Rubi Vermelho Como Sangue escrita por Lucy Himeno


Capítulo 11
Mal assombrada?


Notas iniciais do capítulo

Adivinha quem voltou depois de séculos de sumiço...? *Se protegendo das pedradas*
Desculpa mesmo por isso... Eu tentei várias vezes continuar a escrever, mas sempre travava :/ Mas não pretendo deixar mais nenhum leitor órfão, por isso, farei meu melhor para continuar. Não sei se está bom, mas decidi continuar a historia até o fim! Nas notas finais eu dou uma explicação melhor... Aproveitem o capítulo!
PS: Finalmente meu avatar é uma foto minha, hehe ////



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/369596/chapter/11

–Mal assombrada...? O que você quer dizer com... – Minha confusa fala foi interrompida pelo barulhento soar do alarme que anunciava o fim do intervalo.

–AAAAH! – Laura gritou assustada, se jogando sobre mim, fazendo com que ambas caíssemos ao chão.

–Foi só o alarme... O “recreio” acabou... - Encarei-a com os olhos semicerrados em desaprovação por alguns segundos, antes que cair na gargalhada por causa dela. Ela me olhava confusa, mas no fim ambas rimos.

Levantei-me primeiro e estendi minha mão em seu auxilio. Ela também se levantou, curvando-se em seguida para recolher sua marmita. Ninguém sabia que eu me transferiria para a escola hoje, ela pretendia comer tudo aquilo sozinha...? Mais importante que isso, o que ela quis dizer com mal assombrada? Descíamos as escadas rapidamente enquanto conversávamos, apenas ouvi e assenti enquanto Laura me contava mais histórias sobre essa lenda urbana de “casa mal assombrada”. Depois de ouvir suas explicações por meio dessas histórias, percebi que provavelmente tratava-se apenas de mais uma dessas histórias de cidade pequena, de gente que não tem o que fazer... Suspirei ao lembrar que agora eu estava longe de todo mundo que eu conhecia e meu mau humor voltou. Chegamos à sala sem que eu falasse mais nada, apenas assenti com a cabeça quando Laura falou algo que não prestei atenção e foi para o seu lugar.

O próximos professores me olharam com curiosidade, mas não perguntaram nada nem fizeram com que eu me apresentasse novamente. A maioria das matérias eu já havia estudado em minha escola antiga, o que me trouxe ainda mais tédio. Eu olhava o movimento das árvores e plantas através da janela ao meu lado, e assim as aulas seguintes passaram sem que eu percebesse e logo era hora de voltar para casa.

–Ruby, vamos! – Laura aproximou-se de minha cadeira, toda animada e já com a mochila nas costas.

–Vamos... Onde? – Lhe encarei, confusa. Olhei em volta e percebi que todos os outros já tinham saído da sala.

–Você esqueceu...? Lembra que eu pedi para visitar sua casa depois da aula?! Vamos, você já concordou...! – Ela reclamava em tom de birra, fazendo beicinho.

–Você disse isso...? – lembrei que ela tinha dito algo quando voltamos para sala e eu apenas assenti... Droga, eu deveria ter prestado mais atenção! O que vai acontecer se ela encontrar o esquisito do Gabriel?!

–Vamos, vamos! – Ela me abraçou por trás e começou a me sacudir.

–T-Tá bom, mas afasta um pouco, por favor! – Segurei seus braços e me libertei de seu abraço. Eu não gosto de muito contato físico, ainda mais com alguém que acabei de conhecer.

–Então vamos? Eu quero tanto ver um fantasma! – Comparada a sua cara de medo ao descobrir onde eu morava, agora seus olhos praticamente brilhavam diante da possibilidade de realmente ver algo sobrenatural em minha casa.

–Ok. Vamos. Mas já vou avisando que não vai encontrar o que procura.

Ela assentiu com a cabeça repetidamente, eu guardei meu caderno sem anotação alguma sobre o conteúdo das aulas e nós descemos as escadarias para deixar a escola. Vi Abel no jardim, aparentemente podando alguns galhos de plantas. Ele acenou para mim e eu corri em sua direção, curiosa para perguntar-lhe se já se sentia melhor.

–Ruby! – Ele sorriu – Desculpa pelo que você viu mais cedo... É que... Às vezes eu e meu irmão brigamos e... – Ele corava e parecia bastante perturbado ao tentar esclarecer a situação e a cena que eu vi mais cedo, quando Eric o confortava, abraçando-o.

–Não se preocupe. Eu não vou contar a ninguém. Eu sou filha única, mas acredito que seja normal para irmão brigarem, não é mesmo? – Embora eu não ache que seja normal se abraçarem daquele jeito, Laura enfartaria se visse aquela cena.

–O-obrigado! – Ele sorriu, meio sem jeito, mas parecendo aliviado – O que você vai fazer hoje? Se tiver algum tempo, eu gostaria de te convidar para tomar um chá... ou algo assim.

–Ah, eu sinto muito... Eu adoraria, mas hoje eu já fiz planos com a Laura... - Ah, que droga... Eu realmente gostaria de acompanhar o Abel e talvez ouvir mais sobre ele e seu irmão, para satisfazer minha curiosidade.

–Tudo bem, eu entendo... – Ele parecia um pouco desapontado, mas continuava forçando-se a sorrir – então você já fez uma amiga aqui?

–Sim, esta é... – olhei ao meu redor e não encontrei Laura em lugar algum – ué, ela estava aqui comigo agora há pouco... – Avistei Laura “escondida” ao lado do portão do colégio, provavelmente com vergonha de se aproximar. –Desculpa, essa garota é muito tímida, então ela está me esperando no portão – sussurrei.

–Haha, eu entendo, eu sou um pouco tímido ao falar com pessoas novas também – “ainda assim você está falando comigo?” Pensei – Vocês duas têm algo importante para conversar?

–Na verdade não... Ela quem de repente começou a falar umas bobagens, aparentemente há uma lenda urbana sobre a minha nova casa ser mal-assombrada... Então eu vou leva-la comigo para mostrar-lhe que minha casa é perfeitamente normal.

–Mal assombrada...? – Ele arregalou os olhos – R-Ruby, não me diga que sua casa é...

–Ora, você também? Não se preocupe, eu tenho vivido lá por alguns dias agora, sei que não há nada de estranho ali. – Além do Gabriel que entra em minha casa de repente, é claro, mas acho melhor não mencioná-lo.

–Está certo... Pessoas normais não devem perceber nada de qualquer maneira... – Ele disse baixinho enquanto seu olhar parecia distante e pensativo.

–O que você disse?

–E-Eu... É... Ha ha, essas lendas urbanas de cidades pequenas devem ser cansativas para uma garota da cidade como você, não é?

–Um pouco... – respondi desconfiada - A história menos entediante é a que as flores do jardim mantiveram-se bem conservadas devido aos nutrientes fornecidos pelos cadáveres dos antigos empregados da casa, enterrados abaixo delas... E que por isso as rosas são tão vermelhas.

–Ha ha ha... – dessa vez seu riso não parecia forçado – Eu tomei conta das flores daquele jardim pessoalmente, então posso garantir que as flores estão bonitas por causa do adubo caseiro que eu preparei!

–Oh, verdade? Nossa, você tem talento para cuidar das flores! Mas agora eu tenho que ir... Laura está me esperando.

–Espere! – Ele disse, virando-se de costas para pegar algo e voltando-se para mim – Um presente para lhe proteger no caminho de volta! – ele aproximou sua mão de meu rosto e colocou uma rosa branca atrás de minha orelha, ajeitando uma mecha de meu cabelo e tocando minha face com a ponta dos dedos antes de se afastar. Mesmo com aquela imagem infantil, confesso que corei um pouco com seu toque – Até amanhã, Ruby! – Abel sorriu largamente, com aquelas covinhas nas bochechas...

–A-Até amanhã! – Dei as costas e saí correndo em direção ao portão de entrada, antes que ele percebesse que meu enrubescimento se tornava maior.

–R-Rubi... - Laura me encarava desconcertada, de olhos arregalados e com as bochechas tão vermelhas quanto as minhas deveriam estar... Será que eu a deixei com ciúmes...?

–L-Laura? – Eu sentia meu rosto arder ainda mais, não gostaria que Laura tivesse a impressão errada.

–Ruby... Aquilo foi... Tão lindo! – Ela me abraçou, saltitando e parecendo bastante animada.

–O que? Eu pensei que você estava com ciúmes... – me senti tão aliviada em saber que eu não a tinha magoado que nem me preocupei em me libertar de seu abraço

–Hm? Bem, eu não tenho razões para sentir ciúmes... Mas certamente Eric não gostaria de saber disso, he he... – Ela cobriu sua boca com a mão enquanto corava ainda mais, parecia estar imaginando alguma coisa entre...

–Ei! – Dei-lhe uma pequena tapa no topo da cabeça – Pare de pensar besteiras, aqueles dois são irmãos! - Me sentia envergonhada diante de Laura e sua imaginação fértil.

–Oh... Então tudo bem se eu mostrar essas fotos para ele? – ela me mostrou seu celular, com uma foto minha e de Abel, me provocando em tom de riso – Tenho certeza que Eric ficaria com raiva e...

–Ei! Por que você tirou fotos?! Me dá esse celular aqui! – tentei tirar o objeto de sua mão mas ela se esquivou.

–Uma corrida até sua casa então! – Laura saiu correndo na frente, rindo-se, e eu, apesar de achar isso algo bobo de se fazer, não tive escolha além de persegui-la.

–Volta aqui! Me espera!

Confesso que talvez meus dias por aqui serão menos tediosos do que eu imaginava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, como foi? >

A faculdade acabou comigo. A lavagem cerebral dos professores me fez acreditar que o que eu gosto de ler e escrever não tinham valor algum. Que a literatura contemporânea ou infanto-juvenil de nada valem. Que "Isso não é literatura". Desde então, não consegui mais escrever uma linha sequer, por mais que tentasse. Mas agora decidi que eu vou ler e escrever o que eu quiser e me o que me der na telha!

Aconselho a todos pesquisarem BEM antes de escolher um curso, principalmente se você for começar cedo, assim como eu.

Espero que tenham gostado da volta. Finalmente, eu tive muitas ideias para continuar a história, muita coisa ainda está por vir. Vou me esforçar.
E por favor, se você gostou, comente!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rubi Vermelho Como Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.