Alice No País De Aslam escrita por Bengie Narnians


Capítulo 19
A Batalha de Alice Kinsley - Parte II


Notas iniciais do capítulo

NAO ME MATEM! Leiam as notas finais...



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No capítulo anterior:



Feiticeira e rainha se encararam em silencio enquanto se aproximavam uma da outra apenas mantendo os olhares em uma linha cruzada. O medo e a insegurança de enfrentar uma batalha que antes dominavam os pensamentos de Alice deram espaço para uma nova sensação, uma sensação de vazio e frieza que haviam sido estimuladas pelo ódio dirigido a mulher a sua frente. Ao ouvir as cruéis palavras proferidas pela feiticeira, Alice esqueceu-se de toda sua doçura de menina e de sua bondade e tudo pelo que ela ansiava era fazer justiça em nome do seu rei. Ela se preparou segurando sua espada enquanto firmava os passos e esperou pelo momento exato de atacar...


Agora:


Alice andou em um circulo perfeito antes de atacar a feiticeira com sua espada em punho. A arma nas mãos de Alice parecia ter vida e desejo próprio, como se a estimulasse a lutar bravamente sem temor algum. A rainha manteve a concentração e o olhar fixo em sua oponente até que finalmente dar o primeiro golpe, e assim dando inicio a luta. A feiticeira usou sua arma mortal para impedir o golpe da espada de Alice. Os golpes eram rápidos, mas a feiticeira tinha destreza e habilidade para se desviar dos ataques de Alice, que estava determinada a ferir sua rival sem piedade, como ela teria ordenado que fosse feito com o rei. Enquanto lutava contra a mulher a sua frente, Alice via os olhos do rei diante de si, vindo e indo a sua mente, cada vez mais vivos. Alice estava aguentando firme tirando forças de onde ela sequer sabia, mas sendo o mais forte que podia em nome de Nárnia, e em nome de Aslam, mesmo enquanto seu coração estava se partindo em pedaços todas as vezes que pensava em Caspian, cheio de vida tomando-a em seus braços, depois deitado naquele leito, fraco, sem poder se levantar sequer para olhar nos olhos de sua rainha. A luta permaneceu equilibrada durante um tempo, enquanto uma tentava acertar o corpo da outra usando suas armas em punho. Então a feiticeira quebrou o silencio que havia entre elas, ocupado apenas pelo confronto de suas armas de guerra:

– Muito bem Alice! Está indo muito bem... –ela sorria diabolicamente. – Mas ainda é fraca! Não tem força o suficiente para me derrotar! Vai precisar muito mais do que sua raiva e seu amor pelo reizinho para me vencer!

– Ahh. –Alice gritou enquanto girava seu corpo e lançava a lâmina de sua espada contra a mulher.

– Fraca! –a feiticeira riu. – Você é fraca! –ela gargalhava enquanto não aparentava cansaço.

– Não dê ouvidos à ela Alice! –disse Lúcia.

– Eles realmente acham que você pode vencer! –a feiticeira atingiu Alice no braço fazendo-a cair. – Mas não pode!

– Suas palavras venenosas não me farão desistir. –Alice se levantou e desviou de um novo ataque. – Vou fazer com que pague pelo que fez a este mundo e a essas pessoas... –disse Alice correndo até a mulher e saltando sobre ela.

A feiticeira caiu sobre os tornozelos, enquanto erguia sua arma impedindo que a lâmina da espada pesada de Alice lhe ferisse o rosto. Mesmo assim, ela não tirava o sorriso do rosto que insultava Alice e estimulava sua ira.

– Posso fazer isso por horas! –ela riu empurrando Alice e se levantando.

– Não vai durar tanto tempo. –respondeu a loira sentindo alguns fios de cabelo se soltando.

– Me diga Alice, passou a noite acordada ao lado do rei não passou? –a feiticeira manteve o sorriso irônico na face enquanto ambas lutavam. – Falando com ele como uma doce esposa zelosa!

– Não fale dele... –Alice cerrou os dentes e partiu com mais fúria pra cima da mulher.

– Seu rosto aparenta cansaço. Deve ter ficado ao lado dele esperando que ele acordasse! –ela riu. – Disse a ele o quanto o amava, disse?

– Cale-se! –Alice gritou com os olhos molhados.

– Não a escute Alice. –gritou Pedro.

– Não escute a feiticeira malvada Alice! –debochou a mulher.

– Ela está tentando lhe deixar fraca, não permita. –se manifestou Edmundo.

– Você é tola! –disse a feiticeira. – E eles mais ainda por acreditarem que pode me vencer... –assim ela atacou Alice acertando-a nas costelas com as laterais de sua arma sem ferir apenas batendo com força.

Alice sentiu a pancada sobre a armadura que lhe protegia e fraquejou deixando a lâmina de sua espada tocar o chão. Assim a feiticeira aproveitou para erguer sua arma e tentar acertar Alice mais uma vez, mas a loira se jogou no chão erguendo a lâmina de sua espada pesada perfurando a cintura da feiticeira antes que esta lhe acertasse. O corte foi efêmero e não causou muito estrago, mas fez com que a mulher se afastasse cobrindo o ferimento. Alice viu o sangue na ponta da espada e respirou fundo se levantando. Ela girou a espada em mãos, pelo cabo e firmou os olhos ainda molhados na face da oponente dizendo:

– Acabou...

– Ainda não... –disse a feiticeira com o olhar tomado de ira enquanto via seu sangue em mãos. – Ainda tenho uma surpresinha pra você!

Ela riu e ficou ereta erguendo os braços para o céu e invocando um tipo de feitiço de magia negra que cobriu o céu noturno com nuvens cinza. Alice e os outros ergueram os olhos para o alto vendo que um tipo de tempestade se formava criando raios e trovoes sobre suas cabeças. Um vento forte soprou ao redor do lugar erguendo as folhas secas caídas no chão, e girando-as ao redor da feiticeira. Seu vestido negro parecia envolvê-la por inteiro erguendo-se e transformando-se em algo impossível de descrever. Alice cobriu os olhos sendo empurrada pelo vento, enquanto a sua oponente se transformava em algo bizarro e demoníaco. As vestes negras tornaram-se asas imensas e seu corpo ficou coberto por escamas e ossos a mostra. Logo a mulher tornou-se um gigantesco dragão negro com dentes e garras afiadas tomando uma dimensão impossível de ser atacada por uma simples espada. O vento forte soltou os cabelos de Alice fazendo com que os mesmos lhe cobrissem o rosto. Quando a rainha teve uma visão clara do que estava a sua frente, ficou em choque assim como todos os outros reis que sentiram seus cavalos recuarem alguns passos atrás. O imenso dragão mostrou seus dentes enormes rugindo alto e provocando um som medonho quase ensurdecedor que fez com que Alice cobrisse os ouvidos. O dragão lançou uma de suas patas contra o peito da loira a jogando longe. Alice caiu com as costas no chão quebrado e deixou sua espada cair a alguns passos de si. Ela tentou se levantar para pegar, mas o grande dragão se aproximou batendo suas asas tentando cobrir o corpo de Alice, enquanto esta girava o corpo no chão fugindo do ataque. Sua espada permaneceu no chão, enquanto ela se levantava e corria pelo outro lado para se proteger das garras do dragão que a perseguia.

– A espada! –disse Lucia avisando os irmãos.

– Alguém precisa ajudá-la. –continuou Edmundo.

– Como vamos chegar perto? –perguntou Susana.

– Use suas flechas Susana. –gritou Lucia.

– Tente afastá-la de Alice, eu vou tentar pegar a espada. –disse Pedro.

– Cubra o caminho para Pedro. –disse Edmundo puxando as rédeas de seu cavalo e seguindo para o outro lado para distrair o dragão.

Susana apanhou seu arco e começou a lançar suas flechas que apenas acertavam as asas do dragão sem lhe causar sequer um arranhão. Mesmo assim ela continuou, enquanto via Edmundo correndo ao redor do mesmo para distraí-lo.

– Não está adiantando. –disse Susana.

– Continue tentando Susana. –disse Lucia.

Pedro correu com o cavalo até a espada vendo o dragão tentando acertar Edmundo. Quando os olhos do rei justo se cruzaram com os de Pedro, o dragão compreendeu o plano e se apressou a atacar Edmundo derrubando-o do cavalo e logo voando até Pedro fazendo o mesmo. Alice por sua vez, parou no meio do caminho sem saber o que fazer, então ouviu os soldados da feiticeira entrando na batalha para defender sua rainha feiticeira. Pedro gritou caído no chão para que Lucia desse a ordem ao exército para que este se apresentasse. Ambos os exércitos se confrontaram no centro das ruínas enquanto o dragão atacava Alice que para se defender subiu as escadas descobertas por paredes e seguiu para o topo. Alice se viu encurralada no final do piso ao perceber que havia ido alto demais, quando pensou em voltar se deparou com o imenso dragão a sua frente e apenas pode se afastar dando alguns passos para trás. Algumas pedras caíram lá de cima sendo chutadas pelos pés da rainha que estava desesperada sem saber o que fazer. Então quando estava prestes a ser atacada pelo dragão, ela ouviu a voz de Aslam dentro de sua cabeça:

– A espada pertence a você, ela apenas atenderá ao seu chamado Alice... Ela virá até você... –as palavras ecoaram na sua mente fazendo com que Alice voltasse seus olhos para o piso baixo das ruínas e avistasse sua espada caída lá embaixo entre os soldados.

Sem muita certeza do que estava fazendo, mas confiando plenamente nas palavras do grande leão ela fechou os olhos apertando-os e abriu os braços. Algumas cenas rápidas passaram diante dos seus olhos, contando a historia de sua vida, desde menina correndo para os braços do pai, até o dia em que viu os olhos de Caspian pela primeira vez. Alice sentiu um calor forte tocando seu corpo e passando por cada poro de sua pele como se uma força saísse de dentro dela. Esta mesma força se manifestou também em toda a lâmina da espada que começou a se mover no piso quebrado e logo se ergueu. Quando o dragão estava pronto para atacar Alice com um golpe mortal, a rainha abriu os olhos e sentiu o cabo da espada se unindo a sua mão. Alice desviou do ataque do dragão passando por baixo do mesmo e erguendo sua espada transpassando o peito do gigante desde o coração até a barriga abrindo-a. O dragão urrou em um som estridente enquanto sentia seu sangue se espalhar pelo piso das escadas enquanto Alice ficava de joelhos, com a espada entre as duas mãos e com a cabeça abaixada respirando fundo. Logo a carcaça do monstro despencou do topo das ruínas colidindo contra o chão chamando atenção de todos. Os dois exércitos interromperam a batalha para ver o ocorrido, enquanto o corpo do dragão voltava a sua forma original, deixando assim o corpo sem vida da feiticeira deitado sobre o piso. Sem uma líder para seguir com a batalha os soldados se renderam largando suas armas, e entregando a batalha. Alice ergueu os joelhos do chão e desceu as escadas indo ao encontro dos reis que andaram até ela.

– Acabou Alice! –disse Pedro. – Você conseguiu.

– Vencemos! –disse Lucia.

Alice apenas os encarou enquanto segurava sua espada que ainda mantinha o mesmo brilho. A rainha desviou dos demais e caminhou até o corpo da feiticeira. Enquanto os Pevensie se olhavam entre si, o céu se cobriu de estrelas e as sombras da noite aos poucos foram se dizimando. Alice ergueu os olhos para o céu e deixou que suas lágrimas caíssem de seus olhos molhando sua face, enquanto ela caia de joelhos ao lado do corpo da mulher morta. Sua espada caiu ao seu lado, enquanto esta apertava os olhos e deixava toda sua dor fluir. Susana correu até a loira e se prostrou de joelhos ao lado dela tomando-a nos braços e cedendo seu colo amigo. Os outros também se aproximaram enquanto o exercito rendia os soldados da feiticeira e apenas observaram enquanto Susana consolava a rainha:

– Está tudo bem Alice. Está tudo bem... –ela dizia afagando os cachos da loira.

Susana voltou os grandes olhos agora tristes na direção dos outros que também sentiam a melancolia que se apossava da rainha Alice. A loira apenas fazia chorar sem conseguir dizer uma só palavra, até que recebeu a ajuda de Pedro assim como de Susana para se recompor e sair dali. Todos tomaram seus cavalos, e mesmo sabendo da vitória eminente de seu povo regressaram ao palácio com os ombros baixos e com o peso de uma derrota sobre os mesmos. Apenas Susana e Pedro trocaram algumas palavras ao longo do caminho, e foi para discutir sobre o estado de Alice. Esta permaneceu quieta a frente de todos, com o olhar fixo e distante olhando adiante. Assim que cruzaram os portões do palácio foram recebidos por Eustáquio que os esperava em pé diante da entrada principal do castelo. Alice franziu a testa ao ver a expressão triste no rosto do garoto.

– O que aconteceu Eustáquio? –perguntou Susana.

O garoto não conseguiu dizer uma só palavra, apenas apertou os olhos e começou a chorar enquanto sacudia a cabeça em negação. Alice sentiu seu coração apertado no peito, e sua garganta se fechando, o que fez com que ela descesse do cavalo rapidamente e passasse pelo loiro correndo e entrasse no palácio. Todos saltaram de seus cavalos e seguiram Alice, levando Eustáquio com eles. Alice atravessou os corredores arrancando as proteções ao redor do seu corpo e seguiu até o cômodo onde se encontrava o rei. Assim que passou pela porta, ela viu o doutor cabisbaixo em pé ao lado da cama, enquanto as amas chorosas cobriam o corpo do rei com um lençol branco.

– Caspian? –disse Alice com os olhos tomados de lágrimas. – O que...?

O doutor ergueu os olhos na direção da rainha e fez um aceno negativo. Alice se aproximou da cama, e afastou as amas retirando o lençol de sobre o corpo de Caspian e vendo sua face pálida e sem expressão.

– Não! –ela gritou aos prantos se jogando sobre o corpo e abraçando o mesmo. – Não Caspian, não... –ela o envolveu com toda sua força.

– Alic... –assim que cruzou a porta e viu a cena, Pedro ficou mudo.

Os outros invadiram o cômodo e encontraram Alice sentada na beira da cama de dossel agarrada ao rei totalmente sem vida. Lucia cobriu os lábios imediatamente balbuciando:

– Caspian... –ela sentiu os olhos queimarem e logo se prostrou a chorar.

Susana teve a mesma reação e abraçou a irmã. Edmundo se aproximou da cama, com os olhos vermelhos tentando ser forte, mas era impossível Caspian sempre fora como um irmão mais velho, um grande amigo de todas as horas. Edmundo amava o rei como se este tivesse seu próprio sangue, eles eram de fato da mesma família e foi duro vê-lo assim. Edmundo se colocou de joelhos ao lado da cama e encostou sua cabeça na madeira da mesma enquanto segurava uma das mãos do velho amigo.

– Tentamos fazer o possível... –disse o medico. – Mas ele não... Seu corpo não resistiu...

– Não podemos fazer nada? –disse Lucia chorosa.

– Infelizmente não Lu. –disse Pedro com os olhos úmidos.

– Aslam! –gritou Alice erguendo o rosto e olhando os outros. – Chame Aslam, ele deve ter poder para salvá-lo, chamem-no, vamos chamem-no... –ela estava desesperada. – Chamem-no, por favor, chamem-no... –ela voltou a chorar e a tocar o rosto do rei. – Ele está frio... –ela dizia em voz miúda. – Caspian... Acorde, por favor, acorde... Não faz isso comigo. Não pode... Não... –seu rosto afundou no pescoço do rei.

– Ele se foi Alice... –disse Edmundo tocando o ombro da rainha. – Infelizmente Caspian... –ele teve dificuldade. – Está morto.

Alice esboçou um grunhido de choro e continuou onde estava. Edmundo se afastou da cama e saiu do quarto sem saber lidar com a dor que estava sentindo. Pedro tentou confortar as duas irmãs que estavam inconsoláveis de pé ainda na porta sem coragem de se aproximar mais. Depois disse:

– As amas precisam cuidar do corpo. –ele disse com a voz arranhada. – Cuidem de Alice. Eu vou falar com Ed.

Ele se afastou e seguiu até a sala do trono onde Edmundo andava de um lado para o outro.

– Não há nada que ele possa fazer? –disse Edmundo irritado ao ver Pedro.

– Quem Edmundo?

– Aslam? Ele pode... Pode trazer Caspian de volta não pode? –ele dizia aos berros.

– Sabe que não é assim que funciona...

– Não. Ele é o rei, quem governará Nárnia? –disse indignado.

– Ed...

– Não está certo. Lutamos por Nárnia, fizemos tudo por este lugar, Aslam nos deve. Ele deve isso a Alice...

– Precisa se controlar Edmundo. Isso não vai ajudar.

– Não está certo... –ele se afastou. – Não está certo...

Pedro respirou fundo buscando forças, ele sabia que era o único ali que deveria ser forte o suficiente por todos os outros. Ele também estava triste, Caspian era um grande rei, um grande amigo, era justo, e bom. Era uma grande perda, mas ele precisava ficar firme para que os outros pudessem sentir sua dor. Cabia a ele ser prático naquele momento.


[...] coninua...


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Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEM. Não sabem como me doeu escrever este capítulo, desde o incio ele acabou comigo, matar seu personagem favorito é uma sensação terrível, me senti como Alice, até por que eu amo demais o Caspian, e fazer isso com ele foi terrível pra mim, mas... Esse não é o fim. Ainda tem o último capítulo e teremos um final feliz! Foi necessário matar Caspian para o final fazer sentido ok?! Então não desejem minha cabeça numa bandeja, como eu disse eu não pretendo acabar com a fic no final, ela terá um final bem legal! Beijos nos vemos em breve! E PAREM DE CHORAR!