinha ou outra de tinta a óleo em algum canto do apartamento.

            Mas ele havia se disponibilizado para receber intercambistas. Agora, teria que conviver com aquela garota incontrolável. 


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Notas finais do capítulo

O que vocês têm a dizer só com o primeiro capítulo, heim? Espero que tenha chamado a atenção de vocês.
Dessa vez, as notas finais/iniciais estão pequenas, mas aumentarão ao longo da fanfic kkkkkk Quem me conhece, sabe disso o//
Para os leitores de "A Princesa do Deserto": eu não vou abandonar a fanfic, ok? Continuarei postando normalmente, uma vez por semana ;) mas agora tenho duas fics para atualizar (isto é, se essa daqui receber reviews).
Beijos sabor Neji Hyuuga e até o próximo capítulo :*