Aluga-se Um Namorado escrita por Fleur dHiver


Capítulo 26
Resetando e começando outra vez


Notas iniciais do capítulo

Olá, o capítulo deveria ser postado ontem, mas eu estava fazendo trabalho da faculdade, people. Sorry, mas cá estou ;D
Espero que gostem e uma boa leitura a todos;*



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“Sasuke Uchiha e Sakura Haruno foram vistos juntos caminhando pelo centro”

 

“Um mês de namoro, um mês de estabilidade”

 

“Ensaio fotográfico no píer com direito a beijinhos e um único coberto para esquentar nesse frio”

 

“Paz, amor e harmonia. Quem diria que esses ingredientes voltariam a vida de Sakura Haruno”

 

Paz, amor e harmonia.

Ela riu.

Onde estavam essas coisas afinal?

Afundou na banheira largando no chão a revista que tinha esse enunciado. Há tempo Sakura não se sentia tão sozinha quanto agora, talvez a última vez tenha sido durante o caótico divórcio dos pais. Além do que querer tomar uma taça de vinho as 11h da manhã só servia para diagnosticar o seu atual estado de espirito. Nada de paz, nada de harmonia.

As revistas não podiam dizer outra coisa, porque bem, era isso que eles viam mesmo. Em público e na frente dos outros Sasuke era o namorado perfeito. Tinham aceitado a personalidade taciturna e pouco falante dele, tinham até feito uma matéria sobre isso. “Os charme dos quietinhos e tímidos”. As matérias escandalosas tinham chegado ao fim, as contagens regressivas para o fim do namoro. Eles estavam sempre juntos, de mãos dadas, as vezes ele a abraçava, mexia nos cabelos dela, entregava seu casaco, a ajudava, a beijava em público vez ou outra. Um deleite só, um casal feliz e de bem com a vida porta a fora.

Porta a dentro a história era outra. Ele mal a olhava, ele mal fingia interesse em prestar atenção no que ela dizia. As respostas eram curtas e desleixadas e mesmo que Sakura dissesse algum absurdo ele não a repreendida.

Sasuke era verdadeiro em tudo, por isso as explosões dele para com ela não era um problema, porque ele era genuinamente preocupado, porque ele se irritava e se estressava e isso era real, então era real também quando ele caminhava com ela, quando a beijava, quando a olhava no fundo dos olhos, todas as antigas experiências tinham sido reais de verdade... agora...

Ele atuava. Ele fingia. Ele a tocava e não a enxergava. Se um fotografo estivesse do lado deles, fitando os olhos negros que ela fitava veria que faltava tudo ali dentro e essa sensação era horrível. No final Mebuki parecia ter razão, ela tinha o dom para destruir tudo de bom que existia.

Sasuke cumpriu o que disse e manteve a relação deles estreitamente profissional, sem mais amabilidade, ainda mais depois dela pedir o número de Naruto para pôr um fim na relação dele com Hinata. Se ele soubesse o acordo que ela fez... Sakura se encolheu na banheira. Como se arrependia de ter dito aquelas palavras, de ter ido descobrir o que Itachi queria, de ter concordado com isso. Ela não o tinha procurado mais, nem tinha interesse de cobra-lo ou fazer o que ele propôs. Mas fazia diferença? Ela ainda teria estado lá e aceitado tudo e apertado a mão dele e desejado por um fim na relação de alguém que gostava só pensar apenas nela mesma. Que Hinata nunca soubesse o que tinha feito e Sakura rezava todos os dias para que seu desaparecimento ficasse claro para Itachi Uchiha que ela não tinha interesse em prosseguir com o plano e que ele não o fizesse também.

O celular dela tocou ao lado da banheira de mármore, fitou o aparelho, era Shizune, já imaginava o que ela iria falar e era estranho como sentia seu estomago embrulhar por essa razão. Estava nervosa e cheia de expectativa e isso não era bom. Sem pressa levantou da banheira pegando seu roupão preto felpudo e o vestindo para só então atender a chamada.

— Fala, Shizune.

— Eu já estou a caminho do apart de Sasuke — Sakura fitou o próprio reflexo no espelho, pegando uma toalha para secar os cabelos — se o transito colaborar devo chegar em uns 20 minutos. Vou ficar te aguardando lá, ok?

— Tudo bem, eu já estou me arrumando — encerrou a chamada e fitou o aparelho em suas mãos.

Não se vestiu com afobação para ir vê-lo, apesar da falta tremenda que Sasuke fazia em sua vida, tinha a impressão de que hoje ela seria ainda mais rejeitada por ele, como se todo o tratamento de silêncio já não fosse o suficiente, ela estava se pondo nessa situação. Ela estava indo em busca de sua derrocada final. Pois se tinha algo que doía era rejeição.

Sakura sempre estava pronta para xingamentos, para as pessoas se decepcionarem com ela, para fazerem pouco caso, a acharem incrível, a acharem um lixo e todas as mil variações. Mas ela nunca estava preparada para ser rejeitada. Doía, doía de todas as formas possíveis e inimagináveis.

Quando saiu de casa Shizune já tinha lhe avisado há meia hora pelo menos que já estava no Sasuke. Estranhamente o transito fluiu e ela não demorou nada para chegar até o apart, parecia que até o universo estava a empurrando para essa estocada final.

— Então, isso não é uma reunião. — disse Shizune, olhando de um para o outro. Estava sentada de frente para o sofá em que o casal estava. Sakura em uma ponta, Sasuke em outra, parecia uma mediadora de terapia de casal — É mais uma conversa informal que eu gostaria de ter com vocês porque, bem, vocês vão fazer dois meses juntos. — Sakura o fitou de esguelha, nenhuma reação, Shizune também parecia a espera de algo, como não veio prosseguiu:

 — O começo teve seus percalços, o que foi bom, pelas circunstâncias, porque a mídia falou muito de vocês, acompanharam todo o processo e agora amam os dois. Volta e meia eu mando informação para a Sakura. Sei que o Kakashi também te mostra, Sasuke e está tudo bem, tudo ok. A relação midiática de vocês é um sucesso e muito bem aceita. Ninguém menciona que a Sakura foi possivelmente traída pelo ex. Não houve nenhum escândalo pelo fim do namoro com o Neji, na verdade parece até que eles esqueceram da existência dessa relação — Ótimo, porque Sakura também não fazia questão de lembrar desse relacionamento. De fato Shizune poderia não se prolongar nessa parte do discurso. — Por isso que...

— Chegou a hora de nós conversamos sobre o término — afirmou Sasuke, o tom tranquilo, monótono, corriqueiro, como quem fala que o dia está quente. Sem uma inflexão sequer. Shizune fitou rapidamente Sakura, alarmada, umedeceu os lábios, atenta a Haruno que se mantinha quieta, o olhar fixo na assistente.

— Não, ainda... eu acho que quando chegarmos ao terceiro mês podemos começar o processo de separação de vocês. Vou falar com Kakashi para em abril nós marcarmos eventos e trabalhos separados. Para não pesar na imagem de nenhum dos dois o rompimento. A estratégia estabelecida é que a relação chegou ao fim devido a carreira de cada um. Vocês tem muita coisa a fazer, os trabalhos foram se acumulando, passaram a se ver pouco e não querem prender um ao outro em um namoro assim. Será essa a mensagem do término com o acréscimo de que ainda se gostam e possuem um carinho grande e mutuo. — ambos aquiesceram, Sakura fechou o punho em seu colo, apertando o polegar em expectativa:

— Mas não é para falar de um fim que só deve rolar mesmo em maio ou junho que eu vim conversar. Eu estou aqui para falar do agora! Acontece que a mídia está amando vocês por enquanto, como uma lua-de-mel eles acompanharam o desenvolvimento e estão curtindo sem questionar. Mas essa vibe felizes para sempre precisa ser mantida sem furos, porque se não mais cedo ou mais tarde eles vão começar a fazer certas perguntas e distribuir certas notícias que nós queremos evitar. — Sakura prendeu a respiração, evitando encarar Sasuke.

— Como assim? — questionou o Uchiha — Do que está falando?

— De dormirem juntos — Sakura fechou os olhos e ouviu o som do farfalhar quando Sasuke se mexeu no sofá.

— Você quer que vaze algo nosso? — Sasuke estava estarrecido com aquela proposta, que ele tenha entendido errado. Porque estava a um passo de sair daquele lugar.

— Não, por favor não. — Shizune se adiantou alarmada, quase pulando para fora da poltrona, as mãos estendidas em frente ao corpo — Seria muito complicado se isso acontecesse e não é mesmo o que nós queremos. Isso está fora de cogitação — ele respirou aliviado, se aquietando no seu canto.

— Então o que exatamente a gente precisa fazer? — Sasuke se virou para Sakura, mas ela mantinha a cabeça virada para o outro lado.

— Bem, no começo do namoro era muito comum vocês passarem a noite juntos. Houve a festa do dia 7, o desfile do Orochimaru e você dormiu lá na casa dela. Existia esse intercambio, independentemente do que fizessem dentro do quarto, da casa, a mídia acreditava que estavam juntos.

— No entanto desde a briga no restaurante isso não acontece mais. Vocês saem são clicados, trabalham, jantam, passeiam, mas no final vai cada um para o seu cantinho. Eu vi um blog falando sobre isso há duas semana e essa semana já tem dois batendo nessa tecla que vocês parecem namoradinhos colegiais. São pequenos, sem importância. Mas as pessoas cansam desse cenário de paz e procuram pelo podre, pelo que a por trás. Não vai demorar para que de dois virem todos os tabloides mencionando que vocês ainda estão com um problema. Eu sei que existe um acordo — Shizune se mexeu, aparentando um leve nervosismo. Sakura parecia petrificada no lugar e Sasuke fitava a parede ao seu lado — entre vocês de manter a relação totalmente profissional. Só que isso, faz parte da relação profissional de vocês. Não é apelo, ou forçar uma barra. A Sakura precisa dormir aqui algumas noites. Nesse quarto, porque seria contar demais com a sorte alugar um outro só para ela, ou você pode dormir na casa dela. — ela apontou para Sasuke, tentando soar animada, mantendo o astral para cima — Arranjaríamos um quarto de hóspedes se for mais conveniente, vocês não precisam fazer nada, nem se olhar direito. Mas é necessário passar a impressão de que é uma relação real em todos os quesitos, afinal vocês não são adolescentes. São adultos, as pessoas esperam isso. — Sakura não disse uma palavra, apenas fez um leve movimento de cabeça para Shizune, fitando Sasuke de esguelha, à espera do que ele iria responder.

Se fosse ela a falar não soaria tão racional, além do que Sasuke já levantaria um muro de resistência antes mesmo que começasse a argumentar. Mas Shizune era perfeita. Fazia mesmo parecer que era tudo pelo bem da história, que não deixava de ser, mas enfim ela se encolheu em seu canto à espera da explosão dele.

Sasuke estava em seu canto, mantinha-se com um braço apoiado no encosto do sofá, os dedos pressionados na testa, refletindo suas opções. Não que ele já não esperasse por algum assim. Para ser sincero a passividade de Sakura com todas as suas imposições e comportamento tinha sido uma surpresa. Ela tinha concordado e permitido que tudo ocorresse como ele queria com tanta boa vontade que chegava a incomoda-lo um pouco. Mas não focava nisso, não pensava nessa parte. Porque era o que ele queria desesperadamente expurgar de si.

— Por mim tudo bem. Prefiro que ela venha para cá. — o alivio foi tanto que ela chegou a soltar um suspiro ao ouvir aquelas palavras.

Ele não tinha resistido, ele não tinha relutado, não houve rejeição afinal. Não poderia estar mais feliz e aliviada. No final Sakura sabia muito bem que acabaria dessa forma, mas seria horrível se ele brigasse até ser convencido, seria o fim para ela. Tudo tinha acontecido quase como se o velho Sasuke estivesse retornando.

— Ótimo! Estou muito contente por termos chegado a um entendimento assim tão rápido. Então a Sakura já pode ficar aqui hoje. O que acha? — Sakura beliscou o próprio braço, pressionando os lábios em uma linha severa, mas Sasuke não rechaçou a sugestão também. Aquiesceu, inclinando o corpo para frente e apoiando os braços nas pernas.

— Certo. Vamos passear ou fazer qualquer coisa assim? — ele fitou a Shizune, mas foi Sakura quem se adiantou para responder.

— Podemos só sair para comer um japonês mais tarde e ficar tranquilos aqui durante esse meio tempo. Sem exposição — ela engoliu em seco, estava agitada. Ele não a fitou, mas concordou com o arranjo.

— Acho uma boa. Semana que vem são os dois meses. Não precisamos fazer uma comemoração, ou algo do tipo. Porém seria bom uma postagem nas redes, sabe? Uma foto no instagram, um snap. Uma foto de um acordando o outro, algo fofo, intimo, carinhoso. Seria interessante. É possível? — Sakura se levantou indo até a mini geladeira do quarto pegar uma garrafa de água, Shizune também tinha se levantado e se encaminhava para a porta. Ambos tinham concordado com os arranjos. Não tinha mais nada que pudesse fazer. — Bem, eu já vou indo, comportem-se e qualquer coisa é só chamar — Shizune acenou para os dois e escapuliu, deixando-os a sós.

Sakura fitou a garrafa em suas mãos e depois se virou para a Sasuke. Sem dizer uma palavra ele se levantou e foi até o quarto. Pegou um travesseiro, uma coberta e parte de suas coisas que estavam pelo cômodo, as levou para sala e as largou em cima do sofá. Deliberadamente ignorando Sakura ele puxou seu celular, prestando atenção em suas próprias redes e nas mensagens que tinha recebido.

Sakura não precisava que ele falasse, entendeu a deixa com perfeição. Ele tinha aceitado, mas nada tinha mudado. Continuava sendo gentil como sempre e tinha cedido a cama, mas não queria conversar com ela. Ela foi para o quarto e se jogou na cama, bufando irritada. Deveria ter sugerido que eles saíssem, mas a verdade é que também não estava com ânimo para isso. Ficou mexendo no celular.

Kakashi tinha criado um snap e um insta para Sasuke e Shizune tinha desativado todas as contas antigas antes deles quando começaram a namorar. Ela passou parte da tarde vendo as coisas postadas. Tinha umas fotos de paisagem urbana e vistas esplendorosas. Algumas tiradas dentro dos estúdios, de outros modelos. Poucas selfies. Ele praticamente não aparecia no maioria das fotos.

Quando nem mesmo ficar olhando essas coisas aplacava o tédio que sentia ela resolveu tirar um cochilo. Sasuke não iria procura-la para que eles conversassem, não fazia diferença dormir ou se manter acordada. Seu descanso durou mais do que imaginava, ela foi acordada pelo Uchiha sacudindo de leve o braço dela. O céu já estava escuro.

— Vem, vamos ir jantar. — levantou meio grogue. Não tinha levado um casaco então pegou uma das jaquetas de couro dele, a peça que combinaria com o visual dela já que Sakura usava uma saia justa de couro cintura alta, com um cropped t-shirt branco cheia de melancias e botas cano curto.

Eles não foram de carro tinha um japonês há poucos minutos de onde do hotel. Mais requintado do que Sakura desejava, mas servia. Caminharam de mãos dadas e em silêncio durante todo o percurso. Ao chegarem no estabelecimento tinha uma pequena fila no hall de entrada, algumas pessoas esperando uma mesa vagar. Sakura coçou a cabeça, virando-se para Sasuke.

— Podemos pedir para viagem? Não quero ficar no restaurante. — ele não discordou. Quando chegaram no maitrê Sasuke fez o pedido deles para a viagem. Esperariam ali no hall mesmo.

Para não tomar o espaço das pessoas, eles se acomodaram em um canto, entre a parede e uma pilastra. Sasuke se escorou na parede observando a fila que se estendia ao lado deles, mas assim que notou que algumas pessoas os encaravam, puxando seus celulares ele desviou o olhar. Sakura tinha pegado na mão dele e agora brincava com as duas juntas, puxando e soltando. Subitamente ela ficou na ponta dos pés e deu um selinho nele. Ela encostou o rosto em seu peito, largando a mão dele e agarrando a camisa, ficou por um tempo só ela o abraçando, até ele retribuir também e foi um alivio sentir o peso do braços dele em seus ombros.

— Sasuke...

— Hum... — ele virou para ver o que ela queria.

Sakura não queria bem conversar e assim que ele se inclinou ela o beijou, agarrada a camisa dele, o puxava para baixo. Aprofundou o quanto pode sem se tornar inadequado para o local em que estavam. Não foi afastada em momento algum, Sasuke chegou a segurar a nuca dela e acariciar sua bochecha, pode ouvi-lo suspirar entre uma roçada de língua e outra. Estava bom, estava muito bom, bom para os dois. Quando se afastaram ele deu um beijo na testa dela a apertando em seus braços, Sakura ergueu um pouco a cabeça, apoiando-a no ombro dele.

— Vai me dizer que não sentiu nada, que foi estreitamente profissional esse beijo? — ele a apertou mais um pouco e inclinou a cabeça em direção ao ouvido dela.

— Acho que você me ensinou muito bem, querida. — Sakura se afastou um pouco para fita-lo, mas Sasuke não a encarava. Ela mordeu o lábio inferior. Ele não poderia estar falando sério.

As palavras de Sasuke ficaram martelando em sua cabeça e ele não se voltou para encara-la. Abraça a cintura dele, ela escorou outra vez a cabeça em seu peito e ficou nessa posição, sentindo a mão dele subir e descer algumas vezes por suas costas até a comida deles ficar pronta. A volta para casa foi como a ida ao restaurante silenciosa e taciturna.

Quando chegaram ao quarto ela quase não comeu apesar de estar com fome, estava inquieta e incomodada pelas palavras dele. Mas Sasuke parecia inabalado comeu toda a sua porção ainda deu algumas beliscadas na dela. A cabeça de Sakura continuava presa aquela maldita frase e mesmo depois que se recolheu não conseguia dispersar.

Não era possível. Não tinha cabimento que depois de tudo acabasse assim, que eles ficariam nessa até mês que vem e as coisas iam minguando até cada um seguir seu caminho e nunca mais olhar um para a cara do outro. Era esse o plano original, mas agora parecia muito estranho para Sakura que tivesse que ser assim. Virava de um lado para o outro na cama sem encontrar uma posição que a aquietasse. Mexia-se tanto que não estranharia se em algum momento Sasuke aparecesse para reclamar, mas ele não o fez.

Assim como não desejou boa noite a ela, ou como não falou um ai sequer durante o tempo que dividiram o mesmo cômodo. Como essa situação era desconfortável. Jogou a coberta felpuda para o lado, desistindo de ficar deitada, nem trocar de roupa ela tinha, puxou a saia para baixo, ajeitando-a em seu corpo e com cautela abriu a porta de correr que fazia a divisa de um ambiente ao outro.

Sasuke já dormia, encolhido no sofá com a cabeça virada para o encosto, coberto da cabeça aos pés. Ela tinha pensado em pegar algum rolinho primavera na mini geladeira, ou uma bebida, mas parou no meio do caminho e ficou a fita-lo enquanto dormia. Cautelosamente, Sakura se aproximou, ajoelhando-se bem em frente a ele.

— Sasuke? — ela colocou uma mão por debaixo da coberta e o empurrou bem de leve para trás. Não houve uma reação. Ela tentou de novo e ele se agitou com a movimentação, acordando e se virando atordoado.

— O que está fazendo? — disse com a voz ainda grogue.

— Eu quero me deitar aqui com você — sussurro, mesmo sem necessidade já que ele tinha acordado. Sasuke coçou os olhos, fitando Sakura com o semblante confuso.

— Não cabe nós dois no sofá — ela sorriu puxando a coberta e o empurrando mais um pouco, Sasuke deitou de barriga para cima e ela se sentou na borda, com parta do tronco apoiada no dorso dele.

— Se apertar um pouquinho cabe sim. — Sasuke soltou um longo suspiro, balançando a cabeça.

— Sakura... — ele colocou o antebraço na frente do rosto, tapando os olhos, queria voltar a dormir em paz — você tem uma cama só para você. Volta para lá.

— Eu não quero, quero ficar aqui com você. — ele não respondeu, nem a tirou de cima dele. Sakura soltou um suspiro, desenhando padrões aleatórios na camisa dele — Eu sei que eu não sou fácil e eu sei que errei muito com você. — ela deslizou a mão pelo peito dele, mas Sasuke não se mexeu — Mas eu queria, queria mesmo que você me desse uma nova chance. — Sakura umedeceu os lábios, jogando o cabelo para o lado, tirando-o da frente do rosto — Não para ser sua amiga, mas para ser real, isso que a gente tem.

— Quando você me pediu em namoro minha cabeça estava muito confusa. Eu gostava e gosto de estar com você, mas meu sentimento pelo Neji ainda era muito real, muito presente apesar de tudo. Eu estava muito perdida — Sasuke abaixou o braço, fitando Sakura com a lateral do corpo todo em cima dele. O foco dela não era no rosto dele, mas em um ponto qualquer de sua camisa e coberta — Eu sei que fui muito egoísta com você e falei aquele monte de besteira e também com relação ao Naruto e a minha amiga, mas eu não fiz nada. Eu não liguei para ele, eu não o procurei. Eu me arrependi de querer separa-los por conta dessa nossa história.

— Eu sei que você não o procurou, se tivesse ele teria me contado — ela aquiesceu e tocou o queixo de Sasuke com a ponta dos dedos.

— Se aquele pedido fosse feito agora, eu aceitaria. Sem pensar duas vezes eu aceitaria namorar. Eu sei que você se afastou de mim e que nada disso mais é real — ela deu uma risada desviando o olhar para o tapete —, mas eu sei que antes era. Nossas conversas, nossas brigas, nosso beijos. Tudo era real e eu sinto tanta falta disso, sinto demais. — Sakura inclinou a cabeça para frente, selando seus lábios aos dele. — Se ainda houver uma chance, uma mínima chance das coisas voltarem a ser como era, então permita, não me afaste. — ela deu outro beijo em Sasuke — Namora comigo. Vamos tentar de verdade dessa vez — antes que ela o beijasse outra vez, Sasuke segurou o rosto dela com ambas as mãos.

— Eu gosto de você, Sakura. Mas eu não tenho paciência para ser tratado feito um objeto, que é válido ser mostrado quando você quiser e quando não está te agradando você pode destratar ou descartar — ela negou com um aceno de cabeça, soltando-se do agarre e meneando a cabeça em negação.

— Não vai mais acontecer, não vai ser assim. Eu garanto. A Shizune pode acertar o tempo em que você foi meu namorado de mentirinha e se eu fizer qualquer estupidez, qualquer grosseira você pode me deixar, me largar, abandonar e nunca mais olhar na minha cara. Acabou o contrato, acabou toda essa parte, agora é só eu e você. — ela sorriu, inclinando a cabeça, ficando feliz por ele permitir que desse outro selinho.

— Acho que não me sinto à vontade em ser pago. — ela franziu o cenho, fitando-o com atenção.

— Mas você merece, fez por onde. — Sakura deu de ombros, foi a vez dele negar com um aceno.

— É, mas eu fiz várias campanhas publicitárias no meio tempo que namoramos. De uma certa forma me sinto pago, parece-me errado ainda receber qualquer coisa sua.

— Certeza?

— Certeza.

— Ok então.

Com um sorriso maroto ela puxou a coberta dele e se enfiou de vez embaixo dela, sentando-se em cima do quadril de Sasuke. Voltando a beija-lo dessa vez sem precisar se conter e se satisfazer com selinhos. Não era um beijo para o público, era deles, sedento, inflamado necessitado.

Sasuke a tocava constantemente, mas era muito diferente quando ele fazia com o único intuito de toca-la de senti-la. Quando ele a apertou contra o corpo, ela vibrou, aconchegou-se nas curvas dele. Deliciou-se com a boca que descia pelo pescoço dela. Tirou o cropped. Largando-o aos pés do sofá. Ficando com sua saia de couro e o sutiã de renda preta que usava.

— Sou oficialmente sua namorada?

— Não, a senhorita está em fase de teste. Teste drive de namorada — ela riu e não se importou, o sofá ficou pequeno para eles dois juntos e Sasuke não recusou o convite para partilhar a cama com ela.

Não a impediu de tirar a camisa dele e nem que ela própria tirasse o resto da roupa dela. Poderia estar se precipitando e se arrependeria depois. Mas Deus por quanto tempo ele quis Sakura e desejou que ela o quisesse também, por ele e apenas por ele. Sasuke beijou cada mínimo canto do corpo macio, deleitando-se com as curvas primorosas, preenchendo o ar com os sons arfantes dos dois. Regozijando pôr fim ao ouvi-la chamar o seu nome, boca a boca, a respiração pesada, o corpo tremulo.

Página: Fleur D'Hiver

 


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Notas finais do capítulo

Opa, opa, opa. Sakura em teste drive, a cama em teste drive, rolou pegação finalmente entre esses dois e eles foram logo para os finalmente. Sakura sóbria pode rolar não é mesmo. ;D

Acho que deu para entender que aquele começo era matérias de revistas, capas, essas coisas, por isso a separação.

Espero que tenham curtido, não deixem de me contar o que acharam e até mês que vem;*