Aluga-se Um Namorado escrita por Fleur dHiver


Capítulo 14
Poses, Nerdices e Corações Partidos


Notas iniciais do capítulo

Voltei para a alegria geral da nação.
Ninguém precisa morrer, ninguém precisa se matar, estou aqui para divar. kkkkkkkkkkkkkk
Parei. Então meu povo amado. Sentiram, minha falta? Eu ia postar a fanfic hoje a tarde, mas eu demorei a finalizar a parte do bofe de ouro e a mamis se apossou do meu note. Aff
Mas afim, cá estou, com um capítulo grande e fresco.
Como o prometido temos o bofe de ouro, mas não temos desfile, nem senhor Uchiha. x.x
O que posso dizer em minha defesa... Essas coisas estão ficando maiores do que eu prevejo, ai eu preciso fazer concessões e dá nisso.
Ponto positivo: tem uma parte bem legalzinha deles dois juntos.
Ponto negativo: acho que o desfile só vai ocorrer no capítulo 16 e o Sr. Uchiha aparecer mesmo no 17
Mas tudo pode mudar, espero que vocês aguentem até lá.
Agradeço a todos os amores que comentaram, favoritaram e acompanham a história.
Uma boa leitura a todos;*



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Poses, Nerdices & Corações Partidos

Não esperava por luzes, mas lá estavam elas na lateral da passarela ofuscando a sua visão. O pior de tudo é que sabia que no dia do desfile estaria ainda mais claro, cheio de flashes piscando em sua cara. Tinha sido empurrado com displicência por Tayuya ao centro da abertura e ao seu lado direito, escondida pelo vão, ela gesticulava sem parar, ordenando para que ele começasse logo a andar.

A modelo que entraria junto com ele pela outra ponta já tinha começado a sua caminhada, deveria estar no mesmo compasso que ela, porém ainda estava travado no ponto inicial. Sua visão ficou turva e não conseguia nem ao menos compreender os sussurros desesperados, aquilo era um princípio de ataque de ansiedade, sabia disso, sua mente tinha ficado em branco.

Ele precisava, se acalmar, não podia surtar, amanhã seria pior. Respirou fundo três vezes, buscando encontrar seu eixo, sua cabeça foi clareando e a primeira coisa que veio em seus pensamentos foi um dos muitos berros de Hidan. Isso, por mais estranho que pareça, lhe foi familiar, serviu como incentivo e mesmo não se sentindo cem por cento deu o primeiro passo, o segundo e o terceiro. No automático sua mente foi trazendo as palavras que Sasuke tinha ouvido na última semana. Lembrou-se de como deveria respirar; de não tencionar os músculos e os ombros; manter a postura ereta, porém não ficar travado; as passadas com o espaçamento devido.

Ao chegar na ponta do estrado já se sentia bem melhor, os sintomas do princípio de uma crise tinham passado. Até acreditava que sua performance estava sendo fantástica, apesar de ter cometido algumas pequenas falhas como as paradas estratégicas não terem acontecido como ele imaginava e ter estado um pouco duro na hora das poses. Fez a curva sentindo os olhares inquisitivos, quando ia parar para a última pose no centro a voz de Hidan ecoou.

— Espera! — Sasuke parou de caminhar virando parte do corpo na direção dele. — Fiquei parado ai — parou de se mexer e logo Hidan estava a sua frente. — Bem, senhor Uchiha, foram umas passadas interessantes. Parece que quando quer o senhor consegue fazer o que lhe é ensinado. Eu jurava que não me ouvia, mas ao que tudo indica algo entrou nessa sua cabeça dura.

— Já acabou?

— De me divertir? Já, mas há algumas coisas que precisamos trabalhar e como agora você demonstra disposição a aprender quero que venha se sentar para conversarmos — Sasuke se virou para descer junto com Hidan pela lateral da passarela, pela sua visão periférica ele teve a ligeira impressão de ver uma cabeleira rosa espiando pelos bastidores, porém não se virou para atestar se suas suspeitas estavam certas. Sentou-se em uma das cadeiras que a equipe estava organizando no grande salão.

— O lance é o seguinte, Sasuke, você é amador. — sem firulas ele foi direto ao assunto como era de seu feitio. — Sua passada é amadora, apesar de promissora. Você tem confiança o suficiente para fazer com que isso passe despercebido, mas ainda assim há falhas que mesmo o seu chame não vão esconder e hoje dá para a gente tentar corrigi-las ou ao menos ameniza-las — Orochimaru apenas concordava com a cabeça, deixando Hidan levar o assunto como bem entendesse. — Algo que precisa ser arrumado imediatamente é essa sua suscetibilidade. Você é muito suscetível ao que está acontecendo em volta, reage a tudo, seja um zunzunzum ou a luz e não pode ser assim. Você vai ser quase a “estrela” do desfile já que estamos lhe apresentando. É o foco da coleção masculino, vão falar de você, você apontar e vai acredite vai ter muito barulho por aqui amanhã. Essas coisas não podem e não devem interferir, quando cruza a passarela tem que ser neutro a todo o resto, como se nada do que acontecesse aqui surgisse qualquer efeito a você. Ache um foco, um ponto fixo na parede a frente, uma pessoa, o que for, ache esse ponto e fique nele. Eu preciso que quando você surja perante aquela abertura — apontou para o ponto onde os modelos entravam. O ensaio continuava, apesar dele não estar mais participando — as pessoas só olhem para você, só enxerguem você e não o jeito como anda, ou como parece assustado, que fiquem encantados e não busquem falhas. Preciso que você os seduza com todos os seus atributos, incluindo a confiança natural que possui. Só o que deve importar é a passarela e nada mais — a conversa de Hidan perdurou por um bom tempo, com o treinador falando sobre como não deveria se deixar abater, que deveria sorrir, ser charmoso, piscar os olhos, envolver a plateia. Sasuke não tinha nada que pudesse dizer, sabia o peso que estava sobre suas costas e nunca foi de fugir de seus compromissos. — Ok, agora volte para lá. Os ensaios devem continuar.

De volta ao camarim sentou-se na mesma cadeira de antes, Gaara já tinha ido para outro lugar, quem sabe fazer outro escândalo, porém Temari continuava ao seu lado, a roupa e o penteado tinham mudado. Ela o fitava com interesse, mas não ligou, não voltou sua atenção para ela em momento algum. Por fim foi esquecido por ela que foi se distrair em frente à bancada com os acessórios femininos.

Dentre uma prova de roupa e outra Gaara apareceu. Falou mais uma meia dúzia de bobeiras, que Sasuke concordou mais por cautela do que por achar que fazia algum sentido. Os olhos dele estavam cobertos de delineador preto, ao que tudo indicava a crise do ano tinha sido sanada.

Mais uma vez ao se encaminhar para a passarela Sakura já estava lá, esperando o momento para sua entrada. Dessa vez não foi ignorado sua aparição surtiu efeito nela, que o fitou pronta para dizer algo, mas na última hora mudou de ideia e voltou sua atenção para frente, sumindo em seguida no corredor branco.

Quando se posicionou perto da abertura pode vê-la voltando, os olhos claros cravados na figura de Sasuke, a curiosidade estampada nas feições suaves, porém, mesmo assim, nada disse ao passar do lado dele.

Na sua hora de entrar Sasuke não precisou ser empurrado, se posicionou na cobertura antes da abertura e no momento certo entrou. Deu os primeiros passos com convicção, mantendo sua vista a frente sem se importar com as pessoas que paravam para olhar, os ajudantes, as meninas que montavam as mesas e ornamentavam o espaço.  Nem mesmo os cochichos dos mil assistentes de Orochimaru ele prestou atenção, só enxergou os dois homens analisando tudo à frente da elevação.

Tentou ser charmoso, mas falhou, recebeu mais algumas dicas de Hidan, que não estava mais em seu estado de estresse e sim, calmo e paciente. Agora as coisas estavam fluindo. Não tinha porque ele se estressar, não tinha porque qualquer um dos dois se estressar.

No final do dia o Uchiha estava morto. Cansado de trocar de roupa, de todas as marcações, de ter repassado as mesmas coisas diversas, teve que ir e voltar na passarela mais vezes que qualquer outro modelo naquele lugar, só pode parar quando já tinha fixo na cabeça o tempo certo de suas passadas em comunhão com a música que tocaria.

Apesar de só ter desfilado com as peças da coleção uma vez ele teve que ouvir sobre tudo que usaria, teve que provar algumas peças mais de uma vez para ajustar uma coisa ali e outra aqui, além das trocas de camisa porque o tom da anterior não combinava com a sua pele.

A sua maior frustração daquele dia foi saber que aquele desfile de preparação foi o único ensaio real para os modelos que estavam ali, não precisaram treinar por quase duas semanas. Alguns até achavam aquilo inútil, outros nem apareceram. Temari riu desses e disse que na hora Kabuto não deixaria ninguém dar piti com relação a maquiagem porque era para isso que existia o desfile piloto.

Ainda não conhecia esse cara, apenas de nome, Sakura e Orochimaru já tinham falado algumas vezes dele, era um assistente geral do estilista e durante o tempo que Sasuke ficou em treinamento ele estava arrumando tudo para que o local estivesse apto a receber os convidados para o desfile.

— É a primeira vez que vejo a sua namoradinha em uma sessão dessas, ela geralmente é uma das que falta — fitou a Haruno do outro lado da sala escolhendo alguns acessórios, não usava mais a roupa do desfile e sim a que tinha chegado com ele.

Ignorou o comentário da garota ao seu lado e a risada que ela deu logo em seguida passou a mochila sobre os ombros e caminhou em direção a Sakura.  Só se aproximou quando notou que ela começou a caminhar, acompanhou os seus passos. Fora do Hotel ela foi em direção a van em que veio. Esperou elas entrarem antes de parar em frente a porta do automóvel.

— Posso falar com você? — A Haruno fitou o pessoal na van que fingiam não ter ouvido ou visto o Uchiha. Saiu do carro, afastando-se um pouco da entrada. Ajeitou a touca beanie bordada que estava usando e apertou o casaco de caxemira contra o corpo, cruzando os braços em frente a ele.

— Fale logo, está muito frio aqui fora — Sasuke a segurou pelos braços e a puxou para trás. Só a soltou quando a distância entre eles e a van tinha uns bons dois metros, sem chances do pessoal ouvir o que eles falavam.

— Olha, eu queria te pedir desculpas — Sakura não o fitava, observava as pessoas saindo do Hotel. — As coisas ficaram um pouco turbulentas para mim, eu não queria descontar em você, mas eu meio que te culpo... ou culpava por tudo isso. Desculpa, isso não vai mais acontecer. — Passou os dedos pelos fios que estavam em frente aos seus olhos, jogando-os para o lado. — Eu não queria estragar as coisas entre nós, eu... até gosto da relação que nós construímos então... sinto muito mesmo — deu um pequeno sorriso de lado, ela ficou a encara-lo ainda enviesada, mas logo um pequeno e relutante sorriso surgiu também.

— Tudo bem, na verdade eu meio que estava fingindo ainda estar irritada com você — Sasuke fez uma careta, confuso pela informação e ela se aproximou ainda mais, vendo se alguém prestava atenção na conversa dele. — Todos falaram da nossa briga, Shizune disse que até saiu uma notinha dizendo que nós tivemos nossa primeira briguinha de casal. As pessoas são muito fofoqueiras, mas foi bom estimulou um pouco as coisas, as pessoas sempre acreditam mais em relacionamentos que tem briga, andam dizendo que foi por ciúmes nosso desentendimento — sorriu passando a mão pela própria franja, estava adorável, encolhida pelo frio com as maçãs do rosto ruborizadas. — Temos que fazer as pazes — Sasuke desviou o olhar, a boca seca.

Automaticamente suas mãos voltaram aos braços dela, subindo e descendo por sobre o tecido grosso do casaco. A distância entre seus rostos sumindo, Sakura voltou a sentir aquela estranha ansiedade, o famigerado comichão que tomava as extremidades de seu corpo. Sasuke abaixou a cabeça fitando as nuanceis daqueles olhos verdes. A ponta de seus dedos tocou o rosto alvo no mesmo momento em que seus lábios encontrou-se aos dela, em um beijo suave que se aprofundava com deliberada lentidão.

Perderam-se mais uma vez na inebriante sensação que surgia sempre que seus lábios se encontravam, as mãos de Sasuke afundaram na curva macia do pescoço de Sakura, mexendo em alguns fios de seu cabelo, enquanto a Haruno o abraçava, pressionando seu corpo contra o dele. 

— Por favor, pombinhos, eu quero ir embora — gritou Hidan de dentro de uma das vans e eles se separaram sorrindo. Sakura deu um último selinho antes de segurar a mão dele e voltar para a van em que Shizune estava registrando com seu celular parte da cena. 

— Shii, nós vamos com o Oro, tá? Nos encontramos lá no estúdio dele.

— Não, ‘pera. A gente não pode ir com ela? Quer dizer, eu não me importo de ir nessa van. Alguém se importa?  — Shizune fez uma careta apiedada e pediu desculpas mudas ao Uchiha que fitou Sakura que também tinha uma expressão de pesar. 

— Sasuke, eles precisavam te passar mais algumas dicas. O desfile é amanhã!

— Mais? — Quase gritou ao ouvir aquilo. — Sakura... — a Haruno começou a caminhar em direção a van onde Orochimaru estava na porta os aguardando. — Se eu ficar perto dele por mais tempo é capaz de pegar todas as manias esquisitas — Sakura deu uma risada que mais pareceu uma fungada, abanando a cabeça logo em seguida.

— Duvido muito, é só mais alguns minutos, logo estaremos indo para a minha casa. — sem muita escolha Sasuke ficou quieto.

A viagem foi o martírio que ele já esperava, até mesmo apalpado ele foi. Orochimaru queria conferir seus músculos, segundo ele para ter certeza do acabamento nos ajustes. Ao chegarem no estúdio de Oro, Sasuke quase pulou da van, despedindo-se de forma apressada do pessoal. Sakura ainda ficou por um tempo sentada no mesmo lugar conversando sobre algumas amenidade.

Graças aos céus a conversa de Sakura não durou muito e eles puderem se encaminhar ao carro, com Shizune em seus calcanhares repassando a agenda de compromisso dos dois. Assim que conseguiram se livrar dela e enfim entrar no carro Sakura se acomodou na poltrona do passageiro, virando-se para Sasuke.

— Amanhã você debutará — ela bateu palmas, empolgada fazendo com que Sasuke revirasse os olhos. — Sente-se como uma adolescente de quinze anos pronta para entrar no seu vestido de noite? — Sorriu, puxando um saquinho de amendoins que tinha guardado dentro de sua bolsa. Sasuke fez uma careta com a comparação.

— Meu estomago está embrulhado e eu estou morrendo de medo do vestido não caber em mim. Acho que eu engordei, vou chorar — afinou a voz, abanando o rosto como quem quer secar as lagrimas antes que caiam. Sakura quase cuspiu os amendoins que comia de tanto rir da encenação. — Não sabia que modelos podiam comer essas coisas. Ainda mais as vésperas de um desfile. — Abriu a boca para que ela lhe desse alguns e prontamente a Haruno o fez, dando de ombros logo em seguida pelo comentário.

— Estou ansiosa por você, posso abrir exceções de vez em quando.

Em um clima leve e ameno a viagem dos dois seguiu. Sasuke manteve sua atenção na estrada, ouvindo Sakura falar sem parar fazendo apenas pequenos comentários ou rindo de alguma besteira. A verdade é que quanto mais de estrada ele via pela frente, mas nervoso ia ficando, apesar de se esforçar ao máximo para não transparecer. Involuntariamente apertou o volante ao ver a placa que indicava a próxima saída para o Central Park. Não estavam mais tão distantes de onde ela morava.

— Sakura...

— Hum... — respondeu sem prestar atenção enquanto folheava uma revista que tinha deixado ali da última vez que tinham saído com o carro.

— Eu queria te pedir uma coisa — ela ergueu a cabeça, curiosa. Fitando Sasuke que não desviou a atenção da estrada. Ajeitou-se no banco, ficando de lado.

— O que? Pode falar...

— Você se importaria de ficar essa noite comigo? — Por um breve momento ele virou a cabeça, fitando o olhar surpreso dela. — Acho que vou me sentir mais calmo com você por perto.

— Ah, Sasuke — ela tocou o ombro dele, seu tom suave, também tinha ficado nervosa em sua primeira vez em uma passarela. Isso era tão normal, Tsunade tinha dormido na sua casa naquela noite. Toda modelo deve ficar assim. — É claro que eu posso ficar com você. Vamos para o hotel que está hospedado, podemos até pedir algo gostoso para comer, sem se importar com as calorias — ele fez uma careta, abanando a cabeça.

— Não quero ir para lá, também. Prefiro ir para casa. Tudo bem para você? — Voltou a fita-la rapidamente a Haruno sentiu seu coração ser comprimido, Sasuke parecia um cachorrinho assustado e a vontade que a tomou foi de abraça-lo e aconchega-lo em seus braços.

— Claro! Amanhã é um grande dia, podemos ir para sua casa. Não há problema nisso, querido — soltou o cinto de segurança e apoiou a cabeça no ombro dele por um tempo, mas acabou tendo que voltar para o seu canto sob os sermões eloquentes de Sasuke com relação a segurança na estrada.

(...)

Assim que chegaram ao prédio Sasuke guardou o carro no estacionamento e subiram as escondidas para que ninguém os visse. O fato do imóvel não ter porteiro facilitava as coisas, mas o Uchiha não gostou disso, nunca pensou que teria que se portar daquela forma em seu próprio bairro, a caminho da sua própria casa, mas Sakura insistiu tanto que ele acabou concordando.

O apartamento estava vazio, a bagunça habitual os cercava, mas nem sinal de Naruto e por um momento Sasuke se perguntou se ele não estaria com a garota da festa. Sorriu e chegou a cogitar contar para Sakura a forma como amigo tinha agido depois de ter beijado e se sentindo culpado por causa dela, mas ao lembrar de seu próprio comportamento ao saber da história preferiu não mencionar.

— Então — Sakura empurrou uma das poltronas para o canto da sala, fazendo o mesmo processo com a outra e a mesinha de centro, mantendo vazio o centro do aposento — que tal se a gente ensaiasse algumas poses? — Sasuke grunhiu, jogando-se na banqueta do balcão da cozinha, estava cheio de ensaios. — Por favor, eu sei que você está cansado, mas precisamos achara uma pose descente para você.

— O que quer? Que eu mande beijinhos para a plateia? — Ela sorriu e tomou a frente. Retirou os sapatos e a touca. Parou em frente a porta do quarto dele e com uma expressão séria e compenetrada deu quatro passadas longas, parando bem perto da bancada da cozinha quebrou para o lado esquerdo e estendeu uma das mãos em frente a boca, mandando um beijo para uma plateia imaginaria, piscando o olho direito em seguida. A concentração dela era tanta que realmente parecia estar em um desfile

— Eu não vou fazer isso. É muito afetado. Consegue me imaginar mandando beijinhos? — Perguntou, mas ao ver a expressão da Haruno se arrependeu. — Quem sabe eu não mande alguns para o Oro, ele ia gostar.

— Ele ia amar, mas não é para fazer isso. Só estou te mostrando que não é uma pose ruim, para um desfile como o do Oro que é algo mais casual e descontraído — em um segundo momento ela jogou os cabelos rosados para o lado, assumindo uma posição lateral, em outra olhou por cima do ombro, fez apenas as quebradas laterais, erguendo a cabeça, com um sorrisinho de desdém nos lábios rosados. — Eu posso fazer diversas coisas e todas são poses, você também pode. Pode tentar algo meio bad boy — voltou a desfilar parando com as mãos sobre a casinha do cinto puxando a calça para baixo enquanto erguia apenas o canto direito do lábio superior.

Sasuke levou uma das mãos ao rosto, tapando metade da sua face. Aquilo estava patético, chegava a ser vergonhoso. Sakura era uma péssima bad boy.

— Você sem dúvida alguma é um ursinho carinhoso do mal. — Sakura revirou os olhos, ignorando-o.

— Uma jogada de cabelo. — Parou em frente ao garoto e jogou toda a sua cabeleira rosada para o lado, fazendo um efeito cascata.  — Uma dancinha rapper — deu a volta e parou mais uma vez erguendo os ombros e inclinando-os para frente enquanto juntava as mãos em frente ao corpo, com o polegar, indicador e dedo do meio estendido de ambas as mãos.

— Para. Por favor... isso já está muito vergonhoso. — Tentou pensar no que poderia vir a fazer, mas aquilo era tão bobo que não conseguia se quer ter uma ideia descente. — Posso dar uma de MJ. — Parou em frente a porta deu três passadas firmes, parando em frente ao batente levou a mão direita a braguilha da calça erguendo-a e ficando nas pontas dos pés, realizando seu improvisadíssimo Moon Walk.

— E ele acabou de se revirar no tumulo e se debater freneticamente.

— Muito melhor do que sua dancinha rapper, faça isso na rua e você apanha — juntou as mãos em frente ao corpo. — Tive uma ideia. Vou fazer algo mais radical, quase um protesto. — Voltou para o iniciou da passarela improvisada deles. As passadas foram no ritmo, assim que parou ficou sério e rígido, estendeu a mão esquerda, mantendo o dedo indicador junto ao médio e o anelar com o mindinho, deixando um vão entre esses dois grupos e o polegar estendido. O clássico comprimento de Star Trek. — Que a paz esteja com vocês.

— O que é isso? Você está imitando o pessoal de Star Wars — Sakura gargalhou, sentando-se no banquinho em que ele estava. Sua infame frase deixou Sasuke estático, a fitava de uma forma tão séria que ela parou na hora de dar risada, encolhendo-se em seu acento, aturdida com o comportamento dele. — O... o que houve?

— Você disse Star Wars — ainda a olhava como se ela tivesse cometido um crime.

— Não é esse o nome?

— Ai meu deus! — Afastou-se levando as mãos à cabeça sem acreditar no que estava ouvindo. — Não, o nome é Star Trek, Star Wars é algo completamente diferente.

— É? Eu achava que era a mesma história volume um e dois, sei lá, algo assim.

— Eu não posso acreditar. — Voltou a fita-la descrente. Só podia ser uma piada que tipo de pessoa não ia conhecer e saber distinguir as franquias? — Estamos falando de clássicos. Como você pode mistura-los. Como você pode não conhecê-los?

— Eu não sei, não me ligo muito a filmes — rebateu, cruzando os braços incomodada com a forma como ele a fitava. — Estava muito ocupada desfilando e conhecendo o mundo e pessoas para me interessar por essas coisas.

— Quem é o Frodo?

— O que? — Sakura ergueu uma das sobrancelhas fitando Sasuke que a analisava quase como se fosse um ser de outro mundo.

— Vamos, Sakura. Quem é o Frodo?

— Eu não sei, é um animal desses filmes? — Encolheu os ombros, acuada. Sasuke tapou o rosto com as duas mãos, balançando a cabeça em negação.

— Oi, Eu sou Goku. Essa você tem que conhecer. — Sasuke respirou fundo e a segurou pelos ombros. — Com grandes poderes vem... — e ele a fitou cheio de expectativa enquanto a ela estava estática, nunca tinha se sentindo tão boba como naquele momento. Agarrou a camisa dele, afundando o rosto nela.

— Eu não sei! Vem muitos vilões óbvios? Dinheiro? Gatas?  — O Uchiha suspirou, erguendo rosto dela. Mantendo a face de Sakura presa entre as suas mão, acariciando a bochechas com os seus polegares.

— Ok, senhorita Haruno, você está precisando de um pouco de cultura pop e geek. Eu poderia dizer muita cultura, mas não vou ser cruel com você. — Sakura sorriu, segurando o braço dele, seu sorriso foi correspondido. Novamente ela sentiu o comichão, mas dessa vez não era ansiedade que queimava em seu peito, era algo diferente, algo quente e acolhedor. Ela queria mais do que um beijo, ela queria um abraço, ela queria estar nos braços dele. — Você está com fome? — O clima se desfez com aquela simples frase, desviou o olhar, afastando o rosto do toque dele. 

— Melhor eu não comer, amanhã é o desfile. — Sasuke deu de ombros, indo para trás do batente e começando a preparar algo, Sakura ficou à deriva, apesar de estar com fome, sentia-se incapaz de fazer uma mera refeição. Sua cabeça em frenesi, um turbilhão de coisas passando por ela, sentia-se estranha pelo o que quase aconteceu.

Sasuke terminou seu lanche e Sakura apenas tomou um pouco de leite. Não demorou muito para que ambos decidissem ir dormir, dessa vez não houve ninguém no sofá. Foram para o quarto de Sasuke, a Haruno já tinha pego as roupas dele outra vez. Jogou-se na cama se acomodando no canto onde tinha dormido das outras vezes, enquanto Sasuke se ajeitou na outra ponta. Sakura estava de barriga para baixo fitando o rosto dele que mantinha sua atenção no teto.

— Sakura...

— Eu.

— Depois de amanhã... nada mais será como antes — Sakura suspirou, mexendo na fronha do travesseiro, fitando a coberta.

— Eu sei, mas você vai ver que não há só mudanças negativas. Muitas coisas boas vão acontecer, confia em mim, tem os paparazzi e tudo mais, mas você vai ver como é legal ser querido por tantas pessoas — ela procurou pela mão dele por cima das cobertas e a apertou, Sasuke devolveu o aperto e virou o rosto para fita-la.

— Não é só isso. Não vou mais poder fugir, amanhã, ele saberá onde me encontrar. — Sakura abriu a boca pronta para falar sobre, mas logo sua curiosidade natural minguou. Soltou a mão de Sasuke e acariciou seu rosto. — Não vou ter como escapar.

— Eu pesquisei sobre ele... — respondeu um pouco sem jeito em um sussurro baixo, um pouco envergonhada por está admitindo isso. — Me desculpa...

— Tudo bem, em breve todos saberão e não há o que esconder. Queria não expor a minha mãe e toda a história que nos envolve, mas vão começar a correlacionar os assuntos, eu sei disso — voltou a observar um ponto qualquer no quarto e por um momento Sakura sentiu que os pensamentos dele tinham ido para longe, para um outro tempo. Só torcia para que não fossem lembranças amargas.

— Você não é obrigado a responder.

— Eles vão fazer suas próprias pesquisas, vão achar algo.

— Sasuke, minha pesquisa também não foi tão produtiva assim, eu só sei quem ele é, o resto é dedução e isso vai acontecer com eles também, vão deduzir, mas se você não contar, vai ficar nisso até que uma hora ninguém vai mais falar — apoiou-se em um dos cotovelos, erguendo parte do tronco e virando o rosto dele para si. — Pode parecer que não há solução, mas todos têm segredos, todos nós. Eles podem fazer de tudo, mas até eles têm um preço... eu coloquei você nessa, não vou deixar que cheguem na sua mãe, ela é uma pessoa incrível e se não quer que a perturbem eu vou cuidar para que ela não seja perturbada. Sendo sincera eu queria que a minha mãe fosse igual a sua. — Ele sorriu e tocou o queixo fino com a ponta dos dedos e novamente aquela mesma sensação, Sakura fechou os olhos e deixou-se levar pelo toque suave, suas mãos deslizaram pelo pescoço dele, sentindo a calidez e a maciez da pele.

Mais um momento onde cada um esperava algo que nem um dos dois sabia o que era, talvez Sasuke até soubesse, mas acreditava ser inalcançável e Sakura continuava perdida em meio aos seus próprios dilemas.  Os toques cessaram sem que os lábios tenham se encontrado mais uma vez e um vazio melancólico preencheu o espaço entre eles.

Sakura desabou sobre o travesseiro, virando-se para o lado oposto ao de Sasuke.

— Amanhã será um dia exaustivo.

— Uhum.

— Boa Noite, Sasuke.

— Boa Noite, Sakura.

(...)

Não eram nem sete da manhã quando Sasuke acordou. Não levantou de imediato. Permaneceu deitado fitando o nada, depois virou-se para o lado vendo Sakura toda esparramada ao seu lado, os longos cabelos tapando parte do rosto, se deixasse ela poderia dormir a manhã inteira sem se abalar.

Porém quando já eram quase oito horas ele resolveu acorda-la. Essa foi uma tarefa árdua, foi necessária muita insistência e ameaças para fazer com que ela abrisse os olhos e os mantivesse abertos. Ao saírem do quarto se depararam com Naruto parado no meio da cozinha tomando café, usava o uniforme de garçom e ao ver Sakura suas bochechas coraram e ele fez o possível para não encara-la.

— Bom Dia.

Sasuke o respondeu com um cumprimento, mas Sakura apenas fez um grunhido indistinto e se jogou no sofá.   

— Qual o serviço?

— Um desfile de modas, achei que já sabia, é o seu desfile. — Sasuke parou no meio do caminho para o banheiro e fitou a Haruno que parecia uma bola enrolada na poltrona, ela deu de ombros.

— Eu entreguei o cartão ao Orochimaru. Ele gostou do que fizeram na exposição e estava decidido a contrata-los, eu não fiz nada

— Obrigado. — Com o agradecimento dele ela se encolheu ainda mais no sofá, se é que isso era possível

— Você tem que me levar em casa. — Nada mais foi dito e Sasuke continuou seu caminho.

Levou mais tempo para eles saírem do que Sasuke tinha previsto. Sakura de manhã parecia ter dificuldade para fazer qualquer tipo de coisa, até mesmo anda ou responder, fazia tudo com resmungos como uma senhorinha cheia de dores nas juntas.

Ele se irritou diversas vezes do banho, a trocar de roupa, a se arrumar, a tomar café. Estava quase fazendo tudo por ela, felizmente durante o trajeto para a casa Sakura pareceu finalmente ter acordado. Já estava falante e agitada, tagarelando sobre como tinha amado suas roupas e que ela estaria deslumbrante no desfile, que convenceria Kabuto a deixa-la fazer outro penteado porque tinha tido uma ideia maravilhosa para a segunda roupa.

Pensar no que ocorreria daqui a algumas horas apenas embrulhava o estomago de Sasuke, mas ele não a recriminou por estar falando sobre, escondendo outra vez o seu nervosismo. Ao pararem em frente a portaria do prédio de Sakura ele se virou para ela, vendo-a desafivelar o cinto de segurança.

— Quer que eu a leve até a portaria?

— Não precisa — tocou a mão dele com carinho, um sorriso gentil desenhando-se no rosto dela. — Não fique nervoso, tá? É só um trabalho, pense dessa forma e nada vai dar errado — piscou para ele.

— Certo... o que eu faço? Espero... ou...

— Não, pode ir. O motorista vai me levar, encontro com você lá mais tarde.

— Está certo — suspirou apertando o volante, com força — Vou ter que encarar os loucos sozinho. — Sakura revirou os olhos e virou o rosto dele com a ponta dos dedos dando um singelo selinho em seus lábios macios

— Esse é o nosso dia!

— Esse é o nosso dia. — Sasuke repetiu sem a mesma convicção, no entanto um pouco mais animado.

(...)

Fechou a porta do apartamento, escorando-se na madeira maciça. Todos os poros do seu corpo exalavam animação, aquele dia prometia tantas coisas que chegava a ficar zonza só de pensar nele. Seria o melhor desfile de todos e seu ano mal tinha começado. Correu em direção à escadaria, mas antes que chegasse ao quinto degrau uma voz soou pelo aposento vazio e Sakura parou ao ouvi-la.

— Mas quanta animação... isso tudo é por conta do seu namoradinho? — O tom irônico e desdenhoso fez com que se virasse sobressaltada.

Ver Neji parado no corredor do hall para a sala de estar abalou Sakura de uma tal forma que ela mal conseguia pensar com clareza. Nem em mil anos esperaria encontra-lo ali. Claro, que todo o seu plano tinha sido para cutuca-lo, no início quando a mentira não tinha fundamento algum era apenas por ego ferido, ele não tinha o direito de aparecer com Ino naquela festa. Mas depois de encontrar Sasuke naquele quarto a ideia de tê-lo de volta reinou outra vez.

Queria humilha-lo também, uma parte sua se deliciava com a ideia dele estar se correndo de ciúmes, ou de raiva por todos estarem achando que ele foi trocado, mas a outra queria que ele não pensasse duas vezes e a tomasse em seus braços. Estava tão maravilhoso em seu terno bem cortado, o cabelo sedoso e solto, ele a desarmava.

— Neji? O que faz aqui? — Encontrou a voz perdida, contente por não ter deixado transparecer seu nervosismo.

— Surpresa em me ver, querida? — O homem colocou as mãos no bolso, enquanto Sakura descia os poucos degraus que tinha alcançado. — Que engraçado, achei que andava movendo céus e terras para me trazer até você.

Jogou os cabelos para o lado, rindo abertamente, quase gargalhando, tentando a todo custo passar uma imagem despreocupada. Mas ao pôr os pés de volta no hall seus joelhos tremeram, se manteve apoiada ao corrimão torcendo para que o seu talento natural para as mentiras a ajudassem mais essa vez.

— Claro que não. Eu nem ao menos tenho notícias suas. Ando muito ocupada com o meu trabalho e o meu novo...

— Namorado, amante, ou farsante... — ela deu uma risada curta. Estava acontecendo, ele estava ali, incomodado com Sasuke. Estava tão desnorteada com a própria sorte que nem percebeu o sorrisinho cínico que brincava nos lábios dele.

— Farsante? Até parece que eu seria capaz de fazer algo do gênero, ou melhor, que preciso fazer algo do tipo. Afinal quem não me quer? — Revirou os olhos, jogando o cabelo para trás. Onde estavam os empregados quando se precisava deles?

— É verdade, quem não te quer — o coração dela estava aos saltos ao vê-lo se aproximar em passos tão decididos. O sorrisinho nos lábios, mas o que a fez estremecer foi o olhar que transmitia uma frieza que ela desconhecia, de súbito deu um passo para trás. — Mas eu acho curioso como tudo aconteceu. Você jurava me amar loucamente e que eu era tudo o que sempre quis. E em uma única noite, sem previa explicação, surgiu com um garoto qualquer tirado de sei lá onde. Para melhorar tem a mídia, os amigos e você dizendo que o relacionamento começou na época em que nós dois sabemos muito bem que o nosso namoro ainda existia. Então o que espera que eu presuma, Sakura? 

— Você fala sobre o meu amor quando as juras que lhe fiz foram prontamente respondidas por você, ou essa parte foi convenientemente esquecida? Eu era tudo, mas ainda assim você apareceu com a Ino, me enganou com a Ino! — Respirou fundo tentando conter sua irritação, nada estragaria o seu dia. Ainda mais quando estava para ter o que queria de volta. — Bem, podemos ser dois ótimos mentirosos, amor — um sorriso travesso surgiu nos lábios finos. — Você me enganou e eu enganei você.

— Deveríamos brindar a nossa brilhante capacidade de dissimular. — Levantou uma das mãos fingindo estar brindando com uma taça nas mãos, Sakura imitou o gesto dele. Neji estava tão próximo que podia sentir o cheiro suave da fragrância que ele costumava usar. — Dessa forma só posso presumir que você seja a garota perfeita para mim. Um rosto lindo e um coração vazio, tão dissimulada quanto eu. — Segurou o rosto de Sakura, jogando os cabelos claros para trás, não se incomodou pelo termo que ele usou. Ele tinha um coração, ela sabia e ela também.

— Eu sempre soube que nós éramos perfeitos um para o outro — disse as palavras sobre a boca dele, deixando que seus lábios roçassem aos dele.

— É mesmo? — Sem cerimonias Neji a beijou, o corpo esguio de Sakura foi pressionado ao dele, ela não o repeliu, muito pelo contrário, regozijou-se por tê-lo de volta, por poder senti-lo outra vez junto a si, passou os braços em volta das costas dele, agarrando-se com força ao corpo forte.

O beijo foi intenso, selvagem, não havia amor, apenas um desejo carnal. Lábios pressionados, sugados e mordiscados, Sakura se deixou levar pela inebriante sensação de vitória, mas apesar de tudo algo lhe pareceu diferente, algo pareceu faltar. Não teve tempo para pensar no que poderia faltar, pois da mesma forma inesperada que começou, o beijou foi encerrado. 

— Eu sabia, eu sabia que você ainda me queria, como eu... — a voz de Sakura saia em um ronronado baixo, enquanto ela roçava seus lábios aos dele sem querer parar o que eles haviam começado.

— Você é mesmo uma vadia — as palavras dele foram como um balde de água fria sobre a cabeça dela. A sensação quente e reconfortante que o beijo dele tinha causado sumiu. — Não vale nada, tão ridícula e patética. Está aqui se esfregando em mim com um otário lá fora a sua espera — o fitou confusa, sua mente não conseguia processar tudo que estava acontecendo. Tentou se afastar, mas ele segurou ambos os seus braços e a sacudiu sem misericórdia. — Quantos além dele? Com quantos me traiu? Fazia orgias quando eu viajava? Se drogava e se embriagava com aqueles modelos ridículos com quem você trabalha? Com aquela escoria com quem andava antes de começar a namorar comigo? — Sacudiu-a mais uma vez, Sakura se debateu tentando se afastar do aperto de ferro sobre os seus braços. Sentiu algo quente escorrer por suas bochechas e logo notou que estava chorando, Neji sorriu.

— Você sempre foi patética. Seus vícios imundos, tenho certeza que não largou nenhum deles como dizia — Sakura fechou os olhos com força tentando esquece-lo, estava perdendo a força. — Mas não se preocupe, meu bem, você ter mentido sobre largar as drogas nunca me importou muito — um dos braços foi solto, os dedos frios dele ergueram o queixo dela. — Nunca amei você, sempre foi só um rostinho bonitinho que todos cobiçavam e era só meu. Eu não acho estranho o fato de nem mesmo seus pais se importarem com você — não se debatia mais, só conseguia chorar. Ele virou o rosto dela, sussurrando em seu ouvido. — Apesar de linda você é irritantemente insuportável, minha cara — a soltou e Sakura perdeu as forças caindo sobre o mármore gelado.

Neji saiu do apartamento sem olhar para trás, saiu do prédio sorrindo. Tinha conseguido sua própria vitória não importa o que a imprensa tenha a dizer sobre o fim do seu relacionamento, ele não esqueceria desse dia, muito menos ela. Talvez devesse ligar para Ino e dizer que ela não precisava mais se preocupar, não haveria um desfile, ao menos não um memorável. Afinal ele a tinha quebrado e quando ela estava dessa maneira nada de bom acontecia.

 

Página: Fleur D'Hiver

 


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Notas finais do capítulo

E ai? Surtando? Tenho certeza que a Ikeda Naomi não esperava por essa. Sinto muito, gata, mas o meu Neji não é um príncipe. Ele é um bad guy. O coração da Sakura foi partido, again. O que ela vai fazer?
Pensando aqui em colocar alguns flashes da relação da Sakura com a família no próximo capítulo, mas certo que teremos a Sakura muito crazy e a aparição do Kabuto para salvar a pátria.
Bem, pessoal foi postado o primeiro capítulo do teaser vencedor, espero que vocês deem uma olhada, é o Dicionário de Cama: http://fanfiction.com.br/historia/544304/Dicionario_de_Cama/

Até mais, lindos, não esqueçam de deixar a opinião de vocês. Beijos;*