Sonho de Uma Noite de Verão escrita por Anny Taisho


Capítulo 5
Minha filha




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Cap. V – Minha filha


Riza retira o braço da mão de Roy de senta em uma das cadeiras que ficavam a frente da mesa de mogno, de costas para Roy.


- Por que você não me contou... Caramba, Riza, eu merecia e tinha todo o direito disso!


Uma onda de raiva estava invadindo Roy, principalmente, por causa do silêncio dela.


- Vamos! Fale alguma coisa! Eu quero explicações!


- Eu não te devo explicação nenhuma. Por acaso eu te pedi alguma coisa? Não. Então, tudo o que se refere a minha Amy, é problema meu!


- Ela não é só sua filha!


- Você tem a sua vida, eu tenho a minha!


- PARA COM ISSO! A PARTIR DO MOMENTO QUE VOCÊ FICOU GRÁVIDA, A SUA VIDA ESTÁ RELACIONADA A MINHA!


Riza se levanta de súbito e vira para Roy.


- FALAR É MUITO FÁCIL! NA SUA VIDA NÃO HÁ ESPAÇO PARA MAIS NIGUEM ALEM DE VOCÊ!


- EU NÃO TERIA TE NEGADO APOIO!


- Pare de falar de coisas que você se quer imagina! Aqui e agora é muito fácil falar, queria ver essa postura há cinco anos atrás.


- E o que você acha que eu faria?


- Roy, eu tinha vinte anos, você não tem a menor noção do que a Amy fez no meu mundo. Não que eu fosse inocente, e muito menos que eu esperasse algo de você... Mas olhar para você e olhar para o Maes...


- O que o Maes tem a ver com história?


- Ele , literalmente, pulou de alegria quando soube que ia ser pai. Ele tinha vocação para isso... Mas você...


- Você já deixou bem claro o que pensa de mim.


- Sua carreira ia sofrer um forte baque! Fora que eu tenho certeza de que você falaria que eu fiz de propósito... Eu não precisava disso!


- Eu nunca falaria isso, eu poderia ficar assustado no inicio, mas eu não te negaria apoio! Nunca!


- Como eu disse, falar é muito fácil. Vamos, esqueça isso... É melhor para nós dois.


- Eu não posso esquecer, toda vez que eu olhar para você...


- Você não conhece a Amy, não tem como sentir alguma coisa.


- Eu quero conhecer a menina.


- Não mesmo.


- E o que você vai fazer quando ela perguntar pelo pai?


- Como eu já disse, isso não é seu problema.


- ELA TEM UM PAI!


- Você não sabe o que é ser pai, você não tem vocação para isso, você não...


- O que mais me falta? Sentimento?


- Ter um filho não é brincar de casinha, você não pode parar no meio do caminho e fingir que nada aconteceu. Eu não vou te apresentar para a Amy quando sei que daqui algum tempo você vai enjoar e esquecê-la.


- Que tipo de homem você acha que eu sou?


- Do tipo que não nasceu para ser pai de família! Você leva a sua vida, com você no primeiro plano. Eu levo a minha, com a Amy em primeiro plano. A primeira coisa em que eu penso quando acordo é se ela dormiu bem, se a mochila dela está pronta, no tombo que ela levou na semana passada...


- E eu não penso em nada além da minha vida, dos meus sonhos... Realmente, você está certa, eu não tenho vocação para isso.


- Viu. Eu sempre estou certa. Agora você vai sair daqui, voltar para sua vida porque eu cuido da Amy.


- Quer saber, esquece, eu tentei, mas se você não ajuda, não posso fazer nada. Só que eu vou dormir bem, porque eu não tenho peso algum de consciência.


- Você sabe onde fica a porta.


Roy começa a sair a passos largos do escritório, mas quando estava no meio do caminho viu uma pequena menina sentada no chão, rodeada de caixas de presentes.


Os fios loiros estavam presos em uma trança raiz e vestia um vestido roxo bebê de alças que por baixo tinha uma blusa de manguinhas curtas e fofas, usava uma meia branca e um sapatinho.


Era idêntica a uma boneca. Perfeita.


Depois disso não conseguiu dar mais nenhum passo. E muito menos tirar os olhos da pequena que estava radiante diante de tantos presentes.


- Kami-sama...


Riza não havia saído da biblioteca.


Amy que não era nenhum pouco boba, levantou-se e caminhou até o bisavô.


- sussurrando – Biso, quem é aquele moço?


O velho general vira o rosto e vê Roy.


- Por que você não vai lá perguntar?


- Ele me olha estranho... – ela dá uma risadinha antes de começar a andar até ele –


Roy acompanha com o olhar a aproximação da pequena.


- Ooooii!


- ...


Roy não sabia o que dizer. Há cinco minutos atrás queria esquecer aquela história, agora que via a história em carne e osso... Alguma coisa dentro de si só queria abraçá-la.


A pequena começava a dar a volta ao redor do moreno como se estivesse a analisá-lo.


- Bem, já que você é um moço estranho que está parado no meio da sala do biso com cara de bobo, é bom você saber que eu me chamo Amy Monteclaire Hawkeye, tenho quase cinco anos... – ela mostra a mão direita aberta – E acharia legal se você se apresentasse.


- Roy...


Foi a única coisa que conseguiu dizer.


- Loy... Legal.


- Não, eu disse Roy.


- E o que foi que eu disse, Loy? – ela colocou as mãos na cintura –


Ela era geniosa.


- É, você tem razão.


- Eu sei! Todo mundo diz que eu sou muito precoce, sabia que eu já sei jogar xadrez?


- Xadrez?


- Hunru! – ela balança a cabeça – Você quer o monte de presentes que o biso me deu?


- Er... Tá!


Amy começou a puxar Roy pela mão.


- Eu ganhei um bercinho para minha boneca, uma outra boneca, um carrinho de bebê... Outro, porque eu já tenho um... Nossa! Tanta coisa!!!


- Que bom...


- Ei, posso perguntar uma coisa?


- Pode.


- Você é bobão assim normalmente, ou só excepcionalmente hoje?


- Amy!


- Mas é biso! Olha para ele, fica ai olhando para mim como se nunca tivesse visto uma criança na vida, e não responde as minhas perguntas... Tá legal que eu sou linda, mas não é para tanto.


Roy não conseguiu esconder um sorriso, ela era demais, era doce, era geniosa, falava o que pensava e tinha uma alto estima de dar inveja.


- Por que você não vai lá em cima buscar seus desenhos para mostrar para o Roy?


- Tá! – ela desce do sofá – Não sai daqui, Loy!


Ela desaparece escada a cima.


- Eu ouvi o que você disse, mas parece que está mudando de idéia.


- Ela é linda.


- E sabe disso!


- Eu percebi.


- Eu sei que sou suspeito para falar, mas não julgue a Riza, ela sempre foi muito fechada para qualquer tipo de sentimento e quando se pegou grávida, quase entrou em pânico... E você meu rapaz, desculpe dizer isso, mas não transmitia uma imagem...


- Parece que todo mundo acha que eu posso comandar um país, mas não posso ser pai...


- Não é isso, é que você ainda não se deu conta de que a vida pode ter mais a oferecer do que...


- Diversão?


Roy passa a mão sobre os fios negros.


- Eu acredito em você. Eu sei que pode ser um pai excepcional, mas algumas coisas vão ter que mudar, Roy. Ela está de cabeça quente, vai sim dificultar as coisas, mas no fim vai ceder se ver que você quer e vai fazer bem a Amy.


- Mudar...


- No entanto, você pode esquecer isso e viver a sua vida, é seu direito.


- Eu estou muito confuso, mas quero estar com a menina... Não sei, alguma coisa no olhar dela, no jeito de ser me deixou sem chão.


- Então faça por onde. A Amy é tudo para Riza, eu diria até que ela só começou a viver depois da Amy... Minha bisneta fez tão bem a minha neta e pode fazer a você também.


- Loyeeeee!!


A menina voltara com um caderno de desenho colorido quase completo com seus desenhos infantis.


- São muito bonitos...


E realmente a garota desenhava bem para alguém com cinco anos. Os traços eram firmes e precisos, com mais algum treino, ela seria uma excelente desenhista.


- Biso...


- Sim.


- Cadê a mami?


- Na biblioteca, minha querida.


- Vou lá... Não sai daqui loy!!


Ela lhe lançou um sorriso tão doce.


- Ela tem uma ligação muito forte com a mãe.


- Riza é tudo para ela, ela quer ser igualzinha a mãe.


- Fez uma boa escolha, a Riza é um bom modelo.


- Você também...


A pequena volta.


- A mami mimiu!


Ela sobe no sofá que era alto com alguma dificuldade.


- Ela estava muito cansada, a mami anda estranha...


- Estranha?


- É. Preocupada... Não gosto de ver a mami assim.


Roy não estava acreditando que o serzinho ao seu lado carregava seu sangue. Que era parte de si que estava ali toda lindinha...


Agora quase entendia Maes e sua fixação pela filha.


- ela boceja – Biso...


Ela caminha pelo sofá, passando por cima do colo de Roy e chega ao bisavô.


- Sono?


- ela assente com a cabeça – A mami mimiu...


O bisavô estende o braço e ela se senta em seu colo.


- Bem, já está tarde para vocês irem embora, então vocês dormem aqui.


- Hunru...


Ela se aninha e retira os sapatinhos.


- Boa noite, Loy.


- Boa noite, pequena.


Roy passa levemente as costas dos dedos no pequeno rostinho.


Não demora muito para que Amy entre num sono profundo.


- Vou colocá-la lá em cima.


- Er...


- O que foi?


- Eu... Será... Bem...


- Quer fazer isso?


- Eu não sei bem como, mas sim.


- Tem um quarto montado para ela aqui, o último do corredor.


- Obrigado.


Roy pega a pequena no colo e sorri. Ela tinha um perfume tão docinho e parecia um anjinho assim, adormecida.


Sem entender porque, um instinto protetor começava a se manifestar. Ela era um gatinho que achava que era um tigre, assim como a mãe.


Aquela garota era sua filha...


Engraçado, depois daquele tempo com ela, não era mais tão difícil falar o que ela realmente era.


- Minha filha...


Continua...


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Notas finais do capítulo

Mais um cap para o povo que eu amo!!!
Espero que gostem dele e comentem para me fazerem feliz!!!
É serio!
Participem da campanha: Deixem um review e ganhem post!!!
Kiss