Love & Sin escrita por Thais


Capítulo 33
Capítulo 32 - Katniss


Notas iniciais do capítulo

Oi amorecos,

Esse é o último capítulo e o próximo sera o epílogo... Muitão obrigada pelos reviews, continuem hein!!

[Victoria M Everdeen] que recomendação linda foi aquela? Eu amei, amei mil vezes gatona! Dedico pra você o cap de hoje!

Enfim, boa leitura. Vejo vocês nos reviews!



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Ainda sentia-me como se meus pés não estivessem presos no chão e minha cabeça viajando nas nuvens. A passos hesitantes, voltei para minha casa. Sentei na cadeira de balanço e olhei longamente para casa de Glimmer, considerando a possibilidade de que eu havia estado realmente louca.

É comum crianças criarem amiguinhos imaginários, mas eu não sou uma criança. Sim, eu estava sob uma forte estresse quando cheguei a Southport. Sozinha e sem amigos, fugindo de uma vida horrível, sempre olhando por cima do ombro, com medo da possibilidade de Marvel me encontrar. Quem não sentiria a pressão dessa ansiedade? Mas será que aquilo fora o bastante para eu criar um alguém em minha mente? Talvez alguns psiquiatras dissessem que sim, mas eu não tenho muita certeza.

O grande problema e que eu não quero acreditar nisso. Não posso acreditar, porque me pareceu tão... real. Eu me lembro daquelas conversas, ainda me recordava das caras e bocas de Glimmer, ainda ouvia sua risada contagiante. As memória que tenho de Glimmer são tão reais como as memórias de Peeta. Claro, agora ele também não era real. Provavelmente minha mente o havia criado também. Assim como Alex e Kristen. Eu provavelmente estou amarrada a uma cama em um manicômio, perdida em um mundo inteiro que eu mesma havia criado. Sacudi a cabeça, confusa e extremamente frustrada e mesmo assim...

Havia algo que ainda me perturbava. Algo que não consigo identificar. Estava me esquecendo de alguma coisa. Algo que era importante.

Por mais que tentasse, não era capaz de compreender aquilo. Tudo que ocorreu nos últimos dias me deixou abalada e exausta. Olhei para cima. O crepúsculo estava começando a se espalhar e a temperatura estava caindo. Uma névoa se formou perto das árvores.

Desvie os olhos da casa de Glimmer e examinei a carta. Não havia nome nem palavra escritos no lado de fora do envelope.

Pela cara que Peeta me fez quando a me entregou, imagino que algo horrível estava escrito aqui dentro. Não sabia se é importante para ele, afinal ele não havia me dito nada.

Girei o envelope nos dedos, abrindo o lacre. Na luz esmaecida, deslizei meu dedo por cima do papel branco antes de desdobrar as páginas. Finalmente, comecei a ler.

À mulher que meu marido ama.

Bem, talvez você ache estranho ler essas palavras, mas espero que acredite em mim. Por certo lado, nenhum aspecto desta carta me parece normal. Há tantas coisas que quero falar, tantas coisas que eu quero te contar e, quando resolvi escrever essa carta, tudo parecia estar claro em minha cabeça.

Meu nome, como você com certeza já sabe, é Glimmer. Entretanto a maioria dos meus amigos me chamava de Glimm...

Parei de ler e encarei a carta em minhas mãos, incapaz de absorver aquelas palavras. Respirando fundo, reli aquela frase: Meu nome, como você com certeza já sabe, é Glimmer. Entretanto a maioria dos meus amigos me chamava de Glimm...

Segurei as páginas com força, finalmente desvelando a memória que vinha lutando para relembrar. Subitamente, me vi outra vez na casa de Peeta. Recordei dos gritos de horror de Kristen e Alex. De tudo que havia feito. Com uma clareza absoluta, lembrei-me de girar sobre os calcanhares e ver um retrato pendurado na parede, o retrato da esposa de Peeta. Naquela noite, eu estava confusa demais, com os nervos a flor da pele em meio ao inferno de fumaça e medo.

Mas eu vi o rosto. Sim, eu até mesmo parei um pouquinho para encará-lo.

“Ela se parece muito com Glimmer”, lembrei-me. Mas agora, sentada na varanda com um céu que acima de mim está escurecendo aos poucos, eu tenho certeza que estava errada. Errada sobre tudo. Levantei os olhos para olhar em direção a casa de Glimmer novamente.

Eu não havia imaginado Glimmer. Não fora minha imaginação que a criara.

Glimmer esteve aqui. Senti minha garganta se apertar. Não porque não acreditava nela, mas porque eu finalmente entendi que minha amiga Glimmer – a única amiga que tinha aqui, a minha conselheira e a quem eu confiava tudo – jamais voltaria.

Nós nunca mais voltaríamos a tomar café, nunca dividíramos outra garrafa de vinho, nunca mais conversaríamos. Eu nunca mais a veria...

[...]

Suspirei pesado. Não sabia quanto tempo estava encarando a carta sobre minhas mãos. Não sabia há quanto tempo minha cara estava com a expressão chocada.

“Tudo bem” pensei comigo mesma “Eu vou ouvir o que você tem a dizer.”

... Durante a maior parte de minha vida, me chamaram de Glimm. Pode me chamar de qualquer nome, eu não me importo. Eu já me considero sua amiga... Espero que, quando terminar de ler, sinta o mesmo em relação a mim.

Morrer é estranho e eu não consigo achar algo pra definir. Posso ainda ter algumas semanas, ou talvez dois meses de vida. Embora seja um clichê, o real é que muitas coisas que eu acreditei serem importantes não são mais. Não leio mais o jornal e nem se importo se vai chover.

Mas querida amiga, eu só quero lhe dizer uma coisa: cuide do que deixei. Eu sei que poderia lhe enrolar falando totalmente sobre minha vida, mas sei que alguém pode lhe contar e te assegurar detalhes melhores do que eu.

Peeta não foi meu primeiro amor, disso eu tenho certeza. Eu era o que podia chamar de “pessoa sem sentimentos” e só soube o que é o amor quanto tive meus filhos. Quando vi minha família completa e feliz. Mas você sabe – creio eu – que tudo que é bom um dia se torna passageiro. Minha vida foi assim. Em um dia eu tinha tudo e no outro nada. Então, vou lhe pedir coisas simples.

Ame as crianças como eu as amei. Cuide-as. Leve Kristen e Alex para escola e não se esqueça dos seus lanches favoritos. Leia com eles, durma com eles. Fique ao seu lado e ensine o bem.

Ame a Peeta como eu o amei. E como eu o amava, você não teria a noção de quanto eu fui louca por ele. Aliás, quem não seria? Espero que você o ame de verdade e fiquei para sempre ao seu lado.

E amiga, se você entrou em suas vidas. Não saia. Fique com eles para sempre. Cuide-os e os ame. Por favor, faça o que eu peço. Afinal, eles são sua família agora e não minha.

Não sinto raiva ou ciúmes de você me substituir; como já mencionei, considero você como uma amiga. Eu fico grata por você os fazê-los feliz. Eu gostaria de estar ai, para lhe abraçar e agradecer pessoalmente.

Essa carta foi um trato nosso nas minhas últimas e lastimas semanas. Peeta prometa entregar essa carta apenas se encontrasse alguém que amava como me amou.

Bem, ele a encontrou. E se ele a escolheu, tenho certeza que a escolhi também.

De sua amiga,

Glimmer.

Limpei as últimas lágrimas que ainda caiam e sorri. Glimmer existira. – Obrigada, amiga – sussurrei, sabendo que de algum lugar ela ouviria minha voz.


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