Rubi Vermelho Como Sangue escrita por Lucy Himeno


Capítulo 7
A sacada


Notas iniciais do capítulo

Demorei pra postar, mas vocês também demoraram pra comentar! U_ú

Huahaha, cá estou eu de novo. Eu demorei mesmo porque tô me sentindo meio... desinspirada. Muita gente tem me cobrado pra escrever yaoi, isso também me desorientou porque eu tentei muito e... bem, até agora não consegui, mas quem gosta aguarde que logo logo posto algo! ^^



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Mesmo com minha inquietação, mais alguns cortes e logo surgiu uma pequena franja reta na altura dos meus olhos. Se eu soubesse que combinava tanto comigo teria cortado muito antes!

-Ah, eu adorei Gabriel! 

-Que bom que gostou, senhorita Ruby. - Sorriu, colocando a tesoura em cima da mesa.

Ficamos imóveis num silêncio incomodo por alguns instantes, e nenhum assunto me vinha a mente para quebrar o gelo, então eu falaria qualquer coisa.

-Er... Seu nome é Gabriel mesmo? - Que pergunta idiota! Strike um!

-Sim, por que perguntas? - Me olhou, confuso.

-Você tem cara de Sebastian! - Strike dois!

-Sebastian? - Minha explicação só o fez ficar ainda mais confuso.

-Sim, você parece um mordomo! - Tentei explicar, mais uma vez.

-O que? Eu acreditava ter uma aparência jovial e viril... - choramingou falsamente - Mas qual a relação de uma coisa com outra? 

-Sebastian é nome de mordomo! - strike três! Fora!

-Mesmo? O mordomo da minha família se chamava Alfredo. - Definitivamente, ele não estava entendendo que era pra ser uma piada.

-Ah. - Desisti de tentar explicar

De novo, o silêncio gélido se instalou no ambiente, mas eu não me daria por vencida!

-Gabriel?

-Sim, mileide? - respondeu, se curvando formalmente, tal como um mordomo.

-O que é isso?! - Me espantei 

-Era assim que nosso mordomo se referia às damas... Atualmente não é mais?

-Atualmente, quase ninguém tem mordomos... - respondi, sem vontade nenhuma de explicar, onde estava o senso de humor desse carinha?

-Entendo. Deve ser difícil... - Disse e me olhou, com uma cara de pena ou algo parecido.

-Bem... Nós sobrevivemos... - respondi, revirando os olhos. Que tipo de vida extremamente confortável ele deve ter vivido? Era alguém da nobreza ou o que?!

-Entendo... Mas diga-me, que torta é esta sobre a mesa?

-Ah! Eu havia me esquecido sobre ela! Meus pais trouxeram ontem e ela passou a noite toda descoberta, então provavelmente não estava própria para o consumo... Pode jogar fora! - Era um ato insensível, mas eu não queria me apegar a ninguém daqui.

-Tens certeza que queres jogá-la fora? Não deverias pensar no esforço de quem a fez? - Me perguntou, pegando o prato e examinando a torta de perto

-Minha mãe disse que foi o vizinho quem fez, mas não me importa.

-Vizinho? - Pareceu surpreso, talvez preocupado.

-É, eles passaram a tarde na casa de uns vizinhos ontem, pelo que me falaram foi um garoto que fez.

-Tsc, aquele maldito já está se aproximando... - murmurou

-O que disse?! - o que eu acabara de ouvir não podia estar certo

-Nada. Já me vou, bom dia. - Parecendo furioso, Gabriel deu as costas, ainda com a torta na mão,  e pulou da sacada.

-Gabriel! - Corri desesperada, o que houve com esse louco?! Será que ela ainda estava vivo?!

Corri até a sacada e o vi completamente bem, andando à passos largos até o muro lateral do quintal,  apoiou um pé em um buraco do muro para ter um primeiro impulso depois apoiando a mão livre no muro e saltando lateralmente com graciosidade, mantendo a torta intacta, e em poucos instantes já estava do lado de fora e eu não conseguia mais vê-lo. Foi quando olhei para as paredes ao redor e abaixo e percebi que não havia nenhuma grade com trepadeiras do lado de fora, apenas janelas dos quartos ao lado direito, todas com sacadas, com exceção daquele minúsculo cômodo secreto que ficava ao lado, que tinha apenas janelas, mas todas pregadas com madeira pelo lado de dentro.

Como ele subiu ali então? E como ele pulou sem se esborrachar no chão? Meu Deus, que habilidades sobre-humanas eram essas?

Meus pensamentos foram como sempre foram interrompidos pelas batidas na porta e pela voz da minha mãe, que perguntou se podia entrar mas entrou sem esperar a resposta.

-Ruby, precisamos conversar sobre... O que você fez no cabelo?!

-Ah... Eu cortei mamãe, gostou? - Sorri cinicamente, apesar de apenas uma pequena mudança, se eu conseguisse irritá-la ao menos um pouco eu já ficaria imensamente feliz o resto do dia!

-Sim, eu gostei, você ficou muito bonita filha! - Ela respondeu alegremente. Droga, eu não tinha conseguido irritá-la dessa vez! - Mas eu preciso falar com você sobre algo importante - Disse e dirigiu-se à cama, onde se sentou.

-E sobre o que seria? - Perguntei, fazendo de tudo para que minha irritação para com ela não transparecesse na minha voz.

-Amanhã faremos sua matrícula num colégio daqui, e vim perguntar qual você prefere.

-É? E quais são? - Fingi ter algum interesse, para que a conversa seguisse o mais rápido possível.

-Bem, na verdade há apenas duas opções na cidade, a escola estadual e o colégio católico.

-Duas opções?! Como assim, só têm essas duas escolas na cidade inteira?!

-Bem... A cidade é pequena, você sabe. Além desses há mais uma escola particular, mas não podemos gastar muito por enquanto... Mas então, qual você prefere?

-Ah... Pode ser o colégio católico mesmo.

-Ok então filha, amanhã acorde bem cedo que faremos sua matrícula e você já ficara para começar as aulas! - Respondeu alegremente como sempre e se levanto para ir embora - Então... Eu já vou. Tem alguma coisa que você queira?

-Alguma coisa?

-É, você sabe... Talvez alguma coisa que possa alegrá-la.

-Um gato.

-Um gato?

-É, eu quero um gato.

-OK... Mas eu acho que não tem nenhum petshop por aqui...

-Tudo bem, eu encontro um por aí qualquer hora.

-Deixo isso com você então... Até mais. - Ela saiu e trancou a porta.

Eu queria um gato pra me fazer companhia... Já tinha pedido um antes, mas este me fora negado. Ao menos eu poderia usar de minha atual situação depressiva para ser um pouco mimada. Ah... Escola, eu nem lembrava mais disso! Tomara que corra tudo bem por lá.... E tomara que ninguém fique no meu pé, não quero me integrar com ninguém! Se bem que se mesmo na cidade em que eu vivi a vida toda eu havia feito apenas três amigos, então não havia com o que se preocupar...

Voltei à sacada para olhar aquela passagem mórbida... Agora, aquela calmaria proporcionada pelas lápides cinzentas e pelas árvores tendo seus galhos secos balançados pelo vento me parecia uma vista bela.

Mas voltando ao que interessa... Afinal, como ele havia chegado aqui em cima, e como pulou sem se machucar? E por que levou minha torta?!


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Notas finais do capítulo

Waa, eu achei esse cap. meio estranho, mas esperem que na escola aparecem novos personagens legais! ^^

Aguardem, aguardem...