A Profecia Dos Sete escrita por Walber Florencio


Capítulo 2
Dayane


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo no ponto de vista de Dayane. Vcs fazem ideia de quem era é filha?



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- Servos de Plutão, o deus do submundo... – responde Dayane, embora não fizesse a menor ideia de como sabia isso.

- O deus do submundo? – pergunta Neto – Tá bem que eu não sou nenhum fã de história antiga, mas você está se referindo ao deus grego do submundo?

- Plutão é romano! – diz Dayane.

- O deus grego do submundo é Hades. Plutão é o mesmo deus, no entanto, seu nome foi latinizado. – fala Kelly, que amava história e mitologia.

- Espera um minuto... – Neto diz – Estamos falando de história quando poderíamos estar procurando um modo de descer desse teto e fugir daqueles monstros?

- Você está certo! – afirma Kelly. – Mas não podemos simplesmente pular. Isso aqui é alto pra caramba.

Dayane aproximou-se da borda e olhou lá para baixo. Estavam a mais de vinte metros de altura do chão. Se uma queda de três metros a machucou – ela lembrou-se do pulso, que estava inchado e latejando – imaginou como seria cair de vinte metros.

- Não poderíamos simplesmente gritar e esperar os bombeiros vir nos resgatar? – pergunta Neto.

- E ai, nós teríamos que explicar como viemos parar aqui. – diz Kelly – Daí, ou seríamos chamados de vândalos ou de loucos...

Dayane de algum modo soube que havia uma passagem para o interior da fábrica no centro daquele espaço. Ela caminhou até o meio. Pisou em uma espécie de tampa e sentiu o oco debaixo dela.

- Aqui está nossa saída! – ela abaixa-se e com a mão boa levanta a tampa.

Os três olham para o interior da fábrica. Lá embaixo algumas máquinas funcionavam. Era uma fábrica têxtil, pois centenas de metros de fios passavam por elas. Mas tudo parecia automatizado, já que não viram nenhuma pessoa.

- Ok, - Kelly fala – mas como nós vamos descer? É quase dez metros até lá embaixo.

- Prefiro pular de dez metros a vinte metros! – Dayane afirma, com uma expressão entre a brincalhona e a preocupada.

- Quem primeiro? – Neto pergunta, fazendo um sinal para que uma delas pulasse.

- Olha, - aponta Dayane – poderíamos pular ali.

Lá embaixo havia um depósito cheio de pano. Estava escuro, mas Dayane podia jurar que era macio.

- Quem primeiro? – Neto pergunta novamente.

- Eu vou! – Dayane decide. Ela queria descobrir o mais rápido possível como sair dali e o que estava acontecendo com ela.

Então Dayane senta-se na borda do buraco, com as pernas para dentro. Ela fecha os olhos e se joga. Em um instante menor que um segundo ela pensou. “Foi a pior ideia da minha vida”.

Dayane sentia seu corpo desabando rumo ao nada, quando de repente engancha-se em algo frio e macio. Seu pé é enrolado e ela fica presa, pendurada e balançando de cabeça para baixo a seis metros do chão.

- Dayane! – os dois lá em cima chamaram seu nome.

- Estou bem. – ela responde – Por enquanto...

Dayane balançava, até que viu Neto pulando. O menino passou por ela e cai em cima dos panos, no alvo certo.

- Você está bem? – ela pergunta ao Neto.

- Gente, isso não é pano... Parece... Teia de aranha! – Neto fala, com nojo.

- Sério? – Kelly grita lá de cima.

- Kelly pula... É macio... – Neto chama.

Dayane já estava ficando tonta.

Kelly se joga, e passa por ela aos gritos. Cai no depósito, por pouco não caindo em cima de Neto.

- Agora temos que te tirar daí, Dayane... – fala Neto, como que procurando raciocinar um jeito de ajuda-la.

Dayane consegue ver Neto lá embaixo se direcionando para uma máquina. Tinha dois braços mecânicos, que pegavam e enrolavam panos claros, que de longe pareciam jeans, mas na verdade era teia de aranha.

- O que você vai fazer? – Kelly pergunta a Neto. Ele olhava para as dezenas de botões da máquina, como se tentasse entender seu funcionamento.

Então Neto aperta uma sequencia de botões. A máquina para de funcionar, e depois reinicia, soltando alguns estalos que parecia o freio de um caminhão. Ele segura uma alavanca e os braços mecânicos obedecem ao seu comando.

- Como você fez isso? – Kelly estava chocada.

Dayane observa dois ganchos metálicos enormes se aproximando dela. Um deles envolve sua cintura, sem apertar muito, mas garantindo sua segurando. O outro braço quebra o fio que a segurava lá em cima.

Logo, Dayane é colocada delicadamente no piso, perto de Kelly.

- Parabéns semideus! – diz uma voz rouca, múltipla, embora soasse doce.

Os três olham em volta procurando de onde vinha o som. Então Dayane nota em cima de uma máquina uma coisa escura. A pouca claridade do local não a ajudava a enxergar melhor, mas ela podia notar que a criatura era volumosa e tinha algumas pernas magricelas saindo de um traseiro corpulento.

- O que é você? – Dayane pergunta nervosa. A voz sai trêmula e num tom baixo.

- Sou Sibila, filha da maior e melhor tecelã que o mundo já viu... – ela comenta, mas sua voz é interrompida pelo grito de alguém.

- Socorro! – era um grito feminino. Só então Dayane viu uma menina alguns metros atrás da criatura, presa verticalmente em uma teia de aranha feita com extrema precisão num círculo perfeito.

- Oh, esqueci-me de apresenta-los, que má anfitriã eu sou... – Sibila fala, com sua voz assustadora – Esta é uma filha da inimiga de minha mãe. Minha mãe já foi uma moça muito bonita, mas por causa da inveja de Atena tornou-se o que é hoje! E por isso nasci assim!

- O que quer conosco? – Neto pergunta, tentando parecer confiante.

- Eu particularmente nada... – ela responde – Mas minha senhora quer. Seu patrono fez o favor de mandar seus morcegos trazê-los até mim... Foi uma péssima forma de testa-los, pois jamais sairão vivos dessa!

Então, Sibila sai das sombras e revela seu horrendo rosto.


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Notas finais do capítulo

E então? No próximo, ponto de vista de Neto.



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