E De Repente, Adultos! escrita por Mina Phantonhive


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! E o capítulo finalmente chegou. Devo admitir que esse foi o mais complicado de escrever. Descrevi uma relação com o tango de pano de fundo e estou pensando em abandonar total o ambiente de trabalho.

O que vocês acham? Acham melhor a fic ambientada nos dois lugares ou só na escola de dança? Respondam nos comentários, sim? Essa parte foi complicada de escrever porque a Inoue é uma garota tímida,mas de um mundo real, então essa pureza que ela apresenta tem que ser um pouco mais detalhada.

Ah e a Nemu aparece e como é um universo alternativo, aqui nessa fic, infelizmente ela será retratada como uma vítima de abuso por parte do pai e está em recuperação.

É um tópico triste, que eu espero estar abordando com toda a delicadeza que merece, mas esses abusos que o Mayuri fez com ela no mangá e anime fazem ela o que ela é, então não teve como deixar de lado. Temos um possível motivo para ela ter começado a se apegar no Ishida e também o resultado dos sonhos para o Ichigo e a Inoue!



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O despertador de Orihime a avisava que estava na hora de se preparar para o trabalho, só que ela estava envergonhada demais para sair da cama. Nunca em sua vida tiveram um sonho tão próximo à realidade quanto o desta noite. Ela e Ichigo, (que ela recentemente voltou a chamar de Kurosaki-kun) dançavam ao som de Gardel, ela com um vestido vermelho brilhante e com a fenda certa do tamanho certo, com os cabelos presos em um rabo-de-cavalo, devidamente decorado com rosas e com sandálias que acompanhavam o tom do vestido, enquanto seu parceiro de dança, usava uma camisa vermelha como sangue e uma calça preta que lhe permitia movimentar com tranquilidade.

O olhar trocado pelos dois durante o tango era o mais penetrante que ela vira. O sonho acontecia como se ela fosse uma expectadora distante e em um determinado momento ela estava próxima, muito próxima de Ichigo. Só a menção do primeiro nome dele a fazia corar.

Com essa proximidade vieram as sensações. Ela sentiu sua mão grande espalmando a coxa liberada pela fenda, a outra a enlaçando como se não a quisesse soltar nunca mais, sentiu seu peito quase colando ao dela e sentiu o calor de sua respiração misturado ao perfume que usava em uma espécie de poção mágica. Aquilo fazia com que Orihime não quisesse mais acordar. Eles não falavam, só dançavam e dançavam e a cada passo, algo ia crescendo na alma de Inoue, era o milagre do tango, aquela coisa metamorfoseadora. O tango alterava toda e qualquer forma de vida que se permitisse influenciar por ele, ela queria ser a mulher digna daquele parceiro e o tango tinha feito isso.

Quando o sonho acabou ela estava rubra, quente e envergonhada, mas, ao mesmo tempo, satisfeitíssima. Isso era o mais próximo que chegaria de seu querido Kurosaki-kun. Sem falar que aquele arrependimento de não ter feito absolutamente nada para se aproximar começava a se corroer quando ela se permitia pensar assim.

Nota: Orihime Inoue é uma moça deveras distraída e envergonhada. Interações com garotos eram praticamente nulas em seu ponto de vista. Nunca teve um namorado e foi beijada à força em Tóquio por um boçal, que levou um chute bem colocado, mas não teve significado algum. Ela mal teve tempo para reagir. Seu conhecimento com homens se resumia aos homens que trabalhavam com ela e que sabiam bem manter sua distância.

Então, some essa timidez extrema com essa agressão e teremos nossa protagonista que é patologicamente formal e retraída. Só quando está dançando que isso muda. É como se ela finalmente se conhecesse melhor.

Levantou-se, lavou o rosto e pôs-se a caminho da Soul Society, para mais um dia de trabalho.


Ichigo também estava transtornadíssimo, mas não como Inoue, o transtorno dele se dava mais na parte sensual da coisa. Se via dançando o tal tango com aquela mulher estonteante, só que ela despertava desejos estranhos nele, algo que ele não tinha observado em si mesmo. Não se enganem achando que ele não é um homem experiente, mas a experiência é pouca e nunca foi tão intensa quanto aquele sonho, com um ritmo que ele havia conhecido levemente em uma das viagens da SS para a América Latina.

Já tinha ido para Buenos Aires e ido em uma casa de tango, antes de Renji e Rukia se acertarem de vez, ele ainda acha que aquele ambiente foi o responsável por aquela atitude repentina do ruivo mais avermelhado que sempre se esquivava de uma resposta direta sobre os seus sentimentos em relação à pequena diretora.

Ele ainda se lembrava: Estavam ele, Renji, Rukia e Ishida, que parecia conhecer bem tango. Só foram ver o ambiente, explorar depois de passarem quase 6 horas em uma reunião de contenção de danos. O cliente em questão os tinha abandonado para se fidelizar a Hueco Mundo e a mesma tinha feito um estrago de proporções continentais. Claro, eles tinham negócios sólidos e sem nenhuma reclamação com o representante da Mercosul na Argentina, mas em nome da corrupção costumeira e da manipulação de dados, foram trocados sem nem pestanejar, só que na hora de arrumar o estrago, quem eles chamaram? Soul Society, mas Ichigo não deixou barato, aumentou mais os preços e ainda fez um contrato que mais parecia um pacto com o diabo e fez com que eles se arrependessem.

Depois dessa presepada toda, eles foram comemorar o retorno do cliente naquilo que eles sabiam que Buenos Aires tinha de melhor. Señor Tango. Aquela casa de show era conhecida mundialmente, mas não lotava. Tinha-se a impressão de que o tango controlava as pessoas, como se fosse uma entidade mágica. Claro que Ichigo não tinha sensibilidade para perceber essas minúcias em particular, mas achava o ambiente peculiar.

Primeiramente, começou pelos trajes. Eles estavam muito elegantes, mas não de ternos ou tailleurs. Rukia usava um vestido preto e uma rosa enfeitando seu cabelo, Renji estava todo de preto, Ishida estava com uma camisa branca e Ichigo com uma vermelha e nem sabia o porquê.

Passou um tempo e Ishida foi pedir uma moça pra dançar. Ela se parecia e muito com a Nemu e eles dançaram a noite inteira. Depois Renji chamou Rukia e no meio do salão, roubou-lhe um beijo. A baixinha ficou sem ação, mas eles terminaram o tango e no final, Ichigo dormiu sozinho no quarto, já que Ishida prolongou sua dança com a desconhecida e Rukia e Renji estavam recuperando o tempo perdido.

Aquelas recordações eram boas. Será que um dia ele dançaria um tango assim com Inoue? Será? Claro que não! Ele nunca dançaria tango, sem falar que nem tem como ela saber dançar isso, certo?

“Chega de devaneios Kurosaki. Hora de trabalhar.”


Orihime estava particularmente calada. Ela não sabia que Rukia tinha ido à escola ontem e nem que ela tinha se matriculado e claro, nada de planos sobre o seu chefe, contudo, o sonho a envergonhava. Tinha certeza que não conseguiria falar com Kurosaki neste dia, mas eles não trocam muitas palavras mesmo, então achou que conseguiria passar o dia incólume.

Como estava errada.


Nemu já tinha voltado da sua viagem de trabalho e estava de certa forma irritada pela presença de Inoue, era como se pensassem que ela não soubesse trabalhar sozinha. Sem falar que ela queria muito que Ishida precisasse dela e tão somente dela, embora, esse “relacionamento” deles fosse aparentemente físico, já que ela tinha deixado claro que não gostava de se apegar a ninguém.

Isso se deve ao fato de ter sido abusada pelo seu pai na infância, ter se submetido à duras provações e quase ter sido vítima de um tráfico de mulheres encabeçado pelo seu “pai e criador”, feridas que estavam se curando à custas de muita terapia. Mas pelo menos estavam cicatrizando. Ela deixava Ishida dançar com ela. Isso já era um progresso e tanto. Já que depois que foi resgatada não permitia que ninguém chegasse perto dela. Ficou em um abrigo para vítimas de abuso e começou a sua lentíssima reabilitação. Conseguiu esse emprego na SS e se sentiu agraciada, apesar de ser desconfiadíssima com todos ao seu redor, até conseguia desempenhar o seu trabalho satisfatoriamente.

Ela tinha uma rigidez militar para fazer o que tivesse que fazer em nome do equilíbrio. A coisa com Ishida começou quando eles almoçaram na mesma sala por causa de uma das viagens de trabalho. Ele tentou puxar papo e no último dia ela respondeu. E era interessante, porque ele não conversava com ela como se a quisesse nua, conversava como se ela fosse uma pessoa e há muito tempo ela não se sentia assim. Por isso, quando ele a chamou para fazer aulas de dança, ela não pestanejou muito.

Sua terapeuta disse que seria bom pra ela, mas agora a professora de tango trabalhava com eles. Isso era inconcebível. A mulher era uma deusa e agora estava ali, provavelmente iria roubar a pouca atenção que recebia de Ishida, já que ela era muito boazinha.

Nemu estava confabulando loucamente quando viu Inoue caindo, estatelada no chão. E não tinha acontecido nada e ela não tropeçou em nada. Ichigo passou, lhe cumprimentou meio delicado, o que deixou Nemu alerta e quando ele fechou a porta, a moça caiu! Ela simplesmente caiu.

Claro que em um primeiro momento, a morena achou muito bem feito aquilo, mas compadeceu-se e foi ajudá-la.


“Ah, professora, tudo bem?”

“Nemu-san?”

“Ah, oi.”

“Ah, será que você não podia me chamar de professora aqui? As pessoas não sabem. Não que eu tenha vergonha, mas você entende, né? E como vai o seu namoro com o Ishida-kun? Vocês formam o casal mais lindo que eu já vi.”

“Aah..na não professora, não namoramos. Só somos parceiros de dança.”

“Sério, Nemu-san. Desculpe a minha indiscrição. Mas que bom que você está aqui. Acho que pode me ajudar. Eu sou tão estabanada e eu não quero atrapalhar o Kurosaki-kun. Mas são tantas coisas que eu estou tontinha com tanta informação.”

Nemu riu, uma risada contida, como era natural de seu ser, mas sinceramente. Deixou de ver uma possível rival e se abriu um pouco mais para uma maior proximidade com a sua professora de dança, que era uma mulher admirável também. Era hora de uma mudança. Deixar todo aquele peso pra trás.


“Ah, Nemu-san, pelo que a Rangiku-san me contou, você é praticamente exclusiva do departamento da robótica. E eu da diretoria executiva. Mas então por que trabalhamos juntas.?”

Aquela menção de exclusividade fez Nemu ponderar, mas explicou que elas tinham várias funções em comum e como o departamento da robótica era o mais importante, nada mais justo do que ter uma secretária só pra eles. Sem falar que tinham documentações que eram comuns e as benditas atas que eram infernais, mas deveriam ser feitas à perfeição, portanto, eram necessárias duas pessoas para anotar os detalhes necessários e modificar os desnecessários.


As duas passaram a manhã toda trabalhando ávidamente para providenciar documentos para as reuniões, quando chegou uma mulher voluptuosa procurando por Kurosaki. Inoue tinha certeza que ela era namorada dele ou algo assim, mas aliviou-se quando Nemu disse que ele nem pensava nessas coisas, claro, foi um alívio momentâneo. Porque se ele não pensava nessas coisas, imagine se pensaria com ela.

As duas ficaram nesse devaneio enquanto a mulher que era secretária da Hueco Mundo estava plantada parecendo muito contrariada, quando deu um grito estrondoso com aquelas duas e repentinamente a porta de Ichigo se abriu de uma vez.

“Que escândalo é esse? A única pessoa que pode gritar por aqui sou eu!”

“Ah, Ichi-kun, que bom. Essas duas secretárias não servem pra nada. Nem me anunciaram.”

“Moça, quem é você pra me chamar assim? E pra falar da Inoue, opa, das minhas secretárias? Elas são competentíssimas. Se não a anunciaram imediatamente, significa que estavam fazendo algo mais importante do que prestar atenção em alguém mal-educado.”

A moça ficou lívida e jogou a pasta em Inoue e saiu pisando furiosamente.


Ichigo ficou preocupado e nem percebeu que Nemu estava ali. Foi logo perguntando se ela estava bem e passou alguns momentos até perguntar sobre Nemu, mas não tão delicadamente quanto sobre Inoue. Aquilo a deixou com a pulga atrás da orelha. O patrão não era tão educado assim, claro, ele os defendia, mas não assim. E se a professora de dança tivesse uma queda pelo patrão e isso fosse recíproco, ela teria o seu parceiro protegido. ( O que uma mulher com ciume não faz?) Agora era hora de averiguar isso daí.



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Notas finais do capítulo

Ah, a fanart que me inspirou a descrever o sonho deles está aí!! Obrigada por acompanhar e stay tuned!!



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