Uma reunião das Indústrias Stark estava marcada para aquele dia, Tony tentou se esquivar da responsabilidade de comparecer, mas, para sua infelicidade, Pepper o forçou a ir usando muitas ameaças. Ele, relutantemente, havia descido do próprio jato particular, em Paris, com o vento castigando seu rosto – era meados de outubro, outono parisiense, e, naquele dia, estava fazendo um frio de doer os ossos –, Tony entrou no carro que o aguardava. Pepper tinha ido na frente, para resolver com o conselho alguns imprevistos que surgiram de última hora.
Assim que se seu motorista o deixou em frente ao prédio que aconteceria a bendita reunião, Tony deu uma volta no quarteirão, protelando o seu fatídico destino. Além do mais, ele nunca tinha estado em Paris antes, por mais surpreendente que possa parecer, aquela era a cidade mais romântica do mundo e ele não fazia o tipo. Quando estava prestes a pegar o celular e verificar a hora, pois queria chegar o mais atrasado possível, Tony sentiu algo bater em sua perna.
Ele olhou para baixo e viu um menino de, no máximo, oito anos, encarando-o antes de sair correndo. Tony rapidamente verificou seu bolso e, por um momento, entrou em pânico quando não encontrou sua carteira. Ele virou a tempo de ver o menino virando à esquina.
— Ei, garoto, volta aqui! – gritou, antes de sair correndo.
O gênio bilionário sabia que acabaria perdendo a reunião – e que Pepper iria matá-lo –, mas não se importou, pois, ninguém rouba Tony Stark. Depois de cerca de oitocentos metros, ele perdeu o garoto de vista e bufou chateado, mas não era para menos... Afinal, não conhecia Paris e o garoto, claramente, conhecia às ruas parisienses como a palma da própria mão.
Suspirando derrotado, Tony ia se virar para voltar de onde veio, quando ouviu um grito abafado e a voz furiosa de um homem. Curioso, e sabendo que iria se arrepender do que estava fazendo, ele caminhou lentamente até um beco e esticou a cabeça para olhar o que acontecia. Um homem grande segurava, rudemente, contra a parede de pedra, o garoto que o furtou; a carteira de Tony estava em uma mão e a outra apertava o pescoço do menino. Sem pensar no que estava fazendo, ele correu na direção do desconhecido.
— Ei, amigo! Que tal pegar alguém do seu tamanho? – Stark indagou, imaginando como Steve estaria orgulhoso se o visse agora.
O homem, grande e musculoso, virou o rosto bem a tempo de receber um soco de Tony, deixando-o momentaneamente atordoado e fazendo com que soltasse o garoto, que aproveitou a oportunidade para rastejar para longe da luta. O Neandertal – como o Stark queria chamá-lo – avançou com o punho cerrado, e o gênio bilionário mal teve tempo de se esquivar.
Tony enfiou a mão direita no bolso do casaco e pressionou uma cápsula – que era uma obra prima da engenharia –, e estava guardada lá para momentos como esse; logo, quadrados de metal imediatamente revestiram sua pele, unindo-se como uma armadura. O gênio mostrou para o homem a palma da mão esquerda.