Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 44
14 - O Último Brilho


Notas iniciais do capítulo

hey leitores , quase um mes sem postar , mas o bloqueio finalmente acabou , entao os cap vao sair rapido!



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14 – O Ultimo Brilho

 

O primeiro pensamento foi “conheço essa voz, esse sotaque francês”. E o segundo seguinte foi um borrão. Literalmente.

Percy cerrou os olhos e se desviou do projétil negro que passara a poucos centímetros de seu rosto. Um filete de sangue começou a escorrer pela sua bochecha direita. Ele sorriu.

Logo depois disso foi uma chuva de projéteis. Percy se concentrou e elevou os sentidos de meio-sangue ao máximo , como Perseu havia ensinado. Ele fechou os olhos e se concentrou no fraco barulho do ar sendo cortado pelos espinhos.

Desviou alguns com a lâmina de Contracorrente e se esquivou de outros. À cada passo ele se aproximava dos carros abandonados na estrada.

Foi atingido por mais um ou dois espinhos até que chegou aos carros. Percy pulou e executou um giro de mão , caiu de costas e se encostou na lateral do carro ofegante.

Sorrateiramente ele se esticou até a janela do carro para identificar a posição inimiga. Um espinho cortou os vidros e passou zunindo bem perto de Percy.

Felizmente ele conseguiu enxergar a cauda peluda uns três carros à frente.

Percy retirou o Arco de Épiro das costas e preparou uma das flechas de bronze. Respirou fundo.

Se levantou e esperou o espinho , quando o viu , lançou a flecha. O projétil negro foi cortado pela flecha , esta que viajou até acertar a cauda do monstro. Sorriu e se abaixou no carro ao lado.

O monstro rugiu e ele ouviu a flecha ser quebrada. Precisava se aproximar mais.

Percy pulou pelo capô co carro e se esgueirou até os carros da frente.

—Não há parra onde fugir , meio-sangue­— o monstro rosnou e lançou mais uma saraivada de projéteis.

Percy se abaixou devagarzinho e espiou por baixo do carro , o espinho abriu mais um rasgo em sua bochecha. Percy praguejou.

—Não estou fugindo , venha me enfrentar! – ele gritou em resposta.

Percy respirou fundo , ao passo em que o monstro pulava por cima do teto de um velho Impala 99’.

O garoto deslizou pelo capô e disparou a flecha no rosto do grande Mantícore que se erguia à sua frente.

Percy arregalou os olhos quando se escondeu atrás do carro mais próximo. Era ele , o garoto havia reconhecido os olhos de duas cores. Além do terno risca de giz rasgado.

A risada a seguir fez os pelos de Percy se eriçarem , ele respirou fundo e se levantou. Espinheiro estava logo à frente , de pé , sorrindo. A aparência monstruosa tentava se libertar e rasgar ainda mais o terno. Sua cauda balançava de um lado para o outro.

Percy respirou fundo. Ele guardou Contracorrente e pegou as duas adagas que ficavam presas na lateral da cintura. As desembainhou e as girou nas mãos.

O garoto se agachou e começou a correr na direção do mantícore. Os projéteis começaram a vir em sua direção. De alguns ele se desviava e outros cortava com a lâmina mortal de bronze.

Quando Percy o alcançou o tempo passou a correr devagar. Ele começou a tentar estocar e cortar com as adagas , Espinheiro se desviava e ria com gosto. Percy estava irritado.

Sua habilidade portanto estava impecável , ele desferia vários cortes no monstro e por vezes lançava as facas no alto e as pegava para cortar mais. O ícor dourado já manchava o terno em frangalhos do monstro.

Espinheiro segurou suas duas mãos. Percy não conseguiu se mexer , ele sentiu o pé do mantícore cravar as garras em seu estomago para logo depois ser lançado para trás.

Suas costas se chocaram contra um carro e ele arrastou meio metro para trás com o impacto. Percy respirou fundo e estalou o pescoço , as adagas estavam caídas no chão próximo.

Percy esticou os braços para elas , por um segundo se concentrou , então elas voaram até suas mãos. Ele sorriu e se levantou.

Passou andando calmamente pelos carros abandonados e encarou Espinheiro com escárnio. Se desviou dos projéteis negros apenas com movimentos de cabeça sutis.

Espinheiro veio correndo na direção de Percy , ele rasgou o terno e se transformou no monstro que era na verdade. Percy correu e pulou no capô de um carro. Ele mergulhou e cravou as duas adagas nas costas de Espinheiro. A cauda do monstro tentou acertá-lo mas o garoto levantou a mão e a caneta esferográfica se transformou em espada no ar.

Percy sorriu e com um simples movimento cortou a ponta da cauda do mantícore , que não entendeu nada.

O garoto pegou o ferrão e levantou para o alto , pronto para acabar com a luta. Ele já estava descendo quando Espinheiro levantou a mão.

—Não , não , espere! – Percy parou e respirou fundo – Você não quer saber sobre Annabeth primeiro? Saber o que planejamos para ela?

Percy fraquejou. Ele se levantou de cima do monstro e o ferrão caiu de suas mãos. Um raio cortou o céu e ribombou ao longe. Espinheiro riu e saiu galopando pela ponte.

O garoto tentou preparar o arco mas ele já estava muito longe para ser ferido. Plano para Annabeth. Aquilo havia mexido com sua cabeça , a ideia de encontrar Caos estava cada vez mais próxima , ele só teria que se esforçar para não enlouquecer até lá.

Percy catou as adagas no chão e as prendeu na cintura. Ele pegou o ferrão de Espinheiro e foi até a beirada da ponte. O sol estava nascendo , junto com o horizonte majestoso.

Ele jogou o “espólio” na água e olhou para o sol. Mais precisamente para algo abaixo dele. No mar.

Pensou estar ficando louco. Primeiro pensou que fossem golfinhos. E logo depois viu os rostos femininos angelicais. Sereias.

***

O clima estava definitivamente doido. As árvores do Acampamento estavam peladas. A chuva castigava as construções e os pavilhões do lugar. O verão estava mais para outono , eles não sabiam nada , nem os humanos , nem os deuses. Tudo estava tão estranho e diferente.

O som de espadas era a única coisa que sobressaía sobre os pingos de chuva em contato com as telhas de barro da Casa Grande. A grama estava manchada de sangue e pó dourado , os meio-sangues lutavam num estado penoso. Alguns com tipóias , tapa-olhos e curativos manchados. As camisas alaranjadas , manchadas , rasgadas e molhadas. As espadas , cegas , trincadas e frágeis. Frágil , era assim que o lugar estava. Parecia um corpo sem espírito , como se a alma tivesse sido roubada e destruída.

Annabeth tentava esfaquear tudo que tentava passar correndo pelos corredores de construções nos chalés. À muito eles já haviam sido flanqueados da floresta e da praia , e os monstros não paravam de chegar. Ciclopes , harpias , cães infernais e empousas. Até um hiperbóreo estava sendo combatido perto do refeitório.

A garota estava num estado terrível. Estava magra , a camisa do Acampamento estava rasgada por baixo do peitoral de couro , os jeans pretos sujos de barro , uma grossa faixa de gaze cobria toda sua testa. Além dos machucados costurados espalhados pelo corpo. Seus olhos contrastavam com aquilo , eles estavam negros e selvagens , como os de um leão.

Quando o último ciclope se desvaneceu na nuvem de pó ela caiu de joelhos. Suas mãos estavam em carne viva de tano manejar a arma de bronze. O cabo estava manchado de sangue. Mal conseguia pegar fôlego.

Ela sentiu duas mãos em seus ombros. Não conseguiu relaxar.

—Por hora , vencemos – era a voz do centauro Quíron tentando tranquilizá-la – Vá descansar Annabeth.

As gotas de chuva faziam-na tremer.

—Não consigo , não consigo dormir – ela se pôs de pé e quase caiu.

—Você está acordada a mais de três dias querida , se permita descansar , os outros manterão o Acampamento protegido.

Ela riu.

—Protegido? – perguntou para ninguém – Olhe em volta , eu não me sinto segura , estamos perdendo , um cégo poderia ver isso , e teria pena de nós.

“E nossos queridos deuses não mexem um pauzinho para defender a única chance do mundo triunfar mais uma vez”

Um raio ribombou no céu.

—Vamos , me matem , me eletrocutem , vou morrer em algumas semanas de qualquer jeito mesmo – mais raios ribombaram.

E ela estava certa , os telhados de alguns chalés pegavam fogo e saíam fumaça , além dos escombros da arena e da Casa Grande , que suportava a guerra com a ajuda da sorte.

—Hoje não , criança , hojé ninguém mais morre – a voz era estridente como o trovão , e ela sentiu os volts percorrerem a água em sua pele.


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Notas finais do capítulo

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