Sonho de Uma Noite de Verão escrita por Anny Taisho


Capítulo 16
Papai?




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Cap. XVI – Papai??

Riza arrumou a mesa e começou a arrumar o café de Amy. Frutas cortadas com aveia e mel, um copo pequeno de leite e um pedaço de pão com manteiga.

- Ela come isso mesmo? Crianças não gostam muito de tanta coisa saudável no café.

- Ela gosta das frutas que eu uso. Adora leite e não come só pão porque eu não deixo. Tento manter uma dieta balanceada, ela tem que aprender a comer bem.

- Parece que você nasceu para ser mãe.

- Não. Eu só aprendi. Era preciso, a Amy depende de mim.

- Ela vai ao médico regularmente?

- A cada seis meses: pediatra e dentista. Fora é claro que ela fica doente nesses intervalos.

- Doente? Como assim?? – Roy arregalou os olhos –

- ela ri – Crianças até oito ou dez anos ainda não tem um o sistema imunológico pronto, é falho ainda e por isso sempre ficam com alguma virose...

- MAMI!! – ela entra correndo na cozinha – Eu tô com fome... Loy?! LOY!!!!

- Oi, pequena.

- Você veio me ver!!

- Claro. Então, não vai comer?

- Não tem biscoitinho?

- Só de tarde.

- Mas e o leite?

- Com nesquisk, agora come.

- Certo!

Riza sentou-se e começou a comer, Roy também sentou-se, mas ficou só no café puro. Amy falava sobre a escola, sobre Black, sobre qualquer coisa, só ficava calada quando estava mastigando.

- Vai subindo e trocando de roupa, agorinha vou te ajudar a escovar os dentes.

- Hai. – ela olha para Roy – Não vai embora, Loy!

- Não vou.

Riza começou a tirar a mesa e arrumar a cozinha.

- Ela fala bastante.

- Não puxou a mim.

- Eu também não falo muito, talvez duas pessoas que não falam muito, precisem de alguém que fale mais.

- Talvez. – ela põe o forro na mesa – Vou trocar de roupa e escovar os dentes da Amy. Fique a vontade.

- Certo.

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Voltaram alguns minutos depois, Amy estava com um macacão branco de flores, blusinha roxa e sapatinho. Ela sempre estava de sapatinho...

Ela subiu no sofá e ficou olhando para Roy e Riza.

- Filhinha, eu queria falar uma coisa para você.

- O que?

- Sabe... Você gosta muito do Roy e...

Riza não tinha a menor idéia de como contar aquilo.

- Eu gosto do Loy!!

- Roy...

Ela olha para ele.

- Eu não sei como fazer isso. – ele silabou –

- Você já perguntou sobre seu pai e...

- O que o padrinho tem a ver com isso?

A pequena parecia confusa.

- Amy, você sabe que o Kaio não é seu pai...

- Mas ele deixa e gosta de mim e...

- É muito complicado te falar tudo agora, mas quando você for maior vamos explicar tudo...

- Tudo o que, mami?

- O Roy é o seu pai.

Depois disso, tudo ficou em silêncio. Amy não sabia bem o que fazer... Gostava do Roy, mas não lembrava dele. Era Kaio que estava em suas primeiras lembranças.

Teria de deixar de gostar de Kaio?

E por que só agora é que Roy aparecera? Não gostava dela e agora mudou de idéia?

Tudo parecia tão confuso.

- Amy? – Roy se aproximou –

- Hn?

- Não vai dizer nada?

- E o padrinho? Eu não posso mais gostar dele? E por que só agora? A gente não é parecido não!!

- Você pode continuar a gostar do Kaio, ele gosta de você, mas agora você tem a mim por perto. E eu acho que você é bem parecida comigo...

- Bom, porque eu não vou deixar de gostar do padrinho. E eu não acho isso não. Eu sou loira e você não!

- Calma, Amy.

- Eu não entendo! Por que o Loy só apareceu agora? E por que não me falaram isso antes?

- Muita coisa aconteceu antes de você nascer, coisas que você não entende hoje, mas vamos explicar mais para frente. Mas você não gosta do Roy?

- Gosto, mas... Eu tô confusa. – ela olhou para o moreno – Você não gostava de mim?

- Claro que não é isso, Amy, eu não estava por perto por outros motivos. Mas eu gosto muito de você... E tudo o que eu quero é ficar perto.

- Eu vou cobrar uma explicação de vocês e eu ainda não acho que somos parecidos, eu não tenho essa cor coradinha sua, mas eu te acho legal.

Ela sorri, desce do sofá e caminha até Roy. Ainda estava confusa, mas agora ela tinha também um pai. Roy a pegou no colo e abraçou.

Riza suspirou, não foi tão ruim quanto ela achou que seria. Amy tinha aceitado até muito bem.

- Mami, a gente não ia no parquinho?

- Por que o Roy não te leva? Eu não posso mesmo ficar te pegando no colo ou correndo atrás de você.

- Mas eu queria ir com você... Por que não vamos todos juntos?

- Amy...

- O que? Vamos todo mundo!

- Vamos Riza.

A loura rolou os olhos e aceitou, mas primeiro precisava pegar algumas coisas.

- A mami é muito exagerada... – ela suspira e desce do sofá – Ela vai colocar na bolsa lenços, óculos escuros, acho que até aquelas coisas para passar depois que machuca...

A pequena arrumava as coisas que estavam sobre a mesinha de centro. Roy já havia notado aquele padrão, tudo o que mexia, arrumava e tudo o que via desarrumado colocava em ordem.

- Vamos?

Riza apareceu na sala.

- Vamos.

Amy saiu correndo na frente.

- Ela sempre fica colocando tudo no lugar?

- Ela tem mania de organização, fica impaciente num lugar bagunçado.

- Parece alguém que eu conheço.

- Não me olha assim, eu gosto de ordem, mas nunca cobrei demais dela.

- Mas ela te vê e imita.

- Não sou compulsiva como ela, às vezes até eu me irrito.

- Gente!!! O parquinho não vai sair correndo, mas a gente não precisa ficar enrolando.

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Depois de duas no parquinho, Amy estava suja dos pés a cabeça. Ela falava com todas as crianças, mas não ficava muito tempo com alguma em especial.

- Não sei quem está mais suja, ela ou o chão.

- Você não viu quando a Kristen a trouxe aqui depois de uns dois dias chovendo.

Roy fez uma cara de quem tentava imaginar, mas não conseguiu. Ela estava marrom.

- Hora de ir para casa, Amy.

- Mas já?

Ela fez uma cara de gatinha que caiu da mudança.

- Nem adianta olhar assim, vamos mocinha, você precisa de um banho.

- Mas mami... – Riza olhou significativamente e Amy começou a andar – Isso é tão injusto...

Riza riu, abaixou-se a altura da filha e tirou da bolsa alguns lenços umedecidos e começou a limpar as mãos e o rostinho dela.

- O que a gente vai almoçar, em?

- Não sei ainda, por quê?

- Fome!

- Eu já imaginava...

Depois de tirar o grosso da sujeira, Roy pegou-a no colo e colocou sobre os ombros. O parque não ficava muito longe da casa de Riza, por isso, tinham ido a pé.

- Você vai ficar comigo hoje, Loy?

- Bem, eu não pretendo ir embora agora.

- Então tá, porque eu vou tomar banho e depois a gente vai almoçar e depois a gente vai ver A pequena sereia e depois...

- Calma! – Roy a colocou no chão – A gente vai fazer tudo o que você quiser.

- Tudo, tudo? Assim, hoje, amanhã, depois... Sempre?

- Sempre.

Ela riu e correu para dentro de casa.

- Ela não é tão hiperativa sempre, só está animada com a novidade. Depois de almoçar ela dorme.

- Eu não me importo, ela não dá trabalho.

- Não. Só precisa de alguém olhando, mas geralmente ela monta a casinha, ou a escolhinha, ou vai desenhar...

- Ela desenha muito bem.

- Muito. Vou colocá-la em uma aula de desenho.

- Eu queria falar com você sobre as despesas dela...

- Não se preocupe com isso, não é problema para mim.

- Eu sei que não é, mas Riza...

- Sério, não faz diferença.

- A gente vai sentar e conversar depois. Quando decidi assumir as responsabilidades, eu não queria só mudar o nome dela.

- Roy...

- O Kaio tem alguma ligação com ela nesse sentido?

- Vira e mexe inventa de pagar alguma coisa... Mas eu não deixo.

- Ótimo, então torne essa negativa mais forte. Eu não quero esse cara se metendo onde não deve.

- Eu não quero nada dele, assim como não quero de você.

- Só que ele não é o pai dela. Eu sou e faço muita questão.

- Yare, yare... Depois a gente vê isso. Vou dar banho nela, fique a vontade.

- Eu posso fazer alguma coisa para adiantar o almoço? Não se preocupe, eu sei a diferença entre uma panela e um vidro de azeitona...

- Coloque uma panela maior para ferver água. Tem uma no armário, embaixo, à direita.

- Certo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Mais um cap!!
Amo vcs!! Kiss kiss
Comentem e me façam feliz!!!