A Profecia Dos Sete escrita por Walber Florencio


Capítulo 1
Dayane


Notas iniciais do capítulo

Este é o primeiro capítulo, no ponto de vista de Dayane, uma garota que acorda sem memória, conhece dois jovens que se dizem seus amigos, e logo têm que enfrentar alguns perigos...



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Acordar no alto de uma roda gigante sem lembrar-se de como fora parar lá não era bem a adrenalina que Dayane curtia.

Dayane notou que estava em um parque de diversões assim que abriu os olhos. Sentada em um banco numa roda gigante em pleno movimento. Ao seu lado esquerdo um garoto olhava lá para baixo, sorrindo. Ao seu lado direito, uma garota, batendo fotos. Ambos pareciam ter em torno de 15 anos.

Dayane não conseguia lembrar-se de nada, a não ser o seu próprio nome. Usava uma jaqueta preta, por cima de uma camisa também preta com a estampa prateada de uma caveira. Vestia calça jeans, rasgada no joelho, e all star.

Ficou meio tonta. Algo lhe dizia que o alto não era o seu ambiente favorito.

– Dayane, você está bem? – pergunta a menina ao seu lado. Ela vestia uma camisa laranja, que caia pelo ombro. O cabelo volumoso e cacheado solto. E um indiscreto batom vermelho nos lábios.

– Hm... É... – ela tenta dizer algo.

– Não! Você não está bem! – afirma a garota.

– Eu não devia estar aqui... – Dayane diz, confusa.

– Claro que não devia. – diz o garoto ao seu lado olhando para elas. Ele usava uma camisa marrom com o robô Wall.E na estampa. O cabelo encaracolado e óculos escuros redondos. – Estamos aqui escondidos não lembra? Não é Kelly? – ele pisca para a outra, rindo.

– Deveríamos estar naquela palestra chata da escola. – responde Kelly, a outra garota. – Mas se você quiser ir para lá, vá...

– Tá Kelly, eu acho que você é quem está com medo de ser descoberta... Já está acabando... – diz Neto. – Vamos descer agora e depois voltar para lá.

– Sai daí Neto! – fala Kelly rindo.

É quando a roda encerra a sua última volta. Os três descem. Dayane ainda tentava entender o que estava fazendo ali e quem eram aquelas pessoas.

– Gente, - ela fala – vocês acreditariam se eu dissesse que não me lembro de exatamente nada?

– Como assim? – pergunta Neto.

– Minha memória está totalmente em branco! – ela afirma.

– Dayane você bebeu? – Kelly a observa com um sorriso irônico.

– Eu nem sei quem vocês são... – ela diz, sem jeito.

– Sabe do que você tá precisando? – Neto pergunta.

– O que? – ela quer saber.

– Daquilo! – Neto aponta para a montanha russa.

– Isso mesmo! – concorda Kelly, empurrando Dayane até a fila.

Logo atrás deles, dois homens entram na fila. Usavam algum tipo de uniforme. De início Dayane pensou que eram funcionários do parque, mas viu que não fazia sentido eles pegarem fila.

Já estavam há cinco minutos na fila. Neto e Kelly conversavam sobre vários assuntos, distraídos. Eles pareciam muito felizes.

Mas Dayane cismou nos homens atrás deles e tinha a impressão que eles os observavam com um olhar estranho.

Quando enfim chega a hora deles embarcarem na montanha russa, Kelly e Dayane sentam-se no mesmo banco. Neto vai à frente, ao lado de uma senhora gorda, de cabelo grisalho. Os homens sentam dois bancos atrás delas.

A montanha russa inicia a subida.

Dayane entrou em desespero. Definitivamente odiava altura. O medo foi aumentado quando ela viu as mãos da mulher ao lado de Neto se transformar em garras negras.

Ela grita. Neto olha para a senhora e sua expressão transpassa terror.

A senhora de repente fica com a pele negra e se torna mais magra. O rosto se torna animalesco, com dentes grandes saltados para fora da boca. E asas de morcego saindo das costas.

Ela se livrou da segurança da cadeira e ficou de pé, se equilibrando com habilidade acompanhando o movimento rápido do trem.

“Só pode ser um pesadelo”, pensa Dayane. Kelly segurava sua mão com força.

Neto gritava apavorado. A mulher-monstro ao seu lado agarra seu braço e faz um corte com as garras. O garoto tenta se livrar, e a resistência só aumenta os cortes.

A montanha russa vira de cabeça para baixo. A mulher-monstro bate as asas horrendas e voa. Ela puxa Neto pelo braço. O garoto tenta se livrar dela. No entanto, a criatura desarma a trava da cadeira dele e o solta do banco. Por um instante Neto estava solto no ar, rumo a uma provável queda direto ao chão.

Mas o monstro segura o garoto e afasta-se voando.

– Neto! – as meninas gritam.

Elas olham para as outras pessoas no trem. Nenhuma parecia surpresa. Estavam apenas curtindo a diversão. Exceto os dois homens. Eles também se transformam em monstros-morcegos e se levantam de suas cadeiras.

– Não! – Kelly grita apavorada, apertando ainda mais a mão de Dayane, que suava e tremia de medo.

Os monstros as atacam e também as arrastam para fora da montanha russa.

Ambas gritavam e se debatiam apavoradas enquanto sobrevoavam o parque, seguradas pelas garras de criaturas morcego a mais de vinte metros do chão.

Eles as carregam até o teto de uma fábrica, que ficava do lado do parque.

Dayane é solta a mais de três metros do teto. Na queda machuca o pulso e rasga joelhos e cotovelos.

Neto já estava lá e a abraça desesperado e ofegante. Kelly também é largada e cai próximo aos dois.

– O que diabos são aquilo? – pergunta Neto apontando para as três criaturas, que se afastavam.

– Eu não faço a menor ideia! – afirma Kelly.

– Servos de Plutão, o deus do submundo... – responde Dayane, embora não fizesse a menor ideia de como sabia isso.


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Notas finais do capítulo

E então? Mereço reviews? Me digam o que acharam..



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