Love & Sin escrita por Thais


Capítulo 13
Capítulo 12 - Peeta


Notas iniciais do capítulo

capítulo novo

boa leitura e até lá :3



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Enquanto Katniss jogava basquete com algumas crianças, tentava me ocupar, observando-a pelo canto do olho. Organizei alguns papeis, mas ver ela lá, daquela maneira, me deixava um pouco desconcentrado.

Ela havia mudado nos últimos dias, com um leve bronzeado típico do inicio do verão, e seus olhos tinham um brilho totalmente diferente daqueles olhos que eu vi pela primeira vez. Também parecia menos insegura ao meu lado e o que havia acontecido hoje foi um dos melhores exemplos. Não, aquela conversa não foi tudo aquilo, mas toda vez que eu iria pra falar com ela sentia algum tipo de coisa diferente. Porém, era um bom começo, não era?

Mas começo do quê?

Desde o inicio, sentia que Katniss tinha problemas e obviamente se não tivesse não estaria aqui, e minha resposta foi querer ajudâ-la. E, é claro que ela é bonita – muito, aliás – apesar de seu jeitinho estranho e das roupas que não valorizavam em nada seu corpo. Kristen havia sido simpática com ela como era com todas as pessoas, mas ela demonstrou confiança quanto a Katniss, coisa que ela só faria com a mãe ou comigo.

 Aquilo fez minha garganta dar um nó. Sentia falta de ter alguém do meu lado, assim com eles sentia falta de uma mãe. Alex sofria muito com isso, já Kristen não muito. A solidão deles era reflexo da minha solidão.

Katniss ainda representava certo tipo de mistério para mim. Havia um elemento faltando, algo que parecia me incomodar. A observava, perguntando-me o que a trouxe exatamente para cá.

Ela mandou um sorriso irônico para mim, tirando-me de meus devaneios. Enquanto ela sorria um menino roubou a sua bola marcando uma cesta de três pontos. Katniss bufou e agora tinha uma expressão séria no rosto, como se estivesse profundamente irritada. Percebi que os dedos da mão direita dela estavam se movimentando ao redor do anular da mão esquerda, dedilhando um anel que não estava ali. Havia sentindo há muito tempo o mesmo que ela deveria estar sentido agora.

Agora, ao observa Katniss dedilhando uma aliança que não estava mais em seu dedo, senti que havia descobrido o que tanto estava a me incomodar. “Houve sim um marido”, pensei, o marido dela era o elemento que faltava. Talvez ela ainda fosse casada, ou talvez não. Tinha um leve pressentimento que Katniss ainda sentia medo dele.

[...]

O céu explodiu me fazendo dar um pulo. Estava no balcão da padaria entediado. Ela estava pegando um pacote de biscoitos. Relâmpagos cortam o céu e alguns segundos depois a chuva começou a cair forte lá fora. Alex veio correndo para dentro da padaria, antes que a chuva começasse a cair mais forte, trazendo suas coisas. Estava todo vermelho e suado, fora o fato de estar molhado da chuva.

– Oi, papai.

Olhei para Alex – Conseguiu pescar alguma coisa?

– Só aquele dali. O mesmo que eu sempre pesco.

– Vá descansar. Daqui a pouco iremos almoçar.

 Alex subiu as escadas aos pulos.

Do lado de fora, a chuva caia sem piedade alguma e as rajadas de vento faziam a água bater com força contra as janelas. Os galhos das árvores se dobravam por causa do vento, curvando-se com uma força superior. O céu escuro reluzia com os relâmpagos e um trovão rugiu no ar, forte o bastante para fazer as janelas tremerem. Dou outro lado da padaria, vi Katniss gemer, com o rosto contorcido em uma expressão de surpresa, terror e medo. “Será que o marido dela a via assim antigamente?”, imaginei.

A porta da loja se abriu, relevando um homem todo molhado, respingando água nas tábuas do piso. Ele agitou as mangas em tentativa de se livrar da umidade, e antes de se sentar passou por mim, me cumprimentado.

Katniss se virou para a prateleira de biscoitos. Ao menos aqui tinham vários tipos deles. Ela parecia cansada, pegando o primeiro pacote que via a frente.

Depois de pegar alguns outros produtos, os levou para a caixa registradora. Quando terminei de calcular o valor das compras e de colocá-las nas sacolas plásticas, apontei para outra.

– Não se esqueça de seu peixe.

Katniss soltou um muxoxo, me encarando – Tem certeza de que cobrou o preço certo?

– É claro que tenho.

– Pois eu acho que não, Peeta.

– Dei um desconto de cortesia – disse, jogando um saquinho de pães de queijo – isso te serve?

Ela fez uma expressão seria, sem acreditar no que eu dizia, até finalmente por as mãos dentro da sacola. Ela pegou um pãozinho e o trouxe até o nariz.

– O cheiro é muito bom.

– Eu comi alguns desses ontem à noite. São ótimos, acredite.

Ela assentiu com a cabeça, mas seu olhar estava fixo na porta. O vento estava jogando a água contra a mesma em rajadas furiosas. A porta se abriu com um rangido e a água lutava para entrar na padaria. O mundo além do vidro era um completo borrão.

Algumas pessoas já haviam entrado aqui, esperando a tempestade passar.

Katniss tomou fôlego e pegou suas sacolas.

– Senhorita Katniss! – Kristen berrou de longe. Ela se levantou, sacudindo a folha de papel que havia colorido – você quase se esqueceu de seu desenho.

Katniss estendeu a mão, abrindo um sorriso enquanto estudava a imagem. Senti-me como – pelo menos por um instante – se todo o resto do mundo não tivesse mais qualquer importância.

– Está lindo. Mal posso esperar para colocá-lo na porta de minha geladeira.

– Vou colorir outra pra você. Para a próxima vez que você vier aqui.

– Eu adoraria – disse Katniss.

Kristen saiu aos pulinhos.

– Você sabe quanto tempo essa tempestade pode durar? – pergunta ela.

– Acho que o dia todo – disse, me apoiando no balcão.

– Que droga.

Ela voltou a olhar para o vidro da porta. Enquanto decidia o que fazer, dedilhava novamente o anel que não estava em seu dedo. Em meio do silêncio constrangedor, Kristen começou a puxar minha camiseta.

– Você poderia levar a senhorita Katniss para casa – disse ela – Está chovendo demais papai e ela não tem carro.

– Quer um carona até sua casa? – pergunto.

Katniss balançou a cabeça negativamente – Nem precisa se incomodar, está tudo bem.

– Mas e seu desenho? Ela vai se molhar todo – disse Kristen, com uma voz manhosa.

Sai de trás do balcão indo a sua direção – Vamos lá – disse e Katniss bufou outra vez – não custa nada.

– Não quero te incomodar...

– Imagine, você não vai – digo, pegando as chaves do carro e as sacolas.

– Deixe que eu as leve. Kristen, meu amor, pode subir e dizer para Alex que daqui dez minutos eu volto?

– Sim papai.

– Vamos? – pergunto a Katniss.

– Vamos – disse ela.


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