E De Repente, Adultos! escrita por Mina Phantonhive


Capítulo 12
Me ensina a beijar?


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, desculpem a demora! Eu estou infinitamente feliz pela fic estar chegando aos 90 comentários! Sério! Muito obrigada!!! Esse capítulo é exclusivamente IchiHime, e tá curto, levando em consideração que no passado não teve nada sobre eles, esse é o meu pedido de desculpas pra vocês. Bom, lembrem-se que por mais ingênua que a Inoue seja, ela é uma adulta, então vai tomar umas atitudes mais condizentes com isso. E Ichigo..só se aproveitando!
Não esqueçam de comentar! Muito obrigada mesmo!!
No próximo, a estória começa a tomar ares mais adultos, claro, com as reviravoltas dos relacionamentos e todas as consequências!
Stay tuned.



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Orihime acordou com a impressão de que tinha sido lavada por dentro. Algo estranho, como se alguém tivesse lavado o interior do corpo dela com água sanitária. Ela sentia ânsia, mas se sentia literalmente vazia, nenhum fluido, nada. E começou a sentir uma pressão no seu braço esquerdo e olhou para o lado. Tinha algo ali, uma cabeça mais laranja do que a dela e foi quando ela se lembrou de tudo o que tinha acontecido até entrar no hospital.

A ruiva achou que poderia ficar em posição fetal e morrer de tanta vergonha. Ela realmente tentou fazer isso, mas acabou fazendo com que Ichigo se mexesse e se aproximasse mais dela, pegando seu braço delicadamente.

Orihime corou violentamente com esse contato inesperado. Isso não deveria estar acontecendo. Ela deveria estar trabalhando ou tentando ao menos, não em uma cama de hospital com seu chefe e amor de adolescência enganchado em seu braço. Aquilo não tinha cabimento. Só que como uma oportunidade dessas não é comum, ela se deixou abraçar. Entretanto, o peso de Ichigo estava pressionando o tubo de soro e Inoue foi obrigada a puxar o braço e se afastar daquele contato, o que acabou realmente acordando o chefe.

“Orihime..me desculpe. Eu acabei adormecendo.” Ichigo respondeu sonolento. Depois de alguns segundos: “Como você está? Está melhor?”

“Eu me sinto vazia, o que foi que aconteceu? Estou com a impressão que me lavaram com água sanitária.” ela respondeu.

“Você estava com intoxicação alimentar. Uma intoxicação séria. O doutor disse que se tivéssemos demorado um pouco mais, algo pior poderia ter acontecido. Mas você se lembra o que comeu?”

“Uma receita que eu sempre fiz. Só que eu coloquei uns ingredientes a mais. Sério que deu todas essas reações? Estranho. Nunca tinha acontecido nada assim.”

“O médico deixou uma lista de recomendações e me pediu pra cuidar de você. E eu farei isso. Já liguei pra empresa pra dizer que hoje eu não iria.”

“Kurosaki-kun, não tem necessidade. Pode passar as recomendações para mim e eu me cuido. Não tem problema algum. Eu estou morrendo de vergonha de ter causado o desvio do seu caminho, mil desculpas....”

Quando Ichigo ia retrucar, o médico entra com mais recomendações.

“Oh, que bom. A mocinha já acordou. Então senhorita, o seu namorado está tomando conta de você?”

Orihime ia responder que não tinha namorado quando sentiu um aperto em seu ombro. E uma voz que se parecia muito com a de Ichigo confirmando o que o médico disse. Que o namorado estava tomando conta dela, mas que ela tinha acabado de acordar. Quando aquela informação chegou aos ouvidos da ruiva, ela experimentou uma sensação extracorpórea. Foi aí que ela concluiu que ainda estava sonhando e que era um sonho muito real. Claro, não atrapalharia em nada o momento. Continuou 'sonhando'. Ela já tinha acordado de um sonho para outro e tinha certeza que foi isso que tinha acontecido. Coincidentemente estava sonhando com Ichigo, que ele tinha ido na casa dela e que os dois estavam dançando e quando ela caiu, acordou naquela cama, achando que fez uma endoscopia e uma lavagem estomacal. Era exatamente isso que tinha acontecido.

Então, com muita atenção, ela ouviu o médico dizendo todas as recomendações e Ichigo anotando, prestou atenção nos horários e também quando ele disse que ela estava liberada para ir pra casa. Esse momento parecia o clímax do sonho, portanto era o momento de Orihime acordar e se ver em sua cama. Esperou uns minutos e nada. Nada aconteceu. Ela ainda estava naquela cama de hospital, com o mesmo gosto estranho na boca e com seu chefe/amor de infância olhando intensamente para ela.

“Tudo bem, esse é um sonho daqueles longos. Eu posso esperar.” Disse em voz alta.

Quando o médico percebeu o que ela tinha dito, se virou pra questionar aquela frase e se deparou com um casal lindo se beijando, mas a moça parecia muito surpresa. Talvez a endoscopia tenha feito ela achar que o namorado não iria beijá-la. Geralmente as pessoas tinham a impressão de ter bebido água sanitária. Sorriu e saiu.

Orihime estava sonhando, com certeza. Estava esperando acordar quando sentiu lábios sobre os seus. Ficou com os olhos abertos e viu Ichigo muito próximo a ela e isso fez com que parasse de respirar e quando ouviu a porta do quarto fechar, se afastou e tocou os lábios com a ponta dos dedos, sentindo seu rosto febril, pensando.

“Isso não é um sonho, é?!”

“Inoue, me desculpe, é que nem deu pra te explicar.”

“Kurosaki-kun, acho que eu deveria lhe dizer que esse é o meu primeiro beijo. Por que fez isso?”

Orihime sabia que já tinha sido beijada, mas um beijo roubado daquela forma não contava, ou contava? Então, de uma maneira completamente distorcida, o primeiro beijo dela foi com o garoto(?) que ela gostava. Isso era bom, não?

Ichigo se sentiu muito culpado, claro, já queria beijar a garota, mas nunca podia imaginar que ela nunca tinha beijado na vida! Era uma daquelas coisas completamente absurdas. Orihime era lindíssima, dócil, meiga. Como ela não seria beijada? Como ela nunca tinha namorado?

“Orihime, me desculpa, eu não sabia. Mil perdões.”

“Por que me beijou?”

“Porque eu coloquei na ficha de identificação do hospital que éramos namorados e caso você me desmentisse, seria acusada de alguma coisa.”

“Eu seria acusada de alguma coisa?”

“Sim, e eu queria te proteger. Só isso.”

“Só...só isso? Nada mais?” Inoue parecia triste.

“Eu..eu...sinto muito.”

Ichigo estava sentindo que transformou o momento perfeito em um atestado pleno de fracasso emocional. Obviamente que não tinha sido para protegê-la. Teve uma intenção de silenciá-la no início, mas depois percebeu que era simplesmente pra beijá-la. Precisava se corrigir. Necessitava se corrigir, ainda mais depois de ouvir a voz dela praticamente falhando quando lhe questionava sobre o fato. Embora, não deveria ser ali, deveria ser especial. Ichigo tinha um plano. Suas irmãs o ajudaram a montar. Não deveria ser naquela cama de hospital. Ele faria com que o beijo fosse inesquecível, com tudo o que ela tinha direito e quando ele estava com a mente mirabolante e parecendo um pouco fora do ar, Orihime tocou seu braço com a ponta dos dedos, chamando-lhe a atenção.

“Kurosaki-kun, eu...eu sei que parece um atrevimento e até mesmo um desconforto deveras desnecessário, mas...mas...(respira fundo) teria a possibilidade de me ensinar a beijar? Caso seja mesmo algo desagradável para você, já que aparentemente eu já estou protegida, eu vou entender...” Inoue terminou com a voz trêmula.

Inoue jamais teria uma atitude como aquela, jamais. Ela já tinha consciência que não era um sonho, embora teve até algo onírico como o beijo, então teve a presença de espírito para tentar prolongar aquela sensação. Já que Ichigo a tinha beijado para protegê-la, por que não o faria para ensiná-la? Não era a associação mais lógica que fizera, contudo simplesmente precisava aproveitar a oportunidade, uma daquelas epifanias que acontecem somente uma vez na vida.

Ichigo pensou em recusar, porque isso iria contra seu plano de como fazer Inoue Orihime ser a mãe de seus filhos. Sim, ele tinha colocado esse nome brega no plano que tinha acabado de formular. O raciocínio rápido em prol da corporação estava servindo a outro propósito.

Mas quem em sã consciência recusaria um pedido desses?

“Inoue, você tem certeza?”

“Sim. O que eu tenho que fazer?”

“Feche os olhos e acompanhe os meus movimentos.”

A ruiva fechou os olhos e sentiu a proximidade de Ichigo. Quando os lábios se tocaram, Inoue sentiu uma espécie de choque percorrendo seu corpo e Ichigo se aproximou com suavidade para não alarmá-la. Ele inclinou a cabeça para o lado esquerdo e Inoue repetiu o movimento, fazendo com que os dois fossem para o mesmo lado, uma sensação estranha.

Mas Ichigo não queria estragar o momento e os lábios dela tinham um gosto perfeito e a sensação perfeita. Então, segurou o rosto dela com suavidade, mantendo-o firme entre as mãos e inclinou seu rosto mais uma vez, e como Inoue estava respirando com dificuldades, aproveitou para colocar a língua naquela boca inexperiente. Sentiu-a tremendo.

Os movimentos continuaram de forma desajeitada, da parte da ruiva, mas depois de poucos minutos, ela já tinha conseguido manter um ritmo e deixado um Ichigo fortemente excitado. Tanto que quando eles se afastaram, ambos estavam rubros como suas madeixas e antes dela agradecer, Ichigo tomou os lábios dela com voracidade, assustando a garota, que continuava assustada, tanto que ela o empurrou.

“Kurosaki-kun, eu fiz alguma coisa errada? Você parece nervoso.”

“Não, Inoue, não! Me desculpe. Eu te machuquei?”

“O primeiro, eu acho que entendi bem. E eu agradeço.”

“Bom, eu acho que não foi tão bem e que devemos tentar de novo.”

“Ah, me desculpe Kurosaki-kun.”

“Só se a gente se beijar de novo.”


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