E De Repente, Adultos! escrita por Mina Phantonhive


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá! Mais um capítulo e tenham em mente que essa fic é Universo Alternativo, hein! Aparece outra ocupação da Inoue e fiquem de olho porque é a partir dessa ocupação que o clima de romance começa! Muito obrigada pelos comentários e pelos favoritos.
Ah, em relação ao suposto envolvimento do Ichigo e da Rukia, eu corrigi no capítulo anterior e ficou como se fosse uma coisa de curiosidade. Espero que não parem de acompanhar por causa disso. Beijão e stay with the show.



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Inoue chegou em seu apartamento completamente exausta. Aquele dia tinha sido muito intenso pra ela, apesar de estar satisfeita em trabalhar com o seu adorado Kurosaki-kun. Ela ficou tão feliz quando ele a deixou chamá-lo assim que quase dançou, mas resumiu-se a derrubar o telefone. De acordo com Matsumoto, ele não ouviu, porque se não teria botado a sala abaixo aos gritos. Também aconteceu aquele episódio na sala dele. Como tinha conseguido enroscar o cabelo dela ali? Como ela tinha feito uma coisa dessas? Matsumoto também disse que Inoue é muito sortuda, se não Ichigo a teria mandado embora ali mesmo. (Obvio que Matsumoto está fazendo terrorismo, né? Um trote na novata, mas não pode ser muito porque ela acredita que Hime é a única chance que eles tem de paz e sossego.)

Claro que aquela observação havia deixado a ruiva apreensiva, porque sabia que ele era bravo no colégio, mas não sabia que ele tinha se tornado tão rígido assim, e ficou triste por não saber, já que significava que tinha se afastado mais do que pretendia. No fim do último ano de colégio deles, estavam todos encaminhados para as faculdades de elite do Japão, mas Tatsuki contou a ela que todos ficariam ali, mas como ela era auxiliada pelos parentes, tinha que ir para a faculdade que eles “sugeriram” que entrasse e não era em Karakura.

Ironicamente, Karakura, justamente por causa da Soul Society, se tornou ponto de referência para busca em empregos. Quando Orihime terminou a faculdade, ainda ficou em Tóquio por mais 2 anos e voltou à cidade em busca de trabalho, já que em Tóquio as coisas estavam difíceis e ela também queria voltar. Como tinha se formado em sistemas de organização, foi buscar empregos de secretária, que era o que mais se encaixava em suas atribuições e acabou como recepcionista de uma escola de dança. Também se tornou aluna. Não que o salário fosse maravilhoso como seria o da SS, mal dava pra manter o apartamento, mas o clima era tão bom, que ela achou uma pena sair dali, mas ela não precisou se afastar totalmente. Como era uma boa aluna, acabou se tornando professora de dança também, claro, uma professora de dança um pouco diferente, já que ela era meio desastrada, só que quando se focava, não havia quem dançasse melhor do que ela. Sem falar que era uma renda extra, com muita diversão.

Orihime dava aulas de segunda a sábado, pelo menos duas horas por dia, mas a dança era de salão, então não se exigia um treinamento tão rígido quanto as professoras do ballet, não que ela não tivesse que treinar e que não fosse rígido, mas o ballet era mais. Nos tempos em que ficou na recepção e tendo aulas, ela sempre treinou mais, se esforçou ao máximo e por isso a chamaram para ser professora. O salário ainda não compensava totalmente, já que os aluguéis de Karakura estavam caríssimos e por isso ela foi obrigada a procurar uma renda complementar.

A escola Shun Shun Rikka estava empunhando todas as armas para ser a melhor escola de dança de Karakura e se tornar uma referência, não como a Soul Society, contudo, que tivesse o mesmo alcance e quem sabe, ter Orihime Inoue como funcionária integral?

Depois que começou a dançar, a vida de Inoue ficou mais colorida e alegre, tanto que falava pra quem podia dos benefícios de dançar. Não de atividades físicas despropositadas, como correr sem chegar a lugar algum ou ainda ficar puxando um pedaço de ferro com outros ferros na ponta. Pra ela, a dança tinha um propósito e ela queria que todos conhecessem, nem que fosse um pouco só. Tomou seu banho, arrumou suas coisas e pôs-se a caminho da escola para mais uma aula.

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Enquanto isso, Ichigo se encontrava na sala do terapeuta mais uma vez. O comportamento irascível era sempre pauta das reuniões da diretoria. O talento para negócios de Ichigo era inquestionável, pra dizer o mínimo, mas um pouco de relacionamento interpessoal era importante e ele era muito irritado para aquele tipo de coisa. Fizeram um ultimato: ou ele tentava se acalmar ou ele podia achar um outro emprego que pagasse o mesmo tanto. Em nenhum lugar de Karakura ou até mesmo do Japão, teria um salário como aquele, sem falar das possíveis implicações de se perder um emprego como o dele na Soul Society, as referências dele seriam totalmente arruinadas.

Quando pesou os pós e os contras, perguntou o que deveria ser feito, o que ele podia fazer. Primeiro, foi a boa camaradagem, ele saiu com os amigos, bebeu um tanto considerável e até estava suportável, mas no outro dia, a ressaca o deixou pior ainda e a diretoria não conseguiu funcionar. Depois foi a conversa com Rukia, que ele não entendeu o porque lhe sugeriram falar com uma micro versão de si mesmo. O humor de Rukia era tão ou pior do que o dele, mas a cretina sabia disfarçar bem. Era uma dissimulada e só porque estava apaixonada, achava que tinha a solução para todos os problemas do universo. Que tudo se resumia em paixão.

Recomendaram-lhe artes marciais. Ichigo não podia negar que lhe fizeram muito bem. Cada soco era uma bênção, descontava a sua frustração passada em outras pessoas e ainda não era punido por isso. Excelente. Depois de duas semanas, o dono da academia não o deixou entrar, já que todos os alunos estavam com medo dele, sem falar que já tinha passado a informação de um aluno completamente desequilibrado estava em uma odisseia assassina. Resultado: nenhuma escola de artes marciais o aceitava mais, mas pra não perder o condicionamento físico, ele corre todos os dias e arrebenta os sacos de boxe em sua casa. Mas isso não era o suficiente para ele se acalmar.

Então ele se rendeu e foi para a terapia. Ele ficava pelo menos duas horas xingando o pobre homem que só tentava fazer seu trabalho e depois começava a conversar com ele, descrevendo seu dia e todos os seus rompantes de raiva. Isso tinha se refletido em seu comportamento de uma forma tênue, mas tinha. A raiva não era mais tão maciça. Só que hoje, era um dia diferente, em seu relato, ele observou dois momentos de calma e eles estavam ligados à secretária nova. O que era uma merda, uma merda, porque ia contra as regras da empresa em partes, sem falar que não queria que ela o achasse um assediador. Já tinham problemas demais com homens que não sabiam o seu lugar na empresa e não queria ser parte de mais um deles. Se bem que era só a coisa acontecer fora dali. Ele contou para o terapeuta o seu dia, o qual ouviu muito atentamente.O homem fazia anotações e olhava para Ichigo com um olhar condescendente. Seus olhos se alarmaram quando Ichigo citou o tombo de Inoue e o homem quase beirou o aneurisma quando o ruivo “deixou escapar” que guardou os fios de cabelo dela dentro de um pacotinho de veludo, igual aqueles onde se colocam correntinhas.

Por mais que fosse apavorante o fato dele ter mesmo arrancado o cabelo da moça, o fato de Ichigo apresentar um interesse além das batalhas corporativas e de seu comportamento raivoso fez com que o terapeuta se sentisse orgulhosísismo de seu trabalho. Claro que ele nunca creditaria aquela mudança abissal a uma novata que caiu e ainda enroscou o cabelo na abotoadura dele, como uma desengonçada. O terapeuta estava em seus próprios devaneios mentais e não ouviu quando o ruivo falava de sua conversa com Renji ao telefone e nem quando disse que conhecia Orihime desde os tempos de colégio. Até o ato de falar o nome dela deixava Ichigo mais tranquilo e isso era notado até por ele mesmo. O terapeuta quase deu um dever de casa para Kurosaki falar o nome de Inoue até dormir, mas não queria ser espancado, então disse que ele deveria tentar fazer mais amizade com ela, não arrancar os cabelos dela e tentar achar uma outra atividade. Não interessava se fosse ler, fazer tricô, andar de bicicleta ou ainda dançar. Ideias que foram veementemente rechaçadas, mas algo mudaria.

Rukia e Renji tinham chegado na academia de dança para se matricularem. Estavam loucos para aprender o tango argentino, além do fato de eles terem mais ciência seus corpos, se isso ainda era possível, era algo lúdico e inigualável. Renji era rato de academia e Rukia praticava esgrima. Essa era uma atividade que eles poderiam fazer juntos. Estavam empolgadíssimos. Entraram e deram de cara com uma recepcionista bem simpática e ela os levou para um tour e os dois ficaram abismados quando viram a professora de tango.

Inoue girava e conduzia as mãos do parceiro de dança. O homem estava todo desengonçado e deu um giro e a derrubou. Ela levantou com um sorriso e disse para ele tentar novamente, mas ele não conseguiria. Então ela olhou em volta e viu Chad e o chamou pra dançar com ela. Ele tinha acabado de entrar na aula e pediu para que ele lhe auxiliasse. Com a condução de Inoue todos aqueles homens seriam capaz de se tornar dançarinos exemplares. A garota era fenomenal, conseguia fazer até um homem gigantesco como Chad fluir na pista.

Um outro casal que dançava excelentemente na aula era Ishida e Nemu. Rukia e Renji se surpreenderam ao vê-los ali, porque se eles eram um casal, não era de conhecimento de ninguém, mas os olhares que trocavam durante a dança não deixava margem para dúvidas. Sem falar que eles deveriam estar em uma viagem a trabalho. Aquilo era mesmo muito estranho. Era muito diferente quando Inoue foi dançar com ele, já que havia troca de casais. O olhar que ela lhe dirigia era tranquilo, risonho e até materno e a retribuição era a mesma.

Renji ficou realmente empolgado em fazer aqueles passos com Rukia, mas preferiria que fossem entre quatro paredes e somente eles, já que ainda estavam naquela coisa de lua-de-mel, mas se conteria, pelo bem do seu matrimônio.

Já Rukia estava fazendo mil planos e ligou pra Matsumoto na mesma hora.

“Ranginku falando”

“É a Rukia, já pensei como podemos fazer.”

“Fazer o que, mulher, eu estou bebendo, o que você quer?”

“Fique sóbria e me ajuda a pensar em um plano pra fazer o Ichigo entrar na aula de dança?”

Matsumoto explodiu em risadas e Rukia queria esquartejá-la, mas era necessária calma, já que era um trabalho de equipe.

“Orihime é professora de tango aqui.”

Matsumoto parou de rir e disse:

“Então, como vamos fazer?”

“Não dá pra sugerir pro terapeuta dele falar, porque ele não fala quem é o cara de jeito nenhum, mas eu acho que dá pra gente dar a deixa, né? Sei lá, só sei que eu não aguento mais essa eterna tpm do Ichigo e temos que fazer alguma coisa.”

“Concordo.”

“Vou desligar, tenho que dançar agora. Amanhã falo com você”.

“OK”

Depois que Rukia desligou viu que Renji estava babando nos movimentos, quase deu um soco nele, mas depois percebeu que ele estava reparando MESMO nos movimentos. Ela queria que Ichigo pudesse ter esse tipo de sentimento, era sua amiga e queria seu bem. Faria o que pudesse para que ele entrasse nas aulas de tango e fosse aluno de Inoue, custasse o que custasse.

Enquanto isso, Ichigo, em sua casa, ainda pegava aqueles fios e ficava observando. Aquilo o fazia sentir muita calma. Algo raro. Suas irmãs o chamaram pra jantar e disseram que iriam dar banho no pai dele. Ele disse que daria o banho e jantaria depois. Elas podiam descansar.

Aquilo as surpreendeu e surpreendeu o próprio Ichigo. Ele foi até o quarto de seu pai e fez o que precisava ser feito. Sentiu muito amor e muita impotência, mas pensou que pelo menos dessa vez, a raiva não funcionaria. Terminou a higiene de seu pai e foi jantar.

Foi dormir e teve ótimos sonhos com sua secretária.

Mal sabia ele que ela teve sonhos semelhantes, que envolviam uma rosa e um belo tango argentino.


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