A Profecia Dos Sete escrita por Walber Florencio


Capítulo 12
Kelly


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para postar, mas estava sem inspiração e cheio de projetos do curso para cumprir. Enfim, espero que gostem! :)



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- Terminei! – grita Dédalo, empolgado.

O inventor pula da cabeça de Festus e os olhos do dragão ficam acesos com um vermelho fosco. Neto continuava pendurado em suas costas, sorridente.

Aquilo mal tinha durado cinco minutos. Kelly estava surpresa. Minutos atrás, Festus tentou mata-las, agora, estava novamente à ativa, deixando inclusive o eufórico Neto pendurado em seu pescoço.

O dragão bate as asas, como se quisesse movimentar as articulações.

- Isso é demais! – Neto fala, sentado no pescoço de Festus.

- Os filhos de Vulcano, na 5° coorte, iriam adorar isto... – diz Dayane olhando para o dragão de bronze.

Kelly estava feliz que Dayane tenha começado a lembrar de seu passado. Ela explicara que era pretora, posto que cabia aos dois semideuses mais poderosos e respeitados, do acampamento Júpiter, um lugar para onde iam os semideuses romanos e se localizava no outro lado do país.

- Se eu fui trazido para os gregos por meu pai... – Dayane dissera – Alisson pode ter sido levado aos romanos do mesmo modo...

- Agora vocês devem ir! – fala Dédalo, acariciando a couraça de Festus pela última vez – A terra já não é mais segura para vocês. Ao encontrarem este laboratório vocês provaram que são dignos de protagonizar a profecia dos sete. A inimiga dos deuses enviará suas forças contra vocês!

- Gaia? – Dayane pergunta. – Ela é a inimiga dos deuses?

Dédalo afirma com a cabeça. Em seguida, o labirinto começa a tremer, como se tivesse acontecendo um terremoto.

- É ela! – Dédalo fala, preocupado.

- Tem como sair daqui sem passar pelo labirinto? – Kelly pergunta.

Dédalo vai até uma mesa de comando e aperta uma sequencia de botões. Em uma das oito paredes se abre uma passagem até então escondida. Era grande o suficiente para que Festus passasse.

- Subam! – grita Neto de cima do dragão.

O tremor só aumentava. De repente, um pedaço do teto desaba em cima das máquinas, para o penar de Dédalo e de Neto.

- Você tem que vir conosco! – Dayane chama Dédalo, enquanto subia por uma das patas de Festus.

- O Festus só tem lugar para três! – fala Dédalo.

- Pois suba, eu vou voando... – diz Kelly, fazendo as asinhas crescerem e ficando a alguns centímetros do chão.

- Não! Vá com eles. – ele diz, correndo até as asas no centro do laboratório. – Tenho um plano melhor...

Então Kelly escala Festus e senta-se no ultimo lugar do dragão de bronze. Neto sentara na frente, Dayane no meio e Kelly atrás. O dragão era enorme, mas qualquer outro lugar que alguém ficasse nele, além dos três já ocupados, não seria seguro na hora do voo.

Dédalo sentava as asas dos suportes quando um pedaço do teto quase o esmaga, não fosse um rápido pulo do inventor.

O Festus inicia seu voo, passando sem hesitar por Dédalo e indo em direção à passagem. Kelly suspeitou que Dédalo o reprogramara para não ajuda-lo.

Passando pelo buraco na parede, Kelly sente com alivio o vento em seu rosto. Estavam no ar livre. Sobrevoando uma região desértica, exceto alguns arbustos secos e uns casebres de madeira lá embaixo.

A menina olhou para trás. A passagem se fechara.

- Ele não saiu... – ela fala com pena.

- Dédalo escolheu assim. – Dayane diz.

- Gente, olha aquilo... – Neto aponta para algo embaixo deles.

Kelly vê um rosto sonolento no chão. As pedras formavam as feições da criatura, com olhos e boca fechados.

- Crianças tolas! – diz o rosto adormecido, embora não movesse os lábios. A voz era seca, ríspida, ancestral – Pensam que têm alguma chance? Vocês não passam de peões para os deuses. Inventaram a profecia idiota, mas quando não precisarem mais de vocês, os jogarão fora como lixo.

- Você é Gaia? – Dayane pergunta, quase engasgando.

- Seu pior pesadelo! – ela responde – Desistam! Vocês jamais escaparão. Para vencer meus Gigantes precisarão da ajuda de um deus, e no momento, nenhum deles está disposto a ajuda-los.

- Nossos pais estão ao nosso lado! – Kelly ousa falar.

- Os deuses não podem interferir diretamente nos assuntos de seus filhos. Estou oferecendo uma morte rápida a vocês... Se não aceitarem e prosseguirem com isso, apenas estarão adiando o inevitável.

- Que se dane! – fala Neto, cuspindo. Da altura que estavam sua saliva logicamente nem chegaria ao chão, mas ele considerava uma ofensa.

O rosto adormecido sorri, morbidamente.

- As Portas da Morte já estão abertas. – o rosto fala, sua voz seca ecoando – Meus Gigantes já estão se levantando. Em breve eu estarei desperta. Vocês não tem a menor chance!

Festus, impedindo qualquer comentário posterior, voa para longe dali, deixando o rosto de Gaia para trás.

Mas Kelly sabia que a partir de agora o solo não era mais seguro para eles. Gaia era a própria Terra, e se ela acordasse, o mundo estaria perdido.

- O que ela quis dizer com as Portas da Morte estão abertas? – Kelly quer saber.

- A Grande Profecia! “E inimigos com armas às Portas da Morte afinal.” É isso! – diz Dayane, exaltada – Gregos e romanos... Inimigos... Juntos... Os sete da profecia. Juntos para fechar as Portas da Morte. Se elas de fato estão abertas, agora há uma passagem livre entre o Tartaro e o mundo mortal. Precisamos fechá-las!

- E como fazemos isso? Onde ficam? – Neto pergunta, meio que temendo a resposta.

- Sei muito pouco delas... – Dayane diz – Não faço a menor ideia de como fecha-las, mas elas ficam nas terras originais... Onde os deuses nasceram.

- Na Grécia? – Kelly se espanta.

- Sim. – Dayane responde, sem o menor entusiasmo.

- E os Gigantes? – Kelly lembra.

- Ai meus deuses! – Neto grita. Até mesmo Festus para de repente.

Abaixo deles, com certeza um dos Gigantes citados por Gaia.

Tinha pelo menos dez metros de altura. A pele muito pálida, marcada por centenas de horrendas cicatrizes. Usava uma armadura preta de sabe-se lá o que, talvez, ferro estígio. Dayane saberia. O corpo, acima da cintura era quase humanoide, exceto pelos cabelos feitos dreadlocks encrustados de diamantes e os olhos que eram apenas duas órbitas vazias. Mas as pernas eram reptilianas, escamosas, escuras. Como as patas de um dragão. Em conjunto, o Gigante deveria pesar mais de dez toneladas.

- Precisamos descer e enfrenta-lo! – diz Dayane.

Kelly pensa que esta tinha sido a pior ideia de Dayane em toda a viagem, mas Neto também pareceu apoiar a hipótese. E então Festus diminui a altura do voo até pousar a cem metros do Gigante.

- Vocês estão brincando não é? – Kelly espera uma resposta positiva.

No entanto, Dayane e Neto pulam de Festus com as espadas em punho. Contrariada, Kelly decide fazer o mesmo. Segura sua adaga e pula.

O Gigante olha para eles, como se um trio de adolescentes e um dragão de bronze fossem apenas uma diversão para ele. Analisa cada um lentamente, até que seu olhar medonho para em Dayane.

- Oh! Uma criança de Hades... – ele fala. Sua voz era assustadora. Muito grave e distante, como se ecoasse numa caverna fria e úmida. – Sou Alcioneu, a desgraça de Hades! Seu pai será o primeiro dos olimpianos que cairá!

Então Kelly observa aos pés de Alcioneu, e se aproximando, uma verdadeira infestação de aranhas e um bando de criaturas enevoadas. Fantasmas. Ela gela e sente todos os pelos de seu braço arrepiarem.


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Notas finais do capítulo

E então? Espero mais reviews, valew! Esse foi o último capítulo no ponto de vista de Kelly.. No próximo, Dayane protagonizará a luta com Alcioneu.. O fim de O Herói Perdido está próximo. '-'



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