Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 19
19 - Melodia de Morte


Notas iniciais do capítulo

19º cap. espero que gostem , deixem reviews , favoritem e recomendem , se puder , isso me anima a escrever... OBG ao rodrigo14 pela recomendaçao , gostei muito , valeu!

—Pedro



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Havíamos nos sentado em um pequeno banco de madeira às portas do Central Park. Comemos alguns sanduíches de manteiga de amendoim e bebemos alguns goles d’água.

Após nossas mochilas estarem devidamente arrumadas cruzamos as portas do Central Park.

Na ultima vez que eu visitara o Central Park eu lutei contra um titã. Aquilo parecia ter acontecido à anos , mas eu me lembrava perfeitamente. O titã Hiperíon havia me desafiado no reservatório. Após muitas perdas do nosso lado ele foi transformado em arvore por meu amigo Grover. Me perguntei se a árvore ainda estaria lá.

As árvores ainda continuavam do mesmo jeito. Altas , com folhas perenes e latifoliadas. Crianças e adolescentes corriam e brincavam de pega entre si. Elas compravam sorvetes e doces em pequenas barraquinhas. O Central Park tinha cheiro de algodão-doce e pipoca.

A Porta de Orfeu ficava um pouco mais à frente. Bem atrás do reservatório.

Avançávamos lentamente. Não havia nenhum sinal de monstro. Nenhuma pessoa ou barulho estranho.

Por alguma razão , enquanto andávamos eu fiquei observando Annabeth. Pensei no que a voz dissera. O medo que me atingiu foi imenso , eu não aguentaria vê-la se machucar. Nunca aguentaria perdê-la. O vento açoitava os cabelos louros dela , que estavam em um rabo de cavalo. Os jeans e uma camisa do Acampamento a faziam ficar linda , mesmo ela estando com fuligem pelo corpo e arranhados não cicatrizados. Os olhos cinzas estavam intensos , como uma tempestade à caminho.

Desviei o olhar dela. Avançávamos lentamente pelo Central Park. Algumas pessoas faziam piqueniques à sombra das árvores. Todos estavam sorridentes. Naquele momento eu gostaria de ser um mortal. De não ter que me preocupar com monstros , profecias , deuses. Queria poder ir com Annabeth ao cinema ou ao parque sem que monstros tentassem nos matar. Queria poder fazer um piquenique tranquilo à tarde. Ser um adolescente normal.

Estávamos chegando na clareira aonde a Porta de Orfeu se localizavam. Um grupo de árvores se agrupavam à nossa frente. Ainda estava pensando na voz e em ser um garoto normal e então subitamente sinto uma rasteira me desequilibrar e no momento seguinte um pé em meu peito. Encarei Annabeth , ela me aplicara um golpe de judô.

—Annabeth? – balbuciei.

—Percy , chamei seu nome 5 vezes , você não parou – ela disse enquanto tirava seu pé do meu peito.

—E porque teve que me aplicar um golpe assim? – murmurei acariciando o ponto em que ela acertara.

—Não viu as dezenas de monstros guardando a Porta bem aí na frente? – ela pareceu incrédula – Você é um Cabeça de Algas mesmo – ela disse revirando os olhos e se escondeu atrás de uma das árvores.

Fiz o mesmo. Nico e Thalia também se postaram atrás de árvores e nos encaramos.

—Como atacaremos? – Nico perguntou , olhando para a clareira à frente.

—Meu boné – Annabeth disse , ela desprendeu seu boné do cinto e o rodou em suas mãos.

—Não Annabeth , é muito perigoso – segurei ela pelo braço assim que ela fez menção de colocar o boné.

—Vou ficar bem Cabeça de Alga – ela sorriu tranquilizadora para mim.

—Tudo bem – cedi – Mas , se eu ver que algo deu errado eu vou ir atrás de você – eu disse e soltei o braço dela.

—Tudo bem – ela disse e me abraçou.

Assim que ela me soltou colocou o boné na cabeça e desapareceu. Me escondi novamente em uma das árvores e analisei , aguçando os olhos.

Haviam muitos monstros guardando a entrada para o mundo inferior. Ciclopes , empousas , dracaenas , grifos e lestrigões. Parecia que eles estavam ali à dias ou semanas. Consegui ver resquícios de fogueiras na grama que antes foi verde por conta das chamas. Vi alguns sacos de dormir feitos com palha. Vi algumas armas postas em estantes , arcos , espadas , lanças e tridentes. Todas feitas de ferro estígio.

Os monstros andavam em bandos e circulavam a clareira. Algo me chamou a atenção à alguns metros dali. Na extremidade esquerda da clareira havia uma confusão.

Algumas dracaenas estavam dispersas do grupo , uma delas estava deitada imóvel na grama , sem cabeça. As outras estavam examinando a área , com lanças em mãos. De repente mais uma veio ao chão , sua cabeça rolando mata a dentro. Annabeth estava fazendo um trabalho muito melhor do que qualquer um de nós poderia fazer.

Ela estava atacando de fora para dentro , silenciosamente. Rapidamente o grupo de dracaenas estava dizimado. Mãos invisíveis levaram os corpos decepados para as árvores. Os outros monstros sequer haviam percebido o ocorrido.

Olhei atentamente para os outros monstros. Desta vez , um grupo de empousas vasculhava a mata , pela direita. Elas estavam confusas , icor dourado escorria de todas. Elas estavam se acusando. Uma delas empurrou a outra. Sacaram as armas. Elas começaram a lutar. Desta vez os outros monstros perceberam a confusão , logo um grupo de ciclopes foi ver o que estava acontecendo. Quando eles chegaram próximo às empousas Annabeth começou a matá-los. Cabeças rolaram e todos foram para o tártaro com expressões de pura confusão.

Ela acabou rapidamente com os outros grupos que patrulhavam as extremidades. Ainda haviam muitos , todos estavam empunhando suas armas. Haviam notado a presença de inimigos. Os lestrigões restantes seguravam suas bolas flamejantes. Ciclopes brandiam clavas e os grifos voavam baixo , em círculos.

—Mesmo que Annabeth consiga , ainda precisaremos de música – Nico disse olhando para mim.

Eu assenti. Quando usamos essa passagem antes meu amigo Grover havia tocado uma música do Nirvana para abri-la. Teríamos que achar um violão ou algum outro instrumento de corda. Por sorte eu sabia alguns covers que possivelmente abririam a passagem.

Nico se ofereceu para tentar achar um violão para mim. Ele se foi pelas matas e desapareceu de vista.

Continuei a olhar para o acampamento dos monstros. Annabeth fazia o possível para chamar a atenção deles. Eu via pedras sendo atiradas na direção deles. Porém eles continuavam em formação. Parecia que estavam cientes de que um ataque invisível poderia ocorrer. Eles mantinham os olhos cerrados e armas à postos.

Então Annabeth se precipitou. Ela atacou uma empousa e a decepou. Porém chamou a atenção de todos os monstros na área. Eles começaram a brandir suas armas para todos os lados. Por um milagre Annabeth conseguia se desviar de todas elas. Então ouvi um som que fez meu coração acelerar. Foi a voz de Annabeth. Um grito de dor. E , logo após um baque surdo. Os monstros deram vivas e brandiram suas armas para o céu. Uma dracaena levantou sua lança de forma ameaçadora e logo ia tentar estocá-la na direção do corpo imóvel de Annabeth. Olhei atentamente , havia alguns furinhos na cabeça dela. Deduzi um ataque de ciclope. As clavas deles possuíam pregos negros na ponta. Houve um silêncio momentâneo , a dracaena estava se preparando para acabar com ela.

Me levantei. Não poderia esperar por Nico. Decidi atacar.

Quando a dracaena se preparou para atacar Annabeth eu me levantei e saí das matas correndo. Destampei Contracorrente. O SWINK do bronze celestial se propagou no silêncio.

—Ninguém toca NELA! – gritei com toda força e apontei para Annabeth no chão.

Girei Contracorrente e esperei os monstros virem em minha direção. Ouvi movimentos na mata às minhas costas , seguido de um SWINK parecido com o de minha espada.

Thalia estava correndo em minha direção. Ela tinha sua lança e seu escudo e mãos.

—Não pensou que eu deixaria você ficar com toda a direção , pensou? – ela disse com uma expressão determinada , os olhos azuis brilhando com uma eletricidade intensa.

—Claro que não – eu disse e sorri para ela.

Os primeiros monstros vieram em nossa direção. Senti uma leveza enorme quando percebi que eles haviam deixado Annabeth de lado e se concentravam em mim e Thalia.

Os monstros nos atacaram simultaneamente. Pareciam que ali haviam centenas deles. Eu girava , estocava , furava , rolava e me desviava como podia , porém , para cada monstro que eu derrotava pareciam surgir mais dez no lugar dele.

Thalia lutava bravamente. Lutávamos em perfeita sincronia. Eu protegia a retaguarda dela e ela a minha. Eu havia sofrido alguns arranhões e queimaduras por conta das bolas flamejantes dos lestrigões mas não os dei atenção. Precisava derrotar todos e salvar Annabeth.

Eu decepava as cabeças dos monstros como se elas fossem feitas de papel. Por vezes eu me distraia olhando para Annabeth no chão e sofria um golpe. Não me preocupei com o que sofria. Apenas continuava lutando.

Decepei mais um ciclope e então me distraí mais uma vez olhando para Annabeth. Foi um erro. Um dos grifos que voava baixo conseguiu plantar suas garras em mim e me erguer no ar.

Por sorte consegui manter Contracorrente firme em minha mão que estava livre. Finquei a lâmina na pata do grifo e ele soltou meu corpo. Comecei a escalá-lo e fincar minha espada em sua pele quando ele fazia menção de me atacar. Finalmente consegui me sentar em cima dele como se eu o cavalgasse. Finquei Contracorrente em seu pescoço e ele emitiu um grasnado agudo.

Com minha espada ainda presa em sua pele eu comecei a direcioná-lo pelo ar. Soltei as mãos de Contracorrente. Então com as duas mãos eu apertei o pescoço dele. Comecei a direcionar para baixo , já que estávamos muito acima dos outros grifos.

Mirei um dos grifos que voavam em círculos lá em baixo. Com uma das mãos eu retirei Contracorrente da pele dele. Com a outra ainda pressionei o pescoço dele na direção do grifo escolhido. Quando estávamos à poucos metros da colisão eu decepei facilmente a cabeça do meu grifo. Novamente me pus a escalar o grifo. Cheguei à asa esquerda e a puxei para me proteger na colisão. E POW , ouvi o baque surdo e um grasnado.

Começamos a perder altura. Com movimentos rápidos consegui chegar novamente às costas do grifo. Quando estávamos perto do chão eu pulei da carcaça sem cabeça e rolei algumas vezes no chão.

Consegui me por de pé. Não havia sentido à queda graças a Maldição de Aquiles. Thalia se juntou à mim.

—Percy , meus deuses , aquilo foi incrível! – ela exclamou assombrada.

—Não foi nada – eu disse e peguei Contracorrente , que estava fincada no chão.

Ela me olhou do tipo “O que?” mas assentiu e novamente se pôs em posição de ataque.

Ainda faltavam muitos monstros. Contracorrente pesava em minha mão. O cansaço me venceria. Nico ainda não havia nenhum sinal de Nico.

Novamente ataquei os monstros na clareira. Esquivar , rolar , atacar , fincar e golpear. Tentei me lembrar disso tudo quando eu via mais monstros sem cabeça ocuparem a grama.

Eu estava lutando contra um grifo que me atacava de cima e ouço a voz de Nico.

—PERCY! Consegui o violão! – ele disse e veio correndo em minha direção , se esquivando de espadas e lanças.

Derrotei o grifo e me desviei de sua carcaça. Nico se aproximou , porém ficou encurralado por empousas.

—Nico , pegue-a e me dê o violão – girei Contracorrente e a atirei para Nico.

Vi um violão preto ser lançado para os ares em minha direção.

O agarrei no ar. Corri com toda minha velocidade em direção às pedras negras que estavam em meio à grama. Alguns monstros me seguiram. Coloquei o violão no chão. Teria de me defender com as mãos.

Assim que os monstros iam me matar eu vi a lança de Thalia se projetar do peito de um lestrigão. Os outros monstros ficaram atordoados e Thalia saiu do meio da multidão.

—Comece a tocar isso logo – ela rosnou para mim e atacou os monstros que vieram ao meu encalço.

Para minha sorte estava afinado. Me perguntei de quem Nico tirara o violão. Tentei pensar em músicas legais que eu conseguia tocar. Me lembrei de uma. Rock n’ Roll Train , do AC/DC , me decidi.

(n/a: Para quem nunca ouviu Rock n’ Roll Train , aqui está o link) http://www.youtube.com/watch?v=LdRxXID_b28

Comecei a tocar. Eu gostava bastante desta música. Olhei para Thalia , que lutava extremamente bem. Ela matou o último ciclope e sorriu para mim com uma nítida frase “Cara não acredito que você gosta dessa música também” , e se virou novamente balançando a cabeça e atacando com a lança.

Continuei a tocar e a ouvir as pedras se mexerem. Elas ainda não estavam se abrindo por completo. Não me desesperei , apenas esperei a parte do solo e continuei a tocar.

A música já estava quase no fim e eu comecei a solar. Meus dedos pareciam ter vida própria , eles alternavam entre as casas do violão e o solo saía perfeitamente. Toquei o último acorde e comecei a ouvir o inconfundível som de almas sendo torturadas.

Eu conseguira. A Porta de Orfeu estava aberta , revelando uma passagem íngreme e úmida de degraus que levavam ao Mundo Inferior.

Corri para perto de Thalia. Ela estava um pouco à frente de Annabeth , protegendo-a.

—Ainda há muitos monstros , não vamos conseguir passar com eles aqui – ela disse , trêmula.

—Tem razão – eu disse e me ajoelhei perto de Annabeth , ela respirava lentamente , os furos em sua cabeça eram piores do que pensei , vertiam sangue e eram bem fundos.

Nico saiu correndo do meio da multidão de monstros e se juntou à nós. Me estendeu Contracorrente e desembainhou sua espada negra.

—Algum plano? – ele perguntou , olhando para mim e Thalia.

—Eu tenho um , mas é perigoso – eu disse.

—Conta logo Cabeça de Alga – Thalia murmurou impaciente.

— A água do reservatório – eu disse apontando para as matas às nossas costas.

—Está muito longe Percy – Nico disse – Eu procurei o violão por lá , você não conseguiria trazer a água até aqui.

—Eu sei , pretendo estourar o encanamento – disse e apalpei o solo , podia sentir a água correndo nos canos poucos metros abaixo.

—Fazendo isso você poderia fazer a Porta ruir – ele disse.

—Por isso eu disse que era perigoso.

—Que outro plano temos? Faça isso logo Percy – Thalia disse sombria.

Assenti. Me concentrei no encanamento e em toda a água que neles continham. Os monstros que sobraram começaram a emitir sons estranhos para a floresta , reforços – pensei.

Nos poucos segundos que eles grasnaram , grunhiram e guincharam para a floresta mais monstros foram aparecendo , e eles dobraram o número de dracaenas , empousas e ciclopes.

Não atacaram. Apenas nos observaram , sabendo que provavelmente venceriam.

Me concentrei com mais força no encanamento. A água me respondeu. Coloquei pressão nela e todos os encanamentos estouraram.

Ouvi um estrondo em toda a floresta. A Porta estremeceu e rangeu quando milhares de litros de água agora saíam da terra.

Em alguns momentos a água já batia em meus joelhos. Nico ergueu Annabeth e a segurou.

Toda a água do Central Park estava ao meu comando. Os olhares vitoriosos dos monstros vacilaram. Quando a água atingiu minha cintura eu ordenei o ataque. A pressão que coloquei sobre ela fez os ossos dos monstros virarem pó. Ordenei para que a água não atingisse à mim e meus amigos. Todos os monstros foram varridos da clareira.

Quando ia me virar e sorrir vitoriosamente para meus amigos algo me amedrontou. A passagem estava desmoronando. Pedras e degraus caíam e ecoavam dentro da Porta de Orfeu.

—Vamos logo – Thalia disse dando um tapa em seu escudo , logo ele era apenas um bracelete de prata.

Tomei Annabeth de Nico e a carreguei para a passagem. Corri o máximo que pude pelos degraus escorregadios e ouvi algo parecido com uma explosão. Meus amigos pararam subitamente ,assim como eu.

Aonde uma vez havia a entrada da Porta agora estava com escombros do chão ao teto. Tentei não pensar se poderíamos voltar por ali ou se estava destruída. Apenas continuei descendo , em direção ao nosso destino final , o Mundo Inferior.


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Notas finais do capítulo

Deixe comentarios please ,é ruim ter leitores que nao comentam...

—Pedro



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