– Obrigado – agradeço de cabeça baixa – você sabe se tem algum lugar perto para eu ficar?

– Sim. Tem lá na clinica se você quiser

– Ah sim. Quanto que é?

– O que? – Peeta tosse – pra você não é preciso cobrar

– Precisa sim. Sou como qualquer paciente – defendo-me

– Não você não é... – ele me olha – Me desculpe, mas nem sei seu nome

– Katniss. Katniss Everdeen

– Então Catnip...

– É Katniss – o corto – Apenas quero saber como chegar lá

– Vem comigo então – ele me puxa pela mão me guiando até seu carro

[...]

Não devia ter aceitado a carona. Peeta é estranho para mim ainda, porém não me deu medo em nenhum momento. Pelo contrário, me transmitiu segurança.

Todo o caminho foi em silêncio o que foi um pouco constrangedor, até que finalmente chegamos há um lugar perdido no meio do nada, mas muito bonito.

– É aqui? – pergunto quebrando o silêncio

– Sim – Peeta responde

– É lindo – digo descendo do carro – então por onde começo?

– Primeiro vamos esclarecer os motivos de estar aqui- ele se vira me encarando – Relaxa Catnip, as coisas ainda podem melhorar

– Talvez – digo

– Talvez é nada. Ponha em sua mente que as coisas vão ficar melhor

– Ta. Que seja

– Vamos começar então – Peeta diz indo por trás da clínica

– Hey! – o chamo – para onde vai?

– Você já vai ver. Okay?

– Okay – digo

Ficamos novamente em silêncio e Peeta segue a minha frente para o que parece ser um jandir com duas cadeiras. O lugar é um pouco afastado da clínica.

– Senta aqui – assento com a cabeça e me sento – O que te trouxe pra cá?

– O ônibus – ironizo

– Eu sei disso, mas quero saber o motivo

– Não sei – começo – Minha mãe estava cansada de mim, só tinha eu e minha irmã e eu já não aguentava nem mais o fato de conviver com minha mãe – faço uma pausa – arrumei minhas coisas e peguei o primeiro ônibus...

– E?

– Bem, cá estou

– Mas?

– Mas o que?

– Você não veio só por isso. Tem algo a mais

– Eu quero melhorar, porém isso não está me ajudando nem um pouco

– Não é tão simples assim, Katniss – ao menos meu nome aprendeu a dizer – Você vai à igreja?

– Não – digo secamente

– Por quê? – Peeta pergunta. Consigo sentir o tom de surpresa em sua voz

– Não acho necessário

– Pois acho melhor a senhorita começar a achar necessário

– Acho melhor você dizer as coisas de forma mais clara

– Okay- ele suspira – se quiser realmente mudar vai ter que se encaixar as regras do local

– O que quer falar?

– Que vai ter que ir a igreja, ajudar as crianças nos dias úteis e dar o seu melhor

– Pensei que seria mais simples

– Mas Katniss, nada é simples