Sonho de Uma Noite de Verão escrita por Anny Taisho


Capítulo 7
Solidão




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/36846/chapter/7

Cap. VII – Solidão


Roy caminhava pelas ruas meio sem chão, todos achavam que ele era capaz de comandar um país, mas que não seria capaz de cuidar de uma criança. Será que sua imagem era assim tão monstruosa?


Julgaria sem dizer uma palavra se quer...


O que essa rase queria dizer?


Talvez que sem mesmo nunca dizer uma única palavra, sempre teria em seu intimo aquela duvida. E que ela saberia...


O som da risada da pequena Amy entrou em sua mente, era tão doce e tão meiga.


Riza não precisava ter dito que preferiria qualquer um para o pai da pequena, o moreno sentiu a mais baixa das criaturas. O grande general Roy Mustang, o herói de Ishival, “o cara” da Central... Não eram nada.


Não significavam nada para a mulher de cabelos loiros e olhos avermelhados...


Sem que percebesse, seus passos o levaram até a porta do prédio da loira.


Pensou seriamente em passar reto e ir para casa, não estava afim de discução, mas precisava resolver aquilo.


Precisava se impor, mas Riza era geniosa e extremamente racional, o que dificultava muito as coisas, já que para sua racionalidade ela estava certa, mesmo estando errada.


Se quisesse ser o pai da pequena Amy acabaria por comprar uma briga feia com ela e não queria isso. Não queria perder a amiga, a subordinada fiel...


Não queria perdê-la.


- A senhorita Elizabeth está em casa?


- Sim, quer que eu interfone?


- Não, eu preferiria subir sem que ela soubesse.


- Não posso permitir isso, eu tenho regras a seguir.


Roy apenas pegou o relógio prateado no bolso e mostrou ao homem.


- E como é um cidadão exemplar, creio que não vai negar esse favor a um Cão do exército. – o moreno fez questão de salientar a última expressão –


- C... Claro, pode subir.


Aquele simples relógio fazia mágica.


Entrou no elevador e subiu em silencio até o andar dela.


Caminhou até a porta do apartamento e parou.


Titubeou no segundo que pretendia bater na porta.


Aqueles olhos cheios de raiva invadiram sua mente.


- Não importa. Se ela não quer, não pode tirar isso da Amy.


Bateu firmemente a porta e segundos depois ouviu algo como “Já vou!”.


Assim que a porta se abriu, viu o susto da mulher ela realmente acreditava que ele jogaria tudo para o alto?


- O que você quer?


- Conversar como dois adultos civilizados.


- Não tenho nada para com você.


- Não seja teimosa, Riza.


- Não seja você teimoso você!


- Não me obrigue a tomar atitudes drásticas, você sabe que eu faço! Não vai me chamar para entrar?


- Se eu fechara porta você vai embora?


- Vou, mas logo você será intimada.


Muito a contra gosto ela abriu caminho para que ele passasse.


- Onde está...?


- Não é da sua conta, mas ela está com meu avô. Sente-se.


Cada um sentou-se um sofá.


A loira vestia uma saia branca até os joelhos extremamente ajustada ao corpo e uma blusa preta de alças largas com três pequenos botões.


- Ia sair?


- Sim.


A loira não tinha a menor intenção de falar.


- Você está agindo como uma criança.


Ela permanecia em silêncio.


- Não me obrigue a usar de meios que serão traumáticos para mim, para você e principalmente para Amy.


Um sorriso de escárnio apareceu nos lábios dela e uma risada se prosseguiu.


- Quanto tempo você acha que demoraria para que eu recebesse uma intimação para me apresentar ao juiz e ele exigir o exame? Um mês? Ou com sua influencia... 48 horas?


Roy permaneceu calado a espera da continuação.


- E quanto tempo você acha que eu preciso para sumir desse país? Um dia? Seis horas?


- Isto é uma ameaça?


- Quem começou foi você.


- Você não desapareceria assim.


- E você acha que poderia me impedir? Com dinheiro se consegue verdadeiros milagres.


- Não... Você não é assim. Qual é o seu problema? Você não quer que a sua filha seja feliz?


- Ela não precisa de você para isso.


- Uma família...


- Olhe para você... Quem não te conhece que te compre.


- Seu problema é muito maior do que simples insegurança ou medo de ser julgada. Seu problema é comigo?


- E por que você seria o meu problema?


- Não sei. Mas se seu problema é comigo, resolva-o comigo.


- Acabou o teatrinho?


- Pare de hipocrisia!


- O hipócrita aqui é você!


- O que foi que eu te fiz, Riza?? Vamos resolver isso!! Pelo bem da Amy!!!


Riza já estava farta daquela situação, não gostava de se sentir prensada contra a parede.


E ele tinha razão?


Seu problema era com ele?


Se era, por quê?


- Saia daqui, Roy!


- Eu não vou sair!!! Que quero saber!!!


- EU NÃO TE DEI PERMISSÃO PARA INVADIR MINHA VIDA DESSA MANEIRA!!!


Então era esse o problema?


Ele estava na vida dela, mesmo sem ela querer.


Por que a incomodava tanto ele estar na vida dela?


- Se acalme Riza!


- Saia daqui... Por favor!


Ela abaixou o olhar e suspirou.


- Por favor...


- Não.


Roy diminuiu a distancia existente entre e ela se sentando no mesmo sofá que ela e viu a loira se afastar o máximo que pôde.


- Eu não sei por que eu estar em sua vida te incomoda tanto, mas você também entrou na minha vida sem pedir permissão...


- Sai daqui... Esquece isso.


- Não, eu não vou sair. Porque mesmo que você não querendo, eu faço parte da sua vida, tanto profissional, tanto pessoal...


Riza se levantou para aumentar a distancia entre ela e Roy e caminhou até janela.


- Você não precisa dela, por que te interessa tanto uma criança que você viu uma vez? Eu não vou permitir que você a tire de mim... Ela é o meu chão, minha razão de viver.


- Tirá-la de você? Eu... Eu nunca disse isso! Eu nunca faria isso!


- Você vai... Porque no fim quem vai sair como a culpada sou eu.


- Eu não vou manipulá-la!


 A loira olhava para a janela abraçando o próprio corpo.


- Já não bastou para você ser o filho? Tirar os pequenos momentos de atenção... Por mais que eu me esforçasse, nunca era o suficiente. A excelente pianista, a filha dedicada, a eximia atiradora... No fim era sempre sua toda a admiração e atenção.


Num leve movimento do rosto, viu as lagrimas que escorriam silenciosas.


- Eu te peço por tudo o que você mais ama, se é que você ama alguma coisa, não tire isso de mim também... Você não precisa dela, não precisa do amor dela... Pela primeira vez na vida eu me senti amada de verdade, não tire isso de mim.


Roy estava sem reação, então era assim que ela se sentia. Sozinha, sem amor, sem ser importante para ninguém? A menina era muito mais do que a filha, era sua taboa de salvação?


Nunca em toda a vida a viu tão vulnerável, a maneira como lhe pedia...


- Eu nunca quis tirar nada de você, como não quero tirá-la, eu só quero fazer parte da vida dela.


- Por favor! Eu nunca te pedi nada em troca de tudo o que já fiz por você, e nem estou cobrando nada, mas a Amy... Eu não agüentaria.


Ela se virou e os olhos dela diziam tudo. Roy não queria que ela sofresse daquela maneira.


- Não.


Mas não podia abrir mão da criança.


- Se não te importa tudo o que eu disse, faça por você! Vai ser um escândalo! Vão usar todo o tipo de golpe baixo! Pense no seu sonho, em seus objetivos!! Para que arrumar um escândalo, dar a chance!!!


- Vai ser um escândalo, vão inventar muita coisa, mas eu não vou dar para trás. Eu já tenho muito do que me arrepender, não vou acrescentar mais nada a lista.


Ela pensou em falar mais alguma coisa, mas não disse. Sabia que não ia adiantar, ele faria o que bem entendesse.


- Tomara que ninguém nunca te jogue no inferno da solidão, eu já sai de lá uma vez, mas não sei se saio de novo.


Ela respirou fundo, tentava parar de chorar, manter o resto de amor próprio que ainda lhe restava.


- Você venceu, quando sair feche a porta.


Riza atravessou a sala e entrou no corredor que daria para os quartos.


Sabia que agora Roy seria mais importante que ela. Sabia que ela seria a vilã da história por ter escondido a gravidez. Sabia que no final das contas, voltaria para inicio... Sozinha.


Talvez fosse esse seu destino, acabar sozinha.


Sua pequena Amy não amaria mais, não tanto quanto agora.


A dor que lhe corroeu o peito por anos voltava...


Roy por sua vez apenas foi embora, sabia que não queria tirar nada dela, e que seria só uma questão de tempo até ela ver isso.


Mas ver a maneira como ela lhe pedia, o amor de Riza pela criança era muito maior do que ele era capaz de compreender.


-


-


No jardim da grande residência, a pequena Amy brincava alegremente cercada por alguns brinquedos. Adorava passar o dia lá, tinha tanto espaço, era um lugar tão lindo, por isso a mãe sempre a levava lá, mesmo quando o bisavô não estava na cidade.


Mas de repente a sensação de bem estar se esvaiu como a água de um copo que se parte em milhares de estilhaços. Um aperto no pequeno coração fez com que ela deixasse as bonecas de lado e saísse do jardim sem que a despercebida criada que lia uma revista visse.


Atravessou todo o jardim e entrou na mansão, arrastando seu fiel amigo, um ursinho de pelúcia que usava uma boina.


Subiu as escadas e caminhou até seu quarto onde havia uma foto da mãe em um porta-retrato, pegou e se sentou no cantinho do quarto, não sabia por que, mas sentia que precisava estar com ela.


- Mamãe!


 


 Continua...


Olá pessoas!!


Aqui está mais um cap que é uma surpresa até para mim!!


Kkkkkkk


Eu já tinha todo o roteiro dessa fic, mas conforme ela foi sendo escrita, muitas coisas foram colocadas....


Espero que vcs estejam gostando!!


E participem da campanha: Deixem um review e ganhem um cap!


Kiss


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sonho de Uma Noite de Verão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.