Sonho de Uma Noite de Verão escrita por Anny Taisho


Capítulo 8
Acidente




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/36846/chapter/8

Cap. VIII – Acidente

Naquela tarde ao chegar em casa, o moreno comeu alguma coisa que pegou no armário e foi para o quarto. De um dia para o outro sua vida havia dado um giro de 360°. Há menos de vinte quatro horas atrás não imaginava que poderia ser pai.

E agora estava comprando uma briga feia com Riza, se bem que pelo que havia percebido ela não tentaria nada contra uma aproximação.

Mas a amargura e dor que vira naqueles olhos não saiam de sua cabeça. Jamais havia pensando em vê-la tão frágil, tão dependente, principalmente de alguém que tinha menos de cinco anos de idade.

Jogou-se na cama e ficou olhando para teto, se achava que tinha problemas, não estava pensando no escândalo que seria quando tudo fosse descoberto.

- Kami-sama! É agora que eu pago todos os meus pecados...

-

-

Riza estava sentada no canto do quarto, o lugar de encontro entre duas paredes, abraçada aos joelhos. Sentia que se não ficasse assim acabaria divida em dois era tamanha sua dor.

Por que ele queria tirar mais aquilo dela?

Ele era bem feliz com vida de boêmio que levava, uma criança acabaria por mudar toda a sua rotina, era ilógico.

Nunca a solidão esteve tão perto de acabar com ela.

- Eu não posso...

A loira levantou-se e caminhou para a sala onde pegou um casaco. Precisava caminhar um pouco, colocar as idéias nos seus devidos lugares.

Tentar se conformar...

Foi para um parque que ficava perto do apartamento. Era um lugar arejado que possuía um lago profundo de águas negras no centro.

Andou em círculos até que acabou por sentar-se a beira do lago, as águas escuras impediam que se visse qualquer coisa dentro dali. Mas sabia que era fundo, muito fundo...

Os vermelhos estavam fixos a olhar as águas negras, tudo o que desejava era deixar o corpo cair na imensidão e afundar.

Acabar logo com aquela dor que lhe corroia a alma.

- Uma moça tão jovem e tão bonita não deveria olhar assim para o fundo do lago, ele pode querer te puxar...

Uma velha senhora que caminhava parou de pé perto dela.

- Eu não teria tanta sorte assim.

A loira deu um sorriso amarelo e nitidamente dolorido antes de se levantar, o céu já estava escuro, logo uma tempestade cairia, não era bom que ficasse por ali, era possível acabar sucumbindo a tentação de deixar o lago a puxar.

A velha mulher não conseguia acreditar que uma moça tão nova já podia estar tão amargurada. Mas de uma coisa tinha certeza, aquilo era dor de amor...

E só o tempo é capaz de curar essas dores.

Riza caminhava a fim de atravessar a rua para poder tomar um taxi, estava tão desligada do que se passava a sua volta que não viu que um carro que havia perdido o freio vinha do lado direito da rua.

- Moça!!!!

Tudo o que conseguiu fazer foi olhar para trás vendo o rosto de horror da senhora que lhe falara a pouco e depois olhar para o lado vendo o carro avançar sem chance de escape.

Estava no meio da faixa de pedestres, não adiantava correr, o impacto era iminente. Tudo o que fez foi fechar os olhos para logo após sentir o atrito do metal contra seu corpo, atirando-o para longe.

A última coisa que vira antes de perder os sentidos fora o asfalto negro se aproximando e depois arranhando sua pele. E naquele momento sentiu que a dor que carregava na alma desaparecia...

- Amy.

-

-

Na grande mansão, todos os empregados estavam a procura da futura herdeira da família. A criada que a perdera estava aos prantos, Amy era sempre tão quietinha, nunca esperou que ela pudesse desaparecer daquela maneira.

- Calma Pauline, ela não pode ter saído da casa, todos os portões estavam e estão trancados.

- Mas eu a deixei sumir...

Cada empregado da casa revirava cada centímetro da residência, e graças a Kami, encontraram a menina no quarto adormecida agarrada ao ursinho.

- Graças a Kami!

Ingrid descia as escadas com a pequena adormecida nos braços.

- Onde ela estava?

- No quarto dormindo no chão.

- Minha nossa! – o velho general pegou a bisneta nos braços – Ela está bem...

- Ela está, não está?

A empregada estava preocupada.

- Está sim, Pauline, podem voltar a fazer seus afazeres e não quero um comentário se quer sobre isso.

- Hai.

Grumman carregou a neta de volta ao quarto desta vez colocando-a na cama. Não sabia o que faria se a menina sofresse algum dano.

Ela era tão pequena, tão doce, tão frágil...

Suspirou e voltou para o escritório, sabia que aquele incidente não podia parar nos ouvidos da neta, caso contrário, não deixaria Amy sob a supervisão de Pauline nunca mais.

Mas seu dia não melhorou após sentar-se em sua cadeira.

- Telefone para o senhor.

- Pode passar, Ingrid.

Ligação on

- Grumman falando.

- Boa tarde, o senhor é parente da Capitã Hawkeye?

- Sim, quem fala?

- Meu nome é Tamara, sou enfermeira do hospital Central, a capitã Elizabeth Hawkeye deu entrada a algum tempo e encontramos sua identificação.

- Entrada?

- Sim, ela foi atropelada e está sendo submetida a alguns exames.

- Atropelada? Em que hospital você disse que trabalhava mesmo?

- Hospital Central.

- Eu já estou indo.

Ligação off

- Kami-sama! Atropelada?

O velho general correu para o hospital rezando para que não fosse nada de grave.

-

-

Assim que chegou na recepção o homem correu.

- Sou Otaviano Grumman, avô de Elizabeth Hawkeye...

- Oh... Sim, ela deu entrada há cerca de uma hora.

- Como ela está?

- Desculpe... Posso ajudar?

Era um médico.

- Sim, minha neta foi atropelada e quero saber como ela está.

- Atropelada? Deve ser a moça loura...

- Sim, como ela está?

- Bem, por sorte não quebrou nenhum osso, mas em contra partido teve duas costelas fissuradas, alguns arranhões e há o risco de uma convulsão, ela bateu a cabeça muito forte.

- Está acordada?

- Não, ainda está sedada, mas está bem.

- Minha nossa! Como foi o acidente?

- Parece que um rapaz perdeu o controle do carro enquanto ela estava atravessando a rua... Ela teve muita sorte.

- Oh.. Que bom!

- Pode se acalmar, ela está bem, mas acho que precisará de cuidados, terá de ficar alguns dias de molho.

- Isso vai ser difícil.

- Mas acho que depois dessa experiência ela não vai achar ruim alguns dias de folga.

- Minha neta é uma pessoa difícil.

-

-

Roy estava se arrumando para ir a um jantar com alguma de suas amigas, diga-se que nem se lembrava do nome dela, só não queria jantar sozinho quando o telefone tocou.

Ligação on

- Mochi mochi.

- Man?

- Fala Maes.

- Você não ficou sabendo?

- Não, e fala rápido que eu estou com pressa.

- Não é que...

- É que nada, depois você fala, tenho que ir a um jantar.

- Mas Roy...

- Tchau Maes!

Ligação off

- Fala sério! Eu aqui com pressa e ele me enrolando!

O moreno ajeita a gola da camisa e sai de casa. Seja o que fosse, ficaria sabendo depois.

-

-

Após dar uma passadinha no hospital, Maes e Gracia acabaram levando uma relutante Amy para dormir com Elycia. A pequena não queria desgrudar da mãe que ainda não havia recobrado os sentidos.

No entanto, por fim, aceitou. Gostava de Elycia eram grandes amigas e Maes quase caiu para trás quando viu que aquela Amy era a mesma Amy de Roy.

Conhecia a menina, ela já estivera em sua casa diversas vezes, mas jamais imaginou que fosse filha de Riza e muito menos do melhor amigo Roy.

As duas pequenas correram na frente, enquanto Maes e Gracia conversavam.

- Você acha que ela vai acordar logo?

- Vai sim, querida, pelo que as radiografias apontaram, ela não teve nenhum dano interno.

- Oh... Pobre Riza, atropelada por um carro desgovernado.

- Gracia, por que você nunca me falou que a melhor amiga da minha filhinha é filha do meu melhor amigo??

- Desculpe querido, eu não podia, se eu contasse ela nunca mais falaria comigo.

- Cara, eu já mostrei milhares de fotos da Elycia e em algumas estava a Amy e o Roy nunca deu a menor moral... Como a vida é irônica.

- Muito...

- Vamos, papai! A gente quer ver o mágico de Oz!!

- É tio Maes!!

- Calminha vocês duas, nós ainda temos que ir buscar as coisas da Amy.

- E o Ted!

O ursinho dela.

- E o Ted, meu bem!

As duas sorriem e entram no carro, Amy era uma menina muito doce e também geniosa e que agora tinha que ser afilhada dele. Maes não estava nem ai para paçoca, ela era filha de seu melhor amigo e por isso era seu direito ser o padrinho.

-

-

Estava num restaurante com uma bela moça morena de olhos acinzentados. Era uma companhia até agradável, visto que essa não falava só dela ou das roupas que viu alguém usando...

Pelo menos não o tempo todo.

- Então eu olhei para o lado e vi uma mulher com o vestido igual ao meu... Roy!

Ela ri.

- Oh... Hã? Desculpe. Eu me distrai.

- Anda muito distraído hoje.

- Alguns problemas. Mas o que dizia?

- Sabe... Eu conheço uma ótima forma de esquecer os problemas...

Roy sabia muito bem o que ela queria e a idéia não era de todo ruim, mas tudo isso saiu de sua cabeça quando viu o amigo entrar no restaurante.

- Maes?

- Hã?

- Não foi com você, é que acho que vi um amigo. Um minuto.

Roy se levanta não agradando muito a moça que não gostou de ter sua proposta ignorada.

Maes acabara de falar com o maitre.

- Maes?

- Man! E ai? O que faz por aqui?

- Jantando... Mas e você?

- Vim comprar o jantar, vamos assistir o mágico de Oz e a Gracia não vai fazer jantar.

- Que programa! O Mágico de Oz...

Roy segurava o riso devido a animação do amigo.

- Sem risinhos, man! Você vai se divertir de certa forma... Mas garanto que nós quatro vamos nos divertir também.

- Quatro?

O moreno levantou uma sobrancelha.

- Eu, a minha linda esposa, minha fofuchinha Ely e a Amy.

- Amy...?

- Filha da Riza.

- A minha Amy?

- É uma maneira de falar.

- Por quê? Ela não está na casa do Grumman?

- O Grumman está no hospital.

- O que? Ficou doente?

- Não... A Riza é que foi atropelada.

- O que??? Por que eu não fiquei sabendo disso?

- Porque você estava muito ocupado.

- Era isso que você queria falar.

- Era, mas ela está bem e a Amy vai ficar muito bem lá em casa.

Maes pega o que comprara.

- Agora vai lá, acho que a moça não está gostando de ser trocada.

- Não... Eu...

- Não precisa bancar o super-pai agora, vai se divertir, eu e a Gracia cuidamos da pequena.

Maes dá as costas para Roy e vai embora. Ainda meio zonzo pelo tanto de informações Roy volta para a mesa.

-

-

Depois de colocar pijama nas duas meninas e comerem, o casal e as duas meninas vão assistir ao filme.

- Tia Gra, a mamãe vai acordar hoje?

- Eu não sei, meu bem...

- Mas por que ela não acorda, ela não está melhor?

- Está sim, mas o remédio dela é muito forte...

- Hum...

- Mas não fica assim, você não gosta de ficar aqui com a gente?

- Gosto.

Ela sorri.

- Então vamos ver o filme.

As duas entram na sala, e Maes e Elycia já estavam lá. Maes brincava com a filha e a pequena Amy sentiu um aperto no coração, a Elycia tinha uma coisa com a qual ela jamais sonhara: Um pai.

Não que Riza não fosse uma boa mãe, mas ela não queria ser diferente das amiguinhas. Apesar de que tinha muito mais coisa, materiais, do que uma boa parte das amiguinhas.

Mas isso não compensava momentos como o que as amigas tinham...

Continua...

 Hallo gente!!

Espero que tenham gostado desse cap!!!

Deu um trabalho fazer, mas valeu a pena!!

Kiss

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sonho de Uma Noite de Verão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.