*Sakura*

Tá, eu sei que foi estranho. Eu e o Uchiha, mas olhem pelo meu lado. Era uma boate, eu estava bebendo, ele também, ele não saia do meu pé, e tinha também aquele maldito degrau que me fez escorregar e cair nos braços dele, e que braços.

– Obrigada pela carona Sasuke. – falei abrindo a porta do carro. – Até segunda-feira.

– Sakura. – ele me chamou e eu virei em sua direção. – Como fica? Sabe, tudo que aconteceu entre a gente hoje.

– Não precisa se preocupar com isso Sasuke. – falei olhando para minhas mãos. Nossa, eu estava nervosa. – Não foi nada de mais.

– Então... – pausa – Você vai apenas continuar e esquecer que a gente se beijou?

– Sim. – falei abrindo a porta e saindo por ela. Mas antes olhei novamente para ele. – E aconselho você a fazer o mesmo.

Sai caminhando para dentro de casa. Subi direto para meu quarto, entrei no banheiro e tomei uma ducha fria. Sai e vesti apenas uma camisola e joguei-me na cama. Comecei a querer fechar os olhos, mas um toque do meu celular fez com que eu despertasse de vez. E ao olhar o número pelo visor eu me animei ainda mais.

– Achei que tinha me esquecido testuda. – falou minha doce, maluca e totalmente sem noção melhor amiga do mundo inteiro Ino. – Perdeu meu número ou apenas esquecer que ainda somos amigas?

– Deixe disso porquinha. – respondi – Claro que não esqueci e nem perdi seu número. Só estava um pouco ocupada. E se eu conto pra você o que aconteceu você tem um treco.

– Não se preocupe você terá muito tempo para falar comigo e com a Hinata também. – ela gritou escandalosamente – Afinal de contas, ela ainda está chateada com você por não ter ligado para ela.

– Como assim porquinha? – perguntei curiosa – O que você quer dizer com teremos muito tempo para conversar?

– Surpresa. – gritou novamente – Abre a porta do seu quarto que você vai ver.

Levantei curiosa. Como assim abrir a porta do meu quarto? Caminhei ligeira até ela e destranquei. Quando eu abri, meu telefone chega caiu da mão de tanta emoção e alegria. Havia duas meninas em pé na porta do meu quarto. Uma delas era uma morena de cabelos quase que azuis e olhos perolados. A outra era a menina loira mais danada que eu já conheci na fase da Terra. Pulei em cima daquelas duas pessoas e agarrei-as por puro instinto. Logo depois, soltei-me e puxei-as para dentro do meu quarto. Sentamos na cama e começamos a por a conversa em dia.

– O que vocês fazem aqui? – perguntei ainda meio confusa.

– Minha mãe veio trabalhar aqui. – falou Ino histérica como sempre. – E eu não queria ficar lá sozinha naquela casa enorme, então eu lembrei que você veio pra cá e resolvi vir também.

– E quando a porquinha aqui me disse que vinha, eu tive que obrigar meu pai a me deixar vir também. – falou Hinata – Eu não ia ficar lá sozinha enquanto minhas duas melhores amigas moravam na mesma cidade.

– Tá, mas onde vocês tão morando? – perguntei curiosa demais.

– A Hina tá morando no fim da rua do lado da casa de um loiro muito gostoso. – falou a porquinha sorrindo maliciosamente. – E eu moro agora numa casa no início da cidade. Fazer o que né?

– Mas me diz uma coisinha porquinha. – murmurei – E o Sai? Como ficou em relação a isso?

– Filha tu tá por fora. – falou Hina contando a história. – Nossa porquinha aqui terminou com o namorado.

– Por quê?

– Ele era um baitola danado. – resmungou Ino. – E além de que eu dei um flagra nele e na Tayuya lá na escola.

– Mas me diz Saky. – falou Hina. – Como são os garotos da escola aqui?

– É... – murmurei – São bonitinhos, tirando uma peste que voltou do passado para me atormentar.

– QUEM? – gritaram juntas.

– Quem mais seria? – perguntei a elas – O maldito ruivo do Sasori.

– Sasori? – perguntou Ino – Aquele Sasori?

– Sim. O próprio. – respondi – Mas eu tenho que contar uma coisa a vocês.

– Fala.

– Não tem meu vizinho aqui. O Uchiha? – perguntei a elas para saber se elas se lembravam, elas acenaram que sim. – Bem... A gente se beijou hoje.

– Como é? – perguntou/gritou Ino – Que história é essa filha?

– Onde? – completou Hina.

– Lá na boate, hoje foi o aniversário de uma menina da escola, a prima do Sasori. – falei – Ela convidou todo mundo e simplesmente rolou.

– Então quer dizer que existem deuses gregos de verdade nessa cidadezinha? – perguntou Ino.

– Sim. – respondi – E o loiro gostoso que você disse é o Naruto Uzumaki. Ele é o melhor amigo do Uchiha.

– Por kami. – gritou desolada a porquinha – Como que vocês ficaram de vizinhas dos deuses gregos mais gatos de toda a vida e eu não?

– É porquinha. – murmurou Hinata – Cada uma com sua sorte.

– Me diz uma coisinha Hina. – falei lembrando-me de algo – O Neji também veio para cá?

– Sim. – respondeu – E tem uma coisa que deixará as meninas da sua escola louquinhas. Ele tá S-O-L-T-E-I-R-O.

– Solteiro? – perguntei boquiaberta. Neji namorava com a vaKarin desde a primeira série e estava solteiro? – Que papo é esse?

– Ele terminou com a vaKarin. – respondeu – Não sei bem o motivo disso agora, mas deve ter sido algo grave.

– Bom. – falei – O melhor de tudo é que vocês vão poder me ver todo o dia. E hoje vai ter festa do pijama.

– Legal. – gritaram juntas.

*Sasuke*

Entrei em casa ainda envolto nos últimos acontecimentos envolvendo eu e a rosinha.

– Então... – murmurei – Você vai apenas continuar e esquecer que a gente se beijou?

– Sim. – falou abrindo a porta e saindo por ela. Mas antes olhou novamente para mim. – E aconselho você a fazer o mesmo.

Por que Sakura? Por que você tem que deixar as coisas tão complicadas assim? Joguei-me na cama sem me dar ao trabalho de tirar nem os sapatos e fiquei repassando a cena na minha cabeça.

Lembrei-me do seu cheiro adocicado de cerejas, do gosto de sua boca, um gosto que parecia milhão de Viagra, seu toque em minha pele. Lembrei-me de seus olhos, aquelas duas esmeraldas que me deixaram hipnotizados. Fechei os olhos e pude então adormecer. E isso eu fiz pensando na minha rosada, na minha flor de cerejeira, a mãe dela não poderia ter escolhido nome melhor para dar-lhe.