A Profecia Dos Sete escrita por Walber Florencio


Capítulo 4
Neto


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo semideuses.. Espero que gostem.. :) É um capítulo mais informativo.



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– O que fez com Sibila? – pergunta Neto à Daniele, enquanto o carro saia rapidamente do estacionamento.

– Eu a transformei em pó... – diz Daniele, sorridente.

– Como? – Kelly quer saber.

– Os monstros não podem morrer, mas seu corpo no mundo mortal pode ser destruído por um tempo. – Daniele explica. – Um ferimento grave destrói seu corpo. Em seguida, eles vão passar uma temporada no Tártaro.

– Nossa! – Neto fala.

– E então? Para onde? – Kelly pergunta, quando se aproximam da esquina da rua.

– Para o acampamento meio-sangue! – diz Daniele, apontando para o nome em sua camisa laranja.

– O que seria isso? – Dayane pergunta ainda sonolenta, devido o machucado.

– O único lugar seguro para nós... – a menina responde.

– Nós quem? – Neto quer saber.

– Nós, semideuses! – ela explica – Metade deuses, metade humanos...

– Deuses? – Kelly espanta-se.

– Deuses! – confirma Dayane – Tipo, Plutão, Vênus, Júpiter, Marte...

– Isso não seriam planetas? – Kelly pergunta com ar de deboche.

– Eu teria usado os nomes gregos, Hades, Afrodite, Zeus, Ares... – Daniele diz. – Ah! E vocês precisam de um pouco disto... – ela procura nos bolsos alguns pacotinhos com gramas de um pozinho amarelo.

Daniele entrega um pacotinho para cada um dos três.

– É ambrosia. – ela fala – Vai ajuda-los com os ferimentos. É o alimento dos deuses, com altíssimo poder de cura.

Após comer a ambrosia, Neto sente-se muito mais saudável, como se nunca tivesse ficado doente. Todas as suas forças são renovadas.

– Então, Dani, qual era a sua missão? – pergunta Neto – Tipo, o que você ia fazer naquela fábrica.

Daniele baixa o olhar, triste.

– Estou à procura de um amigo, Alisson. Ele está desaparecido a mais de duas semanas... – ela fala – Ele é o nosso melhor campista. E o meu melhor amigo... Infelizmente eu não consegui encontra-lo e cai na armadilha de Sibila. Então vocês apareceram.

– Temos que voltar para a turma... – diz Kelly, mudando de assunto ao ver que Daniele estava triste.

– Não mesmo! O único local seguro para vocês a partir de hoje é o acampamento meio-sangue. – Daniele diz – Não fica muito longe daqui, está disfarçado por uma proteção mágica.

Daniele dá mais algumas coordenadas e pede para Kelly parar o carro num beco.

– Aqui? Tem certeza?

– Sim. Vamos fazer uma ligação. – responde Daniele, piscando o olho e saindo do carro.

Os outros fazem o mesmo. Então, Daniele abre uma pequena torneira no cantinho de um muro. A água derrama e ela lança luz com uma pequena lanterna, de modo a criar um pequeno arco-íris. Em seguida, pega do bolso uma moeda de ouro e joga no arco-íris.

– Íris, aceite minha oferta. – diz Daniele – Encontre Samael, no acampamento meio-sangue.

Nesse momento um portal mágico aparece na frente deles. Parecia uma janela redonda, circundada por uma luz tremeluzente.

Do outro lado da janela, portal, ou sabe-se lá qual fosse o nome daquilo, havia um homem velho, cheio de rugas, com uma barba grisalha comprida. Os cabelos eram dreadlocks quase brancos presos para trás.

– Oh! – Kelly solta uma expressão de espanto.

Só então, Neto percebe que, saindo da testa do homem, meio encoberto pelos cabelos, havia um par de chifres de bode, curvos e compridos.

– Ele é um fauno? – Dayane quer saber, espantada.

– Um sátiro senhorita. – diz o velho – Me chamo Samael, sou o sátiro enviado por Quíron a este país, com a função de encontrar semideuses brasileiros. Como a quantidade de semideuses aqui me surpreendeu, decide criar um acampamento próprio.

– Ele é o diretor do acampamento meio-sangue. – diz Daniele. Ela vira-se para Samael – Você poderia dar um jeito de nos buscar aqui?

– Mal posso acreditar nisso tudo... – diz Kelly aos amigos, enquanto Daniele passava as coordenadas à Samael.

– Só estou nessa porque quero descobrir o que houve comigo. – diz Dayane - E tenho certeza que nesse tal acampamento vou descobrir...

– Você ainda está sem memória? – quer saber Neto.

– Eu não consigo me lembrar de nada, a não ser dos nomes dos deuses e das criaturas mitológicas... – ela diz.

– O pior é que a cada vez que tento me lembrar do que nós passamos juntos, menos eu lembro... – diz Neto. Ele buscava na memória as brincadeiras, as fugas das aulas, as festas. Foram apenas quatro meses, mas foram quatro meses felizes. Os três se conheceram no começo do ano, quando entraram no Ensino Médio. E lá estava ele, lembrando cada vez menos de Dayane.

– É mesmo. – concorda Kelly.

– Estamos prontos para partir? – pergunta Daniele enquanto o portal se fecha. Ela fecha a torneira.

– Como nós vamos? – Neto pergunta.

Daniele olha para cima.

Então eles observam três cavalos alados, que aparecem por entre as nuvens em sua direção. Os três ficam com expressões que passeavam entre a descrença, a surpresa e a empolgação.

Quando os três pégasos, como Daniele os chamou, pousaram, Neto pode ver a menina mais bonita que ele já tinha conhecido nas costas de um deles, um de pelo branco.

A menina era de fato linda. O rosto afilado, bronzeado, sorriso e olhos (verdes, azuis, violetas, era difícil dizer) brilhando numa composição perfeita. O cabelo castanho preso numa trança. Usava uma camisa laranja com as mesmas inscrições da camisa de Daniele.

– Esta é Thaís, a nossa melhor amazona. Filha de Afrodite. – diz Daniele.

Neto consegue enfim tirar os olhos da menina.

Os outros dois pégasos eram pretos, igualmente magníficos. As asas eram perfeitas, enormes, com penas longas e incrivelmente resistentes, capazes de sustentar o peso de seu corpo. Máquinas perfeitas feitas pela natureza, ou pelos deuses.

Então, os jovens se dividem entre os cavalos alados.

Daniele sobe em um deles. Dayane em outro. Ela parecia confiante, como se já tivesse cavalgado ou voado em um pégaso. Kelly estava nervosa, então sobe na garupa do cavalo branco, já que Daniele explicou que Thaís era a melhor amazona.

Então, Neto sobe na garupa do pégaso escolhido por Daniele.

Os três pégasos levantam voo.

– Ninguém nos vê? – Neto pergunta.

– Não, no máximo estão vendo pássaros no céu. – explica Daniele – É a névoa. Ela que faz com que não haja um pandemônio generalizado a cada aparição de um ser sobrenatural...

Os pégasos já estavam a dezenas de metros de altura. O vento gelado batia em seus rostos. Era uma das melhores sensações de suas vidas.


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Notas finais do capítulo

E ai? O próximo será no ponto de vista de Kelly. Em breve, profecia e missão. :)



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