A Desilusão Da Bailarina escrita por DanyMellark


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEM A IMENSA DEMORA!!! Espero que minhas leitoras fiéis ainda estejam por aqui e nao queiram muito me matar. Prometo que o 17 sai mais rápido. Beijoooooooooos!!



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Pov Katniss

Eu via Peeta andando de um lado pro outro e aquilo já estava começando a me agoniar. Droga de ideia essa minha de chamá-lo para conversar e colocá-lo contra a parede pra saber o que ele tinha.

– Qual o problema afinal Peeta? – falei chamando a atenção dele.

– Eu não gosto dessa sua... Amizade com aquele garoto. – ele disse tentando manter a voz num tom normal.

– Cato? Você não gosta do Cato? Você está com ciúmes? – perguntei tentando não rir.

– Não ria! Isso não é justo. Você não sabe como me sinto, eu odeio quando você sorri pra ele, ou pra qualquer outro... Cato, Tresh. Antes você só sorria daquele jeito pra mim, agora parece que até isso eu perdi.

– Peeta! Como você pode sequer comparar o que sinto por você com minha simpatia pelo Cato ou pelo Tresh? Pelo amor de Deus, não tem nem sentido isso.

– Tem sentindo sim. – ele disse andando nervoso de um lado pro outro da sala. - As coisas mudaram, eu vejo... Pior eu sinto. Eu não sou mais o único pra você.

–Eu não consigo acreditar que você pode tá pensando assim! Qual problema com você, Peeta? Qualquer um consegue ver que eu sou louca por você. Que eu não quero mais ninguém, que eu não sou capaz de amar mais ninguém.

– Eu não vejo isso. – ele disse suspirando. – Eu não sinto mais assim.

– Então isso é um problema que você tem que resolver com você mesmo, Peeta. Porque eu te amo e não tem nada que eu possa fazer se você não enxerga isso. – eu disse me afastando dele e batendo a porta da sala.

Eu não conseguia ainda acreditar naquelas palavras que Peeta havia me dito. Como ele conseguia comparar o amor que eu sentia por ele com minha simpatia pelos garotos? E pior, como ele conseguia dizer que não enxergava mais que eu sou louca por ele, que ele é o único. Que é o único que eu amo.

Tentei me concentrar o máximo que podia no meu treino, mas mesmo assim sentia que não estava dando o melhor de mim. O melhor de mim estava perdido em algum lugar enquanto as palavras de Peeta latejavam na minha cabeça, e a cada movimento por mais concentrada que eu estivesse, podia sentir o quanto elas me magoaram.

Pelo menos eu não tinha Portia no meu pé já que ela tinha problemas maiores a resolver com Gale e em como os treinos dele estavam piores dia a dia. Ninguém conseguia entender o que estava havendo com ele, e por mais que Glimmer repetisse cada cena com toda paciência do mundo, nós já conseguíamos notar que ela estava cansada também.

Ele era o par dela, ele deveria ser fazê-la brilhar. Mas isso não estava acontecendo. A química perfeita que os dois tiveram por anos pelo visto desapareceu e após repetir tantas vezes a cena em que o príncipe conhecia o Cisne Branco, Glimmer acabou errando e quase caindo dos braços de Gale. E isso acabou totalmente com a chance daquele ensaio dar certo.

Portia acabou liberando todo mundo pedindo mais uma vez que ensaiássemos em casa pro treino de amanhã e claro que todos sabiam que aquele aviso era especialmente pra Gale. Apesar do fracasso dos dias e do cansaço por retreinarmos tudo tantas vezes eu sinceramente estava com pena dele, afinal devia ser horrível passar a ser o repreendido quando sempre se foi o melhor.

Mas não havia nada que pudesse fazer sobre isso e já que estávamos de folga resolvi tomar um café com Annie que ia ter a tarde livre, pois já tinha composto a sinfonia que entregaria pra segunda nota do trimestre.

Contei todas as barbaridades que Peeta me disse pela manhã, passando pela crise de ciúmes dele até o assunto principal: o fato de ele alegar não sentir mais o amor que sinto por ele.

– Peeta não acha que eu o amo, Annie. Não me peça calma. – eu disse depois de terminar todo meu relato.

– Dê um tempo pra ele; Kat! Tenho certeza que ele vai por a cabeça no lugar e procurar você. Ainda vai se desculpar por todo drama que fez.

– Bem, você o conhece a mais tempo do que eu!

– E sei o que estou dizendo! – Minha “cunhadinha” me disse antes de jogar seu copo de café fora e se despedir indo pra sua última aula.

Peguei minhas coisas e já estava preparada pra tentar achar um estúdio vazio pra ensaiar quando notei Cato sentado sozinho e com cara de quem estava “afogando as mágoas” naquele copo triplo de milkshake. Hoje parecia ser o dia dos garotos fazerem drama nessa escola, mas resolvi ser uma boa parceira e tentar ajudá-lo.

Me aproximei devagar e esperei que ele notasse que não estava mais sozinho.

– Katniss? – ele perguntou parecendo surpreso.

– Oi Cato! Te vi aqui sozinho e sabe, você não parece muito bem, vim ver se podia te ajudar.

– Nada que ninguém possa me ajudar. – ele disse chateado e me mostrou o celular. – Minha namorada... Quer dizer ex-namorada acaba de terminar comigo por SMS porque acha que o namoro à distância está sendo demais pra ela.

– Que coisa chata! Sinto muito!

– Tudo bem. Com certeza ela já arrumou outro e estou aqui de trouxa sofrendo por ela.

– Bem... – eu disse me sentando e pedindo outro café. – Se você quer saber a trouxa é ela por perder um cara como você.

E eu consegui o que queria já que consegui arrancar dele um sorriso.

Algumas horas mais tarde

Estava perfeitamente concentrada no som e no meu próprio corpo, com os olhos fechados mesmo que não precisasse já que não tinha acendido as luzes do estúdio. Eu gostava de dançar assim no escuro, me sentia mais em contato comigo mesma na completa escuridão.

Rodopiava pela sala quando senti que esbarrava em alguma coisa e fiquei embaraçada ao ver meu corpo tão perto daquele jeito do de Cato.

– O que ainda está fazendo aqui? Achei que não tinha mais ninguém... Normalmente...

– Normalmente não fica não é? Eu notei que você sempre fica ensaiando mais um pouco mesmo depois de todo mundo ir embora e fiquei porque queria te agradecer por mais cedo, você não tinha obrigação de ficar ouvindo meus problemas.

– Não fiz por obrigação, você precisava de alguém pra te escutar e eu estava ali. – falei dando de ombros enquanto ele segurava uma das minhas mãos. - Eu gostei de ter podido te ajudar.

– Eu sei... Você é especial, Katniss.

Antes que eu pudesse responder ouvi a porta do estúdio batendo forte mais uma vez, mas naquela escuridão não tinha como saber quem mais tinha estado ali dentro e ouvido nossa conversa.

Pela primeira vez na vida amaldiçoei minha mania de sempre gostar de dançar no escuro.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e logo logo vem o próximo ;)