Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 74
24 - O Covil do Mal


Notas iniciais do capítulo

gente to postando agr pq tava no pique agr vai ser de boinha escrever!!
boa leitura, comente!



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24 – O Covil do Mal

 

Ao longe uma águia real de vistosa plumagem dourada e branca deslizava no ar graciosamente contornando o pico de uma montanha solitária ao entardecer.

A montanha Tessaliana mais famosa da Grécia podia ser reconhecida de pinturas, esculturas, livros e até mesmo em filmes.

O Monte Olimpo original era bem menos glorioso do que Percy estava acostumado a ver.

A Névoa certamente escondia as ruínas tomadas por trepadeiras e árvores que floresciam pétalas de um tom dourado pálido.

Tudo estava ali, exatamente como no Empire State. Os templos, as praças e o distrito Hermes, a Arena e a Sala dos Tronos no ponto mais alto.

As escadarias de ouro estavam tomadas por grama baixa.

Algo não estava certo.

O sol do entardecer escondia parcialmente os archotes de fogo grego ardendo em cada braseiro na montanha antiga.

Tropas patrulhavam as praças, semideuses e monstros se rodeavam em bandos como iguais, tambores ritmados ecoavam das praças, manjares estavam dispostos em celebrações.

O lar dos deuses estava tomado pelas forças do mal. O senhor dos abismos e seus generais sentavam-se em tronos na praça principal no centro da montanha.

Os percussionistas tocavam músicas dançantes, animadores e dançarinos contagiavam a multidão de pessoas.

Homens e mulheres vestidos em trajes de gala dançavam e se empanturravam em meio as hordas de monstros horrendos, eles pareciam não se importar.

Tártaro deveria ter incrementado a Névoa, já que qualquer um com sanidade perfeita veria as criaturas das trevas a quilômetros. Os mortais eram intrigantes. O senhor dos abismos era adorado como uma figura política, um rei glorioso.

Hordas de monstros urravam em euforia ao ver o Escolhido acorrentado aos pés dos primordiais celebrantes. Céos era o único alheio à comemoração, ele estava de costas apoiado no guarda corpo da praça observando o penhasco longínquo.

Hemera sorria docilmente enquanto conversava com uma ninfa da floresta.

Tártaro e Érebo sorriam vitoriosos ao observar a multidão de monstros e semideuses.

Deuses menores faziam uma fila lateral com presentes em mãos para o senhor dos abismos. Um a um eles se ajoelhavam perante o trono de dele, o primordial balançava a mão no ar impaciente e sério.

Percy permanecia de joelhos, as mãos atadas às costas presas por correntes de bronze celestial. O garoto permanecia de olhos fechados, isolado da comemoração.

Os deuses menores que juravam lealdade ao senhor da escuridão podiam celebrar e desposar dos manjares intermináveis no Monte Olimpo. O senhor da escuridão parecia ter a situação inteira sob controle

Uma garota loura sentava-se sozinha numa das mesas de mármore longe dos tronos primordiais. Ela amolava seu punhal de bronze e parecia não gostar de toda a celebração. Os cabelos dourados escapavam por cima da bandana negra que cobria sua testa, seus olhos cinza tempestuosos não desgrudavam da adaga.

Annabeth.

Mesmo diante de tanta festa ela trajava armadura de ferro negro completa por cima das calças camufladas e a blusa de alças preta. O peitoral de ferro estava novo, as grevas polidas e o coturno lustroso.

O Veneno de Tártaro parecia ter consumido tudo na montanha, extraindo toda a essência do pilar do poder dos deuses.

A guerra parecia estar vencida, Tártaro tinha Percy e Olimpiano algum possuía poder para adentrar o próprio lar em busca do herói perdido.

Percy estava indiferente. O garoto concentrava cada célula de seu corpo no poder da Centelha. O baque no Coração do Tártaro havia criado um bloqueio e Percy enfrentava dificuldades para canalizar o poder da Mãe Terra.

Os olhos nem chegavam a brilhar mais intensamente no auge de sua meditação.

O tilintar de uma taça de cristal fez o burburinho e os tambores cessarem.

O senhor da escuridão levantava-se e sorria, a Névoa balançava em seu entorno, por vezes ele tremulava na forma de nuvem negra aterrorizante e um instante após vestia terno carmim e parecia um primo distante de Christopher Walken.

Ele deixou a taça na mesa de mármore e pigarreou.

—Contemplem, o herói dos Olimpianos— ele cuspiu o termo e vaias ecoaram – Meu reinado começa com sangue, sangue de Gaia!

Tártaro apontava para Percy, os monstros brandiam as espadas e urravam loucos pelo pescoço do garoto.

—Mancharei com sangue o Salão dos Tronos Olimpianos! – Ele esbravejava e os exércitos batucavam os escudos em uníssono.

“Todos os deuses jurarão sua lealdade a mim, e então eu matarei o escolhido de Gaia”

Percy não sentia medo, ele era incapaz disso. O filho de Poseidon aguardava paciente sua oportunidade, o garoto sabia que ninguém viria em seu resgate. A derrota às Portas da Morte havia sido um golpe duro demais, o excesso de confiança e displicência de Percy havia custado a missão de libertar as Portas e manter o exército de Tártaro nos confins da terra.

O pedido de Nix ainda martelava na mente do garoto, os gêmeos primordiais ainda estavam tomados pelo Veneno de Tártaro, juntamente com todo o resto da montanha profanada.

Tártaro havia designado Annabeth a vigiar Percy nas masmorras da montanha ancestral.

 O senhor dos abismos zombava do garoto ao deixa-lo sob custódia de alguém que supostamente sempre lutava ao lado do outro Percy.

O sol raiava o último brilho e se punha atrás do Salão dos Deuses, o templo dos tronos brilhava em dourado com a luz natural.

A água real direcionou seu olhar para as masmorras enquanto o cair da noite fazia o brilho profano dos archotes ardendo em fogo grego transmitissem um ar macabro para a montanha Olimpiana.

***

Os grifos de Perseu cortavam o ar do amanhecer em direção a Long Island. O filho de Zeus cortava os ares de braços cruzados, os olhos dele estavam cerrados numa expressão de concentração profunda.

Thalia estava maravilhada com os espécimes desaparecidos desde os tempos dos deuses na Grécia. Ela parecia conseguir se comunicar com seu grifo, como Percy fazia com os pégasos.

 O restante do grupo estava aturdido, abalado. Nico observava ao longe, assim como Luke.

 Beckendorf parecia estar um pouco mais animado ao cortar os céus de Nova York, ele e Percy haviam encontrado a cabeça do lendário dragão de bronze do chalé de Hefesto no verão anterior à batalha contra o Senhor do Tempo. Voar em um grifo era o mais próximo que o filho de Hefesto chegaria de cortar os ares em algo além de um pégaso, e os grifos viajavam a uma velocidade consideravelmente maior que os equinos.

Aquilo parecia ter sido a uma vida atrás. Os semideuses nunca tinham paz, eram guerras atrás de guerras, profecias e monstros, deuses e titãs. Agora os primordiais, os próprios pilares da terra se opunham aos deuses, e seus filhos tinham de limpar a bagunça.

Um dos titãs havia humilhado o até então salvador do Olimpo. Beckendorf não conseguia acreditar, ele havia presenciado Percy em seu auge de poder na Cidadela, nos treinamentos, o poder de Gaia parecia ter abandonado o garoto.

Os campos verdejantes de Long Island refletiam a vacilante luz solar da manhã. Apolo deveria estar realmente exausto com os ataques simultâneos e ininterruptos.

A Névoa espiralava pelos campos onde crateras enormes e cicatrizes de batalha tomavam conta dos bosques, dos pastos. Trincheiras, espadas, corpos de semideuses caídos e restos de monstros tomavam conta do lugar. A grama carbonizada e as árvores retorcidas pareciam ter sido atingidas por uma ogiva nuclear.

A destruição estava se espalhando rápido, os mortais certamente começariam a desconfiar de algo. Hécate e seus filhos deveriam ter esgotado seus poderes sobre a Névoa para esconder a guerra dos mortais.

O Acampamento Meio-Sangue suportava bem.

As muralhas de Bronze celestial tinham buracos em alguns pontos, amassados e queimaduras, mas estavam de pé fazendo o trabalho que um dia havia sido delegado ao Manto do Velocino de Ouro.

Luke relaxou ao ver o azul celeste da Casa Grande nos pés da Colina Meio-Sangue. A casa de fazenda de dois andares faltava algumas telhas e tinha buracos nas paredes.

O refeitório estava abarrotado de deuses, ninfas e semideuses. Luke se espantou com o número de campistas que havia se acumulado em tão pouco tempo, além deles alguns deuses menores se reuniam em mesas atrás da mesa principal, alguns centauros e ciclopes, soldados Olimpianos e sátiros vestidos para a batalha.

A deusa da sabedoria apontou para os céus e cutucou o centauro Quíron que estava absorto em seu cálice de vinho. Os meio-sangues olharam para os céus e urraram vivas adiantadas.

Perseu abriu os olhos e analisou a cena. Ele se perguntou se seria bem recebido pela família. Eles esperavam pelo seu herói, não pelo velho Eremita esquecido pelos deuses.

Ele ordenou um pensamento ao seu grifo e eles grasnaram ao levantar voo no pouso próximo aos pilares do refeitório.

 O pavilhão ao ar livre continuava lindo mesmo com o desenrolar da guerra. Emoldurado por colunas dóricas brancas no alto da colina com vista para a praia. O braseiro ardia em chamas chamativas, os deuses pareciam ter dado esperança aos meio-sangues.

Perseu focou seus olhos na deusa da Sabedoria. Ela cerrou o olhar.

Quíron sorriu da mesma forma que sempre fazia quando um meio-sangue voltava de uma missão impossível. Perseu acenou de cabeça e eles trocaram um olhar significativo.

—O que está fazendo aqui, velho? – Atena estava irritada.

Perseu deslizou pela lateral do grifo com habilidade e bateu as mãos pela roupa. O resto dos semideuses desceram logo atrás.

Os olhares procuraram pelo filho de Poseidon. Cabeças se levantaram na multidão de pessoas, até mesmo os deuses prenderam a respiração ao não acharem o garoto.

Atena arregalou os olhos.

—Onde está o filho de Poseidon? – ela se levantou da cadeira e contornou a mesa principal – Onde está Percy Jackson? – a deusa da guerra parecia desesperada.

O sorriso dos campistas começou a se desfazer, Poseidon se levantou e andou na direção do guarda corpo do refeitório para observar a praia.

Atena andou na direção de Perseu a passos largos.

—Onde ele está!? – ela esbravejou e levou a mão esquerda à face do filho de Zeus.

Perseu segurou o braço da deusa com facilidade.

—Ele foi capturado! – ele gritou alto – O excesso de confiança do garoto fez com que se deixasse capturar, o poder de Gaia não deve ser subestimado. Sem ele Percy é apenas um meio-sangue comum.

Perseu afastou Atena com delicadeza, a deusa estava incrédula.

—Primeiro Annabeth, agora isto – ela tentou disfarçar o medo levando a mão ao queixo ponderando sob a situação – Precisamos salvá-los, a profecia precisa ser cumprida.

—Profecia? – Perseu pareceu ultrajado.

Ele avançou e pegou um dos cálices da mesa. Ele o atirou longe violentamente.

—VOCÊS ESTÃO PREOCUPADOS COM UMA MALDITA PROFECIA?

“O poder da Centelha só pode ser liberado através de Percy. Sem ele, nada pode ferir o senhor dos abismos, sem ele nós já perdemos a guerra. Sem o poder de Gaia ele vai destruir tudo o que vocês amam, vai matar todos com quem se importam, destruir o mundo que lutaram tanto para defender. ”

O filho de Zeus andou devagar até a mesa principal.

—Vocês estavam esperando pelo herói, mas lhes digo que é melhor se contentarem com a minha presença, do contrário eu irei embora e vocês perecerão em menos de uma semana. Apenas eu sei como derrotar o Senhor dos Abismos, Olimpiano algum sabe qualquer coisa sobre Tártaro, sobre os pilares de sua formação, a fonte de seu poder e suas fraquezas.

“Eu treinei o seu herói, o ensinei tudo que aprendi em minha longa vida. Estive sempre à espreita, alheio aos conflitos dos deuses, observando Tártaro recolher poder através dos Éons para se reerguer. A batalha contra Cronos foi o estopim do retorno da escuridão ao Tártaro, vencer o Senhor do Tempo despertou um poder muito mais antigo e perigoso, algo inconcebível até mesmo para os deuses”

Ele chutou a mesa do chalé de Zeus e derrubou cálices de campistas apavorados com a ira do velho semideus.

—Percy jogou tudo fora pelo ego, a proposta de Caos sempre tem um preço caro em retorno, eu o avisei.

“Precisamos descobrir o plano de Tártaro, ele certamente fará um ataque midiático como da última vez, vocês obviamente já se esqueceram como foi difícil a eras. Desta vez ele não cometerá os mesmos erros, e os Olimpianos claramente estão menos poderosos do que a três mil anos atrás, uma pena”

Ninguém no refeitório fez objeção a Perseu. O filho de Zeus parecia ser o único que sabia o que devia ser feito para Tártaro não ganhar a guerra, apesar de Percy ter sido capturado.

—Creio que Percy está sujeito à própria sorte – ele cruzou as mãos atrás das costas – Eu o treinei bem, se o poder de Gaia o reencontrar, certamente escapará e virá a nosso encontro. Por hora, precisamos nos defender com tudo o que temos.


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Notas finais do capítulo

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