Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 58
08 - Uma Segunda Vez Nada Agradável


Notas iniciais do capítulo

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boa leitura!



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08 – Uma Segunda Vez Nada Agradável

–As coisas nunca mudam, não é mesmo?

De repente Percy foi esmagado num abraço de urso.

Uma garota de cabelos pretos espetados estilo Jean Jett anos noventa estava enterrada em seu ombro. Percy arriscaria dizer que ela era rockeira, fosse pelo cabelo e pela jaqueta de couro aviador, mas contrastava em muito com a tiara de prata disposta sobre as mechas repicadas dos cabelos da garota.

–Thalia – Luke disparou, sua voz em uma mescla de surpresa e vergonha.

Ela se separou de Percy rapidamente.

O garoto estalou o pescoço, ela era bem forte. Em volta da clareira dezenas de garotas cercaram o perímetro, arcos em mãos. Além de lobos-brancos e ursos.

–É... então – ele pigarreou – As Caçadoras de Ártemis, fico muitíssimo agradecido... – Thalia o empurrou enquanto o garoto fazia uma mesura exagerada.

Ele caiu sentado no chão e ficou vermelho de raiva.

Thalia correu na direção de Luke e pulou nele. Se Percy havia sentido dor ao ser esmagado, Luke com certeza morreria.

Ela o soltou e ficou com as duas mãos no rosto dele, parecia não acreditar no que via. Eles trocaram olhares significativos e coraram.

Percy se aproximou de Beckendorf.

–Mas o que? – ele estava sem entender.

As Caçadoras eram proibidas de estarem na companhia de homens, e assim lutavam imortais ao lado de Àrtemis.

–Não me pergunte, estou tão surpreso quanto você – Beckendorf estava com os braços cruzados – Não confio nas Caçadoras.

Percy não perguntou o porque. Ele notou os olhares cansados das guerreiras. Estavam determinadas e ferozes, mas não escondiam o cansaço da guerra.

Elas patrulhavam tudo com os olhos cerrados.

Percy pigarreou.

–Parem com o namorico, temos um gigante para encontrar – ele se aproximou.

–Não é um namorico... – Thalia resmungou com as bochechas coradas.

Luke pareceu chateado, mas logo disfarçou serio.

–Thalia, não é? – A Caçadora se virou sorrindo travessa para ele.

–Sim, Filha de Zeus.

“Luke me disse. Você não se lembra de nada não é? Algo a ver com Caos e coisa e tal. Você costumava me idolatrar quando tinha memória”

Percy bufou. Thalia sorria enquanto andava em círculos em volta do garoto.

–Vejo que está mais forte, posso sentir um imenso poder fluindo de você, por onde andou Jackson?

–Não importa – ele revirava os olhos. Irritado. Essa sensação parecia ser totalmente atribuída à Thalia.

–Eu acho essa coisa de memória apagada uma tremenda chatisse – ela revirou os olhos – Nada que um susto de Aegis não resolveria.

–Thalia... – Luke ria. Percy estava vermelho de raiva. Era a primeira vez que o garoto saía do controle total de suas emoções.

–Eu te esmagaria antes que pudesse pedir por ajuda... – ele resmungou baixinho, os olhos azuis de Thalia brilharam com uma eletricidade feroz.

–Sempre brigando, as coisas não mudam mesmo – Luke dizia entre risadas – Mas por ora não se matem, como o mestre ali disse, temos um gigante para encontrar – ele zombou.

Percy o olhou mortalmente.

–Somos muito gratos por abrirem a Porta, podem se retirar agora, o mundo precisa ser salvo – ele se foi batendo os pés na direção das rochas – Beckendorf!

O brutamontes se foi atrás do garoto gargalhando.

Luke ficou um pouco com Thalia.

–Venha conosco – ele pediu corando.

Ela desfez o sorriso cautelosamente.

–Eu queria, muito – ela pareceu melancólica – Mas temos que combater as forças de Tártaro. Ordens da Senhora Àrtemis.

Luke ficou cabisbaixo mas assentiu.

–Então tchau – ele já ia saindo quando ela o cercou pela frente.

–Onde pensa que vai? – ela pareceu ultrajada.

Temos um gigante para encontrar – ele imitou Percy e os dois riram.

–Ele é sempre assim? – ela sorria, Luke estava se perdendo em seus olhos azuis. Thalia corou ao perceber.

–Sim, ele é sempre assim – bufou – Não temos folga alguma, são sempre ordens e carrancas, monstros e deuses.

Ela assentiu cansada.

–Não fossem as ordens de Caos eu já o teria matado – Luke olhou, Percy e Beckendorf já estavam quase na Porta – Infelizmente ele é esse tal Escolhido de que todos falam, e para minha sorte não posso matá-lo.

–Entendo – ela colocou as mãos no rosto de Luke. Ele se deixou relaxar e fechar os olhos – Você tem um gigante para encontrar, tchau.

Sem se importar com as dezenas de Caçadoras na clareira Thalia deu um selinho em Luke. Fora o bastante para quase fazê-lo cair.

Ele continuou com os olhos fechados por um bom tempo, e quando a presença da garota se foi seus olhos recobraram a luz.

O cheiro da garota se foi no ar deixando um Luke muito confuso e envergonhado de pé.

Quando ele se recuperou do estupor Percy e Beckendorf já estavam no caminho para o Reino de Hades.

Luke correu até a Porta, e desceu as escadas escorregadias correndo.

***

Quando os degraus intermináveis finalmente acabaram as pernas de Percy já estavam chorando.

O cheiro de ácido e enxofre os diziam que estavam no lugar certo. Além da ausência de luz e do som de almas sendo torturadas nos Campos da Punição.

Eles emergiram na base de um penhasco, numa planície de areia vulcânica negra. À direita, o Rio Estige jorrava das pedras e estrondeava numa série de cachoeiras. À esquerda, a distância na escuridão, o fogo ardia nas fotalezas de Érebo, os grandes muros negros do reino de Hades.

Percy foi na frente. Ele andou determinado ao longo da praia na direção dos grandes portões negros.

As filas de mortos estavam diante dos portões, até mesmo a de Morte Fácil estava congestionada. Deveria ser uma onda de funerais lá em cima.

Espíritos malignos de segurança dos mortos postavam-se diante dos mortos, alguns trajando armaduras gregas, outros eram generais da primeira guerra e revolucionários americanos.

O segurança chefe dali estava deitado em seu posto mais alto, mastigando um fêmur humano.

Cérbero, o rottweiler de três cabeças guarda de Hades parecia absorto em sua refeição.

Quando eles estavam se misturando com uma das filas de mortos um dos guardas percebeu a presença deles.

Um guarda real britânico apontou sua espingarda para a cabeça de Percy.

Ele não sabia se a munição do morto-vivo funcionaria, e nem queria saber. Percy engoliu em seco quando mais guardas reais e outros soldados os cercaram.

As filas de mortos viraram um caos, almas correndo para lá e para cá, os funcionários do Mundo Inferior pareciam perdidos.

Quando eles estavam baixando suas armas uma voz soou entrecortada e esganiçada vinda de cima.

De repente um garoto desceu dos céus de pé, uma espécie de galinha maligna sobrevoava sua cabeça, outras duas à sua volta.

O garoto andou na direção deles. Usava uma roupa inteiramente preta. Jeans pretos, jaqueta de aviador parecida com a de Thalia, uma blusa de caveira e coturnos de policial.

Sua pele era pálida e seus olhos negros como a noite, os cabelos eram lisos e desgrenhados, com franjas cobrindo parte do rosto.

–Ele está comigo! – soou firme.

Os guardas baixaram as armas e retornaram a seus postos. Até mesmo as almas pareceram entrar em ordem ao verem a presença do garoto.

–Venham, meu pai deseja lhes falar – a voz do garoto era esganiçada, mas forte.

Percy não discordou, e Contracorrente voltou a ser caneta.

A mais feia das fúrias ergueu Percy.Tinha um rosto enrugado, um chapéu de tricô azul horrível e um vestido de veludo amarrotado. Asas de morcego e garras afiadas nos pés e nas mãos.

–Percy Jackson – ela falou.

O garoto analisou o rosto dela. Era estranhamente familiar para ele suas roupas e seu rosto.

–Ela costumava ser sua professora de matemática, anos atrás – o garoto de roupas pretas dizia entre risos, mas percebeu o desconforto de Percy – Isto é... quando você tinha memória.

Percy não respondeu. Sua cabeça doía ao forçar memórias antes da Cidadela, mas a dor ficava excruciante e ele sempre clareava o pensamento.

Quando o palácio foi ficando maior sua beleza sinistra foi ficando assustadoramente bonita.

Àrvores brancas eesqueléticas cresciam em bacias de mármore. Canteiros transbordavam com plantas douradas e pedras preciosas. Dois tronos, um de osso, e outro, prateado, erguiam-se na sacada com vista para os Campos dos Asfódelos. Seria um bom lugar para passar uma manhã de sábado, a não ser pelo som das almas sendo torturadas e o cheiro de enxofre.

Guerreiros esqueléticos guardavam a única saída. Vestiam-se como soldados americanos, uniformes de Marines e e fuzis M16.

Quando elas os puseram no chão o ar tremulou.

Uma figura se materializou no trono de osso. Hades estava absorto em seu manto, este que era coberto por cenas aterrorizantes e rostos em desespero. Quando ergueu a cabeça para observar suas visitas Percy sentiu um calafrio.

Os olhos dele eram intensos, como os de um louco. O deus pareceu ter pena do garoto, mas certa compaixão.

Ele se sentiu exposto.

–Percy Jackson – Hades sorriu.

–Senhor Hades – Percy fez uma leve mesura, se sentiu estranho por fazer aquilo.

–Ahá! – Hades parecia se divertir – Quanta graça há nesse fato, falo sobre sua perda de memória. Se fossem em tempos passados você nunca estaria fazendo essa reverência para mim – ele sorria.

Percy ficou calado. Ele estava começando a se irritar por não saber as coisas do passado. Todos com quem conversava falavam sobre um outro Percy, diferente dele.

–Pedi meu filho para trazê-lo a esta audiência por um motivo – ele soou sinistro ao observar ao longe além dos Campos da Punição.

“Para onde irá está mudado. Cruelmente modificado. Não será como da primeira vez. Agora que o espírito do caído está erguido, temo que sua jornada terminará lá embaixo, como a do primeiro Perseu. Órion é traiçoeiro, astuto e enganador, ele o persuadirá para que faça sua vontade, e irá distorcer seu propósito. Leve meu filho, leve Nico di Angelo, ele o guiará, mas quando sua alma implorar pela morte ficarei feliz por recolhe-la aos Campos Elísios. Agora vá, Perseu Jackson”

As últimas palavras de Hades soaram como sussurros e calafrios no pescoço de Percy, e de repente sua visão mudou.

À sua frente uma enorme cratera emergia da terra. Parecia emanar escuridão. Diferente dos Campos de Punição, dela não saía som algum, parecia ôca e vazia, e terrivelmente perigosa.

Houve movimento ao lado do Garoto.

–Uma segunda vez nada agradável, eu imagino – era a voz de Luke.

O filho de Hermes correu na frente de todos, e, sem titubear, se jogou de cabeça no Poço do Tártaro.


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Notas finais do capítulo

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