Rubi Vermelho Como Sangue escrita por Lucy Himeno


Capítulo 3
A visita


Notas iniciais do capítulo

Olá... Acabei conseguindo escrever hoje o capítulo, mas como tenho que correr pra me arrumar pra ir pra faculdade, acabou ficando meio curto... ^^"
Ah, o que acharam do novo título?



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Abri meus olhos pesadamente e vi as cortinas escuras da minha cama, ou seja lá o que fosse aquela mancha roxa, minha vista estava embaçada, então eu não conseguia distinguir...

–O que aconteceu?! - Levantei de sobressalto quando lembrei do que tinha acontecido antes, mas senti uma tontura tão forte que fui obrigada à me deitar de novo. - Eu me lembro... Eu achei uma passagem secreta, depois um diário, e depois... Bem, provavelmente eu desmaiei, pois não me lembro de mais nada. Mas como eu vim parar aqui?

Olhei para baixo e tomei outro susto. O que aconteceu com a roupa que eu estava usando?! Ao invés do casaco e calça jeans molhados pela chuva, eu estava vestida com uma camisola de seda longa e preta com mangas, era muito bonita, mas ainda se faziam roupas nesse estilo?

Abri meus braços devagar para me espreguiçar e tentar relaxar um pouco, mas senti meu braço bater em alguma coisa por baixo dos lençóis. Levantei as cobertas um pouco apreensiva, mas o que vi me surpreendeu. Era o tal diário!

Me ergui, dessa vez com um pouco mais de cuidado, e examinei o diário mais de perto. Sua fechadura mais parecia um tipo de brasão que uma fechadura, e por algum motivo, eu achei conhecer aquele formato. Mas afinal, quem me colocou na cama com aquelas roupas, e por quê eu desmaiei?

Coloquei o diário debaixo do travesseiro e me levantei, mas onde estavam minhas malas?! Fui até o guarda-roupa e encontrei todo o conteúdo delas bem organizado, as roupas foram dobradas e colocadas uma sobre a outra, mas que roupas eram aquelas no cabide? Eram todos vestidos, a maioria preto, mas também tinha um vermelho e alguns roxos. Tinham rendas muito delicadas como eu nunca tinha visto antes, e eram todos longos, mas não como esses vestidos de festa, e sim como aqueles vestidos antigos que se usam com várias anáguas por baixo para dar volume. Eram lindos! Mas seria impossível usar um deles para sair por aí, por mais que esta fosse minha vontade. Mas de onde vieram todas essas roupas?


Fui até a penteadeira e vi o quanto meu cabelo estava assanhado! Sentei-me e suspirei só em pensar no trabalho que dava pentear meus longos cabelos castanhos, que cobriam minhas costas por completo. Depois de algum tempo finalmente terminei de me pentear, e fiquei curiosa sobre o conteúdo da gaveta da penteadeira e a abri.


Nela havia um porta-jóias de porcelana branco bonito, não aguentei a curiosidade e o abri também! Nele apenas um colar de ouro com um pingente de rubi que eu tenho desde pequena, mas raramente uso. - Que sem graça, pensei que encontraria novas jóias também... - reclamei, colocando o colar, mas quando minha mão tocou meu pescoço senti uma dor aguda - Ai! - Exclamei, segurando o pescoço com a mão, e depois afastei o cabelo para observar. Havia uma mancha roxa no meu pescoço! De onde surgiu isso?! Será que bati em alguma coisa quando caí? Essa não, se meus pais verem vão pensar que eu estava aos agarros por aí com alguém!


Procurei na gaveta alguma coisa pra cobrir aquele hematoma e encontrei umas gargantilhas de pano que combinavam com os vestidos. Coloquei uma preta com rendas e consegui cobrir a marca. Aproveitei para voltar ao guarda-roupa, afinal não faria sentindo usar só uma gargantilha com uma roupa normal, ou ficar andando de camisola por aí.

–Ah, quer saber?! Desencanei de investigar tudo por aí, eu devia estar muito paranoica. Meu desmaio deve ter sido por não me alimentar direito. Meu pai deve ter me levado pro quarto e minha mãe deve ter me trocado. As roupas devem ter sido uma surpresa da minha mãe, ela sabe que eu gosto de coisas antigas. O diário deve ser só um diário comum. É isso! - Falei, convencida que aquela seria a explicação mais racional e tentando me convencer dela.

Vesti um vestido preto com roxo, junto com as anáguas. Por sorte aquela cidade era ainda mais fria que a antiga, então não eu teria problemas com o calor. Coloquei uns sapatos de salto pequeno e prendi parte do meu cabelo atrás com uma fivela com um laço. Que lindo! Era como um sonho, eu me sentia uma princesa! Precisava descer para agradecer e me desculpar com minha mãe.


Saí do quarto, e reparei que a porta do lugar onde antes eu estava havia sido fechada, era quase imperceptível, se não fosse pela marca do pape de parede arrancado. Dei as costas e fui em direção às escadas, descendo-as. Onde estavam meus pais?

–Mãe... Pai... Cadê vocês? - circulei pela sala, cozinha, voltei lá em cima, mas ninguém me respondia. Como eles puderam deixar a filha desmaiada sozinha em casa?! Que pais desnaturados!


Eu já estava descendo as escadas da sala novamente, quando a campainha tocou. Pensei um pouco sobre atender vestida daquele jeito, mas fui. Quando abri a porta, um garoto alto, de cabelos pretos e pele muito branca estava do lado de fora, esperando. Sorriu de canto olhando para meu vestido, mas ele também estava usando um tipo de terno com gravata e botas longas antigos muito estranhos. Por acaso haveria uma festa à fantasia na minha casa e eu não sabia?

–Boa tarde, senhorita... - Disse, curvando-se elegantemente para me cumprimentar, como um verdadeiro cavalheiro. Eu acabei o cumprimentando involuntariamente em resposta, me curvando e levantando o vestido, como nos costumes antigos, mas tropecei e quase caí quando voltei à me levantar. Quase, mas ele me segurou pelos ombros.

–Senhorita, você está bem? Parece estar um pouco pálida, anêmica... Deveria sentar-se um pouco. Eu posso entrar?


De algum modo, aquela pergunta me assustou...


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Notas finais do capítulo

Haha, vocês já devem estar se ligando sobre o que se trata não? :3