Alice No País De Aslam escrita por Bengie Narnians


Capítulo 18
A Batalha de Alice Kinsley - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Ok, demorei por que estava com a cabeça cheia de coisas. Meu cérebro anda dando tiute ultimamente e me veio um branco generalizado, por tanto foi por uma razão basicamente de raciocínio que deixei de escrever esses dias. Não estava com a cabeça nos conformes, mas aqui estou eu após espremer ao máximo meu cerebelo para dar mais um capítulo a vocês... Os próximos capítulos serão um pouco tristes, mas prometo não decepcionar com o final que está próximo...
OBS: Ofereço este capítulo a ASUNA POTTER, que escreveu a terceira recomendação a fic! Obrigado!



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O rei Pedro foi o primeiro a despertar na manhã seguinte e se dirigiu a área externa do palácio onde avistou a rainha Alice em campo manejando sua espada contra um alvo de madeira improvisado assim como cortava o ar com a lâmina desvencilhando golpes cujos quais ela havia aprendido com o nobre rato Ripchip. Ela se lembrava de cada palavra dita pelo pequeno espadachim enquanto movia seu corpo e o posicionava de acordo com uma postura correta de ataque e de defesa. Algum tempo depois Edmundo se aproximou do irmão dizendo:

– Ela está nisso desde as cinco da manhã.

– Acha que ela dormiu? –disse o loiro fitando a face de Ed.

– Duvido muito.

– Como está Caspian? –perguntou fitando a face de Ed.

– Na mesma.

– Espero que ele melhore logo.

– Todos nós estamos apreensivos quanto a seu estado. Você ouviu o doutor...

– Vamos rezar para que Caspian levante daquela cama. –disse segurando o ombro do irmão.

– Como ela está? –disse Susana ao se aproximar pelas costas dos irmãos.

– Lidando com isso como pode... –disse Pedro encarando os olhos azuis da irmã.

– Há quanto tempo ela está ai? –a gentil desviou seus olhos em direção ao rosto de Edmundo.

– Desde pouco antes de o sol nascer. –respondeu.

– Isso não vai ajudar, ela ficará exausta antes de enfrentar a feiticeira. –concluiu a gentil.

– Alice está com raiva Susana. –respondeu Edmundo olhando-a. – É compreensível que ela queira colocar parte do que está sentindo para fora.

– Susana tem razão, Alice precisa se preparar psicologicamente para o combate contra a feiticeira. –seguiu Pedro. – Mais do que fisicamente.

– Talvez a raiva dela nos ajude a vencer. –disse Edmundo encarando os irmãos.

– A raiva é uma aliada inconstante e traiçoeira Edmundo. –concluiu o rei magnífico.

– Discordo. –seguiu o justo. – Parte das batalhas que travamos em Nárnia foi movida por este sentimento. Pelo menos da minha parte... Principalmente quando tivemos que lutar contra Jadis. Vocês sabem como aquilo foi doloroso pra mim.

– Mesmo assim, é importante que Alice esteja com a mente aberta e livre da dor... –concluiu Pedro.

– Compreendo o que ela deve estar sentindo. –disse Susana olhando docemente para a rainha Alice. – De repende seu mundo vira de cabeça para baixo, ela se descobre rainha de um mundo que não conhece e ainda por cima apaixonada por um homem que está prestes a perder...

– Caspian ainda pode erguer-se daquela cama e nos surpreender Susana. –disse Edmundo.

– Ele já deveria ter acordado. –disse ela. – Não precisam fingir que está tudo sob controle pra mim. Podem mentir pra Lúcia, mas eu sei que não está tudo bem.

– Precisamos acreditar Susana. Precisamos acreditar... –suspirou Pedro.

Assim o rei magnífico deu uma ultima olhada para Alice enquanto se virava e seguia para o interior do palácio. Susan voltou seus grandes olhos azuis na direção do rosto de Edmundo e depois seguiu o loiro. Edmundo por sua vez decidiu avançar pelo gramado e ir falar com Alice.


...



Algumas horas mais tarde pouco antes do horário marcado pela feiticeira para o tão esperado duelo, Alice desceu as escadas rumo à sala do trono vestindo uma armadura com seus cabelos crespos presos em um coque e carregando sua espada como uma guerreira mantendo seu olhar frio e focado.


– Eu estou pronta. –disse em tom firme encarando a todos.

– Estávamos apenas a sua espera Alice. –disse Pedro andando até ela também preparado para uma guerra.

– Então já podemos ir. –ela passou por ele sem expressar nenhuma sombra daquela garota meiga e doce que costumava ser.

– Tem certeza que está bem Alice? –perguntou Susana.

– Não Susana. –respondeu quase rispidamente. – O rei continua naquele leito sem abrir seus olhos. Duvido que ele sequer tenha noção do que esteja acontecendo a sua volta, e mesmo assim eu devo partir deixando-o. Eu não usaria a palavra bem, para descrever como estou me sentindo nesse momento.

– Ele ficará bem Alice. –se manifestou Lucia em um tom inseguro.

– Precisamos que você também esteja. –seguiu Pedro.

– Eu prometi lutar Pedro. –dizia andando pela sala. – E farei exatamente isso. Antes eu sequer sabia por que exatamente tinha que lutar por uma terra que não é minha, mas agora a feiticeira me deu uma razão para duelar com ela e eu farei isso até que uma de nós seja derrotada. Quanto a isso estejam seguros, eu irei até o fim...

Um silêncio incômodo dominou a sala naquele momento até que foi interrompido pelos passos apressados de Eustáquio que veio de uma dos corredores às pressas acompanhando por Ripchip que estava também pronto para lutar pela sua amada terra e pelo rei a quem ele servia com tanto esmo e lealdade.

– Majestades... –se manifestou o rato. – Venho dar-lhes meus préstimos e minha espada em nome de Nárnia e em nome do rei Caspian. Desejo acompanhá-lo nesta luta se permitirem é claro.

– Toda ajuda é bem vinda Ripchip. –disse Pedro com um sorriso fraco, mas grato.

Alice se moveu novamente dessa vez rumo ao garoto que observava os reis com olhar atento e tenso. Eustáquio encarou a rainha que naquele momento mais lembrava um bravo soldado, e esperou que ela lhe dirigisse a palavra assim que a mesma depositou a palma de sua mão sobre o ombro do garoto e pediu com um tom doce e gentil:

– Eustáquio, eu quero que faça um favor a mim enquanto estivermos em campo.

– C. Claro... –ele piscou os olhos e lhe deu toda sua atenção. – Qualquer coisa... Majestade.

– Você é muito atencioso e dedicado, por isso eu quero que fique ao lado do rei até voltarmos. –ele sacudiu a cabeça concordando. – Fale com ele se puder, deixe que ele saiba que está por perto lhe fazendo companhia. Não quero que Caspian se sinta sozinho...

– Sim, Alice... Eu não vou tirar os olhos do rei sequer um minuto!

– Obrigado. –ela sorriu um riso melancólico enquanto tocava o rosto do garoto.

Todos observavam atenciosos às palavras da rainha que se virou de imediato e disse em tom alto e firme:

– Vamos... –dito isso ela seguiu rumo à porta da saída sendo seguida por todos.


...


Os cinco reis se aproximaram com seus cavalos ao local marcado sendo seguidos pelo exercito que lhes daria apoio na batalha contra a feiticeira até então visualmente desconhecida para todos. Alice, Pedro e Susana estavam mais a frente do grupo enquanto Lucia e Edmundo seguiam logo atrás. Pedro aproximou-se mais se apresentando a rainha que esperava sentada sobre um tipo de trono móvel movido por criaturas esqueléticas de pelos negros que pouco lembrava cavalos em sua forma.

– Eu sou Pedro, o magnífico regente do limpo céu do norte. Venho em nome de Aslam em cumprimento a profecia... Comigo trago a rainha Susana, a gentil regente do radiante sol do sul, assim como o rei Edmundo, o justo regente dos grandes bosques do ocidente e a rainha Lucia, a destemida regente dos mares do oriente.

– Sei exatamente quem são! –se manifestou a feiticeira com um sorriso irônico. – Mas não foi por sua causa, nem pelos seus irmãos que vim até aqui. Onde está minha oponente? –disse erguendo as sobrancelhas.

– Estou aqui. –se manifestou Alice avançando com seu cavalo.

– Ora, ora! –disse a feiticeira levantando-se. – Não era bem o que eu esperava! Já tinha ouvido falar da jovem rainha Alice, a grande promessa de Aslam! –dizia em tom debochado. – Mas você não passa de uma garota!

– Eu vou dispensar sua ironia. –retrucou a loira mantendo o olhar fico nos olhos da mulher a sua frente. – Você me esperava, e aqui estou. Por que não pulamos o falatório e acabamos logo com isso?

– Impetuosa! –riu a mulher descendo de seu trono. – Gosto disso! Confesso que eu não esperava que estivesse tão segura de si sem a proteção do seu amado rei! –Alice respirou fundo ao ouvir tais palavras. – Como está vossa majestade por falar nisso? –a feiticeira manteve um sorriso sádico e um brilho negro no olhar.

Alice segurou firmes os dedos ao redor do cabo de sua espada enquanto puxava o máximo de ar para seus pulmões tentando manter o coração batendo em seu ritmo normal. A loira tentou controlar sua raiva diante da lembrança de Caspian deitado naquele leito sem condições de cumprir com sua promessa de ficar ao lado dela na batalha. Seus olhos piscaram por segundos sem esboçar um único som e então a feiticeira seguiu:

– Pela sua reação e seu silencio presumo que nada bem! –ela riu enquanto andava em uma linha reta de um lado para o outro arrastando seu vestido no chão. – Nem deveria! Ordenei que meu subordinado guardasse algo especial para o rei! –disse parando e encarando Alice. – Mais especificamente a arma mais mortal que possuo em meu poder!

Um momento em silencio se passou e um dos servos da feiticeira se aproximou coberto por uma capa negra e lhe entregou um objeto feito de prata cujo mesmo a mulher tomou em mãos e alisou o mesmo como quem acariciava um felino felpudo e gracioso. Enquanto sorria e olhava a lâmina pontiaguda com orgulho a feiticeira dizia:

– Não é incrível a capacidade dos homens em produzir um objeto tão cruel feito com o único intuito de machucar? –ela encarou Alice. – Vê suas pontas? –ela mostrou o objeto dividido em três cabeças minúsculas que lembravam pontas de flechas. – Elas foram feitas para rasgar a carne que tocam de fora para dentro causando uma dor profunda e um sangramento intenso. Se manejadas contra o ponto certo do corpo de um homem mesmo que este esteja protegido por uma grossa camada de armadura, consegue provocar um ferimento impossível de se fechar.

– Sua maldade não tem tamanho, mas garanto a você que o rei sobreviverá... –afirmou Alice ringindo os dentes e apertando a crina do cavalo entre a palma da mão.

– Eu não teria tanta certeza se fosse você! –disse a mulher mudando seu olhar sínico para um olhar demoníaco. – Eu me certifiquei de que meu servo tivesse sucesso em sua missão, adicionando uma de minhas melhores poções ao redor das pontas deste objeto! Um veneno impossível de ser curado, que se aloja na corrente sanguínea da vitima atingida deixando-a debilitada a cada minuto.

– Você envenenou o rei? –se manifestou Lucia logo atrás com indignação. – Como pode ser tão baixa?

– Ora! Já deveriam estar acostumados a serem sabotados! –disse em tom irônico novamente circulando sobre o piso sujo coberto de folhas secas. – Não aprenderam nada com a rainha vermelha? Sabendo que seria derrotada por esta fedelha, Miréia se uniu a mim! E por isso estamos aqui! Neste belo dia! –disse erguendo as mãos para o céu já escuro.

– O que espera ganhar com isso? –disse Susana.

– Não parece obvio? –riu a feiticeira. – Mesmo que vença esta batalha, o que eu duvido muito. –ela abaixou o rosto olhando Alice com um olhar diabólico. – Nárnia não terá um único rei para tomar o trono... Aslam terá de procurar um novo rei para assumir o lugar de Caspian! O que dará tempo ao meu povo para tomar esta terra e destruí-la de vez.

– Não vamos permitir isso. –disse Edmundo.

– Não cabe a vocês reizinhos! –ela riu sem som. – A única que pode me derrotar é esta garota. –disse com desdém. – E mesmo que consiga como eu disse... Quem governará Nárnia? Um trono sem rei é inútil.

– Fala como se Caspian já estivesse morto. –disse Susana.

– É uma questão de tempo até que o veneno se espalhe por todo o corpo do rei. E quando isso acontecer queridos! –ela riu. – Nárnia será nossa!

Edmundo e Lucia voltaram seus olhos para Alice que estava estática sobre seu cavalo, olhando para o chão sem dizer uma só palavra. Mas do contrário do que eles esperavam, vê-la derramando suas lágrimas de desespero eles encontraram uma Alice determinada, que engoliu a mágoa e o choro e desceu de seu cavalo segurando firme o cabo de sua espada e andando em direção ao centro das ruínas daquele que um dia fora um grande castelo. Ambos seguiram a rainha com os olhos enquanto ela se afastava e dizia:

– Nárnia ainda tem cinco reis que a defenderão até o fim. –ela disse sentindo a garganta lhe incomodando pela dor que se apossava de seu peito, mas ela foi firme mesmo com seus olhos lacrimejantes. – Eu quero agradecer você.

– Agradecer? –disse confusa.

– Por me dar uma razão para odiá-la... –disse ringindo os dentes e apertando os olhos para livrá-los das lagrimas. – Nárnia não ficará desamparada, pois enquanto eu puder defenderei esta terra. –Alice disse retirando sua espada da bainha empunhando-a.

– Vejam só! –disse a feiticeira sem expressão alguma, apenas encarando a rainha com surpresa. – Você é mais corajosa do que eu pensei...

Feiticeira e rainha se encararam em silencio enquanto se aproximavam uma da outra apenas mantendo os olhares em uma linha cruzada. O medo e a insegurança de enfrentar uma batalha que antes dominavam os pensamentos de Alice deram espaço para uma nova sensação, uma sensação de vazio e frieza que haviam sido estimuladas pelo ódio dirigido a mulher a sua frente. Ao ouvir as cruéis palavras proferidas pela feiticeira, Alice esqueceu-se de toda sua doçura de menina e de sua bondade e tudo pelo que ela ansiava era fazer justiça em nome do seu rei. Ela se preparou segurando sua espada enquanto firmava os passos e esperou pelo momento exato de atacar...


[...] continua



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, não vou me prolongar nas notas porque minha cabeça tá me matando de dor. Eu realmente escrevi a fic hoje por obrigação, mas espero que tenha ficado boa.. Beijos nos vemos no próximos
OBS: A FEITICEIRA DEVIA SER OUTRA MAS ACABEI BOTANDO ESTA MESMO...