Sonho de Uma Noite de Verão escrita por Anny Taisho


Capítulo 17
Jantar




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/36846/chapter/17

Cap. XVII – Jantar

Depois de um almoço com Amy falando o tempo todo, a pequena deitou-se no sofá juntamente com seu ursinho Ted e acabou dormindo. Riza trouxe uma mantinha e a cobriu.

- Eu não imaginei ela aceitando tão bem...

A loura levantou uma xícara fumegante de chá e levou aos lábios. Estavam sentados na cozinha, uma fina garoa caia do lado de fora.

- Ela está confusa, Riza, eu vejo o jeito que ela me olha.

Roy olhava para a xícara a sua frente, mas ainda não tinha tido coragem de levantá-la.

- Não vai tomar o chá?

- ele suspira – Vai ser um escândalo.

- Ainda podemos parar aqui e esquecer tudo.

- Não sou covarde, só estou pensando nas manchetes...

Ele sorri fracamente e finalmente pega a xícara, mas não põe açúcar ou qualquer coisa que adoce. Roy Mustang não era fã de doces.

- Roy... – ela suspira – Vamos ditar algumas regras.

- O que?

- Eu sei que logo você vai querer passar alguns dias com a Amy, então, vamos evitar problemas.

- E quais seriam as regras?

- Ela não dorme depois das nove, ela não toma sorvete em dias de semana, tem medo de chuva e fica manhosa... Tenha paciência. Sente-se com ela para fazer o dever, leia para ela dormir, duas horas de desenhos, programas só de censura livre, ela não toma coisas geladas depois que anoitece, doces só em finais de semana... E provavelmente tem alguma coisa que eu esqueci... – ela termina de beber o chá – E não menos importante, nunca em situação nenhuma, deixe qualquer uma de suas “amigas” chegar perto da minha filha. Se fizer isso, nunca mais chegará perto dela.

- Riza... – ele riu – Isso não era necessário.

- Minha filha! Tudo o que se refere a ela é necessário ser dito.

- Que tipo de cara você acha que eu sou?

- Roy, é só um aviso. – ela suspira –

- Yare, yare... Então por que não falamos no Kaio?

- Por que o Kaio sempre para no meio da conversa?

- Porque odeio aquele cara. Ele é um panaca e intrometido.

- Roy!?

- Eu sei que vou levar uma má resposta, mas vocês têm um caso?

- Não é da sua conta mesmo.

- Certo. Você tem razão, não é da minha conta. Mas será que eu poderia ser avisado se por acaso ele virar oficialmente seu namorado? Afinal, vou ter de aturá-lo com mais freqüência.

- Certo.

O celular de Riza tocou.

- Um minuto. Mochi mochi.

[ - Oi, Riz.

- Quem está falando?

[ - Kaio.

- Oh... Oi, tudo bem?

[ - Melhor agora, com toda certeza.

- Claro, claro... Mas o que foi?

[ - Vamos sair para jantar?

- Oh... Não sei.

[ - A Kristen pode ficar com a pequena umas horinhas a mais, você precisa se divertir.

- Seria ótimo... – ela suspira – Que dia?

[ - Hoje. Às nove passo para te buscar?

- Certo.

[ - Um beijo, querida.

Riza fechou o celular e olhou para Roy.

- Vai sair?

- Com uma amiga mais tarde.

- Oh... Certo.

Amy apareceu na cozinha coçando os olhos.

- Oi... – ela boceja – O que estão fazendo?

- Tomando chá, bebê. – Riza desligou o telefone e foi até Amy a pegando no colo – Dormiu bem?

- Hunru. Pega suco para mim, mamãe?

-Pego.

Riza sentia pequenas fisgadas nas costelas, Amy era pesada, mas não iria deixar de pegar a pequena. Gostava muito daquela proximidade. Nos primeiros meses, Amy raramente saia de seu colo.

A loura pegou o copo de plástico, colocou o suco e tampou. Era daqueles copos com canudo que evitavam que o que quer que a criança estivesse bebendo derramasse.

- Gomen. – a pequena olhou para o moreno – Vamos, loy. – ela chamou-o com a mão – Vamos.

- O que a gente vai fazer?

- Você vai montar a barraca que eu ganhei da madrinha, a mami se enroscou toda da última vez e ficou toda nervosa... – ela ri – Foi engraçado, mas ela nunca mais montou.

- Hum... Isso parece dar trabalho... – Roy a tirou do chão –

- Ela faz um bico – Tá, vamos ver filme então...

- Legal, o que vamos ver?

- A pequena sereia.

- Vamos fazer assim, outro dia eu monto.

- Ah, não tem problema...

- Se não tivesse, você não teria pedido. Mas eu tô com uma preguiça...

Roy passou a mão nos cabelos dela.

- Vou pegar o filme.

Ela sai correndo e Roy se senta no sofá.

-----------------------------------------------

Riza estava com um vestido verde escuro de amarração no pescoço que ia até o joelho, uma sandália preta alta e amarrou os cabelos em um rabo-de-cavalo chique. Estava à frente do espelho colocando o brinco quando Amy entrou no quarto.

- Como está bonita, mami.

- Obrigada, fofinha.

- Vai sair com o padrinho?

- Vou... – Riza sorriu – Como sabe?

- Você só sai com o padrinho... – ela deu os ombros –

Isso não era de todo verdade, algumas vezes, a loura saia com outras pessoas, mas isso não contava a Amy. Escolhia muito bem quem colocava na vida da filha.

- Se comporta direitinho. Obedece a Kris. Dorme na hora certa e se precisar de alguma coisa você pega o telefone e disca o três, vai dar para mim.

- Claro, mas você não vai demorar, não é?

- Não.

- Então tá.

Riza abaixou-se, deu um beijo na testa da filha e saiu.

------------------------------------------------

Roy estava no Grey hall com Britany, uma amiga com quem tinha marcado um encontro. Não que realmente estivesse interessado na moça, mas precisava espairecer.

Não sabia ao certo se tentaria alguma coisa ou se somente a levaria para casa. Não se sentia atraído daquela maneira por ela, era como se faltasse alguma coisa.

Ir para cama com “amigas” nunca fora problema.

Lembrou de uma frase de Maes: Um cara que realmente ama, não precisa de outras mulheres.

Britany era uma garota legal e muito bonita. Antes não teria problema algum em passar a noite com ela, mas agora, não lhe soava tentador.

- O que foi, Roy? Parece inquieto.

- Nada, estou apenas prestando atenção em você.

Roy sorriu daquela maneira que hipnotizava as mulheres, mas logo após sentiu o sorriso sumir de sua face.

Algumas mesas a frente viu um rosto conhecido: Kaio. E não era que o homem estava acompanhado?

Era a chance perfeita de acabar com a visão que Riza tinha dele. Ele não era todo perfeitinho e que gostava tanto dela?

Poderia até ser um golpe baixo, mas no amor e na guerra não vale tudo?

- Com licença, Briana.

- Britany! Meu nome é Britany. E onde é que você vai?

- Desculpe, querida. Me enganei. Vou ver um velho amigo.

- Amigo? – ela ergueu uma das sobrancelhas –

- Claro. Um minuto.

Roy caminhou até a mesa. A mulher que acompanhava Kaio parecia ser muito bonita, apesar de só estar vendo-a de costas. Bom gosto o idiota tinha, mas qualquer que fosse a moça, jamais chegaria perto da Hawkeye.

- Olá, Oshiro. Vejo que está...

A mulher virou a face e Roy ficou estático. Era Riza que estava ali.

- Olá, Mustang. O que dizia?

Kaio entendeu na hora, Roy achara que ele estava com outra mulher.

- Roy? O que faz aqui...?

Nesse momento, a moça que acompanhava o Mustang apareceu. Uma mulher de longos cabelos negros e pele clara. Era muito bonita.

- Não vai me apresentar ao seu amigo?

- Kaio Oshiro, prazer.

- Riza Hawkeye, prazer.

- Britany Antar... – ela se volta para Roy – Vamos voltar a nossa mesa, eles parecem querer privacidade.

- Claro.

Roy saiu acompanhado da mulher meio zonzo. Riza não tinha dito que sairia com uma amiga?

Kaio começou a rir assim que o moreno saiu da vista deles. Mas não disse nada, apenas voltou a comer.

- Anda Kaio, fala.

- Você vai ficar brava comigo.

- Kaio...

- Esse é o pai da sua filha. E você dizendo que ele estava tentando.

- O Roy é um homem adulto e solteiro.

- E a cada dia ele está com uma mulher diferente, belo exemplo para uma criança. Mas não vou discutir isso.

- Certo, vamos falar de outra coisa. Então, quando pretende voltar para o Leste?

- O general volta amanhã, mas ele me pediu para ficar uns tempos por aqui.

- Nem imagino o motivo.

- Como se eu achasse ruim ficar perto de você.

- Ai Kaio...

- Só de pensar que eu só te conheci porque virei seu guarda-costas...

- Você nunca perguntou nada. Nem me julgou.

- Eu só gostei de você quando te vi e tentei virar seu amigo. Você lembra da primeira vez que Amy mexeu? Eu estava do seu lado.

- Ela era tão inquieta. No final da gravidez eu não agüentava mais ela chutando minhas costelas.

- Eu quase morri quando te vi perder os sentidos na mesa de parto.

Kaio pegou na mão da loura e sorriu.

- Você não me deixou em momento nenhum.

- Eu não me importo que você tenha uma filha, nós poderíamos ser mais um casal na estatísticas em que um dos dois tem filhos.

- Vamos com calma, Kaio.

- Eu quero uma chance mesmo. Já passamos a noite juntos algumas vezes, mas quero ser oficialmente...

- Eu sei, mas não quero te machucar.

- Eu sou paciente. – o homem deu um longo suspiro - Vamos dançar?

- Eu não estou bem para isso.

- Dois pra lá, dois pra cá... Não quero dançar um tango coreografado. Vamos, vai!

- Certo.

Em sua mesa, Roy estava possesso. E agora os dois iriam dançar?

- Vamos dançar, Roy?

- Vamos.

O moreno não conseguia tirar os olhos de Riza. Queria tanto estar ali com ela.

Aquela noite foi dura. Na primeira oportunidade levou Britany para casa dela e foi para sua.

- Quanta complicação... – ele caminhava com as mãos nos bolsos – Mas eu sei que as coisas vão melhorar.

Piorar é que não podiam.

Continua...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi galera, desculpe a demora, mas ai está!!
Como estão vcs em??
Tomara que bem, eu estou legal, mas muito atarefada!!!
Kiss kiss e comentem, please!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sonho de Uma Noite de Verão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.