Da magia a guerra nascerá com 3 vítimas desse lado a arriscar

O fogo, o vento e a água lutarão por um laço restaurar

Com a lua enfim, a bebida proibida extinguirá

Os traidores cairão e o herói impossível ajudará na missão

Três noites até tudo virar escuridão 

A boate estava barulhenta o bastante para impedir os outros de ouvirem Reyna tentando se debater nos braços de Octavian, o loiro dissera a Reyna “Vamos à uma missão!”, e ela fora. O quão burra ela se achava agora estava fora de questão. Seu namorado era um verme, a atraíra para a boate onde seriam ignorados e a embebedara de algum modo, agora embriagada e com reflexos lentos, o semideus tentava forçar a barra com Reyna.

Sim, ele queria seu bem mais precioso, sua dignidade e o que não poderiam tirá-la sem seu consenso. Queria humilhar a morena na pista de dança mais afastada, onde os participantes tinham direito ao modo Just Dance Demigod edição limitada de Adônis.

― Já fal-lei que eu não queroo! – Reyna exclamava enquanto Octavian não desistia de segurá-la, ele queria sua taça de melhor Demigod Dance desde a última competição entre acampamentos.

Octavian riu. Ela não poderia fazer nada naquele estado.

O loiro infeliz saiu arrastando-a pelo braço, passando por jovens embriagados de néctar que nem ao menos notavam o semblante embriagado e indefeso da garota. Reyna se debatia ao máximo e gritava por ajuda, mas sem ter resposta alguma. Até passarem pelo bar.

Por algum motivo, Reyna conseguiu ler os lábios de uma morena punk que pronunciava seu nome para um elfo mexicano. Ela se debateu mais ainda e tinha quase certeza de ter feito caretas sem fim tentando se livrar do aperto. O efeito e suas ações surgiram ao ver segundos depois um Octavian no chão e a punk lhe puxando para a saída.

Ao saírem, a adolescente abraçou Reyna apertado em meio à perguntas preocupadas, o que a fez se perguntar se a menina à sua frente não seria alguma parente distante que encontrava em festas de família e nunca se lembrava dos nomes.

“Não!” afugentou a ideia da cabeça “Os deuses não seriam perversos à esse ponto!”.

― Lembra-se de mim? – a punk perguntou fazendo com que Reyna a encarasse desacreditada ― Eu sou a Thalia, lembra? Somos amigas faz anos!

A mente de Reyna se forçou a lembrar, se esforçou para adquirir nem que fosse apenas um restinho de memória. E foi isso que conseguiu! Um restinho de nada, apenas a lembrança de seus rostos infantis brincando com espadas de madeira.

― Então... – falou meio desconcertada ― Eu só me lembro que brincávamos na infância. Só! Desculpe, eu estou meio alta. – e riu da própria fala/trocadilho sem graça ― Obrigada por me salvar daquele perdedor que infelizmente é meu namorado.

Um menino baixinho e com traços élficos chegou ofegante aonde Reyna e Thalia estavam. Ele sorria e seus cabelos pegavam fogo.

Reyna se afastou com um pulo.

Leo olhou pra ela e um sorriso maroto se formou em seus lábios.

― Olá, dulzura. – começou – Eu sou o Leo. Pra você é Valdelicioso.

Ela riu de seu comentário, talvez por ter tomado néctar demais, talvez porque realmente tivesse achado um garoto franzino a chavecar depois de ter considerado aquela noite perdida. Até notar as chamas aumentando em seu cabelo.

― Seu cabelo está pegando fogo. – avisou.

O moreno bagunçou os cabelos e o fogo se apagou.

― Desculpe. – deu de ombros – Fico assim toda vez que fico nervoso, sabe?

Reyna riu. O quão trágico seria se ele tivesse que escolher entre hambúrguer e fritas com pessoas jogando-lhe baldes cheios de água enquanto pensava.

― Parece que todos aqui temos uma maldição. – Reyna sussurrou.

― É mesmo?

Reyna assentiu.

― Você vira um fósforo quando nervoso, eu tenho que aturar Octavian e aquela punk, Thalia, tem que nos aturar embriagados de néctar. – falou, ela sentiu a língua enroscar, mas talvez fosse o néctar apenas.

Valdez riu e se sentou no chão chamando Reyna para sentar-se também. Ela negou.

― Vamos. – insistiu ele – Prometo que não há nenhuma doença nesse chão, Ice Queen.

Ela se questionou em voz alta o porquê desse apelido. Ela não precisava responder, mas respondeu.

― Você parece o posto de mim, sabe? E se eu sou quente, você é gelada, mas soa como uma rainha. E plim! Seu apelido!

― Prefiro Reyna. – disse por fim.

O vento frio da noite de Miami a atingiu fazendo estremecer. Leo passou os braços por seus ombros sem malicia e Reyna se encaixou em seu abraço quente, ambos olharam ao longe enquanto Thalia parecia analisar o perímetro e pensar no que fazer a seguir.

― Você conhece Thalia? – Reyna perguntou de repente.

Leo assentiu.

― Ela é a irmã do meu melhor amigo. Estamos em uma missão.

A morena suspirou um pouco, estava cansada.

― Jura? – perguntou – E qual o objetivo dela?

― Não faço q mínima ideia, quer dizer, tomei néctar demais para me lembrar... Quer dizer... – ele tentava explicar a situação pra Reyna com o pouco que se lembrava e sem parecer que ele era um completo perdedor.

Ela riu. Novamente.

Leo ficou perdido em sua risada, soava sincera. E ele mal se lembrava quem era ela e que cada gargalhada dela era preciosa o bastante para se gravar e ouvir diversas vezes.

― Não pegue fogo ainda, Leo. – ela brincou.

O menino respirou fundo.

― Desculpe... É só que... – ele suspirou de novo. A verdade – Estamos tentando achar alguém lá dentro, 3 meninas, eu conheço elas, mas não me lembro muito bem. As bebidas com néctar me fizeram esquecer seus nomes e eu só lembro de seus rostos borrados.

Rey respirou fundo. O garoto não estava em melhor condição que ela então.

― Você gostava de uma delas? – questionou.

― Sim. É tudo que eu me lembro. Tinha uma entre elas que era inteligente, séria e tão corajosa! Eu gostava de vê-la rir. -  e riu da própria desgraça ― Agora nem me lembro do rosto dela. Nem do nome.

― Nem do nome? – disse frustrada. O menino estava mil vezes pior que ela.

― Nem do nome. Desde que as esqueci estou chamando elas de “as três rainhas”. – disse rindo ― E a missão é “Como convencer as rainhas”.

― Convencê-las de quê? ― Reyna pergunto rindo de leve.

― Não me lembro. – deu de ombros – Quando as encontrar pretendo me lembrar.

― Parece um bom plano.

Agora se olhavam nos olhos. A conversa de bêbados de néctar parecia ter continuado através de seus olhos e eles se encaravam sem fim.

Reyna desviou o olhar primeiro e estremeceu quando mais uma brisa passou. Leo puxou seu queixo para um novo olhar, mas perdido nos olhos negros, o semideus mergulhou dentro deles e, com isso, juntou seus lábios nos de Reyna singelamente. Um longo selinho que parecia durar horas e valer milhões de pesos.

Reyna o separou culpada.

― Eu... Desculpe... Eu tenho n-namorado e... V-você também deve ter uma namorada e.. – Leo a calou com mais um selinho, e depois outro até que finalmente tornasse um verdadeiro beijo.

Leo a soltou delicadamente e a olho nos olhos. Tudo parecia brilhar ao seu redor.

― Acho que tenho que convencer essa rainha à me beijar novamente. – sussurrou.

E Reyna o beijou novamente, a brisa fria não a incomodava mais, pois os braços quentes de Valdez a protegiam.

Thalia suspirou feliz ao notar de longe esse problema. Talvez não soasse tão ruim o nome “Como Convencer As Rainhas A Lembrar” como Leo citara antes de entrarem dentro daquela boate, ela só pedia aos deuses que Jason e Percy também tivessem a mesma sorte de Leo.