Rubi Vermelho Como Sangue escrita por Lucy Himeno


Capítulo 1
A despedida


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha primeira história publicada! o/
Já tinha a história na cabeça e um desenho antigo de 2010, mas acabei de escrever, por isso, não sei se está muito boa, mas me esforcei!

Colocarei uma imagem por capítulo, assim que a considerem uma lightnovel!
Ficou bem curtinho né, esse primeiro cap...Mas depois melhora!

Por favor, me deem reviews e sigam meu blog para mais informações! ^^
http://lucy-hime.blogspot.com.br/



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Eu tinha acabado de receber a notícia de mudança. Nova cidade, nova casa, novos amigos... Ou amigo nenhum. Meus pais decidiram parar de repente com o aluguel e usar o dinheiro que tinham juntado por anos numa poupança para comprar uma casa própria. Problema nenhum, até eles chegarem à conclusão que não achariam uma boa casa por trinta mil reais naquela cidade razoavelmente grande. "Ruby, vamos nos mudar!" foi o que meus pais me disseram alegremente naquela manhã, faltando menos de duas semanas para o meu aniversário de dezesseis anos.


Eles eram bons pais, e eram ainda felizes e apaixonados, apesar de quase vinte anos de casados. Nós passávamos a imagem de "família feliz de comercial de margarina", pais perfeitos, filha calma e estudiosa. Mas nem sempre a realidade é a que está diante de quem vê de fora.

Eu era a única dentre meus amigos que não tinha os pais separados. Mesmo não sendo uma boa base para estatísticas, tendo em mente que eu tinha apenas três, o que eu antes considerava sorte e me orgulhava agora começava a me incomodar.

Eles eram o casal perfeito. Viviam saindo para viajar em segunda, terceira, quinquagésima lua de mel, saindo para jantar fora em restaurantes românticos ou outros passeios, mas claro, sem me levar junto. Eles queriam esquecer que tinham uma filha, queriam continuar vivendo como um casal jovem mesmo já beirando os quarenta, queriam que eu não existisse?! Talvez se arrependeram da ideia de ter filhos que estariam em meio aos seus planos e por isso eu me tornei filha única.

Por isso não, eles não podiam esperam mais duas semanas antes de nos mudarmos para a casa nova. Talvez não tão nova, já que me falaram que era um antigo casarão de uma família antiga. "Vamos querida, traga o resto de suas malas!" foi o que minha mãe me dizia alegremente enquanto meus amigos, Samanta, Pedro e Alisson se despediam de mim em um abraço grupal, repleto de saudades e lágrimas minha e de minha única amiga. Os meninos não podiam sair chorando por aí, algo sobre orgulho masculino, mas notei Pedro um pouco sufocado com isso, doeu-me pensar na horrível sensação de engolir um choro. Alisson não era de transparecer o que sentia, mesmo quando triste fazia piadinhas desaforadas para disfarçar, piadas essas que nos geravam muita discussão entre nós dois e motivo para risos para Sam e Pedro.

Foi perfeito todo o tempo que passei com vocês. Não tenho muitos amigos, mas vocês são verdadeiros. Mesmo com nossas brigas ou discussões, amo todos vocês. Sentirei muitas saudades!- Falei, antes de secar a que jurei ser minha última lágrima, até que eu voltasse à vê-los.

Ora, não fale assim como se não fosse nos ver nunca mais! Pra mim não vai fazer diferença, você quase nunca saia de casa mesmo...- disse Alisson indiferente, enquanto Samanta lhe dava um soco no ombro e Pedro lançava-lha um olhar de reprovação quase capaz de explodir-lhe os miolos. Dessa vez não me importei em respondê-lo. Eu sabia diferenciar quando havia sinceridade ou não em suas palavras, aquele com certeza não era um dos raros comentários verdadeiros que ele fazia, então apenas ignorei e sorri de canto sem vontade.

Nós todos sentiremos sua falta Ruby. Alguns mais, outros menos- olhou de banda para Alisson, que deu de ombros- mas eu posso dizer que eu pelo menos sentirei muita. Por favor, não esqueça de mim... Quer dizer, de nós, todos nós!- disse Pedro, baixando a cabeça envergonhado, tive que conter o riso. Eu já sabia há muito tempo de seus sentimentos por mim, mas fingia que não, pois eu não seria capaz de correspondê-lo e isso poderia acabar abalando não só nossa amizade, mas também os outros integrantes do nosso pequeno grupo.

Ruby, eu...-Samanta não conseguia falar mais nada, estava sufocada em lágrimas intermináveis, então tudo o que pôde fazer foi me dar um apertado abraço.

Eu te amo amiga!- disse, abraçando-a de volta, enquanto eu ainda tinha a oportunidade de vê-la.

Crianças, eu sei que vocês vão sentir saudades, mas nó precisamos sair agora!- interrompeu meu pai impaciente, segurando a porta do porta-malas, ansioso para colocar minha pouca bagagem no carro e partir.

Nós três demos um longo abraço de novo, e os meninos ajudaram a levar minhas duas malas para o carro. Meu pai rapidamente fechou a mala, acenou e assumiu o volante. Dentro do carro, olhei, acenando pela janela, depois pelo vidro traseiro, até não poder ver mais aqueles três que eu tanto amava. Agora, teria de passar meu aniversário numa outra cidade, cheia de gente desconhecida, numa casa antiga muito estranha, sem meus amigos e sem internet para tentar me conectar com eles. Quem foi mesmo o tolo que disse que "os pais mudam seus sonhos em favor dos sonhos dos filhos"?


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Curiosos pelo que vai acontecer com Ruby em sua nova casa? Não perca o próximo capítulo!