Parei para pensar um minuto. Olhando bem no fundo daqueles olhos acinzentados eu percebi que tinha certeza daquilo. Naquele momento eu percebi que, apesar de aquilo ter começado de uma forma errada, eu o amava.

— Sim, Draco Malfoy, tenho certeza que eu quero isso. — Ele sorriu de lado, voltando a me beijar, no começo calmo e com paciência e em seguida com avidez.

Confesso que estava com um pouco de receio, afinal, ele foi a primeira pessoa com a qual eu estava disposta a ir tão longe. Além disso, não conseguia parar de pensar que nós dois nunca iríamos realmente dar certo. Quer dizer, ele era um sonserino e eu uma grifinória. Ele era um sangue-puro de família preconceituosa, e eu, uma nascida trouxa. Havia um grande abismo de diferenças nos separando. E mesmo com todos esses pensamentos que me vinham o tempo inteiro, dizendo que nada iria dar certo, eu só quis me entregar de vez ao momento. E foi exatamente o que fiz. Me concentrei na boca macia, naqueles beijos e iam descendo até o meu pescoço e que me faziam arrepiar.

Ele começou a me empurrar para o seu quarto, sem parar de me beijar. Deixei que ele me carregasse, estando de costas para direção a qual ele nos levava até que senti alguma coisa macia tocando minhas pernas. A cama. Fui gentilmente colocada em cima da cama e ele logo ficou por cima de mim, parando de me beijar por alguns minutos para tirar a camisa. Acho que eu nunca me acostumaria a ver aquele deus grego sem camisa. Por que, puta merda, é muita gostosura para uma pessoa só!

Voltou a me beijar, agora descendo as mãos, passando por todo meu corpo, me fazendo ficar cada vez mais ficar arrepiada. Buscou o zíper do meu vestido e ergui o corpo para ajuda-lo a tirar. Fiquei bem envergonhada com o olhar que o loiro me lançou, chegando a ficar até vermelha.

— Já disse como você é linda? — Perguntou sorrindo malicioso, me fazendo ficar ainda mais envergonhada.

Meu sonserino começou a descer os beijos, fazendo uma trilha que deixava minha pele ardendo, subindo cada vez mais meu desejo. Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, o loiro começou a tirar meu sutiã, enquanto um dos meus seios era massageado, pequenos beijos eram depositados no outro. Minha mente começou a dar sinais de que ia parar de funcionar, e eu não sei se aquilo deveria me fazer ficar em pânico ou extasiada. Soltei um gemido completamente involuntário, acho que nunca tinha me sentido tão excitada como naquele momento.

Ele começou a descer os beijos e foi puxando minha calcinha, o medo foi inevitável, e a vergonha também. Segurei o fôlego ao sentir os lábios dele roçando em meus quadris e na parte mais sensível de minhas coxas. Meu corpo inteiro era puro prazer, fechei os olhos inclinando a cabeça para trás quando os lábios de Draco deixaram uma trilha de fogo no meu ventre. Eu juro, em toda minha vida, nunca tinha sentido uma sensação tão maravilhosa como esta!

— Draco — gemi seu nome esperando que ele entendesse que naquele momento eu necessitava de mais, eu precisava dele.

— Eu sei... — Falou se levantando e terminando de tirar a roupa, ele pegou um preservativo na gaveta. Bem pensado... — Prometo ir devagar, mas se sentir muita dor me avisa que eu paro e a gente tenta de novo. — disse me olhando nos olhos. Sinceramente, achei super fofo da parte dele, isso mostrava que ele se preocupava comigo. Eu assenti em resposta, ansiosa pra que tudo começasse logo. Assisti enquanto ele se preparava e voltava na minha direção. As minhas pernas já estavam levemente abertas, mas o loiro tocou minha coxa e abriu mais um pouco.

Certo Hermione. É isso. Fechei os olhos e mentalizei uma mantra, que deveria funcionar: Você não vai sentir dor, não vai sentir dor... Arg! Isso dói pra caramba! Segurei um grito. Ele continuava parado, mas não demorou muito e ele começou a se movimentar vagarosamente. Conforme os minutos iam passando, a dor logo ia dando espaço para o prazer. Abri meus olhos novamente, e aqueles olhos cinza me encaravam cheios de preocupação, provavelmente com receio de ter me machucado, levantei um pouco a cabeça e o beijei, para mostrar que estava tudo bem. Os movimentos iam aumentando e eu tentava não fazer muito barulho, mas conforme ele aumentava a velocidade, aumentava também a dificuldade de me manter calada.

Naquele momento eu entendi aquelas histórias que narravam sobre como os corpos se sincronizavam sozinhos. Ele começou a gemer meu nome e eu o dele naquele prazer maravilhoso, que provavelmente ele também estava sentindo. Por fim, nós dois chegamos ao ápice juntos, e essa sensação simplesmente não tem como ser descrita. Ele me beijou mais um vez, caindo exausto ao meu lado, me puxou para deitar no seu peito, e nós ficamos em silencio.

Eu não sabia que horas eram, mas a lua estava alta iluminando o quarto. No meu rosto havia um sorriso que eu não conseguiria tirar nem que quisesse. Mas, sinceramente? Naquele momento eu não queria, estava feliz como nunca estive na minha vida. Um sentimento de satisfação batia no peito, me mostrando que eu estava certa e que tinha feito o certo, e que mesmo as escolhas erradas podem ser certas, quando queremos.

Minha respiração começou a ficar mais pesada, o sono chegou e meus olhos começaram a se fechar. Já estava beirando a inconsciência e não sei se o que eu ouvi foi a verdade ou apenas minha mente querendo me pregar uma peça em, mas o ouvi um “eu te amo” que logo foi coberto pela escuridão do sono.

P.O.V. Draco

Eu a observava dormir, enquanto a luz do luar tocava seu rosto. Acho que nenhuma cena seria tão bela quanto essa, e também acho que foram poucas as vezes que me senti realmente feliz, como o que estava agora.

O que eu estava sentindo por aquela grifinória... Nunca tinha sentido nada igual por nenhuma outra garota. Com as outras tudo se resumia em diversão, um simples passa tempo, mas Hermione me fazia sentir diferente, ela tinha o poder de me irritar e me acalmar, de me deixar triste e feliz... Eu adorava seus joguinhos e gostava até de todas as brincadeiras idiotas.

Eu havia mesmo dito que eu a amava? Aparentemente sim. Foi tão automático que não consegui evitar, as palavras simplesmente saltaram da minha boca. Isso começava a me deixar angustiado, afinal será que um dia ela poderia me amar dessa forma? Estávamos nesse “namoro” por uma mera vingança contra o ex dela. E se eu não passasse disso para ela? E se essa noite para ela não significou nada alem de desejo por mim? Por que, convenhamos, eu sou gostoso o suficiente pra que ela ficasse comigo só por desejo. Mesmo assim, estamos falando de Hermione Granger... Ela não faria algo assim por desejo, certo? Mas ela mudou demais, convivendo com Pansy por tanto tempo...

Acho que esses pontos de interrogação não sairiam tão cedo da minha cabeça. Olhei para ela mais uma vez, e percebi que eu queria mesmo aquela garota só para mim, sem nenhuma brincadeira, sem nenhuma vingança... Só eu e ela. Se eu precisasse conquistar ela de vez, eu o faria não importava o tempo que iria precisar.

E com minha mente borbulhando esses pensamentos, acabei dormindo ao lado na minha morena.

Continua...