Alice No País De Aslam escrita por Bengie Narnians


Capítulo 14
Eu Te Amo Caspian X


Notas iniciais do capítulo

Desculpem se demorei, mas estava esperando todas as leitoras da fic deixarem seus comentários! Espero que gostem deste capítulo! Ele deveria ter ficado mais emocionante mas ficou meio fraquinho, mesmo assim está feito! Espero que apreciem! Beijos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/371164/chapter/14


Alice cavalgou por um longo tempo naquela noite fria enquanto seu cavalo seguia suas ordens. Ela sabia exatamente para onde ir, depois de reaver suas lembranças de Nárnia. Alice e seu cavalo seguiram rumo à floresta proibida, lugar onde o rei Caspian sempre pedia para que Alice jamais fosse sozinha. A moça sabia que se quisesse ficar sozinha e longe o bastante do rei, era para lá que ela deveria ir. Já emaranhados entre os galhos secos das árvores que cercavam o caminho, Alice e seu cavalo, sentiram-se incomodados com o clima frio, úmido e obscuro do lugar. As lágrimas nos olhos da loira deram espaço para a curiosidade temerosa que surgiu em seu coração. O cavalo parecia inquieto, e não queria seguir em frente, mesmo com a insistência da moça. Alguns minutos passados, e o som mórbido dentre a escuridão pairou aos ouvidos de ambos, assustado o cavalo passou a relinchar e dar pinotes. Algo o deixou tão assustado que o animal ergueu as patas dianteiras fazendo com que Alice caísse sentada na terra fria e escura, e se assustasse. O animal acabou por fim, galopando sem rumo como se estivesse desesperado por algo que Alice não conseguia ver, nem sentir, mas que o assustara de tal maneira que o cavalo saiu em disparada na direção de onde vieram. Alice olhou tudo ao redor procurando o que tanto assustara o animal, para que ele a deixasse sozinha naquele lugar, mas nada encontrou. Então ela se levantou e vagou por entre as arvores secas e escurecidas, como se tivessem sido queimadas pelo sol.

Enquanto isso, Caspian e Edmundo cavalgavam em busca do paradeiro da rainha fugitiva, preocupados com sua segurança. Eles se aproximaram alguns metros da entrada da floresta proibida e algo incomodou profundamente o rei deixando-o inquieto quando o mesmo avistou uma fita azul presa nos galhos, e sabia que a mesma pertencia à moça que a usava para prender seus cabelos.

– O que foi Caspian? –disse Edmundo se aproximando com seu cavalo.

– Sei pra onde Alice fugiu dessa vez... –disse ele em tom sério olhando ao fundo.

– A floresta proibida? –disse Edmundo olhando para o alto das arvores. – Mas ela sabe que não deve vir pra cá...

– Exatamente por isso ela veio... –respondeu Caspian.

– Tem certeza?

– Vamos descobrir... –disse Caspian puxando as rédeas de seu cavalo e seguindo em frente.

Algum tempo depois de muito cavalgarem em busca de Alice, Edmundo chamou atenção do rei para um de seus cavalos que passava a alguns metros deles, parecendo fugir de algo. Este corria entre as arvores um pouco desnorteado e perdido.

– Caspian é um dos nossos cavalos.

– Edmundo, vá atrás dele. –ordenou o rei. –Alice não deve estar longe...

– Certo. –Edmundo deu a volta com seu animal e seguiu o outro cavalo.

Caspian apressou-se com seu cavalo e continuou a procura de sua rainha fujona, até que encontrou algo que chamou sua atenção. Ele desceu do cavalo, e se aproximou de uma moita na qual havia um pedaço do tecido do vestido de Alice enroscado a mesma. Caspian segurou firme o pedaço rasgado de tecido entre os dedos olhando para os lados e disse para si mesmo:

– Alice... –seus olhos estavam visivelmente preocupados e seu coração aflito. – Alice? –ele gritou chamando seu nome. – Alice onde você está? –disse se afastando do cavalo e entrando no meio dos galhos. –Alice? Pode me ouvir?

Caspian se afastou mais, e mais se aprofundando entre a floresta, ficando cada vez mais desesperado ao longo do caminho, ao perceber o quanto aquele lugar parecia assombroso. Temeu por Alice... O canto abafado das corujas ocultas entre as folhas das arvores mais altas, chamou atenção do rei fazendo com que ele levasse a mão a sua espada e a retirasse da bainha ficando a postos para o caso de alguma necessidade. Seus olhos se mantiveram arregalados a cada passo cuidadoso e cauteloso que ele dava a frente. Então o rei se afastou dentre as árvores mais fechadas que dificultavam o caminho, e chegou ao uma relva mais espaçosa e aberta rodeada por árvores de troncos maiores e mais largos. Eram também mais baixas do que as outras, como se fossem mais profundas em suas raízes a ponto de parecerem enterradas debaixo da terra deixando apenas metade delas a vista.

– Alice?

Ele disse em voz mansa temendo não estar sozinho pela sensação ruim que se apossou dele. Então algo mais ao fundo chamou atenção do rei, fazendo com que ele cerrasse os olhos e se inclinasse para enxergar melhor.

– Alice? –gritou ao ver a barra do vestido da moça sobre uma das arvores.

Caspian correu até tal planta, de tronco gigantesco, e percebeu que Alice estava deitada sobre o mesmo, entre os galhos grossos e frios. Apenas seus pés podiam ser vistos... Temendo que sua rainha estivesse ferida, ele escalou a árvore até ver por completo o corpo da moça deitado naquele lugar. Ela dormia com os joelhos parcialmente dobrados, e com o rosto sobre um dos braços. Já devia estar ali a horas, já que o rei a procurava a algum tempo. Caspian guardou sua espada de volta a bainha, e se aproximou de joelhos sobre o tronco tocando a moça desacordada.

– Alice... Vamos Alice acorde... –disse tocando o rosto da rainha.

– Caspian? –ela disse ao abrir os olhos parecendo confusa.

– Meu amor... –disse tocando o rosto de Alice. – Você está bem? Está ferida? –ele olhou para o corpo dela buscando algum machucado.

– Não... –ela disse ao se levantar, ficando sentada a frente do rei.

– Alice, por que fugiu dessa vez? –Caspian franziu a testa agora ficando sério.

– Não era pra ter vindo atrás de mim. –Alice disse se afastando.

– Como não? O que deu em você fugir assim no meio da noite?

– Eu vi você e Suzana Caspian... –ela disse em tom rude.

– O que... O que você viu?

– Vi a rainha nos seus braços... Eu desci até a sala do trono para contar a você que tinha me lembrado de tudo o que você me disse, sobre eu ter vivido aqui com você. Então os vi juntos, abraçados aos beijos...

– Alice... –o rei deu de ombros. – Não... Não era pra você ter visto...

– Por que não me disse que era ela quem você amava verdadeiramente Caspian? –disse com lágrimas nos olhos.

– Por que isso não seria verdade... –ele se aproximou tocando o rosto de Alice.

– Então por que a beijou? –ela afastou as mãos dele.

– Pra resolvermos de vez o que aconteceu no nosso passado. –respondeu seriamente. – O que você viu não foi um beijo de amor Alice... Aquilo só aconteceu por que precisávamos saber...

– Saber se ainda se amavam?

– Sim.

– E então? –disse sentindo um nó na garganta.

– Alice... Escute... Eu amo você... O que aconteceu entre Suzana e eu acabou há muito tempo... Você é quem eu amo. Eu nunca menti sobre isso.

– Mas ela era... –ela continuou chorando.

– Alice... –Caspian se aproximou, sentou-se em frente a ela e tocou seu rosto enxugando suas lágrimas. – Você é a melhor coisa que já me aconteceu e embora eu amasse Suzana na época em que nos conhecemos, eu me apaixonei por você... Por que era assim que tinha que ser. Mesmo que tenhamos nascido pra viver separados... Eu amo você, e sempre vou amar... Acredite...

– Tem certeza que não a ama? –disse sentindo seu coração pequenininho.

– Eu amo você Alice... Só você.

– Caspian... –disse ela choramingando.

– Não faça mais isso comigo Alice. –disse puxando-a para um abraço forte. – Não imagina como fico toda vez que você some... –dizia o rei acariciando os cachos do cabelo de Alice.

– Eu sinto muito... –dizia ela abraçando-se a ele.

– Te amo tanto... –Caspian fechou os olhos enquanto seu queixo tocava o topo da cabeça da moça.

– Eu também amo você Caspian...

O rei respirou forte e profundamente ao ouvir tais palavras e afastou seu rosto devagar ainda tocando o a face da loira, e fitando-a nos olhos enquanto esboçava um sorriso fraco, mas sincero e feliz. Seus olhos castanhos escuros brilhavam mais do que as estrelas, por sentir-se imensamente satisfeito ao ouvir sua adorada Alice lhe confessar tal sentimento.

– Diga de novo... –disse ele olhando nos olhos de Alice.

– Eu... –ela fitou seus olhos escuros. – Te amo Caspian... Não sei como isso é possível, mas...

Caspian não esperou que ela terminasse a frase, e tocou os lábios da moça ainda molhados pelas lágrimas com os seus próprios em um beijo apaixonado e carinhoso. Ele segurava a face da moça com ambas às mãos e firmemente entre elas, enquanto movia sua boca quente, junto com a boca dela que já se movia totalmente envolvida por aquela dança suave. O beijo ficou mais forte assim que Alice ergueu seus braços passando-os por cima dos ombros do rei e o puxou para si, apertando-o contra seu corpo pequeno. Caspian por sua vez, estando sentado ao lado dos joelhos da loira, envolveu-a com seus braços passando-os ao redor da cintura da moça e tocando o centro das costas dela com a palma de sua mão. O beijo foi longo, e caloroso, e apenas parou quando ambos estavam sem fôlego. Seus olhares se cruzaram enquanto os dois buscavam o ar, e recostavam suas testas mantendo os olhos parelhos um no outro.

– Esperei tanto pra te ouvir dizer isso. –se manifestou o rei.

– Acredite, eu também... –ela sorriu.

– Como você se lembrou?

– Não sei! Acho que quando vi a espada...

– Espada?

– Sim! Ela se mostrou pra mim, como Aslam disse que aconteceria...

– Sabe onde encontrá-la? –disse franzindo a testa.

– Sei.

– Onde?

– Aqui... –ela olhou ao redor. – Em algum lugar. Lembra quando eu insistia pra vir até aqui, e você não deixava? –ela revirou os olhos.

– Sim, eu me lembro bem! –ele riu.

– Então... Acho que eu queria vir até aqui por causa dela. Ela me chamava o tempo todo.

– Vamos procurar por ela assim que amanhecer... –disse tocando a mão de Alice e beijando a mesma. – Agora é melhor voltarmos para o castelo, todos devem estar preocupados.

– Tudo bem...

Caspian sorriu e desceu da árvore, logo ajudando Alice a fazer o mesmo. Ela saltou da árvore enquanto Caspian a segurava pela cintura, e a colocava confortavelmente no chão, mantendo seus olhos no rosto dela. O rei tocou novamente o rosto de sua rainha carinhosamente e então a segurou pela mão e ambos seguiram a procura do cavalo de Caspian, e então regressaram ao castelo. Assim que chegaram, os dois foram recebidos pelos reis que estavam afoitos pela demora. Já passava das três horas da madrugada, e ninguém conseguia dormir. Quando o rei e a rainha adentraram as portas do castelo todos correram para saber como Alice estava. Ela sorriu e agradeceu a todos pela preocupação enquanto Caspian explicava tudo:

– Alice se sentiu um pouco confusa depois de ter uma visão sobre o local onde a espada se encontra, e acabou ficando nervosa... –ele omitiu a verdadeira historia.

– Foi bobagem minha sair desse jeito. –ela continuou. – Me desculpem pelo transtorno.

– Então sabe onde está a espada? –perguntou Edmundo.

– Sim, na floresta proibida.

– Era onde estávamos. –disse Caspian para os demais que não estavam a par da situação.

– Vamos procurar por ela assim que amanhecer... –seguiu a loira.

– Ótimo! –disse Pedro.

Suzana estava mais distante do que os demais, mas ouvia tudo atentamente. Alice desviou o olhar em direção à rainha gentil, e então se afastou de Caspian soltando sua mão, e se aproximou de Suzana passando por entre os outros reis. Alice parou diante da rainha que lhe fitava a face curiosamente, e então se lançou em um abraço caloroso junto com a gentil, que ficou surpresa com o gesto, mas retribuiu.

– Eu sinto muito se lhe causei algum mau, Suzana. –disse Alice se afastando e segurando os ombros de Suzana.

Suzana desviou o olhar e fitou a face de Caspian sem entender do que Alice falava.

– Alice se lembrou de tudo... –disse ele olhando para cada um presente.

– Verdade? –disse Lucia animada.

– Sim! –Alice sorriu e voltou a olhar Suzana. – Acha que ainda podemos ser amigas? Pode me perdoar?

– Não há o que ser perdoado. –respondeu Suzana em um tom calmo. – Vamos colocar uma pedra sobre tudo isso. É passado! –ela sorriu sinceramente enquanto olhava nos olhos da loira.

– Concordo!

– Me desculpe se fui rude com você, Alice.

– Está tudo desculpado e esquecido! –ela sorriu.

Suzana sorriu amigavelmente e segurou as mãos da Alice, que retribuiu o sorriso e então se virou olhando os outros reis que olhavam a cena, admirados.

– Eu encontrarei a espada, e então todos vocês poderão voltar para casa! –ela sorriu.

– Nesse caso sugiro que tenhamos uma boa noite de descanso para estarmos bem dispostos pela manhã. –concluiu Pedro.

– Concordo! –disse Eustáquio com uma expressão engraçada sendo que já parecia estar dormindo sentado no trono do rei.

Todos sorriram, então decidiram ir dormir. Suzana sorriu gentilmente para Alice, e então soltou suas mãos e acompanhou os irmãos rumo aos seus aposentos. Ao passar por Caspian a rainha gentil respirou aliviada por ter se livrado daquela sensação de magoa que a perseguiu por tanto tempo. Eustáquio se arrastou até a escada, e sentiu o afagar dos dedos de Caspian sobre seus cabelos ao passar pelo mesmo.

– Boa noite Caspian. –disse o garoto.

– Tenha ma boa noite Eustáquio. –disse o rei.

Assim que todos saíram, apenas restaram o rei e a rainha na sala do trono. Caspian estendeu sua mão para Alice enquanto sorria, e então ela se aproximou e o abraçou.

– Vamos, eu vou acompanhar você até seu quarto! –disse ele.

– Vamos!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? No próximo capitulo a procura pela espada!