Sexta-feira, 12 de setembro de 2001.

*Sasuke*

Estava no meio do inverno e eu estava sentado na frente da minha imensa mansão (que eu acho que meus pais exageraram tremendamente em comprar) observando o céu e imaginado uma garota que desde alguns dias atrás nunca saia de meus pensamentos, e isso começava a me deixar extremamente confuso.

Ela vivia em meus sonhos desde o dia em que a vi pela primeira vez na escola. Seus cabelos vermelhos e olhos também vermelhos emoldurados naquela armação de óculos que usava roubaram meu coração no mesmo instante que a vi. Poderiam dizer que sou tolo ao dizer estar apaixonado tendo apenas cinco anos de idade, mas não, eu acho que estou realmente apaixonado por ela. Karin.

Eu apenas lembrava-me do dia em que nos vimos pela primeira vez. Foi no primeiro dia na escola nova. Ela estava lá reluzente juntamente com suas amigas e eu enquanto caminhava pelos corredores, mesmo tendo pouca idade, já arrancava suspiros das colegas da turma. Mas a única que me fez suspirar fora ela.

*Flashback on*

Eu estava sentado na cadeira da sala observando minuciosamente os outros alunos. Naruto e Gaara, a quem eu já conhecia estavam conversando animados com duas meninas longe de mim. Eles já não eram bv, como eu ainda era por isso conversavam tentando iludir as garotas. Podem achar isso estranho, mas crianças de cinco anos não serem mais bv como eles é algo comum em Konoha. Eu ainda não havia encontrado uma pessoa certa, por isso não era como eles.

Ela sentou-se ao meu lado, seus cabelos vermelhos estavam presos num rabo de cavalo baixo e seus olhos igualmente vermelhos transmitiam uma confiança tremenda.

– Oi. – murmurou alegre para mim. – Meu nome é Karin, qual o seu?

– Sasuke. – respondi.

– Você não é muito de conversar não é? – perguntou ajeitando os óculos que teimavam em descer-lhe pelo nariz. – E para a sua felicidade, sou um jorro de frases e conversa, então serei sua amiga.

Olhei curiosamente para a figura ao meu lado. Ela era diferente das outras garotas que me olhavam, elas viviam suspirando e murmurando algo como “Sasuke-kun”, mas ela não. Ela me olhava diferente.

– Sabe Sasuke. – murmurou atraindo minha atenção. – Até que você é bonitinho.

Certo! Ela disse que eu sou bonitinho! Tudo bem, eu vivo escutando isso da minha mãe, mas é da minha mãe! E não de uma garota totalmente diferente das outras. Um pequeno sorriso abriu-se em meu rosto com a declaração e eu corei instantaneamente.

– Você tá corado! – exclamou olhando para mim, o que somente fez com que eu ficasse mais corado ainda. – Por que você tá ficando corado Sasuke?

Não respondi. Fiquei apenas observando os movimentos dos outros alunos na sala. Ela se levanta e caminha até as amigas começando a conversar banalidades com elas. Eu apenas observo de relance algumas vezes, e corava novamente quando ela percebia, arrancando assim pequenos sorrisos.

Após as aulas eu caminhei vagarosamente até em casa. Fechei os olhos ao lembrar-me de como fiquei corado por apenas algumas palavras e olhares de uma garota qualquer. Odiei-me por esse ato vergonhoso e fechei mais ainda os olhos, dessa vez abrindo um imenso sorriso que ia de orelha em orelha. Dessa vez lembrava-me dela, aquela garota de cabelos e olhos vermelhos.

*Flashback off*

Alguns meses atrás.

Hoje eu apenas lembro-me dela. Depois do que ela me fez eu apenas quero esquece-la. Nunca a perdoarei pela vergonha que me fez passar. Aquela Karin! É bom nunca mais aparecer na minha frente. Naquele tempo eu não passava de uma criança boba. E talvez ainda fosse até aquele ocorrido, mas agora eu era diferente.

Sai do quarto de outro motel onde eu passara a noite ao lado de alguma daquelas garotas do meu fã-clube que eu não desejo guardar o nome. Era apenas isso que elas me ofereciam, noites de prazer para que eu esquecesse de vez o que aquela garota me causou.

É, depois daquilo eu virei o Sasuke que vocês conhecem. Aquele que não liga para os sentimentos alheios, muito menos os femininos. Passo a noite com garotas que nunca me lembraria do nome. Era essa minha rotina. Isso somente até que ela aparecesse.

Ela surgiu na escola de uma hora para outra, e minha primeira opinião era que ela não passava de uma patricinha que logo entraria para meu fã-clube, mas não. Sakura Haruno, a garota de exóticos cabelos róseos foi diferente. E na nossa primeira conversa pude perceber isso.

*Flashback on*

– Ok. – falei seguindo em direção a minha imensa, chique e tediosa casa depois de despedir-me de Naruto. Passei por uma menina rosada que sorria com algo escrito em seu celular. – Oi.

– Oi. – falou enquanto continuava caminhando. E eu ia ao seu lado. – Vai me seguir agora?

– Não. – falei. – Estou somente querendo chegar à minha casa. Quem é você?

– Sakura. – disse observando-me. – E você é?

– Sasuke. – respondi calmamente. – Você é uma Haruno não é?

– Sou sim. – falou voltando-se novamente para o celular. – Meus cabelos confessaram essa informação não foi?

– Hm. – falei. – Quer dizer então que é minha vizinha.

– Você é o tão famoso Sasuke Uchiha? – perguntou. – O garanhão da escola? Pegador de todas?

– Por que fala assim? – perguntei com raiva. Odiava que me jogassem na cara algo assim. Essa garota.

– Não é verdade? – perguntou voltando-se novamente para o celular e escrevendo algo.

*Flashback off*

É Sakura, eu pensei que você era igual aquela garota, pensei que você faria a mesma coisa que ela fez, mas pelo visto eu estava engando, e mesmo depois daquele beijo eu vi que você não era igual a ela.

*flashback on*

– Então... – murmurei – Você vai apenas continuar e esquecer que a gente se beijou?

- Sim. – falou abrindo a porta e saindo por ela. Mas antes olhou novamente para mim. – E aconselho você a fazer o mesmo.

*flashback off*

Sakura, eu realmente espero que com você seja diferente. Pois eu simplesmente, não quero me machucar novamente. Eu tive um motivo que fez com que eu me tornasse esse Sasuke que sou agora. E eu espero ter coragem algum dia para contar-lhe a verdadeira e triste história de como meu coração foi despedaçado por uma ruiva de olhos vermelhos. Então, Sakura, por favor, me faça sentir algo a mais. Faça-me sentir algo mais forte que uma simples atração. Eu espero que você seja a pessoa certa para mim. Eu tenho quase certeza que você foi feita exclusivamente e somente para mim.