A Profecia Dos Sete escrita por Walber Florencio


Capítulo 5
Kelly


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo no ponto de vista de Kelly. Chegada no acampamento meio-sangue. Profecia '-'



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Além do fato de voarem por quase vinte minutos nas costas de um cavalo com asas imensas a mais de cinquenta metros de altura, a viagem foi ótima.

Daniele e Thaís explicaram melhor à Kelly e seus amigos sobre o acampamento meio-sangue. Era um lugar para onde iam os semideuses, dividido em chalés, onde os semideuses ficavam com seus respectivos meios-irmãos. O acampamento era dirigido pelo sátiro Samael, que segundo Thaís, já tinha 186 anos de idade.

Mas além de Samael, havia um conselho formado por sátiros e os líderes de cada chalé. E ainda, eles contavam com a presença de alguns deuses menores no acampamento.

- Quer dizer que nós vamos conhecer deuses? De verdade? – Kelly pergunta.

- Claro. – diz Thaís – E muito em breve seus próprios pais podem vir falar com vocês...

- Falando nisso, - diz Neto – Dani, você me disse que eu era filho de...

- Hefesto. – a menina completa – Provavelmente. Nunca vi ninguém mais habilidoso com uma máquina que nunca viu na vida... Você deve ser um ótimo filho de Hefesto.

- E a Dayane é filha de Hades... – Kelly diz – Pelo menos foi o que aquele monstro nos disse.

- Sim. – Dayane responde – Não sei por que motivos, mas eu estou bem mais familiarizada com os nomes romanos... Plutão... E algo me diz que sou sim filha dele.

- Isso é meio estranho mesmo... – fala Daniele.

- E eu? – Kelly quer saber – Sou filha de quem?

- Resolveremos esses enigmas em breve... – diz Thaís.

Só então Kelly percebe que já estavam sobrevoando o acampamento.

O lugar era lindo. Cercado por florestas com árvores altas. Havia pelo menos 20 chalés, decorados cada um de uma forma única, formando um ômega (Ω).

Lá embaixo, dezenas de semideuses treinavam. Alguns lutavam com espadas de madeira, outros treinavam arco-e-flecha. Outros escalavam cordas com nós. Um grupo jogava basquete, outro jogava futebol. Além de várias outras atividades.

E todos usavam camisas laranja semelhantes à Daniele e Thaís.

Os pégasos descem e pousam no centro do ômega que os chalés formavam. Todos os olhos se viram para eles. Alguns pareciam amistosos, outros, definitivamente não.

Então, o sátiro da mensagem de Íris se aproxima deles. Pessoalmente era bem mais estranho. Kelly precisa se concentrar para não rir dele. Ele tinha pernas de bode, peludas, curtas, curvadas. E caminhava de uma maneira muito hilária.

- Bem-vindos! – ele disse. Usava uma camiseta de praia e óculos escuros, apesar de que o tempo não estava muito ensolarado.

Samael. Era este o seu nome. Ele cumprimentou cada um deles, mas Kelly observou que ele parou um pouco mais em Dayane, como se sentisse algo diferente nela.

Kelly sabia que Dayane era especial de alguma forma, mas não fazia ideia de como e por que.

- Algum sinal de Alisson? – Samael pergunta à Daniele.

- Infelizmente não. – Daniele responde – Mas pelo menos os encontrei. Ela fala olhando para os três.

- Já foram reclamados? – o sátiro pergunta à Thaís.

- Ainda não! – ela responde. Então a menina pega uma adaga que estava presa na cintura. Kelly nota que todos os jovens ao redor acompanhavam os movimentos dela.

Thaís segura a adaga firmemente. Ela começa a brilhar.

Em seguida, um martelo flamejante aparece sobre a cabeça de Neto.

- Filho de Hefesto, - diz Daniele – como o esperado.

Nesse momento uma menina morena, com cabelos crespos, usando um macacão jeans sujo de graxa sobre a camiseta laranja se destaca entre a multidão, mas não se aproxima. Atrás dela um garoto também moreno, com cara de nerd, um par de óculos redondos fundo de garrafa nos olhos e um bloco de notas nas mãos.

Thaís olha para Kelly. Parecia estar mais curiosa, afinal ela não sabia que seria o pai divino de Kelly.

Kelly olha para cima. Então um caduceu brilhante aparece sobre sua cabeça. Era como uma estaca com duas cobras o circulando e um par de asinhas no topo.

Um grupo de pelo menos dez garotos e seis garotas comemora, como se seu time preferido tivesse feito um gol. Abraçavam-se e batiam as mãos uns nos outros. Pareciam esportistas. Os garotos usavam roupas de jogadores de futebol. Formavam um dos times do jogo que ela notara ainda no sobrevoo. As meninas boa parte delas usava batons, esmaltes e brincos chamativos. Roupas divertidas. Kelly pensou que se sentiria feliz com seus meios-irmãos.

- Parece que meu pai andou ocupado por aqui... – diz Kelly, sorridente.

- O chalé de Hermes é de fato o mais numeroso. – fala Samael.

Por último, Thaís virou-se para Dayane. A adaga brilhou com maior intensidade. Então uma imagem escura, sombria, imaterial se forma. Mas não sobre a cabeça de Dayane, e sim no meio de todos ali. A sombra assume uma silhueta humana. Logo ganha braços e pernas.

Era um homem. O rosto antigo, mas não velho, mostrava que já vivera milhares de anos. Longa barba preta, cabelo liso caído até a cintura. Vestido num sobretudo preto.

- Hades... – Samael diz surpreso.

- Sem delongas, estou aqui para prepara-los semideuses – sua voz era rouca, fria. – Os dias que virão em breve não serão fáceis. Um velho inimigo do Olimpo ameaça se levantar. O mais perigoso deles. E não virá sozinho. Para combatê-los, precisaremos dos sete semideuses mais poderosos de todos os tempos. Vocês já conhecem a Grande Profecia! Agora, coloquem-na em prática. – ela falava para todos, mas olha para Dayane – Minha filha, prove que estou certo em relação a você... Lidere os outros dois na missão que o oráculo lhe dará. Solucione os mistérios que envolvem seu passado. Encontre os outros e forme o grupo dos sete. – ele torna a falar com todos – E que os deuses os abençoem!

Então ele some tão rapidamente que mal é possível lembrar-se se ele era real ou apenas uma ilusão.

Todos os presentes pareciam assustados, ou no mínimo surpresos. Thaís segurava a adaga com as mãos trêmulas.

- A Grande Profecia! – ela diz.

- Que profecia é essa? – Kelly quer saber.

- Uma profecia milenar feita por uma sacerdotisa de Apolo. – explica Samael – Foi esquecida por séculos, mas um oráculo em Nova York a trouxe novamente à tona. Mas eu não esperava que fosse se realizar aqui, no Brasil.

- Deveríamos nos sentir lisonjeados... não? – Neto diz.

- Não exatamente... – Thaís diz. – Como Hades alertou, os próximos dias serão difíceis. Seja lá quem for este velho inimigo do Olimpo, ele será forte... Forte demais!

- E como é essa tal profecia? – Dayane pergunta agora menos abalada.

- Sete meios-sangues responderão ao chamado. Em tempestade ou fogo o mundo terá acabado. Um juramento a manter com um alento final. E inimigos com armas às Portas da Morte afinal. – Thaís cita a profecia. A cada linha, parecia que o clima no acampamento ficava mais frio.


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Notas finais do capítulo

E então? Mereço reviews? Comentem o q estão achando, valew! (:



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