Cap. XXII – Velha amiga

Riza chegou em casa e como o esperado, Amy não estava na cama, mas dormia no sofá. Kristen lia algum livro e sorriu ao ver Riza.

- Boa noite, Riza-san.

- Boa noite... Desculpe a demora.

- Não tem problema. Ela não quis ficar na cama... Eu a colocava lá e cinco minutos depois ela estava aqui na sala.

- Certo.  Não tem problema, pode ir. Já está muito tarde.

- Sim... Riza-san, será que eu poderia tirar uma folga na sexta?

- Claro.

- Obrigada.

A garota saiu e Riza levou a filha para o quarto. Deixaria Amy na casa do avô. Sexta era dia de inspeção, não poderia folgar.

A pequena ficaria feliz, iria correr o dia todo.

Mas não era isso que perturbava Riza.

O que a perturbava a loira era Roy. Não estava lhe agradando muito gostar do que ele estava fazendo. Roy não era homem para ela.

Ele era tão instável, e ela não precisava de instabilidade.

Fora que não acreditava que ele fosse gostar da vida de casal. Ele não nasceu para isso. Sabia que um dia ele acabaria casando, mas sabia também que ou o casamento terminaria rápido, ou viveria enganando a esposa.

E ela não nascera para aquilo.

Bom para ela era Kaio.

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Roy estava com Amy no banco detrás com a cadeirinha. Tinha ido buscá-la na casa do general, ela passaria a noite de sexta e o dia de sábado com ele.

Olhou pelo espelho e viu que brincava com um joguinho de pilha. Na verdade, ela não parecia dar conta de jogar, mas parecia muito feliz e se divertindo.

- Loy...

- O que foi, querida?

- Você sabe por que a mami brigou com o padrinho?

- Não. Eles brigaram?

- Eu acho que sim, o padrinho foi lá em casa, os dois conversaram na cozinha e ele saiu com uma cara ruim... Nem me deu tchau!

- Não deve ter sido nada. “Tomara que ele volte para o buraco de onde saiu e nunca mais apareça!” – pensou Roy –

- A mamãe anda estranha...

- Estranha?

- É. Sempre pensando, sabe, eu acho que ela tá gostando de alguém... Mas eu gosto tanto do padrinho... Não quero que ela arrume um outro namorado.

Por um instante, Roy entrou em pânico. Será que ela tinha OUTRA pessoa em mente? Não podia!! Não era justo mais concorrência!

Mas no segundo seguinte, ele percebeu que ELE poderia ser a outra pessoa. Um meio sorriso brotou nos lábios do moreno.

- Loy... Não deixa a mami arrumar outro namorado, não!! Por que você não namora com a mami? Isso sim, seria legal.

- Quem sabe, princesa.

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Riza tinha acabado de sair do banho quando ouviu o telefone tocar. Ainda enrolada na toalha e com outra nos cabelos pegou o aparelho.

- Mochi, mochi.

[ - Riza...

- Kaio?

[ - Você não vai desligar o telefone, não é?

- Não, não vou.

[ - Eu queria me desculpar, mas é que você defendendo aquele cara me deixou puto da vida.

- Olha Kaio, o Roy como homem tem muitas falhas, como qualquer pessoa, mas como pai ele está se saindo muito melhor do que jamais sonhei em imaginar.

[ - Claro, é muito fácil chegar agora. É muito fácil ser um bom pai cuidando da Amy por um dia e meio por semana.

- Não foi só culpa dele o motivo dele não estar com ela.

[ - Se ele fosse confiável você teria o procurado. Pensa nisso antes de ir esquecendo tudo. Mas como você está em?

- Sozinha, eu sinto muita falta da Amy.

[ - E como não sentir falta dela? Ela é tão apegada a você, não desgruda um minuto... Quando ela mal sabia andar ainda te seguia para onde quer que você fosse.

- Eu lembro. – um sorriso apareceu nos lábios da mulher –

[ - Eu adorei cada minuto que tive com vocês.

- Você foi muito importante, Kaio, não duvide disso.

[ - Eu vou te deixar descansar, se quiser conversar... Me liga.

- Pode deixar.

Riza desligou o telefone e deu um grande suspiro. Tudo estava tão confuso naquele momento. Roy estava sendo um ótimo pai, mas o passado ainda martelava na cabeça dela.

Roy não teria agido assim cinco anos antes. Ele queria ocupar seu coração, mas isso não era justo. Por que ele que nunca fez nada por merecer fazia seu coração perder o ritmo? Ele não podia ser tão egoísta e escolher amá-la agora que ela deu outro rumo a própria vida.

Era sentença de morte aceitá-lo. Ela tinha certeza de que só se machucaria, mas mesmo assim...

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Amy estava sentada no sofá e Roy agachado a sua frente.

- Qual meia você quer?

- A amarela!

- Certo. – ele pega a meia – Me dá o pé direito.

Ela ergueu a perna e ele colocou a meia.

- Agora o outro.

Roy sorriu e depois pegou-a no colo num abraço apertado.

- Você está me apertando, Loy... – ela ria –

- Eu vou tomar banho agora, não faça nada além de ver televisão até eu voltar.

- Tá.

- É sério, pequena, se você se machucar a sua mãe acaba comigo.

- A mami não faz nada, ela só faz cara de má.

- Mas é melhor não arriscar.

- Pega uma cobertinha para mim que eu nem me mexo.

- Tá legal.

Roy trás uma coberta e vai tomar banho. Amy por sua vez, se mexe, remexe e não acha uma posição confortável. Por fim, levanta-se e vai até sua malinha e pega um objeto.

Era roxinho e a mãe andava tentando tirar de dela.

Uma chupeta.

Ela volta para o sofá e agora sim acha uma posição confortável.

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Era uma bela manhã de sábado. Roy que fora acordado por Amy pulando em sua cama, resolveu levá-la ao parque, agora que todo mundo já sabia mesmo...

O moreno notou que não fora o único que tivera a mesma idéia. Várias famílias estavam ali. Tinha alguns artistas fazendo malabarismos, vendedores de balões e muitas crianças.

Amy sentou-se perto de um mágico e ele ficou mais atrás, em pé, apenas mantendo-a sob seu olhar.

- Leroy?

O moreno achou estranho aquele apelido e ao olhar para o lado viu uma moça não muito alta, de olhos escuros e cabelos castanhos.

Era bonita e seus traços familiares. E ela realmente parecia lhe conhecer. Naquele momento orou para todos os santos possíveis para que não fosse uma ex-namorada.

- Não acredito que não me reconheceu? Sou eu, Mariana, a gente era vizinho.

O moreno ficou alguns segundos em silêncio e de repente uma imagem entrou em sua cabeça. Conhecia a moça, mas não porque namorara ela e sim porque ela foi sua amiguinha na infância, antes dele ir morar com Richard.

Tinham mantido contato e da última vez que tivera noticias, soube que ela tinha casado. Coisa que pôde confirmar ao olhar a mão esquerda dela.

- Minha nossa! Mariana?

- Eu mesma. Quanto tempo, em?

Eles trocaram um abraço.

- Deve fazer quase seis anos que tive noticias suas, casou-se, certo?

- Certo. E você? O que faz aqui? Esse não parece ser um lugar que atrai um homem solteiro.

- Você não andou lendo os jornais pelo jeito.

- Aquela história é verdade? Minha nossa, você tem uma filhinha? E ela é filha daquela garota... Filha do seu mestre?

- É sim, mas só essa parte é verdade.

- Bobinho. – ela dá um tapa no ombro dele – Eu sei, aquele menino que foi meu amigo não seria capaz de uma coisa assim. Mas qual é a sua?

- A loirinha de vestido branco e rosa, ali na frente.

- Que linda!! Ela deve ser parecida com a mãe... O meu é aquele ali mais esquerda com um balão.

- Quantos anos tem?

- Seis. Vai fazer sete. É um ótimo menino... Tenho uma menininha de dois, mas ela está na casa da minha sogra com meu marido.

- Dois? Nossa!

- Então, como está sua vida agora?

- Um pouco agitada demais... Mas é porque a história é bem mais longa. Não vale a pena contar.

- Loy... Loy... Loyyyyyy!!!

Amy chegou correndo com um balão em forma de uma girafa!!

- O que foi?

- Eu ganhei uma girafa!! Olha só!

- Mariana, essa aqui é minha filha, Amy!

Roy pega a pequena no colo.

- Oi, Amy.

- Oi!

Mariana pegou a pequena no colo e Amy sorriu.

- Sabia que eu tenho uma filhinha de dois anos?

- Que legal... Você é amiga do Loy?

- A muito tempo, ele era mais novo que você quando a gente se conheceu.

- Mamãe... Mamãe... – um menino parou aos pés da mãe – Quem é ela?

- Oi, Leonel. Essa aqui é a Amy, filha do meu amigo.

Ela põe Amy no chão.

- Oii!! Tudo bem?

- Tudo...

O menino olhou algum tempo para Amy e depois os dois começaram a conversar.

Alguns metros atrás uma pessoa viu aquela cena.

Continua...