Alice No País De Aslam escrita por Bengie Narnians


Capítulo 13
A Decepção de Alice


Notas iniciais do capítulo

Olá, acho que não demorei tanto assim dessa vez né? Então, vamos lá! Este capítulo tem bastante emoção, espero que não tenha ficado confuso. Tem muitas lembranças da Alice misturadas a um momento em particular, prestem atenção na leitura pra não ficarem perdidas! Só uma dica! Bem, quanto ao resto acho que vão entendendo conforme lerem! Espero que gostem!
OBS: Não betei, só terminei de escrever e colei aqui! Desculpem os erros!
HEEEEEYY: Vou oferecer esse capítulo especialmente para a MONICA JONAS, que escreveu a primeira recomendação para minha fic! Obrigado!



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Após a conversa de Alice com Caspian, o rei foi chamado à sala do trono pelo comandante de seus soldados para uma reunião importante de última hora. Alice foi para o seu quarto, e decidiu descansar um pouco por causa da tarde agitada. Alguns minutos após se deitar sobre a cama, e ficar admirando o teto enquanto sorria contente por ter dito aquelas palavras ao rei, Alice sentiu algo lhe incomodando. Uma sensação estranha de que havia algo que ela precisava fazer começou a lhe deixar inquieta. Ela se sentou sobre a cama franzindo a testa e olhando para o espelho. Levantou-se e andou até o mesmo onde permaneceu em pé até ver algo brilhante refletindo no reflexo. Alice apertou os olhos como se quisesse enxergar melhor o que estava diante de seus olhos, e aproximou o rosto do vidro espelhado.



– O que...? –ela estranhou o objeto alongado e brilhante que parecia flutuar no vácuo.


Alice se virou para trás e procurando o tal objeto no cômodo e não viu nada além da cama e os outros moveis comuns de um quarto. Voltou a olhar curiosa para o reflexo e então decidiu tocá-lo. Ela sentiu como se algo entrasse direto na sua mente, e respirou fundo fechando os olhos e sentindo-se como se algo lhe arrancasse do chão e a levasse para outro lugar. Alice abriu os olhos, e se viu em um lugar completamente escuro e vazio. Era como um sonho sem imagens, sem objetos, sem luz e sem som. A escuridão cobria seus olhos de tal maneira que ela não via sequer a si própria.

– Alguém? –ela gritou. – Tem alguém ai?

Nada além do eco de sua própria voz foi ouvido. Alice apertou novamente os olhos ao ver algo começando a brilhar bem distante. Ela deu alguns passos em frente, enquanto via flashes de memória se apossando de sua mente. Ouvia vozes que se destacavam entre as imagens que via assim como sons misturados e altos o suficiente para ecoar em sua cabeça.


– Ai... –ela reclamou da dor e do incomodo que aquilo lhe causava.



Quanto mais caminhava adiante, mais forte aquela luz brilhava e iluminava a escuridão que a rodeava. Alice fechava os olhos toda vez que uma cena se apossava de seus pensamentos. Elas começaram a vir com mais rapidez e frequência, até que finalmente se formavam em sequencia. Ela ouvia a voz do rei chamando por ela.


– Alice? –dizia Caspian.

Depois viu os olhos da rainha Suzana lhe encarando com lágrimas contidas, e ela dizia alguma coisa que Alice não conseguia distinguir. Suzana se virou e sumiu, enquanto a imagem de Edmundo surgia diante de Alice.

– A culpa não foi sua Alice, não... –ele dizia tocando-lhe os ombros enquanto também sumia em um borrão de cores.

Os olhos de Alice se abriram e ela viu a luz aumentando a ponto de arder em seus olhos. Deu mais alguns passos cobrindo o rosto com o braço e parou quando as imagens invadiram novamente sua mente.

– Caspian! –dizia ela correndo em direção ao rei.

Caspian sorria, e estava vestindo um tipo de camisa branca, e seus cabelos estavam metade presos. Era dia, o sol brilhava, mas as cenas estavam embaçadas, Alice mal as conseguia ver com nitidez. Os braços do rei envolveram Alice, e ele a tomou no colo. O vestido branco e longo com uma grande calda girava no ar enquanto Caspian erguia seu corpo e admirava. As mãos de Alice se seguravam nos ombros do rei, enquanto ele sorria constantemente. Alice ouviu seu nome ser chamado por Suzana:

– Alice... –ela abriu os olhos e olhou para trás vendo escuridão.

Voltou a olhar a sua frente e continuou caminhando em direção à luz forte. Fechou os olhos mais uma vez não aguentando a luz, e se viu nos braços de Caspian, mas dessa vez ele a carregava no colo e a conduzia para um cômodo enfeitado com cortinas finas e outras mais densas de cor vermelha. Era o quarto pessoal do rei, e estava diferente. Pelo chão havia pétalas de rosas vermelhas e brancas espalhadas e elas cobriam também a cama. Alice ouviu a voz de Suzana lhe chamar mais uma vez. Ela vinha e desaparecia muito rápido e parecia triste. Caspian agora estava sobre Alice, e parecia vestir pouco menos que calças. Alice estava sob ele, envolvida em seus braços, e sorria enquanto o rei lhe tocava carinhosamente. Ouve um beijo, e tudo desapareceu... Alice ouviu mais uma vez uma voz lhe chamando, mas aquela era a voz de Pedro:

– Espero que esteja feliz agora... –ele se virou e pareceu seguir alguém...

As cenas voltaram a se misturar, e Alice se viu sentada no chão entre folhas secas de outono, cobrindo o rosto enquanto chorava. Ouviu o rei Caspian lhe chamar, enquanto se aproximava. Ele parou ao seu lado abaixando-se e disse algo que Alice não ouviu e lhe abraçou. Mais uma vez ela abriu os olhos e acabou pisando em seu vestido e caindo de joelhos no piso frio.

– Caspian? –ela chamou começando a ficar assustada.

Sentiu sua garganta se fechar por causa do medo, e a sensação de estar se sufocando tomou conta de Alice. Ela estendeu seus dedos em direção à luz, pedindo socorro sem dizer nada, apenas segurando a própria garganta com a outra mão.

– Aslam... –ela chamou sentindo-se fraca.

A luz ficou fraca revelando uma espada que flutuava sobre uma pedra e havia uma escrita ao longo da lâmina. Alice levantou-se e andou até alcançar a mesma com as mãos. Ao sentir o objeto entre os dedos, Alice teve a sensação de que alguém lhe observava. Ouviu o eco de uma respiração forte de mulher, e depois um grito assustador que lhe fez soltar a espada em seus pés. O grito virou riso que tomou conta do lugar. Alice abriu os olhos, olhou na direção de onde veio e viu um tipo de neblina cinza avançar rapidamente em sua direção. A garota se abaixou e apanhou a espada, antes que a neblina lhe tocasse então um vento forte lhe tocou o rosto soltando seus cabelos e fazendo com que ela caísse contra a pedra. A garota fechou os olhos e gritou empunhando a espada a sua frente. De repente o som se desfez e o vento parou. Alice abriu os olhos e se viu sentada no chão encolhida contra as barras laterais da cama. Olhou ao redor e estava de volta ao seu quarto. Voltou seus olhos na direção do espelho e viu no reflexo uma grande pedra e cravada nela uma espada com um brilho fraco que parecia oscilar. Alice se levantou parcialmente colocando as mãos no chão e engatinhando até a borda do espelho. Olhou para dentro do mesmo e viu uma floresta escura, com árvores negras, e cobertas por uma neblina fina branca. Então a imagem se desfez voltando a estampar nada além do que o próprio reflexo de Alice diante do espelho. Ela baixou os olhos em direção ao chão e lembrou-se do dia em que ela entrou correndo na sala do trono gritando o nome do rei, e interrompendo uma conversa do mesmo com a rainha Suzana.

– Eu devolvo o rei assim que possível majestade! –ela arrastou Caspian pela mão até a rua, e ambos apostaram uma corrida de cavalos.

Alice ergueu o rosto e começou a ter algumas lembranças quebradas em sua memória. Pensou em um passeio na beira de um lago, onde Caspian caminhava ao lado dela e sorria. Viu-se no castelo, sentada sobre a janela do escritório do rei segurando uma aspada enquanto Caspian se aproximava e dizia retirando o objeto de suas mãos:

– Por que você é tão teimosa?

– Você que é muito protetor, já disse que não tem perigo...

– Ripchip e suas ideias... –ela retrucou deixando a espada sobre o repouso.

– É só um passeio majestade!

– Na floresta negra Alice... Nem eu ouso ir até lá. –disse sentando-se sobre a mesa.

– Ripchip estará comigo. Não seja tão turrão...

– Turrão? –ele riu. – Estou sendo cuidadoso...

– Está sendo um chato. Eu não preciso de babá Caspian. –disse saltando da janela. – Sei me cuidar sozinha.

– Ah sabe é? –disse com ar debochado.

– Sei sim, você esqueceu quem derrotou a rainha vermelha? –disse passando por ele com ar de vitória.

– Minha resposta ainda é não. –disse encarando-a com ar sério.

– Você não é meu pai, e muito menos minha mãe.

– Vai desobedecer a uma ordem direta do rei? –disse se levantando.

– Me processe... –ela se virou e saiu do escritório batendo a porta.

Alice se viu rindo das lembranças divertidas, e então se levantou, ajeitou as saias do vestido, e então voltou a pensar em uma lembrança um pouco mais a frente da anterior. Eram lembranças de seus meses mais recentes em Nárnia, depois da guerra.

– Eu disse pra não dar ouvidos ao que ela diz Ripchip. –dizia Caspian em tom zangado enquanto verificava uma torção no pé de Alice que estava sentada sobre a mesa do escritório.

– Sinto muito majestade, não queria desacatar suas ordens... –disse o rato.

– Não se desculpe Rip, eu decidi subir aquela montanha por vontade própria, não tinha nada que você ou o rei... –disse encarando Caspian. – Pudessem fazer pra me impedir.

– Eu devia acorrentar você a sua cama e pedir que levassem sua comida. –disse Caspian ficando de pé diante dela.

– Preciso pedir permissão pra respirar também? –ela retrucou.

– ... –Caspian não respondeu, mas prensou os lábios um contra o outro fazendo cara de poucos amigos.

– Preciso sair e explorar as terras de Nárnia. Os lugares que ainda não conheci são muitos... –disse empolgada.

– Já disse que quando desejar fazer um passeio deve pedir a minha companhia ou a de Edmundo.

– Edmundo estava cuidando dos seus deveres e você estava muito ocupado com a rainha Suzana...

– Ripchip, pode nos dar licença? –disse o rei.

– Sim majestade...

Assim que o rato saiu, Caspian fechou a porta e voltou até a mesa, encarou Alice que estava séria, e colocou suas mãos sobre os joelhos dela.

– Fez isso pra chamar minha atenção?

– Claro que não, quantos anos você acha que eu tenho? Nove?

– Não precisa provar o quanto é corajosa Alice. Eu sei que é...

– Não estou tentando provar nada...

– Está sim... Por que acha que admiro mais a rainha Suzana pela sua bravura do que você pela sua cabecinha oca. –disse batendo de leve com o indicador na testa da garota.

– Minha cabeça não é oca... E você é um idiota. –disse empurrando o rei e saindo mancando em direção à porta.

– Aonde vai Alice? –disse rindo.

Quando abriu a porta Alice deu de cara com a rainha Suzana.

– Oi Alice! –ela sorriu. – O que ouve com a perna?

– Foi só uma torção. Com licença majestade... –disse e seguiu pelo corredor.

Alice sacudiu a cabeça diante de tais lembranças e se sentindo tão boba pelos ciúmes demonstrados diante do rei naqueles dias. Lembrou claramente de todas as vezes que brigou com Caspian por coisas bobas sem saber o motivo. Ela saiu do quarto e seguiu pelo corredor na intenção de descer as escadas e ir contar para o rei sobre sua visão com o espelho. Aquilo ainda estava lhe causando arrepios, mas ela sabia o que significava e precisava contar imediatamente a Caspian e aos outros reis. Enquanto descia as escadas, outra lembrança veio a sua mente. Ela estava no mesmo lugar onde esteve com Caspian à tarde, e era noite.

– Meu reino pelos seus pensamentos! –disse ele ao abraçar Alice por trás.

– Você me assustou! –disse ela sentindo o peito do rei em suas costas.

– No que estava pensando? –disse ele sorrindo.

– Já se sentiu como se um pedaço seu estivesse faltando?

– Muitas vezes. Principalmente depois que perdi meu pai... Mas não devia ficar sozinha quando se sente assim. Sabe que pode me chamar quando quiser conversar.

– Você estava ocupado. –disse ela se afastando.

– Sabe que largo tudo que estiver fazendo para atender você.

– Tudo mesmo? –ela o encarou. – Até a rainha Suzana?

Alice franziu a testa por conta dessa lembrança em particular sem entender o motivo de seus ciúmes pela rainha gentil. Mas ao cruzar o último degrau da escada, e entrar na sala do trono, ela teve sua resposta. Alice encontrou Caspian com as mãos na cintura da rainha, enquanto ambos se beijavam. Suzana tocava o rosto de Caspian com as suas mãos, enquanto eles se tocavam carinhosamente.

Alice sentiu seus olhos umedecerem de imediato, e se sentiu pequena ao constatar o restante de suas lembranças. Suzana abraçada ao rei no castelo enquanto admiravam a paisagem, e trocando sorrisos enquanto Alice assistia tudo do gramado, enquanto brincava com Ripchip e com Eustáquio. Todos os momentos em que Suzana estava presente em sua lembrança era ao lado de Caspian que ela estava. Sempre com muita intimidade, mesmo sendo discretos diante de todos, era notável a proximidade entre eles. Alice correu pelas escadas, mas não voltou para seu quarto. Ela correu pelos corredores até chegar ao outro lance de escadas no outro lado do castelo, e por elas desceu até o exterior. Dirigiu-se de imediato aos estábulos, pegou um dos cavalos e cavalgou rumo à floresta, saindo dos limites do castelo e procurando um lugar longe o suficiente para que ela não fosse encontrada. Alice se perdeu no meio da mata densa, enquanto chorava e sentia suas lágrimas molharem sua face, ela sentia o vento frio lhe congelando os olhos. Ainda no castelo, Eustáquio que tinha visto a fuga da garota da janela de seu quarto, desceu as escadas e invadiu a sala do trono encontrando Caspian e Suzana apenas conversando. Então ao ver o loiro o rei se manifestou:

– Algum problema Eustáquio? –disse ao ver os olhos esbugalhados do garoto.

– É que... Eu vi Alice saindo do castelo em um dos cavalos, e pensei...

– Alice saiu do castelo? –disse Caspian. – A essa hora? Mas já é noite...

– Eu a vi da janela do meu quarto, acho que...

– Pra onde Alice foi? –disse Edmundo invadindo a sala. – Eu a vi saindo dos estábulos chorando...

– Disse que ela estava chorando? –perguntou Caspian.

– Sim eu ouvi seu choro e fui ver o que era, mas quando a chamei ela já tinha saído com um dos cavalos... –respondeu Ed.

– Eu vou atrás dela... –disse Caspian se apressando a sair da sala.

– Eu vou com voce... –disse Edmundo.

Assim ambos se dirigiram até os estábulos, pegaram dois cavalos e saíram rumo a floresta para encontrar Alice em mais uma de suas fugas no meio da noite. Caspian só não sabia ainda a razão dessa vez...


Continua...



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Notas finais do capítulo

Então? Conseguiram entender tudo? Digam que não ficou confuso demais o texto por favor! Eu tentei deixar bem claro, com os detalhes, mas será que consegui gente? Mil perdoes se ficou ruim de ler dessa vez, mas é que as lembranças dela precisavam mesmo ser confusas... Gostaram do capítulo? =)
OBS: A única foto que eu tinha pra colocar do beijo SUSPIAN era essa...