Love & Sin escrita por Thais


Capítulo 23
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

oi oi

Bom capítulo :3



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Nós optamos por voltar para cozinha um tempo depois. Deixei minha taça sobre o balcão e resolvi me ocupar com os afazeres do jantar. É difícil de aceitar que Peeta queria ainda ficar do meu lado está noite. E, mais importante, que eu quisesse passar a noite com ele. No fundo, não tinha certeza se eu realmente merecia ser feliz e também não acredito que merecia alguém que parece ser tão... normal ao meu lado.

Aquele era o segredo mais sujo do meu passado. Não o fato de ter sofrido com rejeição e violência – de alguma forma, acho que mereço isso, simplesmente pelo fato de ter deixado tudo aquilo acontecer. Mesmo agora, eu me envergonhava. Havia certos momentos que me sentia realmente horrível, como se as cicatrizes do passado ficassem visíveis a todos em minha volta.

Mas, nesse momento e nesse local, meu passado importava menos do que antigamente, porque, de algum modo, suspeito que Peeta entenda a vergonha que eu sentia. E aceita aquele sentimento também.

– Isso é só para começar – falei, colocando algumas coisas na mesa – Acho que os pimentões ainda vão demorar um pouco.

Ele se inclinou em direção da bandeja. – O cheiro é maravilhoso.

Peeta se serviu de um dos pedaços de queijo e o levou à boca. – Ah, que delicia – disse ele.

– É bom, não é? – digo sorrindo.

– Muito bom. Onde você aprendeu a cozinhar assim?

– Não sei... acho que apenas inventava alguma coisa quando estava morrendo de fome, sabe? Às vezes inventando coisas assim, eu acabava conseguido fazer que elas ficassem gostosas.

Peeta cortou outro pedaço com seu garfo. – Foi bom você ter ficado aqui, em Southport. Acho que consigo me imaginar comendo esse queijo regularmente, mesmo que tenha que trocar a mercadoria da padaria por um prato com este.

– A receita é bem simples.

– Você ainda não me viu cozinhar. Me saio muito bem fazendo pratos que as crianças gostem, mas, se for necessário preparar algo mais elaborado, simplesmente não consigo.

–E sobre os pães de queijo daquela vez? Você que fez, não foi?

– Tem essas coisas, mas são apenas coisas que eu aprendi a fazer, além do mais, são simples.

– Ah...

– É-é... Katniss, eu queria lhe dizer uma coisa, mas não quero que você me entenda mal.

Hesitei. – Por que é que tenho a impressão de que não vou gostar do que você tem a dizer?

– Eu só queria te falar o quanto estava ansioso para que hoje chegasse. Sabe, passei a semana inteira pensando nisso.

– Por que você achou que eu entenderia mal?

– Sei lá. Talvez por que você é mulher? Porque isso faz com que eu pareça estar desesperado, e porque nenhuma mulher gosta de homens desesperados?

Pela primeira vez naquela noite, eu ri exageradamente, sem nenhum nervosismo. – Eu não acho que você seja um cara desesperado. Tenho a impressão de que, às vezes, você fica sobrecarregado por conta da loja, clinica e das crianças. Mas você não é o tipo que fica me ligando todos os dias.

– Eu só não faço isso porque você não tem telefone. Mas, mesmo assim, eu quero que você saiba que isso tudo significa muita coisa pra mim.

– Bom, melhor começarmos a jantar.

[...]

– Acho que é melhor eu começar a limpar a cozinha... – digo, após algum tempo.

Peeta se alevanta e vem atrás de mim. – Eu quero que você saiba que essa noite foi maravilhosa para mim – começa ele.

– Peeta... eu...

Ele balançou a cabeça. – Katniss você não precisa dizer nada que...

– Mas eu quero dizer algo, está bem?

Peeta assentiu. – Eu também tive uma noite maravilhosa. E sei para onde isso vai nos levar e não quero que você fique magoado – comecei – Não posso fazer promessas. Não posso lhe dizer onde estarei amanha, ou mesmo daqui a um ano. Quando eu fugi, pensei que conseguiria deixar tudo pra trás e começar minha vida do zero, entende? Eu viveria e simplesmente fingiria que nada havia me acontecido. Mas como posso fazer isso comigo mesma? Você acha que me conhece, mas não tenho certeza se nem eu mesma me conheço. E por mais que você saiba algumas coisas sobre mim, há muitas outras que você não sabe.

– Quer dizer que você não quer mais me ver?

– Não! – falo/grito, balançando a cabeça com firmeza – Estou dizendo tudo isso porque quero vê-lo outras vezes, sim. E isso me assusta, porque eu sei que você merece alguém muito melhor do que eu. Você merece alguém em que possa confiar. Como eu disse, há certas coisas sobre mim que você não sabe.

– Essas coisas não me interessam – insistiu Peeta.

– Como você pode dizer uma coisa dessas?

– Por que eu conheço a mim mesmo – disse ele, se aproximando.

– Peeta... isso não pode...

– Katniss – sussurrou ele, por um momento, nenhum de nós se moveu. Peeta colocou suas mãos em minha cintura, me puxando para mais perto. Quando finalmente meu olhar se encontrou com o dele, foi que eu percebi que assim com ele me amava, eu também o amava.

Peeta passou a mão pelos meus cabelos. Nossos lábios finalmente se encontram, era possível sentir o gosto de vinho na língua dele. Entreguei-me a Peeta, permitindo que ele beijasse também o meu pescoço, arqueando as costas para trás.

– Eu quero muito ficar com você, mas não posso – sussurro contra sua boca.

– Está tudo bem – fala ele – Eu duvido que essa noite possa ficar mais maravilhosa do que já foi.

– Mas você está decepcionado.

Peeta afastou uma mecha de cabelo que caia sobre meu rosto. – Não acho que você possa me causar qualquer tipo de decepção.

– É-é...

– Eu amo você, Katniss – disse ele – Talvez você não esteja preparada para dizer essas palavras agora. Talvez nunca esteja. Mas isso não muda o que eu sinto por você.

– Peeta...

– Você não precisa dizer nada, Katniss.

– Posso explicar? – perguntei, me afastando um pouco.

Ele apenas sorriu e maneou a cabeça.

– Eu quero lhe contar algo. Eu quero lhe contar minha história.


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