*Sasuke*

Aquela foi a pior noite de minha vida. E não foi por causa da Sakura não querer me escutar, nem por causa da Karin começar a me chantagear, e nem por que eu aceitei a proposta de chantagem dela. Foi por ver a Sakura beijando o aguado do Sasori, o que me deu uma raiva mortal.

Fechei os olhos enquanto eu bebia um copo de água mineral, queria distância de álcool naquela noite, senão não responderia por mim. Ouvi Naruto sentar-se ao meu lado e começar a falar como a Hinata é incrível e muito bonita, mas eu realmente não queria saber disso.

– Ei teme, então conseguiu falar com a Sakura-chan? – perguntou o loiro.

– Já disse pra não chamar ela assim... – sussurrei – E não, eu não consegui. Ela nem quer falar comigo e tá muito ocupada com o ex dela.

– Hum... – murmurou – Se eu não te conhecesse, eu diria que está com ciúmes. Mas você bem que mereceu. A Ino me disse que viram você e a Karin se beijando, e dessa vez, meu caro, você não impediu.

– A vaca da sua prima me chantageou. – falei soltando o copo. – Ela disse que contaria tudo para a Sakura se eu não ficasse com ela. E tudo porque você não consegue falar baixo.

– Ei, não me culpe. – resmungou ao meu lado. – A culpa não é minha se você é tão imbecil que inventa de bolar um plano só pra deixar a Sakura-chan caidinha por você.

– Eu sei que sou imbecil. – falei – Mas, e agora? Como eu vou dizer isso pra ela?

– Meu caro teme, o problema é todinho seu. – respondeu o idiota do Naruto. – Eu já fiz o suficiente pra você marcando esse encontro de todos da turma, mas agora é com você.

E saiu dali. É, obrigado Naruto por ser um ótimo amigo. Agora, como eu faria para que a Sakura me escutasse? Como eu iria tirar ela de perto de Sasori por cinco minutos? Olhei para os lados e avistei Ino sentada perto do bar conversando com uma garota da nossa sala que eu nem me lembro do nome. Aproximei-me da loira e puxei-a para um lugar mais afastado.

– Ai Sasuke, o que deu em você? – perguntou Ino – Por acaso não sabe chamar pelo meu nome, tem que puxar mesmo?

– Desculpa, mas é urgente. – falei vendo-a por uma expressão de séria no rosto. – Preciso que me ajude a falar com a Sakura em particular longe daquele ruivo aguado.

– Como é? – perguntou confusa – Você quer que eu sequestre minha melhor amiga para você falar com ela? – eu acenei que sim – Pode deixar. Não gostei nenhum pingo dela ficar se agarrando com o Sasori depois de tudo que ele fez a ela.

– Valeu Ino. – falei – Leva ela pra perto do estacionamento. Lá perto tem um banheiro feminino. Diz que ela tem que ir contigo, sei lá! Inventa!

– Tá, tá! – disse – Pode deixar comigo. Vejo você daqui a cinco minutos perto do estacionamento.

– Ok! Valeu Ino.

Ela caminhou até a rosada que estava com as mãos do ruivo sobre sua cintura e chamou-a. Quanto a mim, sai dali correndo rumo ao estacionamento enquanto me escondia de Karin que estava me procurando.

*Sakura*

Essa Ino tem cada uma. Inventar de querer vir no banheiro feminino mais longe possível de onde estávamos só pra retocar a maquiagem e ainda me fazer esperar do lado de fora. Se não fossemos melhores amigas, eu podia jurar, já tinha deixado ela sozinha a muito tempo.

– Essa porquinha... – sussurrei para mim mesma. – Eu ainda a mato pra fazer churrasco.

– Falando sozinha? – perguntou uma voz rouca e extremamente sexy atrás de mim. Eu nem precisava virar para ver quem era, pois um perfume amadeirado com menta invadiu minhas narinas, e eu já sabia quem era.

(ouça Wish you Were he – Pink Floyd a partir daqui)

– O que você quer aqui? – perguntei tentando me manter irritada. – Ainda não se tocou que eu queria passar a noite sem ser perseguida?

– Eu realmente preciso falar com você. – disse – É algo sério mesmo.

– O quê? – perguntei desinteressada.

– Bom, é arriscado você nunca mais querer nem me ver pintado de ouro. – murmurou – Mas, eu acho que é melhor eu contar antes que você saiba por outro alguém.

– O que você quer?

– Sakura... – sussurrou meu nome – Antes de eu te conhecer de verdade, eu tinha um plano. Era algo mesquinho e egoísta. Algo que o Sasuke de agora nunca iria fazer com você.

– O que você fez?

– Meu plano era simples. – disse – Eu queria te conquistar. Eu queria te mostrar que você era como todas as outras, uma garota que cedo ou tarde iria cair nos meus caprichos. – falou e eu permanecia calada. – Eu não sei escrever e nem declamar poesias. Eu não sei desenhar e nem fiz parte do grupo de desenho na infância. – disse e eu senti um bolo se formar em minha garganta. – Eu realmente queria apenas mostrar que eu estava certo, mas isso mudou... – deu uma parada para respirar. – Isso mudou depois que eu te conheci de verdade.

– Você... – iria falar, mas ele me cortou no meio da frase.

– Espera eu terminar, por favor. Depois você pode me xingar de tudo quanto for. Mas me deixa terminar. – ele disse – Eu não sou bom com palavras, não sou bom com demonstração de sentimentos, mas eu sei que o que eu te disse naquele dia foi verdade. Você me consertou Haruno. Você mudou o que eu era você acabou com aquele Sasuke Uchiha mesquinho e egoísta.

– Sasuke eu...

– Você pode me odiar, pode dizer que não quer me ver, Sakura. – falou – Mas isso não vai mudar o que eu sinto por você aqui dentro. – falou colocando a mão no peito em cima do coração. – Eu só tinha me apaixonado uma vez, Sakura. E aquela paixão acabou com tudo de bom que eu tinha dentro do meu coração. Mas por você é diferente, eu sei que não é apenas uma paixão, eu sei que é algo mais forte. É amor, e eu não sei o que o nosso tempo juntos significou para você, mas eu posso dizer que significou muito para mim.

– Sasuke...

– E você não precisa dizer nada. – falou – Está estampado em seus olhos. Você sente algo por mim também. E não sei o motivo de você ter ficado com o Sasori hoje, mas se você realmente não sente nada por mim, por favor, me diz, que ai eu desisto de você, eu desisto desse amor, pois eu sei que se eu continuar te amando, e você não querer nada comigo. – ele fechou os olhos por um minuto – O único que sairá machucado dessa história serei eu.

Vi ele ficar de costas, mas ao contrário do que eu imaginava, ele não começou a andar. Ele ainda esperava a resposta dele. Mas meu coração batia tanto no meu peito que eu não sabia o que dizer. Aquela confissão, tanto do plano quanto de seus sentimentos tinha me deixado sem ação imediata.

– Sasuke, eu... – sussurrei baixinho. – Eu não sei o que dizer.

– Tudo bem, Sakura. – falou – Não precisa falar nada agora. – virou-se novamente com a cabeça baixa. – Eu já vou embora, não precisa se preocupar em falar nada agora e nem amanhã. Eu não tenho pressa, mas, por favor, não me faça esperar muito tempo. – disse – Se for pra dizer que não sente nada por mim diga logo de uma vez, para que eu comece a matar esse sentimento dentro de mim. Não me faça sofrer demais.

E saiu. Saiu para logo depois eu sentir um frio vento bater contra meu rosto e lágrimas descerem de meus olhos. Por Kami-sama! O que estava acontecendo comigo?