Masked Archer escrita por Jessie Wisets


Capítulo 9
Sou Marshall Magnox e serei seu guia hoje.


Notas iniciais do capítulo

Ok ok ok eu sei que eu demorei (muito) pra postar. Mas vejam o lado bom o/
Estou de férias! Mais tempo pra escrever! Uhul o/
Bom cap pra vcs. O3O



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Senti falta de Nova York. Minha cidade natal até poderia ser Denver, mas eu sentia um carinho por Nova York. Era muito movimentada, iluminada e barulhenta. Mesmo durante a noite, parecia ser dia. O ar estava carregado, logo a neve chegaria e a grande maçã ficaria mais bela, como se fosse possível. Virei-me para Wisets e a vi com o rosto maravilhado. Seus olhos brilhavam enquanto encarava os grandes prédios. Seus ombros não pareciam tensos, pelo contrario, nunca a vi mais calma.

– Você nunca veio à Nova York? – perguntei

Ela sacudiu a cabeça negativamente, ainda não olhava para mim. Um sorriso brotou em seus lábios. Um sorriso inocente como o de uma criança que acaba de ganhar um filhote de cachorro. Houve um estalo em meu cérebro e eu tive uma ideia.

– Se é sua primeira vez, vamos torna-la memorável – eu disse.

Wisets me encarou tentando encontrar alguma expressão de duvida.

– Pensei que deveríamos ir para o acampamento o mais rápido possível – ela disse

–Já se decidiu? Vai para o acampamento? – perguntei esperançoso.

–Ainda não me decidi – ela respondeu voltando a encarar os prédios.

Pelo menos isso significa que ela estava pensando sobre o assunto.

– Mais um motivo para realizarmos esta excursão! – disse, estendi a mão e me curvei em reverencia – Marshall Magnox, serei seu guia hoje.

Wisets riu e empurrou minha mão. Em resposta agarrei seu pulso e começamos a correr. O vento frio batendo em meu rosto era ótimo, segurar a mão de Wisets era melhor ainda. Virei o rosto para trás e encontrei seus olhos, abri um sorriso.

– Primeira parada: Empire State Building – disse.

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O Empire State definitivamente chamava muita atenção. Grande prédio comercial e ponto de referencia, mas, além disso, era o novo lar dos deuses superpoderosos. Em pensar que há um tempo este mesmo prédio estava cercado de semideuses em guerra contra os titãs. É difícil imaginar que neste instante... Minha mãe poderia estar me observando.

A arquitetura era admirável. Wisets parece ter percebido isso também. Seus olhos brilhavam como nunca tinha visto antes. Ela mirava o edifício como os filhos de ares miram um pedaço de carne fresca. Wisets adentrou no prédio eu a segui.

O local estava lotado de turistas, todos seguravam câmeras e tiravam fotos loucamente. Crianças corriam despreocupadas pelo carpete vermelho. Sinto minha sobrancelha tremer. Meus olhos seguem direto para a porta do elevador/porta do monte Olimpo.

A magia, que emanava do elevador, era gigantesca. Sentia-me como um pedaço de metal próximo a um ímã. Apertei o arco de Wisets, que passei a carregar depois que ela quebrou o braço, e caminhei em direção ao elevador.

– Onde está seu Ticket? – perguntou uma voz.

Virei-me para procurar a fonte da voz. Um homem atrás do balcão olhava para mim. Caminhei em sua direção, senti Wisets se aproximar e parar ao meu lado. O homem possuía uma estatura mediana e era roliço. Em sua testa havia uma enorme espinha, seus olhos possuíam olheiras arroxeadas. Ele também tinha uma aura magica, fraca comparada ao elevador, mas perceptível para um filho da deusa da magia.

– 600° andar. Queremos ir ao Olimpo. – Disse. Já sabia como funcionava.

– Não existe este andar. Vá embora. – respondeu me encarando.

Tirei a mordecostas do bolso, ainda pequena, e a pousei no balcão. Com o dedo indicador tracei uma linha reta, de uma ponta à outra, na espada. Esta cresceu até o seu tamanho original. O homem olhou para a espada indiferente. Botando a mão no bolso retirou um cartão e nos entregou.

– Coloque na entrada. Logo abaixo dos botões – ele disse – preciso informar para esperar o elevador ficar sem mortais?

Obrigado – respondi, encolhendo a espada novamente – Vamos, Wisets.

Wisets simplesmente me surpreendeu. Seu braço bom escorregou pelo meu até sua mão encontrar a minha. Instantaneamente senti meu rosto queimar. Procurei ao máximo não olhar para ela, meu rosto me delataria, mas seus olhos eram impossíveis de se ignorar.

– Desculpe... – ela disse sem jeito – Estou apenas... Deixe para lá.

Wisets soltou minha mão. No mesmo momento senti-me um idiota completo. Ajustei o arco e peguei sua mão novamente. Ela me encarou curiosa.

– Também estou assustado – admiti- Nunca fui ao Olimpo, assim como você. Passaremos por isso juntos. Tudo bem?

Ela abriu um sorriso singelo. Entrelaçamos nossos dedos e caminhamos em direção ao elevador. Ele estava lotado de mortais, portanto não utilizei o cartão. Conforme subíamos os andares o elevador foi esvaziando até que ficássemos sozinhos. Tirei o cartão do bolso de trás e o girei entre os dedos.

– Pronta? – perguntei.

– Pronta – Ela respondeu um pouco hesitante.

Sua mão apertou a minha. Encaixei o cartão. Por um momento nada aconteceu, até que reparei em um botão novo. Apertei-o e uma onda de brilho dourado espalhou-se por todo o elevador. Com um solavanco começamos a subir em alta velocidade.

Foi quando Wisets soltou minha mão. Ela estava gritando como nunca. Suas mãos estavam fincadas no alto de sua cabeça. Sacudia-se para frente e para trás, agachada no canto do elevador. Abaixei a seu lado. Ela estava chorando em estado de shock. O elevador parou e as portas se abriram revelando escadarias.

– Calma. Já parou... Está tudo bem! Estou aqui com você – disse tentando acalma-la – está tudo bem.

Ela respirava com dificuldade. Abracei-a e repeti que estava tudo bem. Wisets agarrou meu pescoço. Podia sentir suas mãos tremendo em minhas costas. Acariciei seus cabelos e, devagar, a puxei para fora do elevador. Agachamos, mas continuamos abraçados.

– Por que não me contou que tem medo de elevador? – perguntei.

– Você precisava vir aqui! Ela quer falar com você! – falava nervosamente.

– Quem quer falar comigo?

–Se eu falasse do meu medo você não iria subir! Marshall me desculpe, mas tive de omitir!

– Acalme-se, não precisa se desculpar. Quem precisa falar comigo?

– Eu preciso falar com você – disse uma voz feminina.

Virei de costas e vi a dona da voz. Uma túnica preta com desenhos dourados cobria todo o corpo e escondia seu rosto. Demorei, mas por fim reconheci. Voltei-me novamente para Wisets.

– Vai ficar bem sem mim? –perguntei sussurrando. Minha voz soou preocupada.

– Vou sim – respondeu. Seus olhos estavam vermelhos.

Com o dedão acariciei sua bochecha. Ela parara de chorar, mas ainda parecia em shock.

–Espere-me aqui. Voltarei logo – beijei sua testa, levantei e caminhei em direção à mulher.

–Hécate – curvei-me ao dizer seu nome.

– Olá, Marshall –Disse a Deusa – Vejo que fez uma amiga. Não me apegaria muito a ela...

– Creio que não tenha me chamado para falarmos do meu circulo de amigos – interrompi.

– Realmente não. Chamei-o para conversarmos sobre seu prazo. Ele está quase no fim. Já se decidiu?

– Não sei minhas opções. Como posso escolher?

– Deves escolher entre A e C. Infelizmente não posso lhe dizer mais nada. Os Deuses não permitem que eu revele seu futuro, meu filho. Deve traça-lo sozinho.

– Uma mãe que dê mais soluções no lugar de dúvidas, é pedir demais?

– Pegue isto – ela disse entregando-me um frasco com algo dourado dentro – Ouro liquido. Este vem da Lira de Apolo. Precisará dele.

– Para o que vou usar? O que ele faz?

– saberá na hora certa. Agora vá. Sua jornada ainda n terminou.

Hécate desfez-se em névoa. Guardei o frasco no bolso do casaco e retornei até Wisets. Ela continuava encolhida na parede. Respirava lentamente tentando controlar os batimentos cardíacos. Senti-me péssimo por ter de fazê-la andar de elevador novamente.

– Vamos - estendi a mão e ela a pegou – Sei que você não gosta de elevador, mas precisamos descer... Entende?

Wisets balançou a cabeça. Percebi que ela evitava olhar para o elevador. Não sou nenhum filho de Atena, mas, modéstia a parte, a ideia que tive foi simplesmente brilhante.

– Que tal um jogo? – perguntei animado. Ela me olhou com certa curiosidade – você fecha os olhos e eu te guiarei. Mas você tem que confiar em mim. Confia?

– Confio – respondeu.

– Então vamos começar. Feche os olhos.

Ela os fechou. Peguei suas mãos e a guiei para dentro do elevador. Em um momento Wisets abriu os olhos, usei a desculpa de que era contra as regras do jogo, e ela tornou a fecha-los. Sem os olhos para prender minha atenção, pude perceber mais detalhes em seu rosto. Sobre a pele curtida de sol havia sardas, um nariz arrebitado e uma cicatriz, quase invisível, que cortava seu rosto em uma diagonal.

O elevador descia devagar. Em um solavanco Wisets abraçou minha cintura. Abracei-a e enterrei meu rosto em seus cabelos. Apenas para informar... Eles cheiravam a jasmins. Mortais entravam no elevador. Todos olhavam com curiosidade para nós. Parece que não é todo dia se encontra dois adolescentes abraçados no elevador. Girei Wisets para que ela ficasse de costas para a parede e eu ficasse na sua frente. Assim conseguiria evitar os olhares dos outros passageiros.

Quando as portas do elevador se abriram puxei-a delicadamente para fora. “obrigada” ouvi sua voz em minha mente. “Sabe que não deve me agradecer, vê-la chorar é como uma tortura para mim.”

– E eu declaro Jessie Wisets a vencedora do jogo. – disse rindo

– E qual é o meu premio?

– Seu premio é passar a tarde comigo no central parque

– Tenho direito à troca? – ela estava rindo.

– Acho que não. – disse puxando-a para fora do edifício.


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