Sonho de Uma Noite de Verão escrita por Anny Taisho


Capítulo 28
Paz armada




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Cap. XXVIII – Paz armada

Amy acordou novamente mais cedo que o pai, mas desta vez não foi acordá-lo como fazia sempre. A menina foi para sala e ligou a televisão no canal de desenhos, logo que sentiu fome foi até a cozinha e com a ajuda de uma cadeira subiu na mesa e pegou um pedaço de bolo que estava ali e ainda com a ajuda da mesma cadeira que foi empurrada até a geladeira, abriu-a e pegou um de seus copos de suco que estava na porta.

Sem fazer grande coisa pela manhã, a criança brincou, pulou, mexeu em alguns dos livros do pai e somente perto do meio-dia ela teve noticias do moreno que apareceu na sala.

- Bom dia, Amy... – Roy coçava a nuca –

- Oi, Loy. – ela que estava sentada no chão virou a cabeça em sua direção – Dorminhoco, em! – ela riu –

- Por que não me acordou, princesa? – ele se aproximou vendo o copo e os farelos de bolo no chão –

- Não quis incomodar, ontem o Loy quase teve um treco quando eu acordei ele... – ela sorriu –

- É só você não pular em cima de mim, ai eu não me assusto daquela maneira... – o Mustang deu um beijo no alto da testa dela – Já comeu? Como conseguiu alcançar as coisas?

- Cadeira, mas eu ainda tô com fome!

- Certo, então vamos para cozinha! Também estou com fome!

- Tá! – ela levantou e saiu andando atrás de Roy, sem uma das meias, diga-se de passagem –

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Faltava cerca de dez dias para o aniversário da pequena Amy e assim, além da rotina atribulado no quartel, Riza tinha que organizar uma festa e tanto para a pequena. Aquilo seria literalmente um circo, toda as mamães e papais “respeitáveis” da Central estariam ali, com provavelmente centenas de comentários a cerca da nova situação.

Se antes, a lourinha era assunto por ser uma jovem herdeira com uma filha sem um pai declarado e com uma relação um tanto não esclarecida com um militar. Agora ela era uma jovem herdeira com uma filha de pai declarado, seu chefe, sem nenhum tipo de compromisso oficial com o mesmo e ainda mantendo uma relação um tanto não esclarecida com um militar.

Resumindo, de qualquer maneira, Riza estava em uma situação complicada e provavelmente passaria por uma saia-justa produto de algum comentário maldoso ou indiscreto.

Céus, era para ser apenas uma inocente festa de criança e não a platéia para um ato de comédia dramática. A mulher suspirou olhando o mapa montado pela organizadora. Haveriam lá cerca de sessenta “boas” famílias, isso porque Riza tinha vetado a lista de duzentas “boas” famílias.

A Hawkeye debruçou-se sobre os modelos de convite, mapas de organização, lista de gastos, artistas escolhidos, licença para os pôneis... Isso mesmo, Grunmam prometeu pôneis a pequena bisneta em seu aniversário. Fechou os olhos e suspirou.

- Mami... – Amy cutucou a perna da mãe – Mami...?

- Hum? – ela ergueu o tronco – O que faz acordada, amor?

- Eu não tô com sono... O que você tá fazendo?

- Terminando de organizar as coisas de sua festinha para ter certeza de que vai ser tudo perfeito!! – ela sorriu pegando a filha no colo –

- Mami, eu tava pensando esses dias... – ela encostou a cabeça no tronco da mãe – O Loy não gosta do padrinho e o mesmo ao contrário. Mas os dois vão no meu aniversário... Será que não vai dar briga?

Riza não pôde deixar de ficar espantada com a percepção da pequena Amy, a própria já tinha pensado em como ficariam as coisas durante a festinha, o clima entre os dois homens é de não ocuparem o mesmo recinto.

Teria de ter uma conversinha com os dois colocando uma listinha de boa convivência, ou teria de atirar para machucar o ego e o físico daqueles dois. Abraçou ternamente a menina nos braços e sorriu.

- Os dois gostam muito de você, o que importa é isso, não se preocupe com qualquer coisa desse tipo, a mamãe vai cuidar para que os dois se comportem muito bem.

- A mami é do mal... Bota moral em todo mundo!! – a guria soltou uma gargalhada gostosa –

- E agora você vai dormir, mocinha!! – Riza levantou-se carregando-a – Amanhã você tem aula.

- Certo! Eu tenho que dormir para ficar grande para o dia da festa!

- Isso mesmo!! E tem que deixar a mamãe dormir para sobreviver até lá!! – a loura riu –

- Okay!!

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No horário do almoço, Riz chamou Roy e Kaio para conversar, claramente que nenhum dos dois imaginava que o outro estaria presente na tal conversa, mas isso era o que menos importava para a mãe de Amy.

Estava esperando que os dois chegassem na salinha do café que agora estava completamente deserta devido ao horário de almoço, onde o point era o refeitório. A mulher olhava a vista através da janela vendo o dia lindo que fazia, esperava que não chovesse no dia do aniversário da filha, seria um desperdício não utilizar a área verde da casa do avô.

Sem que notasse, Kaio entrou com um sorriso no rosto, sua relação com Riza estava complicada e se ela queria um tempinho com ele era um bom sinal.

- Boa tarde, Riz!! Desculpe a demora, fiquei preso terminando uns papéis! – ele caminhou até a moça e lhe deu um beijo estalado na testa –

- Não esperei muito, sente-se, já vamos conversar. – ela sorriu –

- Estamos esperando mais alguém?

- Sim, o Roy.

- Como é??? – os olhos quase saltaram das orbitas do castanho – O que aquela pessoa tem a ver com o que você quer falar comigo?

- Abaixe o tom, estamos no quartel, o que tenho que falar diz respeito aos dois e não estou a fim de repetir!

Antes de poder replicar, Roy entrou com um sorriso de satisfação no rosto que assim que viu a figura de Kaio se desfez de maneira quase hilária.

- Er... Pensei que queria falar comigo, por que ele está aqui? – disse apontando –

- Sem escândalo! Sente-se que vai ser rápido!

- Certo... – Roy fez uma cara de contra-gosto – O que você deseja de mim e... Dele? – a última palavra foi dita quase com desprezo –

Riza suspirou.

- Olha, vocês dois se odeiam e eu não tenho pretensão de selar a paz... – antes de qualquer tentativa de qualquer outro falar ela prosseguiu – No entanto, a Amy não tem nada a ver com isso e gosta dos dois. Vamos as regrinhas de boa convivência no aniversário dela então...

- Regras de quê?? – perguntou Roy –

- Um: Não fiquem perto um do outro sem necessidade. Dois: Não disputem a atenção dela feito dois idiotas. Três: Sem implicâncias, sem provocações de qualquer gênero, sem briguinhas... Se possível, não dirijam a palavra um ao outro. E por último e não menos importante: Eu não vou ficar acompanhada de nenhum dos dois.

- Olha Riz, eu não gosto dele... – Kaio apontou – Mas isso não quer dizer que eu iria arranjar encrenca.

- Eu não me importo com o fato de vocês se odiarem, mas se estragarem minimamente o aniversário da minha filhinha, eu vou ter que tomar uma atitude drástica que exigirá minha nove milímetros.

- Relaxa, Riza, eu sou um cara civilizado... Vai ser como se ele não existisse, ou melhor, não existe na minha vida! – Roy recostou-se preguiçosamente no sofá – Minha filha vai ter o melhor aniversário.

- Ótimo, agradeço a disposição dos dois. Agora eu vou almoçar, tentem não se matar!

Riz saiu e os dois ficaram na sala sentados um do lado do outro.

- Cara, você enche a boca para falar minha filha... É deprimente! – disse Kaio tomando cafezinho –

- Eu posso falar isso, porque ela é minha filha!! É o meu sangue que corre nas veias dela, não o seu. – o moreno sorriu vencedor –

- E talvez a única coisa que prestasse que fez na vida, mas também, com a Riza como mãe... Até uma coisa como você pode ter uma filha linda.

- Esse é ponto, ela me escolheu, não a você.

Kaio levantou e depois de esticar os braços dirigiu os olhos ao rival.

- Bêbada, não foi uma escolha consciente. Quem ela escolheu sóbria, fui eu.

E assim o Oshiro saiu deixando um Mustang bem irritado, mas que sabia que as coisas estavam mudando a seu favor. Era uma questão de esperar e agir da forma certa.

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Riza estava no quarto de Amy colocando-a para dormir lendo um história, e não demorou muito para que a pequena começar a precisar fazer força para manter o olhinhos abertos. Mas como era teimosa feito uma mula, conseguiu manter-se atenta até o fim do livro, mas imediatamente depois adormeceu.

A capitã ficou alguns minutos olhando sua menina dormir placidamente, parecia um anjinho de tão perfeita, nunca tinha imaginado que chegaria a viver momentos como aquele depois de tantos pecados, mas enfim, Kami-sama parecia já ter se contentando com o peso que ela carregava na consciência. Beijou o topo da fronte branca da menina, levantou-se com cuidado para não acordá-la, apagou a luz e fechou a porta do quarto. Bem, ainda mal passava da nove horas, e não tinha sono, resolveu tomar então um banho de banheira para relaxar, tinha sido um dia bem cheio no quartel.

Nada como água quentinha para relaxar os músculos... Fechou os olhos vermelhos e colocou uma toalha quente sobre a testa com intuito de relaxar mais depressa. Como sua podia ter mudado tanto em tão pouco tempo? Alguns meses atrás, jamais poderia imaginar Roy sendo um pai tão bom para sua Amy, okay que ele se atrapalhava às vezes, mas era bonitinho vê-lo tentar.

E o moreno também deixava claro que não estava só interessado em ser pai, ele queria mais de si, e Riza não tinha certeza se poderia corresponder a esse sentimento. Roy precisava de um tipo de amor que ela talvez não pudesse oferecer, porque Riza precisava de alguém para cuidar de si e não o contrário. O Mustang por mais que não parecesse, precisava sempre de alguém perto de si o tempo todo, precisava de uma mulher que não necessitasse tanto dele enquanto companheiro emocional, e Riza precisava MUITO desse tipo de apoio.

Roy era a tempestade e Kaio sua adorável bonança. Não podia se deixar levar pela adrenalina de brincar na chuva porque isso só lhe faria mal, jamais poderia esperar do Mustang o mesmo tipo de amor que Kaio oferecia e que era o que precisava porque Roy era um menino grande.

Acreditava que ele tivesse se apaixonado, mas jamais poderia aprender a amá-la do jeito certo, porque o que é certo para uns, é errado para outros e o amor dele não era para si. Tinha que convencer seu coração disso muito rápido, pois a cada dia que passava parecia mais fácil amá-lo do jeito errado.

Roy sempre seria o tipo certo de cara errado.

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Roy estava sentado na sala de seu apartamento vendo um jogo de futebol na televisão com uma cervejinha do lado. Se fosse em outros tempos, provavelmente, estaria em algum barzinho ou inferninho caçando uma companhia... Pensar nisso hoje tornava sua vida de pouco tempo atrás tão deprimente.

O moreno olhou para os lados e viu um livro de Contos infantis sobre sua mesinha de centro, estava com saudades de Amy e ela estava consigo até a noite anterior. Agora conseguia entender um pouco o desespero do amigo quando tinha de fazer cerão e não podia ver sua filhinha... Okay que Maes é meio dramático demais, mas agora que tinha uma filhinha também não parecia mais tão idiota.

Senti-se solitário quando chegava em casa e via aquele apartamento vazio, era um sentimento de muito tempo, no entanto, que antes conseguia disfarçar. Mas afinal, não se pode sentir falta de algo que nunca antes se teve. Não podia sentir de falta de uma família sendo que nunca antes tivera uma, não que a Madame não o tenha tratado sempre com muito carinho e como se fosse seu filho, mas era diferente de qualquer maneira.

Uma vida a dois não deveria ser nada fácil, mas se tinha alguém que podia convencê-lo a fazer essa escolha era Riza. Os dois já tinham um tipo de ligação depois de tudo o que viveram juntos, já possuíam seu mundinho particular onde as coisas só faziam sentido para ambos. Uma mulher que não o conhecesse como a loirinha conhecia não agüentaria ficar ao seu lado, não entenderia suas motivações, não conseguiria motivá-lo e brigar quando necessário, seria uma relação vazia onde cada um teria uma vida e não uma vida de casal realmente.

As coisas com Riza rolavam fácil... Conversavam, brincavam, brigavam, se apoiavam, consolavam, sorriam, choravam. Bastava um olhar, um único olhar para conseguirem entender, ela talvez um pouco mais... Mas Roy sentia-se orgulhoso por conseguir compreender Riza de uma maneira que ninguém jamais poderia conseguir.

I can't stop this feeling
I've been this way before
But with you I've found the key
to open any door
I can feel my love for you growing stronger
day by day
And I can't wait to see you again
So I can hold you in my arms…

Continua…




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Notas finais do capítulo

Genteeeeeeeeee, eu voltei depois de um seculo de solidão para essa fic!!! Eu nao abandonei vcs, é que a vida está tão dificil.... Nem conto pra vcs, meus amores!! Por favor, comemente e logo logo vai ter mais...Kiss kiss