A Profecia Dos Sete escrita por Walber Florencio


Capítulo 9
Neto


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoas lindas (: Mais um cap '-' Aventure-se na arena!



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Os colegas de chalé de Neto o alertaram da dimensão e dos mistérios que rondam o labirinto de Dédalo, mas ele não esperava encontrar uma arena com aquelas proporções.

Obviamente, a arena não era nenhuma obra prima digna de um Coliseu, por exemplo, mas considerando que ela estava no subsolo, era imensa.

O campo de batalha era circular. A plateia era composta por milhares de monstros. Estavam eufóricos com a batalha que se desenrolava. Com mais atenção, Neto notou com horror que boa parte daquela plateia era fantasmas. A silhueta esfumaçada e cinzenta.

No centro da arena, um gigante lutava contra uma garota. Parecia injusto. O gigante tinha pelo menos cinco metros de altura. Era gordo como um lutador de sumô. Segurava uma lança do tamanho de um poste de energia. Vestia armadura de couro, suja de sangue e poeira. A garota tinha a aparência de uma adolescente normal de dezesseis anos. Vestia armadura torácica adaptada para seu corpo feminino, proteções para joelhos e cotovelos e sua arma era uma espada. Ela parecia ofegante.

- Da vingança dos gigantes os setes nascerão... – Kelly lembra uma frase da profecia.

- Será? – Neto pergunta, indagando se a arena seria uma referencia àquele verso.

Na luta lá embaixo para a surpresa de Neto e suas amigas, a garota derruba o gigante com uma sequencia de golpes no joelho. O gigante cai aos berros, mas consegue se levantar. Faz um movimento circular com a enorme lança e acerta a garota. Ela é jogada no outro lado da arena.

O barulho infernal da plateia faz Neto levar instintivamente a mãos aos ouvidos.

A menina tinha cortes por todo o corpo. Parecia inconsciente. No momento seguinte, areia sobe pelo seu corpo, encobrindo-a parcialmente. Em seguida, ela se levanta. A areia cai e os ferimentos já não mais existiam.

- O que aconteceu com ela? – Neto quer saber.

A garota dá um salto, chegando à altura do rosto do gigante. Ela crava sua espada em um dos olhos do gigante.

Ele solta um berro gutural e tente golpear a garota com movimentos desordenados.

De repente, ele para de gritar e desaba. Antes de cair totalmente, seu corpo desmancha em montes de areia.

A plateia vai á loucura...

- Cuidado, pois na terra esconde-se o mal... – cita Kelly – A terra a curou. E ela é o mal!

- Agora faz sentido... – concorda Neto.

- Mas tenho certeza que essa profecia se refere a algo muito maior. – Dayane afirma.

A garota, lá embaixo, faz um movimento para que a eufórica plateia fizesse silencio. Então fala com a voz potente perfeitamente audível a todos.

- Esse foi só um aquecimento. Meu próximo duelo será... – ela olha ao redor. Então Neto sente os olhos da menina diretamente nos seus. – Ele.

A garota aponta para Neto. Os pelos de seus braços ficam de pé. Suas pernas tremem.

Dayane e Kelly viram de costas, para fugir dali. Neto faz o mesmo. Mas dão de cara com uma parede. O caminho pelo qual vieram se fechou numa parede de rocha totalmente sólida.

- Não tente fugir! – a garota grita. – Não vai querer passar por medroso na frente de todos, vai?

De repente, monstros metade homem metade cavalo surgem do nada no túnel onde estavam e agarram aos três.

- Tragam-no aqui centauros... – a garota ordena. – As meninas podem ficar ai admirando a morte de seu amigo.

Neto foi levado por um dos centauros até lá embaixo, imobilizado, sem a menor condição de fugir.

Então se vê no meio da arena, observado por milhares de olhos monstruosos. A menina de perto era mais assustadora.

Os olhos tinham a cor da areia do Saara e pareciam ter visto milhões de anos de história. Os lábios eram ressecados. A pele negra era rachada. Os cabelos eram dreadlocks escuros que caiam até a cintura, amarrados por arames.

- O que é você? – Neto pergunta.

- Meu nome é Réia, sou filha de Gaia e a Mãe dos Deuses. – ela estende a mão, passando uma falsa hospitalidade.

Neto se recusava a cumprimenta-la. Mas o centauro aperta seu braço. Neto estende a mão.

Ao tocar Réia, ele tem um súbito acesso de entendimento. Réia era filha do céu e da terra, nascida numa era anterior a homens e deuses, quando o caos ainda reinava. Ela casou-se com o irmão Cronos e com ele gerou seis filhos: Hera, Deméter, Héstia, Hades, Poseidon e Zeus. Seu marido, assustado por uma profecia antiga, engoliu os cinco primeiros filhos. Cansada deste fardo, Réia escondeu Zeus, o filho mais novo, numa ilha distante sob os cuidados de ninfas. Mais tarde, crescido, Zeus destronou Cronos e o fez vomitar os filhos, que cresciam em sua barriga. Então assumiu o Olimpo. Réia por um bom tempo viveu ao lado dos filhos, mas com a ameaça de uma iminente vingança de Cronos, refugiou-se no labirinto de Dédalo, onde vive até hoje.

As mãos se soltam e Neto cai de joelhos, enfraquecido e sem fôlego. Respira ofegante.

- Agora sabe quem sou... – ela diz – E sabe que sou invencível. Então, tenha a honra de ser morto por minha espada.

- Nunca! – Neto tenta passar confiança, ficando de pé. – Vou vencê-la!

- Morra tentando... – ela sorri. – Escolha sua arma.

Neto abre a mochila e procura algo útil. Escolhe a espada de bronze celestial e pega a corda.

- Estou pronto! – diz ele, segurando a espada com as duas mãos e deixando a corda no chão, ao passo que o centauro segurava a sua mochila.

Réia responde com um sorriso pretencioso. Então, Neto parte para o ataque, golpeando a Mãe dos Deuses com a espada.

Ágil, Réia se defende com sua espada. Os dois ficam por alguns instantes disputando força, trocando olhares desafiadores.

Mas Réia se mostra mais forte e consegue desarmar Neto. A espada do garoto vai parar a alguns metros de distancia.

Uma das vantagens de ter transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, ou apenas, TDAH, era que Neto podia perceber várias coisas ao mesmo tempo. Enquanto corri o mais rápido que podia na direção da espada, ele nota Dayane dando uma cotovelada no centauro que a segurava, livrando-se de seus braços.

Neto chega à espada, jogando-se no chão para alcança-la, mas quando se vira, ficando de costas para o chão, vê de repente a ponta da lâmina de Réia a centímetros de seu rosto.

Com meio segundo de vantagem ele consegue desviar.

Neto pula para o lado, ficando de pé. Réia já estava em cima dele. O garoto faz um movimento circular com a espada e faz um corte enorme no rosto da oponente. Ela cai no chão, sangrando.

Ao longe, Dayane e Kelly lutavam contra os centauros, e começavam a chamar a atenção de alguns monstros da plateia, que gritava cada vez mais.

A areia sobe pelo rosto de Réia, e ela levanta sem nenhum arranhão.

Neto sente sua mão direita quente. Estava com raiva. Tinha de haver um jeito de Réia ser derrotada. Sua mão estava realmente quente. Ele olha para ela. As pontas dos dedos estavam vermelhas, brilhando. Saia fumaça da sua palma.

Algumas chamas surgem nos seus dedos, como se eles fossem isqueiros. Assustado, Neto sacode a mão. O fogo se espalha por seu braço.

O mais pavoroso de tudo era que ele não sentia dor. Pelo contrário, era uma sensação de prazer. Ele se sentia mais poderoso do que nunca.


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Notas finais do capítulo

Eu imaginei a Réia tipo a Calypso do filme Piratas do Caribe, mas menos caribenha e mais grega kk

E ai? Eu amei esse capítulo hehe



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