Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 75
25 - Vinculo de Éons


Notas iniciais do capítulo

ei gente, comentem em!! boa leitura!



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25 – Vinculo de Éons

 

 

 

A grade de bronze celestial era a única coisa que brilhava na cela isolada de Percy. Ele estava preso numa jaula maciça esculpida na rocha da montanha dos deuses.

As grades deviam ter menos de 5cm de distância umas das outras, o impedindo de se contorcer e tentar a sorte. Annabeth vinha 3 vezes no dia, ela sempre trazia pão mofado e água turva.

O garoto não tinha noção de quanto tempo estava preso no Olimpo. Os cabelos cortados em estilo militar estavam começando a crescer e se enrolar, desgrenhando-se em cachos. O olhar do garoto estava se tornando animalesco, já que ele vivia na escuridão profunda, a luz chegava a seus olhos apenas quando Annabeth abria a porta da cela com uma tocha em mãos e jogava o pratinho no chão.

Ele sempre tentava se concentrar no poder de Gaia, como sempre fazia no costume de meditação que Perseu havia ensinado no Michigan.

Percy não conseguia canalizar sequer uma fagulha, um estímulo qualquer.

Suas roupas estavam começando a crescer, seus músculos a diminuir. O porte atlético forte do salvador do Olimpo estava dando lugar ao menino franzino que ele havia visto numa foto na sala da Casa Grande do Acampamento Meio-Sangue.

Percy sabia que era a manhã por causa dos costumeiros tambores anunciando a glória de Tártaro. Desde que o garoto era prisioneiro o deus dos abismos festejava diariamente. O garoto sempre ouvia melodias dançantes vindas das praças e átrios, gritos e urros de multidões de monstros e pessoas.

Ele estava sentado com as pernas cruzadas, na posição clássica de meditação profunda. Os olhos dele vagavam por entre as lembranças, visões de Perseu, o modo como ele voou nos céus do Tártaro no grifo Griphion.

O som das trancas deslizando e se destrancando fizeram os olhos de Percy se abrirem. Ele ergueu a mão para proteger o olhar da luz.

—Manjar para o herói — o tom sarcástico de Annabeth irritava Percy de uma forma como nada fazia.

—É muito fácil para você ser a campeã do Senhor dos Abismos, não é? — ela jogou o pratinho velho no chão.

Percy se mexeu e pegou o pão que se sujou poeira.

—É muito diferente da Annabeth que eu vi da cidadela, a líder daquele refúgio, a última esperança do Olimpo. Você é pura maldade, está cega pelo ódio, e você nem mesmo sabe do que sente ódio.

Annabeth o analisou, os olhos cinzas dela penetravam a mente do garoto e o deixavam desconfortável. Ela jogou o cálice de água no chão aos pés do garoto e sorriu travessa.

—Aquela Annabeth era fraca — ela cuspiu no chão – A Filha de Atena bobinha, estúpida por acreditar em Percy Jackson e nesses deuses fracos. Tártaro nos guiará para uma era de ouro. Ele apagará a história e a reescreverá das cinzas deste mundo. 

Percy ignorou a resposta dela e bateu as mãos pelo pão, ele rasgou um pedaço.

—Para Poseidon — murmurou baixinho, os deuses eram a única esperança, já que o ego havia feito com que ele perdesse a liberdade e o poder da Centelha.

“Você não acredita nesse discurso, Tártaro a envenenou, soa igualzinho a ele. Não consigo diferenciar você do Senhor dos Abismos, ele a corrompeu até o último fio de cabelo, a grande Annabeth Chase, enganada por um truque de éons”

   Annabeth falhou o sorriso, ela cerrou a testa ao ouvir o sobrenome Chase. Ela piscou e virou o rosto espantada. A garota se virou e bateu a porta da cela com violência e Percy ouviu seus passos rápidos ecoarem nas masmorras até que o som das melodias voltou a encher seus ouvidos.

Percy mordiscou o pão aturdido com a reação de Annabeth. Ele procurou a caneta no bolso esquerdo. O garoto a lançou para o alto e o brilho da lâmina de bronze refletiu seus olhos verdes intensos. O brilho de Contracorrente era a única iluminação quando Annabeth ia embora. 

***

O clima estava tenso no Acampamento. Perseu estava articulando um plano para espionar a base de Tártaro do outro lado da floresta negra.

Era o fim da madrugada, Perseu se preparava no refeitório para emboscar o grupo de semideuses batedores que sempre se aventuravam por entre as árvores carbonizadas e espionavam a melhor hora de atacar com seus exércitos infernais.

Perseu estava indo em direção ao arsenal, todos na Arena o observaram medrosos quando ele passou pisando duro. Parecia um general do exército. Os cabelos grisalhos cortados em estilo militar, grevas, coturnos de couro lustroso e peitoral de bronze feito sob medida.

Ele ficou surpreso com a piora do arsenal, nos tempos em que ele frequentou o Acampamento Meio-Sangue original era um templo enorme com colunas de espadas e machados, lanças.

O modesto armazém de porta metálica estava intacto, porém mal cuidado. Perseu se abaixou para abrir a tranca e a luz do poste de luz próximo iluminou a poeira. Perseu ergueu a porta até o teto e abanou o ar.

—Confesso que eu preferia o arsenal original – a voz do centauro Quíron fez Perseu soltar um pequeno sorriso de lado.

—Os deuses se esqueceram de seus filhos? – Perseu avançou alguns passos para dentro do armazém – E o que faz acordado a essa hora, velhote?

Quíron estava em sua forma de centauro, ele se abaixou para passar pela porta, o teto baixo do arsenal transmitia um ambiente claustrofóbico.

—Repito a pergunta a você, velhote – os dois sorriram genuinamente.

Perseu retirou espadas de bainhas e observou as lâminas, o olhar crítico do semideus estava impaciente.

—Os filhos de Hefesto também caíram de produção, não é mesmo? – ele colocou uma das espadas de volta na estante e bufou.

—Ah! – Quíron se mexeu e foi em direção a um baú escondido nos cantos da sala, ele estava parcialmente coberto por uma manta encardida.

“Eu guardei sua velha espada quando partiu para sua jornada com a deusa...”

O centauro pareceu desconfortável ao dizer a última palavra, Perseu fitou o longe melancólico por um instante e tentou disfarçar a tristeza.

—E então, onde está ela? – Quíron destrancou o baú e se abaixou para pegá-la.

Perseu se maravilhou ao ver a antiga espada.

A lâmina de bronze talhada com inscrições em grego antigo, 90cm de bronze celestial de corte duplo, as bordas arredondadas para maior poder de perfuração, forjada no Olimpo. O modesto guarda mão de prata talhava imagens dos deuses, o cabo de couro enrolado firmemente acima do pomo redondo talhado com um Ômega cravejado em rubi.

—Não acredito – ele avançou e seus dedos se fecharam entorno do cabo perfeitamente – O presente de Zeus. Está perfeita, em éons, como é possível? – ele estava maravilhado.

Perseu descreveu cortes perfeitos no ar, com destreza ele a prendeu na bainha.

O filho de Zeus se foi pelos corredores do arsenal e pegou uma das adagas dispostas nas estantes, além de pequenas facas que ele prendeu nos suportes do ombro e das coxas.

Perseu ergueu o olhar para uma estante dedicada apenas a lâminas gêmeas, ele pegou duas adagas curvadas e as girou, prendendo-as no horizontalmente na bainha da base da coluna.

O filho de Zeus estava armado até os dentes. O filho de Zeus fechou os olhos, lembranças de éons atrás tomaram conta de sua mente, Pandora no Acampamento, o modo como ela descia do Olimpo para treinar com Percy, os dois tinham uma ligação de almas como Percy e Annabeth. Perseu respirou fundo e suspirou.

 Passos ecoaram dentro do armazém.

—Percy também tinha essas adagas da coluna – a voz de Beckendorf despertou Perseu do estupor.

—Fui eu quem ensinou isso à ele – Perseu andou rápido para fora do arsenal e passou por Beckendorf sem sequer o olhar – Vamos, precisamos chegar na base do senhor dos abismos antes do dia amanhecer.


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Notas finais do capítulo

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