Suor escorria no rosto de Lucy, o esforço para manter o nível de magia que a rodeava era muito. Chiyeko olhava atentamente para sua nova aprendiz, um sorriso no rosto mostrava o quanto estava satisfeita com os resultados.

- Muito bem Lucy, agora tente aumentar um pouco mais a magia em sua volta, lembre-se que não pode deixar a magia fugir para longe de você.  – elogiou Chiyeko.

Depois de mais uma hora meditando Lucy caiu para trás ofegante.

- Meditar cansa mais do que parece. Ainda mais se estiver reunindo poder. – disse a mais velha.

- Percebi. – disse Lucy.

- Em meu tempo de maga, eu tinha uma fraqueza: a minha força física nunca foi muito alta, sempre só usava meus espíritos para me defender e perdia as batalhas se minha magia acabasse. Acontece o mesmo com você? – perguntou a senhora.

- Acontecia com mais freqüência antigamente. Mas depois que eu descobri que Laxus é meu irmão ele me treina e estou indo bem. E também sempre tive meu time para me dar apoio. – respondeu Lucy.

- Então isso não será problema. Vamos parar um pouco, já está na hora do almoço. Seu irmão pediu pra você ir almoçar com ele ou vai ficar direto aqui? – perguntou Chiyeko.

- Eu vou ficar aqui mesmo se não for um incomodo. Laxus disse que tinha que resolver umas coisas. – respondeu a loira.

- De maneira nenhuma. Enquanto você meditava eu fiz o almoço. – disse a mais velha sorrindo e ambas as magas entraram na casa. - Me falei um pouco do seu time – pediu.

- Meu time é considerado o time mais forte da Fairy Tail. Na verdade, meu time é só eu, Natsu e Happy, mas varias vezes fazemos missão com a Erza e o Gray, algumas vezes a Wendy vai junto – respondeu Lucy.

- Agora sei porque é chamado de mais forte. Pelo o que eu assisti mos jogos a maioria da sua guilda são praticamente monstros, tem muito poder. Inclusive você. – disse Chiyeko – Até hoje não entendi como você perdeu para aquela Flare. Minerva eu até entendo, mas Flare é muito difícil de entender.

- Foi trapaça, primeiro ela ameaçou Azuka, a filha da Bisca e do Alzack, mas o Natsu percebeu e me ajudou a me livrar da chantagem e depois outro membro da equipe dela cancelou totalmente a minha magia. – explicou Lucy se servindo.

- Natsu é aquele rapaz Dragon Slayer de cabelo rosa não é? – perguntou Chiyeko.

- Sim, mas por que a pergunta sobre Natsu? – perguntou Lucy.

- É que a maioria das coisas que você fala você o menciona. – disse Chiyeko rindo um pouco quando percebeu o leve rosado da bochecha da loira.

- Natsu é meu namorado e faz praticamente duas semanas que não nos vemos. – disse Lucy com um sorriso apaixonado.

- Essas duas semanas logo passam você vai ver. – disse a ex-maga.

Uma semana de treinamento já havia passado. Lucy treinava praticamente o dia inteiro, mas hoje havia tirado o dia de folga. A loira estava esparramada sobre sua cama no hotel tentando escrever mais alguma coisa de seu romance. Mas perdeu a concentração quando ouviu algumas batidas na porta.

- Lucy, posso entrar? – perguntou Laxus do outro lado da porta e depois que sua entrada foi permitida se jogou na cama. – Como está indo com o treinamento. Só tem mais uma semana.

- Eu sei. Está indo tudo muito bem, consegui aumentar o nível da minha magia, consegui invocar dois espíritos e não cansar. Ontem consegui invocar três de uma vez. – disse Lucy orgulhosa de si mesma. – Chiyeko disse que tem um presente para mim quando eu terminar o treinamento.

- Isso é bom né? – perguntou Laxus.

- É muito bom, sabia que invocar múltiplos espíritos é uma habilidade muito rara entre magas celestiais? – perguntou Lucy.

- Serio? Que legal. Eu estava pensando, mesmo depois desse tempo todos, eu nunca fui ao tumulo de nossa mãe. Poderíamos passar lá no caminho para Magnólia – disse Laxus.

- Pode ser, faz tempo que eu não vou lá. O que anda fazendo enquanto eu treino? – questionou Lucy.

- Eu estou resolvendo umas coisas minhas. Estou pensando em comprar um presente para Mira, mas não sei o que dar, já rodei varias lojas e até agora não achei nada – disse Laxus um pouco corado.

- Que bonitinho, meu irmãozinho ficando corado por falar de uma garota. – brincou Lucy apertando as bochechas do loiro.

- Não é uma garota, é a Mira. – disse Laxus serio.

- Está bem, por que você não dá uma jóia para Mira? – sugeriu Lucy.

- Pode ser, amanhã eu procuro. Já está tarde, amanha você acorda cedo para treinar. – disse Laxus se levantando da cama.

- Já vou dormir mamãe. – disse Lucy rindo e tacou uma das almofadas em Laxus quando ele estava saindo do quarto.

- Eu só não revido, porque eu estou com sono e você não agüentaria – disse Laxus.

- Você ta é com medo de perder – brincou Lucy recebendo a almofada que tacara na cara. – Malvado, não precisava de tanta força – disse Lucy massageando o rosto vermelho.

- Boa noite – disse Laxus e antes de fechar a porta escutou um “boa noite” de Lucy.

Já no outro dia pela manha, Lucy estava esperanço Chiyeko abrir a porta para si.

- Lucy, que bom que veio cedo. Lembra-se que eu disse que lhe daria um presente quando terminasse o treinamento? – perguntou a senhora com uma caixinha em mãos.

- Sim, não me diga que mudou de ideia?  - perguntou Lucy.

- Não, não, eu decidi te dar hoje. – disse entregando a caixinha para a loira.

- O que é isso? – perguntou Lucy.

- Abra – pediu Chiyeko.

Quando a loira abriu a caixa se surpreendeu quando viu seis chaves de ônix puro.

- Essas são as chaves dos deuses nórdicos não são?  Eu já li sobre elas no livro que ganhei – disse Lucy maravilhada com as chaves.

- São sim, e são suas, eu os conquistei a muitos anos, quando eu ainda agia como maga, essas foram as ultimas que consegui, elas drenam muito poder, mas sei que você será capaz de ter todas as que faltam. – disse Chiyeko.

- Eu não posso aceitar. Onde você as encontrou? – perguntou Lucy.

- É um presente. Uma chave não pode ficar sem um dono. Eu já não consigo invocar nenhum espírito. E eu os encontrei em vários lugares. Um mais perigoso que outro. Eu até poderia ter tentado as outras, mas sei que não conseguiria. E essas são as mais fortes.

- Se é assim eu aceito. Quais são os deuses que estão aqui? – perguntou Lucy sorrindo.

- Essa primeira aqui e a de Odin, esta outra de Thor, esta de Freyja, esta de Freyr, esta de Aegir e esta de Vili. – respondeu a mais velha apontando para as chaves conforme falava. – Então, o que acha de treinarmos com os novos espíritos?

- Sim, tenho certeza que vou adorar todos os meus novos amigos – disse Lucy e passaram o resto da semana treinando com os novos espíritos.

Lucy e Laxus estavam agora de frente para dois túmulos, mais especificamente de Layla e Jude Heartfilia. Em cada tumulo tinha um imenso buque de flores.

- Mesmo que Jude não seja meu pai de sangue, ele foi um bom pai quando eu era criança e se arrependeu da forma que agia e eu o amo como se fosse mesmo meu pai. Já nossa mãe, era uma pessoa maravilhosa. – disse Lucy com lagrimas nos olhos.

- Eu queria ter convivido mais com ela, eu era muito pequeno quando ela me abandonou. – disse Laxus abraçando a irmã. – Eu nunca vou deixar você sozinha, nunca, eu prometo. Você e o vovô são a única família que eu tenho.

- Eu também nunca vou te deixar sozinho. Você é o melhor irmão que alguém poderia ter. – disse Lucy sorrindo um pouco.

- Vamos? Nosso trem para Magnólia já vai sair – disse Laxus puxando a irmã para fora do cemitério.

A viagem até Magnólia foi tranquila na medida do possível: Laxus passando mal e tentando a todo custo disfarçar e Lucy rindo do irmão, mas tentando convencê-lo a dormir em seu colo.

 Quando chegaram foram direto para o apartamento da loira, para ela tomar um banho e se arrumar para ir até a guilda. Depois seguiram para a casa do loiro. Era uma casa grande e bonita, após o loiro tomar banho e se arrumar foram para a guilda.

Parados em frente a guilda Lucy estranhou a quietude do local, as portas estavam fechadas e não se ouvia absolutamente nada.

- O que será que aconteceu? – perguntou Lucy.

- Não sei, vai ver todo mundo morreu – disse Laxus.

- Que horror. Vamos entrar e descobrir. Você vai na frente. – disse Lucy empurrando Laxus para a porta da guilda.

- E por que eu?

- Porque você é o mais velho – disse Lucy.

Assim que as portas se abriram não puderam ver nada, a guilda estava inteiramente escura, nenhum ruído era ouvido, foi quando passos foram ouvidos e de repente toda a guilda se iluminou, a boca de Lucy abriu o máximo que podia, seus olhos se arregalaram, a loira simplesmente não acreditava no que via.