A Profecia Dos Sete escrita por Walber Florencio


Capítulo 11
Kelly


Notas iniciais do capítulo

Capítulo da Kelly. Aqui, conheceremos Dédalo. E Dayane começa a lembrar de seu passado.



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Quando Neto saiu correndo e sumiu da vista de Kelly no meio de tantas máquinas, um dragão de bronze imenso surge do nada, soltando fogo pela boca.

Kelly só tem tempo de empurrar Dayane para o lado e se jogar para o outro antes do fogo deixar manchas pretas no chão, no lugar onde elas estavam.

O coração de Kelly estava quase saindo pela boca. Observou que Dayane caíra de mau jeito com o pé.

O dragão ataca com a cauda. Kelly, atingida, é jogada contra a parede, derrubando meia dúzia de ferramentas. A vista fica embaçada, mas ela consegue levantar.

Dayane apoiava o peso do corpo em apenas uma perna, se afastando do dragão. Mas a criatura de metal avança na direção da menina, mostrando seus enormes dentes pontudos.

Neto chama a atenção do dragão, lançando labaredas de fogo para cima. O dragão vira-se para ele.

Kelly aproveita a oportunidade e apanha uma furadeira do chão. Então, corre até perto do dragão. Ela se concentra nos tênis. Então, asinhas surgem nos all star e Kelly sai do chão.

Era difícil se equilibrar sobre dois tênis voadores, mas Kelly põe força nas pernas e consegue alcançar a altura da cabeça do dragão. A garota se joga em cima do robô.

Com a furadeira funcionando, tenta abrir um buraco no casco de bronze. O dragão movia a cabeça com violência. Kelly deixa a furadeira cair, tentando se segurar.

Neto atacava o dragão com a espada em chamas. Ele golpeia uma das patas e arranca uma garra.

Kelly consegue pegar a adaga Katoptris. Então, enfia a adaga bem no meio da testa do autômato, perfurando o cérebro metálico do dragão. Este para de se mover no mesmo momento.

Kelly pula do pescoço do dragão, ofegante. Neto apaga a espada e passa o braço sobre os ombros de Kelly.

Dayane aproxima-se pulando só com uma perna.

- Parabéns aos dois. E mais uma vez eu só observo. – ela diz – Que ótima líder eu sou...

- Desculpe você se machucou por culpa minha... – diz Kelly – Eu te empurrei.

- Mas se não fosse isso eu teria virado churrasco de semideusa. – ela diz, grata, esboçando um sorriso.

- Pena que você deve que destruir o cérebro dessa beleza... – diz Neto, escalando o dragão por uma pata e analisando o buraco na sua cabeça.

- Nada que eu não possa consertar! – diz uma voz masculina, velha, cansada, mas debochada e pretensiosa.

- Quem disse isso? – Kelly quer saber, olhando para os lados.

- Suponho que saibam quem eu sou... – ele diz. – Afinal, vocês estão em meus domínios.

- Dédalo? – Dayane arrisca.

- Exatamente, filha de Hades! – diz a voz.

- E por que não aparece? – Neto desafia. – Não vamos lhe fazer mal, só queremos o elmo de Hades.

- É isso! – diz Dayane – Ele está usando o elmo de Hades, por isso está invisível.

- Garota esperta! – ele fala, mas dá um bocejo como se estivesse entediado – Pena que não conseguirá me encontrar.

- Veremos! – diz Kelly, olhando para Katoptris. A adaga arde em suas mãos e flutua diante de seus olhos. Aponta para noroeste.

Todos olham naquela direção. Mas a adaga oscila e cai no chão.

Dédalo começa a rir.

- Inocentes... – ele continua rindo – Este laboratório está protegido contra armas mágicas. E sua adaga com certeza é uma arma mágica.

Kelly observa Dayane se concentrando de olhos fechados. O que ela estaria tentando fazer. Decidiu distrair Dédalo enquanto sua amiga agia.

- E então? – Kelly fala – Quer dizer que você foi quem projetou toda a imensidão deste labirinto.

- Lógico! – ele confirma. – E sozinho!

Nada como inflamar o ego de um gênio, ainda mais um gênio de três mil anos de idade.

- Sério? – ela continua – Mas você não usou magia para construí-lo?

- Lógico que não! É tudo pura engenharia. Utilizei conhecimentos mecânicos, elétricos, de arquitetura, de psicologia... Você não imagina quanto tempo precisei para projeta-lo.

- E claro que você não vai me explicar como o fez... – desta vez Neto entra na história.

- Mortais como você jamais entenderiam meus projetos. São complexos demais. Até mesmo para Atena e Hefesto. E você já levará bastantes projetos meus em sua mochila caso sobrevivam ao labirinto.

Enquanto Dédalo falava Dayane se afastava discretamente, um passo de cada vez, de olhos fechados.

De repente Dayane agarra algo no ar e puxa o elmo de Hades. E lá estava Dédalo. Era um velho magro, baixinho, cabelo branco, barba até a metade da barriga, vestido em uma túnica grega branca. O elmo de Hades, agora nas mãos de Dayane, parecia ter o próprio campo gravitacional. Ele atraia as forças de Kelly.

- Não olhem muito para o elmo... – Dayane alerta. – Lembrem-se de que sou dono é o deus do submundo.

- Seu maldito pai... – diz Dédalo, tentando se soltar dos braços de Dayane, mas sem forças para isso.

- Dédalo roubou o elmo para tentar entender como o elmo funciona. Frustrado, decidiu esconder-se atrás dele. – Dayane fala para os amigos – Até que não é tão gênio assim...

- Como não? – ele pergunta – Olhe onde você está... Olhe tudo isso ao redor!

De fato era impressionante. Como um mero cientista da Grécia Antiga tinha chegado a tanto.

- Dédalo é um semideus... – Dayane explica – Filho de Atena. Pode até ter sido o melhor deles... Mas sua mãe não gosta de filhos muito orgulhosos. Ela preza a sensatez.

- Você não sabe nada sobre mim! – ele reclama.

- Ele é só um coitado que se culpa pela morte do filho... Encontrou na tecnologia um meio de se distrair. Então ele pirou! – Dayane parecia saber tudo sobre ele. Seria o elmo de Hades? Kelly queria saber.

Então Dédalo para de resistir e começa a chorar. Dayane o solta. Ele desaba no chão de joelhos, com as mãos calejadas no rosto.

Kelly sente pena de Dédalo. Então ela lembra-se de uma lenda, que dizia que Dédalo, aprisionado com o filho no labirinto que foi forçado a construir, inventou asas de cera para que voassem para longe dali. No entanto, Ícaro, o filho de Dédalo, subiu alto demais. O calor do sol derreteu as asas e ele caiu no mar.

- A lenda não é em tudo verdade... – diz Dédalo – Mas Ícaro caiu por culpa minha...

- Sinto muito. – diz Kelly – Mas nossa missão aqui é resgatar o elmo de Hades. Com eles nós provaremos que somos semideuses capazes de enfrentar uma missão maior que nos será dada.

- Eu os deixarei partir... – ele fala – Mas o labirinto não será mais seguro para vocês. Consertarei Festus, o robô que vocês destruíram, e o entregarei aos cuidados do filho de Hefesto.

Neto abre um largo sorriso.

- Ele não vai tentar nos matar vai? – Kelly pergunta, por garantia.

- Ele é programado para exterminar invasores... – Dédalo explica – Agora vocês não são mais invasores, são meus convidados.

- Obrigado. – diz Dayane, pondo a mão em seu ombro.

Apenas um minuto depois, Dédalo estava com um ferro de solda, alguns componentes eletrônicos e um bloco de notas com alguns circuitos desenhados. Escalou o pescoço de Festus e começa a conserta-lo. Neto ficou observando cada passo do inventor.

- Como você conseguiu encontra-lo? – Kelly pergunta à Dayane.

- Sou filha de Plutão, o deus romano do submundo e das riquezas minerais. – ela explica – Eu consigo identificar metais, pelo menos os preciosos como ouro imperial, estígio, bronze celestial...

- Hades, ou Plutão, tanto faz, não é o deus dos mortos?

- Sim, Hades é... Mas sua versão romana é mais concentrada no que o subsolo esconde. – Dayane fala, como se a cada palavra lembrasse mais coisas de seu passado. – Eu acho que sei onde o herói perdido deve está...

- Onde? – Kelly quer saber.

- No acampamento Júpiter!


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Notas finais do capítulo

E ai? O q acharam? '-' No capítulo veem, um dos servos de Gaia tentará atrapalhar o caminho de nossos heróis.



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